sexta-feira, 20 de julho de 2007

Bem-vindos

Bem-vindos a mais um blog português acerca do movimento ultra. Esperemos que se torne um blog de referência a nivel nacional, e onde os grupos colaborem para se tornar um espaço interessante com boas cronicas de jogos nas curvas, bom material fotográfico, bons artigos, etc. Numa altura em que vemos cada vez mais ameaçada a sobrevivencia do movimento ultra, não só em Portugal como por toda a Europa, temos de manter a chama viva, e não deixar cair a bandeira ultra.
Pedimos aos grupos/pessoas que queiram colaborar connosco que nos contactem, para o nosso e-mail, pois só com a colaboração de todos nós é possivel criarmos um bom espaço, com informação coerente. Temos varios projectos em mente como a criação de uma fanzine, fórum, entre outras coisas, que só serão possiveis com a vossa colaboração.
Saudações Ultras!!

E-mail: mentalidadeultraspt@gmail.com

9 comentários:

Anônimo disse...

Força Nisso meu!!!

Anônimo disse...

Ganda maluco!um blog emntalidade ultras e como simbolo metes uma cena tipicamente casual...fdx!

Finest Casual 1906 disse...

Força para o teu projecto…

Gostava de te dar um conselho, tenta que os comentários aqui postados sejam na linha do respeito, não deixes que seja um mega ou ultras 12, é fácil de conseguir isso, basta implementares sempre uma boa moderação nos comentários, existe muitas maneiras de comentar o movimento ultra sem ser na base das ameaças e ofensas e todos sabemos que isso td não passa de treta…

Quanto ao grafismo da primeira pagina, de facto o user que meteu a critica tem alguma razão…tenta separar as coisas…naturalmente que a casualidade faz parte do mesmo saco, mas podes mostrar isso de outra forma…tenta fazer uma separação…


Parabéns pela iniciativa, e espero que este espaço sirva para promover o movimento Ultra Nacional e não enterra-lo como acontece noutros sítios…

Anônimo disse...

O mês de março teve, entre outras, duas intervenções particularmente importantes do Santo Padre Bento XVI: a publicação da Exortação apostolica pós-sinodal “Sacramentum Caritatis” sobre a Eucaristia, fonte e ápica da vida e da missão da Igreja, e o discurso aos participantes do Congresso "Os 50 anos dos Tratados de Roma – Valores e perspectivas para a Europa do amanhã", promovido pela Comissão dos Episcopados da Comunidade Européia (COMECE).
Com a Exortação Apostólica pós-sinodal, o longo e articulado itinerário da XI Assembléia Ordinária do Sínodo dos Bispos (2 - 23 de outubro de 2005) “encontra o seu fruto mais maduro”, disse o Card. Angelo Scola, Patriarca de Veneza, que foi o Relator-geral do Sínodo dos Bispos, apresentando o documento. “Se, de um lado, a Exortação Apostólica constitui o fruto maduro de um caminho percorrido – disse ainda o Cardeal -, de outro, se propõe explicitamente o objetivo de abrir a estrada e ulteriores aprofundamentos. Esta mira, com efeito, a “explicitar algumas fundamentais linhas de empenho, dirigidas a provocar na Igreja novo impulso e fervor eucarístico”.
A Exortação é estruturada em três partes, cada uma das quais aprofunda uma das três dimensões da Eucaristia: Eucaristia, mistério a ser crido; Eucaristia, mistério a ser celebrado: Eucaristia, mistério a ser vivido. Tais partes “estão a tal ponto relacionadas que seus conteúdos se iluminam reciprocamente. Além do mais, uma significativa contribuição do trabalho sinodal é justamente a superação de tais dualismos – por exemplo, aqueles entre fé eucarística e rito, entre celebração e adoração, entre doutrina e pastoral – às vezes ainda presentes na vida da comunidade eclesial e na reflexão teológica”.
De grande densidade foi também o discurso dirigido pelo Papa Bento XVI à Comissão dos Episcopados da Comunidade Européia. O Santo Padre, além de recordar as raízes cristãs que formaram o continente europeu, explicou também como “uma comunidade que se constrói sem respeitar a autêntica dignidade do ser humano, esquecendo que cada pessoa está criada à imagem de Deus, acaba por não fazer o bem de ninguém – prosseguiu o Pontífice -. Por este motivo, cada vez é mais indispensável que a Europa evite essa atitude pragmática, hoje amplamente difundida, que justifica sistematicamente o compromisso sobre os valores humanos essenciais, como se tratasse da inevitável aceitação de um suposto mal menor… Quando neste pragmatismo se introduzem tendências laicistas ou relativistas, acaba-se por negar aos cristãos o direito próprio de intervir como cristãos no debate público ou, ao menos, desqualifica-se sua contribuição com a acusação de que buscam defender injustificados privilégios. No momento histórico atual e ante os muitos desafios, a União Européia, se quiser garantir adequadamente o estado de direito e promover eficazmente os valores humanos, tem de reconhecer com clareza a existência certa de uma natureza humana estável e permanente, fonte de direitos comuns para todos os indivíduos, inclusive os daqueles que os negam. Neste contexto, há que salvaguardar o direito à objeção de consciência, cada vez que os direitos humanos fundamentais sejam violados”.



• SYNTHESIS INTERVENTUUM

3 de março de 2007 - Discurso no encerramento dos Exercícios Espirituais da Cúria Romana
4 de março de 2007 - Angelus
7 de março de 2007 - Audiência Geral
8 de março de 2007 – Audiência aos Sócios do Círculo de São Pedro
9 de março de 2007 – Audiência à Assembléia Plenária do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais
10 de março de 2007 – Vigília de oração por ocasião do V Dia Europeu dos Universitários
11 de março de 2007 – Angelus
13 de março de 2007 – Audiência ao Presidente da Federação Russa
14 de março de 2007 – Audiência Geral
16 de março de 2007 – Audiência aos participantes do Curso organizado pela Penitenciaria Apostólica
18 de março de 2007 – Homilia por ocasião da visita ao Instituto Penal Juvenil "Casal del Marmo"
18 de março de 2007 - Angelus
21 de março de 2007 – Audiência Geral
22 de março de 2007 – Audiência à Sessão Plenária do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Agentes de Saúde
24 de março de 2007 – Audiência aos participantes do Congresso promovido pela COMECE
24 de março de 2007 – Audiência à Fraternidade de Comunhão e Libertação
25 de março de 2007 – Homilia durante a visita pastoral à Paróquia de Santa Felicita e Filhos mártires
25 de março de 2007 - Angelus
28 de março de 2007 – Audiência Geral
29 de março de 2007 – Encontro com os jovens da Diocese de Roma para o Dia Mundial da Juventude
31 de março de 2007 – Mensagem ao IX Fórum internacional dos Jovens


• VERBA PONTIFICIS

Confissão
Conversão
Eucaristia
Europa
Enfermos
Missionários mártires
Óbolo de São Pedro
Quaresma
Santo Inácio


• INTERVENTUS SUPER QUAESTIONES

Mulher – (Pequim) As mulheres são sempre mais protagonistas da vida da Igreja e, sobretudo, da Evangelização

Família – (Guayaquil) Iniciado o Primeiro Congresso “Pró-Vida e Família”: denunciar a cultura de morte e proclamar a verdade integral sobre a vida e a família, à luz do Evangelho e da doutrina da Igreja
Família – (Madri) Os Bispos denunciam o estender-se de uma “cultura” da morte que deixa sem fundamento os direitos do homem e dilui na consciência social o valor da vida e da dignidade da pessoa: Mensagem para o Dia da Vida

Missão – (Lima) “Chegou a hora dos leigos, que devem considerar a urgente necessidade de sua participação nos ambientes político, econômico, social, cultural e artístico”: o Cardeal Cipriani analisa os desafios da Nova Evangelização na América Latina

Pontifícias Obras Missionárias – (Durham) “A espiritualidade deve ser a prioridade dos agentes da missão hoje”: concluído o Encontro Europeu anual dos Diretores Nacionais das Pontifícias Obras Missionárias

Quaresma – (Dili) “Que a Quaresma seja para cada cristão uma renovada experiência do amor de Deus, a compartilhar com o próximo”, exortam os Bispos de Timor Leste
Quaresma – (Pretória) A coleta quaresmal a favor dos mais pobres e dos projetos educacionais da Igreja: continuar a missão salvífica de Cristo significa, em primeiro lugar, proclamar a Boa Nova de modo mais eficaz


• QUAESTIONES

VATICANO - Publicada a Exortação apostólica pós-sinodal do Papa Bento XVI “Sacramentum Caritatis” sobre a Eucaristia fonte e ápice da vida e da missão da Igreja
VATICANO - In Solemnitate Sancti Joseph «Protector Sanctae Ecclesiae», Eum deprecemur pro Beatissimo Papa Nostro Benedicto XVI, olim Cardinalis Josephus Ratzinger





SYNTHESIS INTERVENTUUM

3 de março de 2007 – Discurso no encerramento dos Exercícios Espirituais da Cúria Romana
VATICANO - Concluem-se os Exercícios Espirituais da Cúria Romana: “Por detrás de tantos fenômenos do nosso tempo, aparentemente muito distantes da religião e de Cristo, há uma pergunta, uma expectativa, um desejo... a única verdadeira resposta a este desejo, onipresente justamente no nosso tempo, é Cristo”, afirma o Santo Padre Bento XVI

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Com o canto das Laudes e a Meditação final, concluíram-se esta manhã, 3 de março, os Exercícios Espirituais na presença do Santo Padre Bento XVI. As meditações foram propostas pelo Card. Giacomo Biffi, Arcebispo emérito de Bolonha, ao qual o Santo Padre se dirigiu com palavras de gratidão ao final dos Exercícios
“Na Santa Missa, antes da oração eucarística, todos os dias respondemos ao convite «corações ao alto» com as palavras: «o nosso coração está em Deus» - disse o Papa Bento XVI - . E temo que esta resposta seja frequentemente mais ritual do que existencial. Mas sua Eminência nos ensinou nesta semana, realmente, a alçar, a elevar o nosso coração, a subir ao alto rumo ao invisível, rumo à verdadeira realidade. E nos doou também a chave para responder todos os dias aos desafios desta realidade… sua Eminência, realmente, nos ajudou a sair desta gravitação das coisas de todos os dias e a entrar nesta outra gravitação do Ressuscitado e, assim, a subir ao alto.”
Gostaria de dizer-lhe obrigado – prosseguiu o Pontífice –, também porque nos doou diagnoses muito acuradas e precisas sobre a nossa situação de hoje e, sobretudo, nos mostrou como por detrás de tantos fenômenos do nosso tempo, aparentemente muito distantes da religião e de Cristo, há uma pergunta, uma expectativa, um desejo; e que a única verdadeira resposta a este desejo, onipresente justamente no nosso tempo, é Cristo. Assim, sua Eminência nos ajudou a seguir com maior coragem Cristo e a amar mais a Igreja, a «Immaculata ex maculatis», como sua Eminência nos ensinou com Santo Ambrósio.” O Papa concluiu agradecendo ao Card. Biffi também “pelo seu realismo, pelo seu humorismo e pela sua concretude”. (S.L.) (Agência Fides 3/3/2007)

4 de março de 2007 - Angelus
VATICANO - Bento XVI recorda no Angelus que “a oração não é algo acessório ou opcional, mas uma questão de vida ou morte. Somente quem reza, isto é, quem se confia a Deus com amor filial, pode entrar na vida eterna, que é o próprio Deus”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – O Evangelho do segundo domingo de Quaresma nos apresenta o episodio da Transfiguração do Senhor (Lc 9,28-36): Jesus subiu o monte para rezar junto aos apóstolos Pedro, Tiago e João e, enquanto rezava, verificou-se o mistério da sua transfiguração. Comentando este trecho evangélico antes da oração do Angelus no domingo, 4 de março, o Papa Bento XVI evidenciou alguns aspectos: subir a montanha para os três Apóstolos quer dizer “envolver-se na oração de Jesus, que se retirava com freqüência para orar… somente nessa ocasião, no monte, Ele quis manifestar aos seus amigos a luz interior que o invadia quando rezava”.
Um outro aspecto salientado pelo Papa: Moisés e Elias aparecem ao lado de Jesus transfigurado e "falavam de sua partida, que se cumpriria em Jerusalém" (9,31). “Portanto, Jesus escutava a Lei e os profetas que falam de sua morte e ressurreição – explicou Bento XVI -. Em seu diálogo íntimo com o Pai, Ele não sai da história, não foge da missão para a qual veio ao mundo, apesar de saber que, para chegar à glória, terá de passar através da cruz. Mais ainda, Cristo entra mais profundamente nesta missão, aderindo, com todo o seu ser, à vontade do Pai, e nos demonstra que a verdadeira oração consiste precisamente em unir nossa vontade à vontade de Deus”.
Em seguida, o Pontífice destacou que, para um cristão, “rezar não é evadir-se da realidade e das responsabilidades que esta comporta, mas assumi-las até o fundo, confiando no amor fiel e inesgotável do Senhor”. Antes de rezar o Angelus, o Papa recordou ainda que “a oração não é algo acessório ou opcional, mas uma questão de vida ou morte. Somente quem reza, isto é, quem se confia a Deus com amor filial, pode entrar na vida eterna, que é o próprio Deus”. Em particular, Bento XVI pediu à Virgem Maria, especialmente neste tempo litúrgico, “que nos ensine a rezar como seu Filho o fazia, para que nossa existência se transforme pela luz de sua presença”.
Após o Angelus, o Papa agradeceu àqueles que o acompanharam com a oração durante os Exercícios Espirituais, encorajando todos, neste tempo de Quaresma, “a buscar o silêncio e o retiro, para deixar mais espaço à oração e à meditação da Palavra de Deus”. E recordou a Vigília mariana de sábado, 10 de março, com os jovens universitários de Roma, da qual participarão, em conexão via satélite, também inúmeros estudantes de outros países da Europa e da Ásia, durante a qual “invocaremos a intercessão de Maria, Sedes Sapientiae, para que o Senhor envie testemunhas da verdade evangélica, para construir a civilização do amor nesses dois continentes e no mundo inteiro”. (S.L.) (Agência Fides 5/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=739

7 de março de 2007 – Audiência Geral
VATICANO - Papa Bento XVI inicia um novo ciclo de catequeses dedicado aos Padres Apostólicos: na carta aos Coríntios de São Clemente, uma atual análise sobre a identidade e a missão da Igreja

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Também nesta semana, a Audiência Geral de quarta-feira, 7 de março, se realizou em dois momentos: o Santo Padre Bento XVI encontrou primeiramente, na Basílica Vaticana, os Bispos da Conferência Episcopal da região italiana do Piemonte, por ocasião da Visita "ad Limina Apostolorum", com os fiéis das dioceses piemonteses e grupos de estudantes e jovens italianos e, depois, na Sala Paulo VI, o Papa saudou peregrinos e fiéis provenientes da Itália e de todas as partes do mundo. “A fé cristã se confronta, também no Piemonte e em Valle d’Aosta, com muitos desafios devidos, no atual contexto sociocultural, às tendências agnósticas presentes em campo doutrinal, como também às pretensões de plena autonomia ética e moral. Não é certo fácil anunciar e testemunhar hoje o Evangelho”, disse Bento XVI na Basílica Vaticana. Todavia, o Papa destacou que “permanece no povo um sólido substrato espiritual… Além disso, sente-se, por parte dos fiéis leigos e de grupos de engajamento apostólico, uma mais sentida exigência de tensão à santidade, medida alta da vida cristã”. O Papa exortou os Bispos a ajudar as comunidades eclesiais “a seguir fielmente o Senhor, valorizando suas potencialidades espirituais e os carismas de cada um”. Aos jovens estudantes, o Papa fez votos de que a Quaresma seja “ocasião propícia para redescobrir o dom da seqüela de Cristo e aprender a aderir sempre, com a sua ajuda, à vontade do Pai”.
Na Sala Paulo VI, o Santo Padre iniciou com São Clemente um novo clico de catequeses dedicado aos Padres apostólicos, ou seja, à primeira e à segunda gerações na Igreja depois dos Apóstolos. “São Clemente, bispo de Roma nos últimos anos do século I, é o terceiro sucessor de Pedro, depois de Lino e Anacleto – recordou Bento XVI - . O testemunho mais importante sobre sua vida é o de Santo Irineu, bispo de Lyon até o ano 202. Ele testifica que Clemente «havia visto os apóstolos», «havia se encontrado com eles» e «ainda ressoava em seus ouvidos sua pregação, e tinha ante os olhos sua tradição». Testemunhos tardios, entre os séculos IV e VI, atribuem a Clemente o título de mártir.”
A única obra certa atribuída a ele é a “Carta aos Coríntios”, escrita à Igreja de Coríntio, em nome da Igreja de Roma, depois da morte do imperador Domiciano e no final da sua perseguição, portanto, imediatamente depois de 96. Esta carta enfrenta inúmeros temas de perene atualidade e representa, desde o primeiro século, “a solicitude da Igreja de Roma, que precede na caridade a todas as outras Igrejas”. “A intervenção de Clemente – continuou Bento XVI - era solicitada pelos graves problemas que a Igreja de Corinto atravessava: os presbíteros da comunidade, de fato, haviam sido depostos por alguns jovens contestadores”. Retomando temas importantes para São Paulo, que escreveu duas cartas aos Coríntios, Clemente destaca que o Senhor “nos doa o perdão, nos dá seu amor, a graça de ser cristãos, seus irmãos e irmãs. É um anúncio que enche de alegria nossa vida e que dá segurança ao nosso atuar: o Senhor nos previne sempre com sua bondade, e a bondade é sempre maior que todos os nossos pecados. É necessário, contudo, que nos comprometamos de maneira coerente com o dom recebido e que respondamos ao anúncio da salvação com um caminho generoso e valente de conversão”.
O motivo na base dos abusos que se verificaram em Coríntio, observava Clemente, “deve ser buscado no enfraquecimento da caridade e de outras virtudes cristãs indispensáveis. Por este motivo, convida os fiéis à humildade e ao amor fraterno, duas virtudes que fazem parte verdadeiramente do ser na Igreja”. Clemente ilustra aqui o seu ideal de Igreja: “congregada pelo ‘único Espírito de graça infundido sobre nós’, que sopra nos diversos membros do Corpo de Cristo, no qual todos, unidos sem nenhuma separação, são ‘membros uns dos outros’”. O Papa Bento XVI reiterou, a este ponto, que a distinção do conceito “entre ‘leigo’ e a hierarquia não significa uma contraposição, mas somente essa relação orgânica de um corpo, de um organismo, com as diferentes funções. A Igreja, de fato, não é um lugar de confusão e de anarquia, onde cada um pode fazer o que quer em todo momento: cada um, nesse organismo, com uma estrutura articulada, exerce seu ministério segundo a vocação recebida. No que se refere aos chefes das comunidades, Clemente explicita claramente a doutrina da sucessão apostólica. As normas que a regulam derivam, em última instância, do próprio Deus”.
A carta de Clemente se conclui com a "grande oração" na qual “louva e dá graças a Deus por sua maravilhosa providência de amor, que criou o mundo e que continua salvando-o e santificando-o”. O Santo Padre evidenciou o relevo particular da invocação para os governantes: “Ao rezar pelas autoridades, Clemente reconhece a legitimidade das instituições políticas na ordem estabelecida por Deus; ao mesmo tempo, manifesta a preocupação de que as autoridades sejam dóceis a Deus e «exerçam o poder que Deus lhes deu com paz, mansidão e piedade». César não é tudo. Emerge outra soberania, cuja origem e essência não são deste mundo, mas «do alto»: é a da Verdade, que tem o direito ante o Estado de ser ouvida”. (S.L.) (Agência Fides 8/3/2007)
O texto integral da catequese do Santo Padre
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=740

8 de março de 2007 – Audiência aos Sócios do Círculo de São Pedro
VATICANO - “A antiga prática do Óbolo de São Pedro surge da consciência de que cada fiel é chamado a sustentar inclusive materialmente a obra de evangelização e, ao mesmo tempo, a socorrer com generosidade os pobres e os necessitados”: o Papa ao Círculo São Pedro

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “A antiga prática do Óbolo de São Pedro, em um certo modo já em vigor nas primeiras comunidades cristãs, surge da consciência de que cada fiel é chamado a sustentar inclusive materialmente a obra de evangelização e, ao mesmo tempo, a socorrer com generosidade os pobres e os necessitados”: foi o que recordou o Santo Padre Bento XVI aos Sócios do Círculo de São Pedro, recebidos em audiência em 8 de março, no final da manhã.
Este encontro anual, que se realiza próximo da festa da Cátedra de São Pedro, destaca a peculiar fidelidade à Santa Sé que caracteriza o Círculo, e é ocasião para entregar ao Papa a coleta do tradicional Óbolo efetuada nas paróquias e nos institutos de Roma, apesar de hoje já estar presente em todo o mundo. “Em cada diocese, em cada paróquia e comunidade religiosa coleta-se anualmente o Óbolo de São Pedro – recordou o Pontífice -, que depois é enviado ao centro da Igreja para ser redistribuído segundo as necessidades e os pedidos que chegam ao Papa de todas as partes da terra. Na história da Igreja, houve momentos nos quais o auxílio econômico dos cristãos ao Sucessor de Pedro resultou particularmente significativo”, recordou Bento XVI, citando um passo da Encíclica Saepe venerabilis do bem-aventurado Papa Pio IX.
Ao agradecer aos Sócios do Círculo pelo seu empenho na coleta das ofertas, o Papa destacou que, “também neste nosso tempo, a Igreja continua difundindo o Evangelho e cooperando para a construção de uma humanidade mais fraterna e solidária. E justamente graças ao Óbolo de São Pedro, lhe é possível realizar esta sua missão de evangelização e de promoção humana”. Entre as iniciativas promovidas pelo Círculo, Bento XVI citou com particular satisfação o serviço de amparo aos doentes e a seus familiares por meio do “Hospice Sacro Cuore”, e concluiu lembrando que, no tempo quaresmal, “a liturgia nos recorda que, no compromisso da oração e do jejum, devemos unir nossa atenção pelos irmãos, especialmente por aqueles que se encontram em dificuldade, indo a seu encontro com gestos e obras de sustento material e espiritual”. (S.L.) (Agência Fides 9/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre, em italiano
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=741

9 de março de 2007 – Audiência aos participantes da Plenária do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais
VATICANO - “Boa parte daquilo que se transmite de várias formas nos lares de milhões de famílias no mundo inteiro é nocivo. A Igreja gera esperança, orientando a luz da verdade de Cristo para tais sombras”: Papa Bento XVI à Plenária do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “Indubitavelmente, os vários sectores dos mass media têm oferecido um grande benefício para a civilização… no que diz respeito à internet, é necessário reconhecer oportunamente que ela abriu um mundo de conhecimento e de aprendizado ao qual, precedentemente, na melhor das hipóteses só alguns tinham acesso. Estas contribuições para o bem comum devem ser reconhecidas e encorajadas. Por outro lado, é também evidente que uma boa parte daquilo que se transmite de várias formas nos lares de milhões de famílias no mundo inteiro é nocivo. A Igreja gera esperança, orientando a luz da verdade de Cristo para tais sombras. Incrementemos os nossos esforços em vista de encorajar todos a colocar a lâmpada no candeeiro, a fim de que a sua luz ilumine todos em casa, na escola e na sociedade em geral!” Foi o que recordou o Papa Bento XVI aos participantes da Plenária do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, recebidos em audiência na sexta-feira, 9 de março.
Depois de expressar a sua gratidão pelo compromisso no apostolado das comunicações sociais, “cuja importância não pode ser subestimada no nosso mundo cada vez mais tecnológico”, o Papa Bento XVI evidenciou que “o campo das comunicações sociais está a transformar-se rapidamente. Enquanto a comunicação de imprensa tem dificuldade de conservar a sua circulação, outras formas de comunicação como a rádio, a televisão e a internet estão a desenvolver-se a um nível extraordinário. Contra o cenário da globalização, este aumento dos meios de comunicação electrónicos coincide com a sua crescente concentração nas mãos de algumas multinacionais, cuja influência ultrapassa todos os confins sociais e culturais”.
Avaliando os resultados e efeitos deste incremento dos meios de comunicação social, análise que requer grande atenção, o Papa destacou “o papel invasivo dos meios de comunicação na formação da cultura” e evidenciou os grandes benefícios oferecidos à civilização, mas também os aspectos negativos. “As minhas preocupações não são diferentes das de qualquer mãe ou pai, professor ou cidadão responsável”, disse Bento XVI, recordando a sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações deste ano dedicada ao relacionamento entre os meios de comunicação e os jovens. “Portanto, é grave a responsabilidade de introduzir e educar as crianças e os jovens pelos caminhos da beleza, da verdade e da bondade. Ela somente pode ser promovida pelas multinacionais da comunicação, na medida em que estes fomentarem a dignidade humana fundamental, o valor genuíno do matrimónio e da vida familiar, e as conquistas e metas positivas da humanidade.” Por fim, o Santo Padre se dirigiu aos responsáveis da indústria dos meios de comunicação social, “a fim de que aconselhem os produtores a salvaguardar o bem comum, a promover a verdade e a proteger a dignidade humana de cada indivíduo, fomentando também o respeito pelas necessidades da família. (S.L.) (Agência Fides 10/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre, em inglês
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=742

10 de março de 2007 - Vigília de oração por ocasião do V Dia Europeu dos Universitários, sobre o tema: "A caridade intelectual: via para uma nova cooperação Europa-Ásia"
VATICANO - Bento XVI no Dia Europeu dos Universitários: “A caridade intelectual pode unir o caminho existencial de jovens que, mesmo vivendo muito distante uns dos outros, conseguem se sentir em contato em nível da busca interior e do testemunho”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “É sugestivo pensar na caridade intelectual como força do espírito humano, capaz de aproximar os itinerários formativos das novas gerações. Mais globalmente, a caridade intelectual pode unir o caminho existencial de jovens que, mesmo vivendo muito distante uns dos outros, conseguem se sentir em contato em nível da busca interior e do testemunho. Esta tarde realizamos uma ponte ideal entre a Europa e a Ásia, continente de riquíssimas tradições espirituais, onde evoluíram algumas entre as mais antigas e nobres tradições culturais da humanidade.” Foi o que disse o Santo Padre Bento XVI na tarde de sábado, 10 de março, na Sala Paulo VI, no Vaticano, durante a Vigília de oração por ocasião do V Dia Europeu dos Universitários, sobre o tema: "A caridade intelectual: via para uma nova cooperação Europa-Ásia".
Da iniciativa, promovida pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa e pelo Departamento para a pastoral universitária do Vicariato de Roma, participaram os estudantes das universidades romanas e, em conexão via satélite, os universitários de Turim, Bolonha, Manchester, Coimbra, Cracóvia, Praga, Tirana, Hong Kong, Calcutá, Manila e Islamabad. O Santo Padre guiou a reza do Terço e, no final, dirigiu uma saudação aos universitário antes de entregar a alguns de seus representantes cópias da Exortação apostólica “Ecclesia in Europa” e “Ecclesia in Asia”.
“Os jovens universitários de Roma se fazem promotores da irmandade no marco do amor intelectual – disse Bento XVI na sua saudação -, perseguem uma solidariedade que não surge do plano dos interesses econômicos ou políticos, mas do estudo e da busca da verdade. Em suma, estamos na verdadeira perspectiva "universitária", ou seja, daquela comunidade do saber que foi um dos elementos constitutivos da Europa.” Depois de se dirigir, nas respectivas línguas, aos estudantes conectados de diversas cidades e nações, o Santo Padre concluiu com esta exortação: “O mistério da Cruz não está desvinculado do tema da caridade intelectual, pelo contrário, o ilumina. A sabedoria cristã é sabedoria da Cruz: os estudantes e, em maior razão, os docentes cristãos interpretam toda realidade à luz do mistério do amor de Deus, que tem na Cruz a sua mais alta e completa revelação. Mais uma vez, caros jovens, vos confio a cruz de Cristo: acolhei-a, abraçai-a, segui-a. É a árvore da vida! Aos seus pés encontrareis sempre Maria, a Mãe de Jesus. Com Ela, Sé da Sabedoria, dirigi o olhar Àquele que por nós foi traspassado (cfr Jo 19,37), contemplai a fonte inesgotável do amor e da verdade, e podereis vos tornar também vós discípulos e testemunhas repletos de alegria.” (S.L.) (Agência Fides 12/3/2007)
O texto integral da homilia do Santo Padre, em italiano
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=744

11 de março de 2007 – Angelus
VATICANO - “Cristo convida a responder ao mal antes de tudo com um sério exame de consciência e com o compromisso de purificar a própria vida… De fato, as pessoas e as sociedades que vivem sem nunca pôr-se em discussão têm como único destino final a ruína”: Bento XVI no Angelus

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – O tema da conversão esteve no centro do discurso pronunciado pelo Papa Bento XVI antes de rezar o Angelus com os fiéis reunidos na praça S. Pedro, no domingo, 11 de março. Inspirado no Evangelho de Lucas proclamado no terceiro Domingo de Quaresma, e recordando o convite de Jesus: "Não, vos asseguro; e se não vos converterdes, todos perecereis do mesmo modo" (13,3.5), o Santo Padre evidenciou que o ponto ao qual Jesus quer levar seus ouvintes é “a necessidade da conversão”.
“Não a apresenta em termos moralistas, mas realistas, como única resposta adequada para os acontecimentos que põem em crise as certezas humanas”, prosseguiu Bento XVI, recordando que diante de certas desgraças, como aquelas narradas no Evangelho, “a verdadeira sabedoria consiste mais em deixar-se interpelar pela precariedade da existência e assumir uma atitude de responsabilidade: fazer penitência e melhorar nossa vida. Esta é a sabedoria, esta é a resposta mais eficaz ao mal, em todos os âmbitos, interpessoal, social e internacional”. Cristo convida, portanto, a responder ao mal com um sério exame de consciência e com o compromisso de purificar a própria vida. “De fato, as pessoas e as sociedades que vivem sem nunca pôr-se em discussão têm como único destino final a ruína. A conversão, pelo contrário, apesar de não preservar dos problemas e adversidades, permite enfrentá-los de «maneira» diferente... Em síntese: a conversão vence o mal em sua raiz, que é o pecado, ainda que nem sempre se possa evitar suas conseqüências.”
Por fim, o Papa pediu a intercessão de Maria Santissima, para que, no itinerario quaresmal, “ajude cada cristão a redescobrir a grandeza, diria inclusive a beleza da conversão. Que nos ajude a compreender que fazer penitência e corrigir a própria conduta não é simples moralismo, mas o caminho mais eficaz para melhorar tanto a nós mesmos como a sociedade”. (S.L.) (Agência Fides 12/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=743

13 de março de 2007 – Audiência ao Presidente da Federação Russa
VATICANO - Audiência do Santo Padre Bento XVI ao Presidente da Federação Russa
Cidade do Vaticano (Agência Fides) – A Sala de Imprensa da Santa Sé publicou na tarde de 13 de março o seguinte comunicado relativo à audiência concedida ao Presidente da Federação Russa. “Na tarde de hoje, 13 de março de 2007, o Santo Padre Bento XVI recebeu em audiência Sua Excelência o Senhor Vladimir Putin, Presidente da Federação Russa. Contemporaneamente, ocorreu o encontro do cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado de Sua Santidade, e do arcebispo Dominique Mamberti, secretário das Relações com os Estados, com o senhor Sergei Lavrov, ministro dos Assuntos Exteriores da Federação Russa, e outros membros da delegação que acompanha o Presidente.
Os colóquios, que se realizaram em um clima positivo, permitiram constatar as cordiais relações que se dão entre a Santa Sé e a Federação Russa, assim como a vontade recíproca de desenvolvê-las ulteriormente, inclusive com iniciativas específicas de caráter cultural. Neste contexto, foram examinados alguns temas bilaterais de comum interesse, que afetam também as relações entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa, e foram analisadas as questões internacionais de atualidade, em particular o Oriente Médio. Por último, prestou-se atenção aos problemas do extremismo e da intolerância, que constituem graves ameaças à convivência civil entre as nações, sublinhando a necessidade de preservar a paz e de favorecer uma resolução negociada e pacífica dos conflitos. (S.L.) (Agência Fides 14/3/2007)

14 de março de 2007 – Audiência Geral
VATICANO - Santo Inácio de Antioquia convida todos nós “a uma síntese progressiva entre configuração a Cristo e dedicação à sua Igreja”: a catequese do Papa Bento XVI na Audiência Geral

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Santo Inácio, terceiro Bispo de Antioquia, atual Turquia, de 70 a 107, data do seu martírio, foi o segundo dos Padres Apostólicos, depois de São Clemente, sobre os quais o Papa Bento XVI falou na sua catequese durante a Audiência Geral de 14 de março. Como nos relatam os Atos dos Apóstolos, em Antioquia surgiu uma florescente comunidade cristã, da qual foi primeiro Bispo o apóstolo Pedro. O Santo Padre recordou o testemunho de Eusébio de Cesaréia, um historiador do século IV que, falando da vida e da obra literária de Inácio, recorda que foi enviado a Roma “para ser pasto de feras, por causa do testemunho que deu de Cristo”. Durante a sua viagem em direção ao local do martírio, Inácio encorajava e reforçava as comunidades que encontrava, exortando-as a não cair nas heresias e a manter-se fiéis à Tradição Apostólica. A sua primeira etapa foi em Smirne, onde escreveu quatro cartas; e, depois, em Troade, onde enviou novas cartas às Igrejas de Filadélfia e de Smirne, e uma ao Bispo Policarpo. “Ao ler esses textos – notou o Papa - sente-se o frescor da fé da geração que ainda havia conhecido os apóstolos. Sente-se também nestas cartas o amor ardente de um santo”. Ao chegar a Roma, Inácio foi dado como alimento às feras no Anfiteatro Flávio.
“Nenhum Padre da Igreja expressou com a intensidade de Inácio o anseio pela «união» com Cristo e pela «vida» n’Ele”, destacou Bento XVI, recordando que Inácio suplicou aos cristãos de Roma para não impedissem o seu martírio, porque era impaciente para “se reunir com Jesus Cristo". “Para Inácio, a unidade é antes de tudo uma prerrogativa de Deus, que, existindo em três Pessoas, é Um em uma absoluta unidade. Repete com freqüência que Deus é unidade e que só em Deus esta se encontra no estado puro e originário. A unidade que os cristãos têm que realizar sobre esta terra nada mais é que uma imitação, a mais conforme possível, ao modelo divino”. Inácio insistiu em dois aspectos característicos da vida cristã: a estrutura hierárquica da comunidade eclesial e a unidade fundamental que une entre si todos os fiéis em Cristo. “A insistência da comunhão dos fiéis entre si e com seus pastores se reforça constantemente mediante imagens eloqüentes e analogias: a cítara, os instrumentos de corda, a entonação, o concerto, a sinfonia. É evidente a peculiar responsabilidade dos bispos, dos presbíteros e dos diáconos na edificação da comunidade. A eles se dirige antes de tudo o chamado ao amor e à unidade… Inácio é o primeiro que na literatura cristã atribui à Igreja o adjetivo «católica», ou seja, «universal»… Precisamente no serviço de unidade à Igreja Católica, a comunidade cristã de Roma exerce uma espécie de primado no amor”.
O Papa Bento XVI prosseguiu a sua catequese destacando que Inácio “é verdadeiramente o «doutor da unidade»: unidade de Deus e unidade de Cristo (em oposição às diferentes heresias que começavam a circular e que dividiam o homem e Deus em Cristo), unidade da Igreja, unidade dos fiéis, «na fé e na caridade, pois não há nada mais excelente que ela»… O «realismo» de Inácio é um convite para os fiéis de ontem e de hoje, é um convite para todos nós a alcançar uma síntese progressiva entre «configuração com Cristo» (união com Ele, vida n’Ele) e «entrega à sua Igreja» (unidade com o bispo, serviço generoso à comunidade e ao mundo). Em definitivo, é necessário conseguir uma síntese entre «comunhão» da Igreja em seu interior e «missão», proclamação do Evangelho aos outros, até que uma dimensão fale através da outra, e os fiéis tenham cada vez mais «esse espírito sem divisões, que é o próprio Jesus Cristo". Por fim, o Santo Padre convidou a rezar “para que o Senhor nos ajude a alcançar esta unidade e vivamos sem manchas, pois o amor purifica as almas”. (S.L.) (Agência Fides 15/3/2007)
O texto integral da catequese do Santo Padre
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=746

16 de março de 2007 – Audiência aos participantes do curso promovido pela Penitenciaria Apostólica
VATICANO - Papa Bento XVI aos participantes do curso promovido pela Penitenciaria Apostólica: “O compromisso do sacerdote e do confessor é principalmente este: fazer com que cada pessoa experimente o amor de Cristo por ela, encontrando-O na estrada da própria vida, como Paulo o encontrou no caminho para Damasco”
Cidade do Vaticano (Agência Fides) - “O encontro de hoje oferece-me a oportunidade para refletir junto a vós sobre a importância do sacramento da Penitência também neste nosso tempo e para reiterar a necessidade de que os sacerdotes se preparem a ministrá-lo com devoção e fidelidade para louvar a Deus e pela santificação do povo cristão, como prometem ao Bispo no dia de sua Ordenação presbiteral.” Com essas palavras, o Santo Padre Bento XVI se dirigiu aos participantes do Curso sobre o Foro interno organizado pela Penitenciaria Apostólica, recebidos em audiência em 16 de março, no final da manhã. “Com os gestos e as palavras sacramentais, os sacerdotes tornam visível sobretudo o amor de Deus, que em Cristo se revelou de modo pleno – prosseguiu o Santo Padre -… Aquilo que acontece neste sacramento é, portanto, primeiramente o mistério do amor, obra do amor misericordioso do Senhor… Todos necessitamos ir à fonte inesgotável do amor divino, que se manifesta a nós totalmente no mistério da Cruz, para encontrar a autêntica paz com Deus, com nós mesmos e com o próximo. Somente desta fonte espiritual é possível extrair aquela energia interior indispensável para derrotar o mal e o pecado, na luta sem fim que marca a nossa peregrinação terrena rumo à pátria celeste.”
O Papa então recordou como no mundo contemporâneo ainda estejam presentes as contradições relevadas pelo Concílio Vaticano II: “Vemos uma humanidade que gostaria de ser auto-suficiente, onde não poucas pessoas consideram quase de poder prescindir de Deus para viver bem; e mesmo assim, quantas pessoas parecem tristemente condenadas a enfrentar dramáticas situações de vazio existencial, quanta violência existe ainda sobre a terra, quanta solidão pesa sobre a alma do homem da era da comunicação! Em uma palavra, hoje parece que se perdeu o “sentido do pecado", mas em compensação, aumentaram os “complexos de culpa”. Quem poderá libertar o coração dos homens desta opressão de morte senão Aquele que, morrendo, derrotou para sempre a potência do mal com a onipotência do amor divino?”
O sacerdote, no sacramento da Confissão, é instrumento do amor misericordioso de Deus, e o seu compromisso é principalmente “fazer com que cada pessoa experimente o amor de Cristo por ela, encontrando-O na estrada da própria vida, como Paulo o encontrou no caminho para Damasco”. Para realizar esta importante missão e alcançar o objetivo pré-fixado, o sacerdote comprometido no ministério do sacramento da Penitência deve ser animado “por uma constante tensão à santidade”, interiormente sempre unido ao Senhor, fiel ao Magistério da Igreja no que concerne à doutrina moral, “consciente de que a lei do bem e do mal não é determinada pelas situações, mas por Deus”. Por fim, o Papa pediu a intercessão da Virgem Maria para que ampare o ministério dos sacerdotes confessores e ajude toda comunidade cristã “a compreender sempre mais o valor e a importância do sacramento da Penitência para o crescimento espiritual de todo fiel”. (S.L.) (Agência Fides 17/3/2007)
Links:
O texto integral do discurso do Santo Padre, em italiano
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18 de março de 2007 – Homilia por ocasião da visita ao Instituto Penal para Menores "Casal del Marmo" de Roma
VATICANO - O Papa ao Instituto Penal para Menores: “Poderia-se ser privado de tudo, até mesmo da liberdade ou da saúde, e estar em paz e na alegria se dentro do coração estiver Deus. O segredo, portanto, está aqui: é preciso que Deus ocupe sempre o primeiro lugar na nossa vida”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Domingo, 18 de março, IV da Quaresma, o Santo Padre Bento XVI visitou o Instituto Penal para Menores "Casal del Marmo" de Roma. Acolhido pelo Cardeal Camillo Ruini, Vigário-geral para a Diocese de Roma, e pelas autoridades civis, o Papa presidiu a Concelebração eucarística na Capela do Instituto, dedicada ao "Pai Misericordioso".
Na homilia, o Papa Bento XVI explicou o Evangelho da liturgia dominical, a parábola do pai misericordioso, na qual aparecem três pessoas: o pai e os dois filhos. “Ambos os filhos vivem em paz, são agricultores muito abastados, têm, portanto, do que viver, vendem bem seus produtos, a vida parece ser boa. E, todavia, o filho mais jovem, aos poucos, começa a achar esta vida sem graça, insatisfatória.” Com o desejo de experimentar uma outra vida, na qual possa ser realmente livre de fazer o que gosta, “uma vida livre desta disciplina e dessas normas dos mandamentos de Deus, das ordens do pai”, toma o seu patrimônio e vai embora. “O pai é muito respeitoso e generoso e respeita a liberdade do filho: é ele que deve encontrar o seu projeto de vida.” O filho vai a uma cidade muito distante, provavelmente não somente do ponto de vista geográfico, “porque quer uma vida totalmente diferente”.
Em um primeiro momento tudo corre bem, mas depois, com o tempo, tudo se torna vazio: “Também agora se repropõe a escravidão de fazer as mesmas coisas. E, por fim, também o dinheiro acaba e o jovem acha que o seu nível de vida está abaixo do nível dos porcos. Então começa a refletir e se pergunta se aquela era realmente a estrada da vida: uma liberdade interpretada como fazer o que eu quiser, viver, ter a vida somente para mim ou se, ao invés, não seria talvez mais vida viver para os outros, contribuir para a construção do mundo, para o crescimento da comunidade humana”. O jovem reflete e começa a ver que era muito mais livre em casa, “sendo proprietário também ele, contribuindo para a construção da casa e da sociedade em comunhão com o Criador, conhecendo o objetivo da sua vida, adivinhando o projeto que Deus tinha para ele”. O filho mais jovem, portanto, coloca-se em caminho para retornar a casa, para retomar a sua vida de um tempo.
O pai que tinha deixado a sua liberdade “para dar-lhe a possibilidade de entender interiormente o que é viver e o que é não viver”, o abraça e lhe prepara uma festa. “O filho entende que justamente o trabalho, a humildade e a disciplina de todos os dias cria a verdadeira festa e a verdadeira liberdade… Certamente, também no futuro a sua vida não será fácil, as tentações retornarão, mas ele está plenamente consciente de que uma vida sem Deus não funciona: falta o essencial, falta a luz, falta o porquê, falta o grande sentido do ser homem… O jovem entende que os mandamentos de Deus não são obstáculos para a liberdade e para uma bela vida, mas são os indicadores da estrada sobre a qual caminhar para encontrar a vida. Entende que também o trabalho, a disciplina, o empenhar-se não para si, mas para os outros, alarga a vida”. A reação de inveja do outro filho que ficou em casa nos faz entender que “também ele, no seu íntimo, deve ‘retornar a casa’ e entender novamente o que é a vida, entender que se vive realmente somente com Deus, com a sua Palavra, na comunhão da própria família, do trabalho; na comunhão da grande Família de Deus”.
Bento XVI completou a sua explicação da parábola com algumas observações: “O Evangelho nos ajuda a entender quem é realmente Deus: Ele é o Pai misericordioso que em Jesus nos ama além de qualquer medida. Os erros que cometemos, apesar de grandes, não investem a fidelidade do seu amor. No sacramento da confissão, podemos sempre partir novamente com a vida: Ele nos acolhe, nos restitui a dignidade de filhos seus… Além disso, esta parábola nos ajuda a entender quem é o homem: não é uma "monade", uma entidade isolada que vive somente para si e deve ter a vida somente para si. Pelo contrário, nós vivemos com os outros, somos criados junto aos outros e somente no estar com os outros, no doar-nos aos outros encontramos a vida... E, finalmente, o homem é uma pessoa livre. Devemos entender o que é a liberdade e o que é somente a aparência da liberdade. A liberdade, poderíamos dizer, é um trampolim para saltar no mar infinito da bondade divina, mas pode se tornar também um plano inclinado sobre o qual escorregar rumo ao abismo do pecado e do mal e perder, assim, também a liberdade e a nossa dignidade.”
Por fim, o Santo Padre recordou que neste tempo de Quaresma a Igreja “nos convida à conversão que, antes de ser um esforço sempre importante para mudar os nossos comportamentos, é uma oportunidade para decidir levantar-nos e partir novamente, ou seja, abandonar o pecado e escolher o retorno a Deus. Façamos – este é o imperativo da Quaresma – façamos juntos este caminho de libertação interior”.
No final da Santa Missa, Bento XVI visitou no ginásio do Instituto Penal para encontrar os jovens e os agentes da Polícia Penitenciaria. “Primeiramente, gostaria de dizer-vos obrigado pela nossa alegria, obrigado por esta preparação. Para mim, é uma grande alegria ter-vos dado um pouco de luz com esta minha visita”, disse o Papa, garantindo: “Sabei que o Papa vos quer bem e vos segue com afeto”. E prosseguiu: “Hoje para vós é um dia de festa, um dia de alegria. A própria liturgia deste domingo inicia com um convite a estar na alegria... Durante a Missa, recordamos que Deus nos ama: eis a fonte da verdadeira alegria. Mesmo tendo tudo aquilo que se deseja se é, às vezes, infeliz; poderia-se ser privado de tudo, até mesmo da liberdade ou da saúde, e estar em paz e na alegria se dentro do coração estiver Deus. O segredo, portanto, está aqui: é preciso que Deus ocupe sempre o primeiro lugar na nossa vida”. (S.L.) (Agência Fides 21/3/2007)
O texto integral da homilia e do discurso do Santo Padre, em italiano
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18 de março de 2007 - Angelus
VATICANO - No Angelus, o Papa recorda que a Eucaristia é “Sacramento da caridade”: “Na Eucaristia, Cristo quis nos dar o seu amor, que o impulsionou a oferecer na cruz a sua vida por nós”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – A fonte da alegria cristã se encontra na Eucaristia, “que Cristo nos deixou como Alimento espiritual, enquanto somos peregrinos nesta terra… A Eucaristia alimenta nos fiéis de todas as épocas essa alegria profunda, que forma um todo com o amor e com a paz, e que tem origem na comunhão com Deus e com os irmãos”. Domingo, 18 de março, o Papa Bento XVI dedicou o seu discurso antes do Angelus ao tema da Eucaristia, “fonte e ápice da vida e da missão da Igreja”, e à recente publicação da Exortação apostólica “Sacramentum caritatis”, que reúne os frutos da XI Assembléia Geral do Sínodo dos Bispos, realizada em outubro de 2005.
“Quero voltar a este importante texto – prosseguiu o Papa -, mas desde já desejo sublinhar que ele é expressão da fé da Igreja universal no Mistério eucarístico, e que se situa em continuidade com o Concílio Vaticano II e com o magistério de meus venerados predecessores Paulo VI e João Paulo II”. No Documento, é realçado o laço da Eucaristia com a Encíclica “Deus caritas est”, por isso o Santo Padre escolheu como título “Sacramentum caritatis”, retomando uma definição de São Tomás de Aquino. “Sim, na Eucaristia Cristo quis nos dar o seu amor, que o impulsionou a oferecer na cruz a sua vida por nós – afirmou Bento XVI -. Na Última Ceia, lavando os pés dos seus discípulos, Jesus nos deixou o mandamento do amor… Mas já que isso é possível somente permanecendo unidos a Ele, como ramos à videira, Ele escolheu permanecer entre nós na Eucaristia, para que nós possamos permanecer n’Ele. Quando, portanto, nos alimentamos com fé do seu Corpo e do seu Sangue, seu amor é transmitido a nós e nos torna capazes, assim, de dar a vida pelos irmãos. Daqui brota a alegria cristã, a alegria do amor.”
O Papa, portanto, invocou a intercessão de Maria, a “Mulher eucaristica" por excelência, “obra-prima da graça divina” enquanto o amor de Deus a tornou imaculada "em sua presença, no amor", e de S. José: “Invoco especialmente esse grande santo para que, crendo, celebrando e vivendo com fé o Mistério Eucarístico, o Povo de Deus seja invadido pelo amor de Cristo e difunda seus frutos de alegria e paz a toda a humanidade.”
Depois da oração mariana, saudando os peregrinos de língua italiana, o Santo Padre dirigiu uma particular saudação ao Comitê de Conexão dos Católicos por uma Civilização do Amor que, “por ocasião da festa de S. José, relança a campanha ‘Adote um pai’, em colaboração com os Institutos missionários, em benefício das famílias pobres nos países em desenvolvimento”. (S.L.) (Agência Fides 21/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre
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21 de março de 2007 – Audiência Geral
VATICANO - “A figura e a obra de Justino marcam a decidida opção da Igreja antiga pela filosofia, pela razão, ao invés da religião dos pagãos”: a catequese do Papa sobre São Justino, o mais importante dos apologistas do século II

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Continuando o ciclo de catequeses sobre os Padres Apostólicos, durante a Audiência Geral de quarta-feira, 21 de março, o Papa Bento XVI falou sobre a figura de São Justino, filosofo e mártir, “o mais importante dos apologistas do século II”. Primeiramente, o Papa explicou o significado da palavra “apologistas”, que “designa esses antigos escritores cristãos que se propunham defender a nossa religião das graves acusações dos pagãos e dos judeus, e difundir a doutrina cristã de uma maneira adaptada à cultura de seu tempo”.
Nascido por volta do ano 100 em Samaria, na Terra Santa, Justino buscou profundamente a verdade, freqüentando as várias escolas da tradição filosófica grega, até quando “um misterioso personagem, um ancião com o qual se encontrou na praia do mar” o fez conhecer a fé cristã. “Fundou uma escola em Roma, onde iniciava gratuitamente os alunos na nova religião, considerada como a verdadeira filosofia – recordou o Papa no seu discurso -. Nela, de fato, havia encontrado a verdade e, portanto, a arte de viver de maneira reta. Por este motivo, foi denunciado e foi decapitado por volta do ano 165.”
As únicas obras que nos sobraram dele são as duas Apologias e o Diálogo com o Hebreu Trifone, no qual “Justino pretende ilustrar antes de tudo o projeto divino da criação e da salvação que se realiza em Jesus Cristo, o «Logos», ou seja, o Verbo eterno, a Razão eterna, a Razão criadora. Cada homem, como criatura racional, participa do «Logos», leva em si uma «semente» e pode vislumbrar a verdade. Desta maneira, o próprio «Logos», que se revelou como figura profética aos judeus na Lei antiga, também se manifestou parcialmente como «sementes de verdade» na filosofia grega. Pois bem, conclui Justino, dado que o cristianismo é a manifestação histórica e pessoal do «Logos» em sua totalidade, «todo o belo que foi expresso por qualquer pessoa pertence a nós, os cristãos»’.”
O Papa Bento XVI recordou que “a figura e a obra de Justino marcam a decidida opção da Igreja antiga pela filosofia, pela razão, ao invés da religião dos pagãos... A filosofia representou, contudo, a área privilegiada do encontro entre paganismo, judaísmo e cristianismo, precisamente no âmbito da crítica à religião pagã e a seus falsos mitos … Justino, e com ele outros apologistas, firmaram a tomada de posição clara da fé cristã pelo Deus dos filósofos contra os falsos deuses da religião pagã. Era a opção pela verdade do ser contra o mito do costume”. Por fim, o Papa lembrou que o termo comum, empregado também por Tertuliano em referência à religião pagã, “pode ser traduzido nos idiomas modernos com as expressões «moda cultural», «moda do momento” e concluiu: “Em uma época como a nossa, caracterizada pelo relativismo no debate sobre os valores e sobre a religião – assim como no diálogo inter-religioso -, esta é uma lição que não se deve esquecer”.
No final da catequese, dirigindo-se aos peregrinos de língua italiana, Bento XVI saudou os fiéis das Dioceses da Sardenha, que vieram a Roma com seus Bispos por ocasião da Visita "ad Limina Apostolorum", com essas palavras: “Caros amigos, na recente Exortação Apostólica evoquei o valor da Eucaristia para a vida da Igreja e de cada cristão. Encorajo também vós a extrair desta admirável fonte a força espiritual necessária para manter-vos fiéis ao Evangelho e testemunhar sempre e em todos os lugares o amor de Deus. E vós, caros Irmãos no Episcopado, "fazendo-vos modelos do Rebanho" (IPt 5,3) não vos cansai de conduzir os fiéis confiados aos vossos cuidados pastorais a uma adesão pessoal e comunitária sempre mais generosa a Cristo.”
Por fim, o Papa lançou um apelo por ocasião do Dia de Luta à Tuberculose: “Em 24 de março será celebrado o Dia Mundial de Luta à Tuberculose. Que esta data favoreça uma maior responsabilidade no tratamento dessa doença e uma solidariedade cada vez mais intensa para com quem sofre por sua causa. Sobre eles e suas famílias, invoco o conforto do Senhor, enquanto encorajo as múltiplas iniciativas de assistência que a Igreja promove neste âmbito.” (S.L.) (Agência Fides 22/3/2007)
O texto integral da catequese do Santo Padre
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22 de março de 2007 – Audiência aos participantes da Sessão Plenária do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde
VATICANO - “Os agentes de saúde cristãos bem sabem que se dá um laço íntimo e indissolúvel entre a qualidade de seu serviço profissional e a virtude da caridade à qual Cristo os chama”: Bento XVI à Plenária do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “A pastoral da saúde é um âmbito evangélico por excelência que recorda a obra de Jesus, bom samaritano da humanidade. Quando passava pelos povos da Palestina anunciando a boa nova do Reino de Deus, acompanhava sempre a pregação com os sinais que realizava sobre os enfermos, curando todos os que eram prisioneiros de todo tipo de enfermidade e doença.” Foi o que recordou o Santo Padre Bento XVI, recebendo em audiência, em 22 de março, os participantes da Sessão Plenária do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde. O Santo Padre destacou que “a saúde do ser humano, de todo o ser humano, foi o sinal que Cristo escolheu para manifestar a proximidade de Deus, seu amor misericordioso que cura o espírito, a alma e o corpo” e isso deve ser sempre a referência fundamental de toda iniciativa neste campo.
“O ser humano tem um dever tanto em resposta a um direito fundamental da pessoa, como porque o tratamento dos indivíduos redunda em benefício da coletividade”, prosseguiu o Papa, que evidencia que “a estima e a confiança dos funcionários da saúde são proporcionais à certeza de que estes defensores da vida por profissão não desprezarão jamais uma existência humana, ainda que seja deficiente, e saberão alentar sempre toda tentativa de cura. O compromisso para oferecer tratamentos deve estender-se, portanto, a todos os seres humanos, com o objetivo de cobrir toda sua existência”.
“Os agentes de saúde cristãos, portanto, bem sabem que se dá um laço íntimo e indissolúvel entre a qualidade de seu serviço profissional e a virtude da caridade à qual Cristo os chama: com o bom cumprimento de seu trabalho, levam precisamente às pessoas o testemunho do amor de Deus. A caridade, como tarefa da Igreja, objeto de reflexão em minha encíclica «Deus caritas est», aplica-se de maneira particularmente significativa na atenção aos enfermos.A história da Igreja testemunha isso, com inumeráveis testemunhos de homens e mulheres que, de forma tanto individual como associada, atuaram neste campo.”
O Santo Padre, portanto, idealmente ofereceu aos presentes as reflexões contidas na Encíclica “Deus caritas est”, com as relativas orientações pastorais sobre o serviço caritativo da Igreja como "comunidade de amor", e acrescentou a esta a Exortação apostólica pós-sinodal, que trata da Eucaristia como "Sacramento da caridade", enquanto “a pastoral da saúde pode extrair continuamente força precisamente da Eucaristia para socorrer eficazmente o ser humano e promovê-lo, segundo a dignidade que lhe é própria. Nos hospitais e nas clínicas, a capela é o coração palpitante em que Jesus se oferece intensamente ao Pai celeste pela vida da humanidade. A Eucaristia, distribuída com dignidade e com espírito de oração aos enfermos, é seiva vital que os consola e infunde em seu espírito luz interior para viver com fé e com esperança a condição da enfermidade e do sofrimento”. (S.L.) (Agência Fides 23/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre, em italiano
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=751

24 de março de 2007 – Audiência aos participantes do Congresso "Os 50 anos dos Tratados de Roma – Valores e perspectivas para a Europa do amanhã", promovido pela Comissão dos Episcopados da Comunidade Européia (COMECE)
VATICANO - “Não se pode pensar em edificar uma autêntica «casa comum», descuidando da identidade própria dos povos … constituída por um conjunto de valores universais, que o cristianismo contribuiu a forjar”: o Papa aos participantes do Congresso promovido pela COMECE

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “Não se pode pensar em edificar uma autêntica «casa comum», descuidando da identidade própria dos povos de nosso continente. Trata-se, de fato, de uma identidade histórica, cultural e moral, antes que geográfica, econômica ou política; uma identidade constituída por um conjunto de valores universais, que o cristianismo contribuiu a forjar, desempenhando deste modo um papel não só histórico, mas de fundamento para a Europa. Estes valores, que constituem a alma do continente, têm de permanecer na Europa do terceiro milênio como «fermento» de civilização.” Foi o que reiterou o Santo Padre Bento XVI aos participantes do Congresso "Os 50 anos dos Tratados de Roma – Valores e perspectivas para a Europa do amanhã", promovido pela Comissão dos Episcopados da Comunidade Européia (COMECE), recebidos em audiência no sábado, 24 de março. “Se, por ocasião do qüinquagésimo aniversário dos Tratados de Roma, os governos da União desejam «aproximar-se» de seus cidadãos – prosseguiu o Papa -, como poderiam excluir um elemento essencial da identidade européia, como é o cristianismo, no qual uma ampla maioria deles segue identificando-se? Não é motivo de surpresa que a Europa de hoje, enquanto quer apresentar-se como uma comunidade de valores, conteste cada vez mais o fato de que tenha valores universais absolutos? Esta singular forma de «apostasia» de si mesma, antes ainda que de Deus, não a leva talvez a duvidar de sua própria identidade?”
Percorrendo o longo caminho do Continente nos últimos 50 anos, o Papa Bento XVI recordou em particular “a reconciliação dos dois «pulmões», oriente e ocidente, unidos por uma história comum” e “a exigência de estabelecer um sadio equilíbrio entre dimensão econômica e social”. “Do ponto de vista demográfico, há que constatar infelizmente que a Europa parece que empreendeu um caminho que poderia levá-la ao fim de sua história. Além de pôr em perigo seu crescimento econômico, pode causar também enormes dificuldades à coesão social e, sobretudo, favorecer um perigoso individualismo, que não tem em conta as conseqüências para o futuro”. Além disso, o Papa evidenciou que “a solidariedade encontra dificuldades, não só no âmbito internacional mas também no propriamente nacional”.
“Uma comunidade que se constrói sem respeitar a autêntica dignidade do ser humano, esquecendo que cada pessoa está criada à imagem de Deus, acaba por não fazer o bem de ninguém – prosseguiu o Pontífice -. Por este motivo, cada vez é mais indispensável que a Europa evite essa atitude pragmática, hoje amplamente difundida, que justifica sistematicamente o compromisso sobre os valores humanos essenciais, como se tratasse da inevitável aceitação de um suposto mal menor… Quando neste pragmatismo se introduzem tendências laicistas ou relativistas, acaba-se por negar aos cristãos o direito próprio de intervir como cristãos no debate público ou, ao menos, desqualifica-se sua contribuição com a acusação de que buscam defender injustificados privilégios. No momento histórico atual e ante os muitos desafios, a União Européia, se quiser garantir adequadamente o estado de direito e promover eficazmente os valores humanos, tem de reconhecer com clareza a existência certa de uma natureza humana estável e permanente, fonte de direitos comuns para todos os indivíduos, inclusive os daqueles que os negam. Neste contexto, há que salvaguardar o direito à objeção de consciência, cada vez que os direitos humanos fundamentais sejam violados.”
Bento XVI declarou-se consciente do quanto seja difícil para os cristãos “defender valentemente esta verdade sobre o homem” e exortou: “Não vos cansai nem vos desencorajai! Sabeis que tendes a tarefa de contribuir na construção, com a ajuda de Deus, de uma nova Europa, realista mas não cínica, rica de ideais e livre de ilusões ingênuas, inspirada na perene e vivificante verdade do Evangelho… Estou seguro de que Deus não deixará de abençoar o esforço generoso de quem, com espírito de serviço, trabalha por construir uma casa comum européia, na qual toda contribuição cultural, social e política esteja orientada ao bem comum”. (S.L.) (Agência Fides 26/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre, em italiano
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=753

24 de março de 2007 – Audiência aos participantes da Peregrinação promovida pela Fraternidade de Comunhão e Libertação, por ocasião dos 25 anos do reconhecimento pontifício da Fraternidade
VATICANO - “Eu vos convido a continuar sobre esta estrada, com uma fé profunda, personalizada e fortemente radicada no vivo Corpo de Cristo, a Igreja”: o Papa aos participantes da Peregrinação promovida pela Fraternidade de Comunhão e Libertação nos 25 anos de reconhecimento pontifício

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “O saudoso João Paulo II… nos confiou esta tarefa: «Ide a todo o mundo para levar a verdade, a beleza e a paz, que se encontram em Cristo Redentor». O pe. Giussani fez daquelas palavras o programa de todo o Movimento, e para Comunhão e Libertação foi o início de uma estação missionária que o levou a 80 países. Hoje, eu vos convido a continuar sobre esta estrada, com uma fé profunda, personalizada, e fortemente radicada no vivo Corpo de Cristo, a Igreja, que garante a contemporaneidade de Jesus conosco.” Este é o convite de Bento XVI aos mais de 80.000 participantes da Peregrinação promovida pela Fraternidade de Comunhão e Libertação, por ocasião dos 25 anos do reconhecimento pontifício da Fraternidade, encontrados na praça S. Pedro ao meio-dia de sábado, 24 de março.
Recordando primeiramente o fundador, Mons. Luigi Giussani, “ao qual me unem tantas recordações e que se tornou um verdadeiro amigo meu”, o Papa destacou que “o Espírito Santo suscitou na Igreja, por meio dele, um Movimento… que testemunhasse a beleza de ser cristãos em uma época em que se difundia a opinião de que o cristianismo fosse algo cansativo e opressor de se viver. O pe. Giussani se empenhou então a despertar nos jovens o amor por Cristo "Caminho, Verdade e Vida", repetindo que somente Ele é a estrada rumo à realização dos desejos mais profundos do coração do homem, e que Cristo não nos salva apesar da nossa humanidade, mas por meio dela”.
Este corajoso sacerdote “buscou a própria Beleza, a Beleza infinita que encontrou em Cristo” e, como afirmou João Paulo II, “a original intuição pedagógica de Comunhão e Libertação está no repropor de modo fascinante e em sintonia com a cultura contemporânea o acontecimento cristão, percebido como fonte de novos valores e capaz de orientar toda a existência.” A vasta e articulada Família espiritual de Comunhão e Libertação foi originada “por um encontro renovado com Cristo” e ainda hoje se oferece “como uma possibilidade de viver de modo profundo e atualizado a fé cristã; de um lado, com uma total fidelidade e comunhão com o Sucessor de Pedro e com os Pastores que garantem o governo da Igreja; de outro, com uma espontaneidade e uma liberdade que permitem novas e proféticas realizações apostólicas e missionárias”.
A Fraternidade de Comunhão e Libertação se insere no vasto florescimento de associações, movimentos e novas realidades eclesiais suscitados pelo Espírito Santo na igreja após o Concílio Vaticano II, como “sinal da fecundidade do Espírito do Senhor, para que se manifeste no mundo a vitória de Cristo ressuscitado e se realize o mandato missionário confiado a toda a Igreja”. O Papa Bento XVI então recordou que, no recente encontro com o clero e os párocos de Roma, convidou a “não apagar os carismas.... se o Senhor nos dá novos dons devemos ser gratos, apesar de, às vezes, serem incômodos. Ao mesmo tempo, já que a Igreja é una, os Movimentos são realmente dons do Espírito Santo, devem naturalmente inserir-se na Comunidade eclesial e servi-la de modo que, no diálogo paciente com os Pastores, possam constituir elementos edificantes para a Igreja de hoje e de amanhã.” (S.L.) (Agência Fides 26/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre, em italiano
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=752

25 de março de 2007 – Homilia por ocasião da visita pastoral à Paróquia de Santa Felicita e Filhos mártires no bairro Fidene, no setor norte da Diocese de Roma
VATICANO - O Papa em visita pastoral à Paróquia de Santa Felicita e Filhos mártires: “Que no caminho quaresmal… nos acompanhe a certeza de que Deus nunca nos abandona e que o seu amor é fonte de alegria e de paz; é força que nos impulsiona potentemente na estrada da santidade, se necessário, também até o martírio”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – No V Domingo de Quaresma, 25 de março, o Santo Padre Bento XVI realizou uma visita pastoral à Paróquia de Santa Felicita e Filhos mártires no bairro Fidene, no setor norte da Diocese de Roma. Na homilia durante a Santa Missa celebrada na igreja paroquial, o Papa destacou “a missão de toda comunidade paroquial, chamada a anunciar o Evangelho e a ser local de acolhimento e de escuta, de formação e de compartilha fraterna, de diálogo e de perdão”. Realizar esta tarefa não é certamente fácil, e evocando a palavra de Deus proclamada na Santa Missa, Bento XVI recordou que “a nossa peregrinação terrena é cheia de dificuldades e de provas, como o caminho do povo eleito no deserto antes de alcançar a terra prometida. Mas a intervenção divina pode torná-lo fácil”. Com efeito, o Senhor deu a cada comunidade cristã “abundantes reservas espirituais para atravessar o deserto deste mundo e transformá-lo em um fértil jardim. Essas reservas são a escuta dócil da sua Palavra, os Sacramentos e todo outro recurso espiritual da liturgia e da oração pessoal. Em definitiva, a verdadeira reserva é o seu amor. O amor que leva Jesus a imolar-se por nós, nos transforma e nos torna capazes de segui-lo fielmente”.
Refletindo sobre o trecho evangélico que narra o episodio da mulher adúltera, o Papa evidenciou algumas indicações concretas: “Jesus não entretém com os seus interlocutores uma discussão teórica: não lhe interessa vencer uma disputa a propósito de uma interpretação da lei mosaica, mas o seu objetivo é salvar uma alma e revelar que a salvação se encontra somente no amor de Deus. Por isso veio sobre a terra, por isso morrerá na cruz e o Pai o ressuscitará no terceiro dia. Jesus veio para nos dizer que nos quer a todos no Paraíso e que o inferno, do qual pouco se fala neste nosso tempo, existe e é eterno para aqueles que fecham o coração ao seu amor. Também neste episódio, portanto, compreendamos que nosso verdadeiro inimigo é a afetividade ao pecado, que pode nos conduzir à falência da nossa existência. Jesus se despede de mulher adúltera com este conselho: "Vai e não peca mais a partir de agora". Ele lhe concede o perdão para que "a partir de agora" não peque mais. Em uma narração análoga, a da pecadora arrependida que encontramos no Evangelho de Lucas, Ele acolhe e manda em paz uma mulher que se arrependeu. Aqui, ao invés, a adúltera recebe o perdão em um mundo incondicionado. Em ambos os casos – para a pecadora arrependida e para a adúltera – a mensagem é única. Em um caso se destaca que não existe perdão sem arrependimento; aqui se evidencia que somente o perdão divino e o seu amor recebido com coração aberto e sincero nos dão a força para resistir ao mal e para "não pecar mais". O comportamento de Jesus se torna, deste modo, um modelo a ser seguido por cada comunidade, chamada a fazer do amor e do perdão o coração pulsante de sua vida.”
Por fim, o Santo Padre concluiu a homilia com esses votos: “No caminho quaresmal que estamos percorrendo e que se aproxima rapidamente ao final, que nos acompanhe a certeza de que Deus nunca nos abbandona e que o seu amor é fonte de alegria e de paz; é força que nos impulsiona potentemente sobre a estrada da santidade, se necessário até o martírio. Assim acontece para os filhos e depois para a corajosa mãe Felicita, padroeiros de vossa Paróquia... Que o exemplo e a intercessão dessas santos sejam para vós um constante encorajamento a seguir a senda do Evangelho sem hesitações e sem comprometimentos”.
(S.L.) (Agência Fides 26/3/2007)
O texto integral da homilia do Santo Padre, em italiano
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25 de março de 2007 - Angelus
VATICANO - Bento XVI no Angelus: “A resposta de Maria ao anjo continua na Igreja, chamada a fazer presente a Cristo na história... os missionários mártires testemunham que o amor de Cristo é mais forte que a violência e o ódio”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “A Anunciação, narrada ao início do Evangelho de São Lucas, é um acontecimento humilde, escondido -- ninguém o viu, só o presenciou Maria --, mas ao mesmo tempo decisivo para a história da humanidade. Quando a Virgem pronunciou seu «sim» ao anúncio do anjo, Jesus foi concebido e com Ele começou a nova era da história, que depois seria sancionada na Páscoa como «nova e eterna Aliança.” Antes de rezar o Angelus com os fiéis reunidos na praça S. Pedro no domingo, 25 de março, o Santo Padre Bento XVI falou sobre a solenidade da Anunciação da Bem-aventurada Virgem Maria, que coincidindo este ano com um Domingo de Quaresma, é celebrada no dia seguinte. “a Anunciação é também uma festa cristológica, pois celebra um mistério central de Cristo: sua Encarnação”, evidenciou o Papa, recordando que o ‘sim’ de Maria é o reflexo perfeito do ‘sim’ do próprio Cristo quando entrou no mundo. A obediência do Filho se reflete na obediência da Mãe e, assim, para o encontro desses dois ‘sim’, Deus pôde assumir uma face humana.”
O Santo Padre recordou o XV Dia de oração e jejum pelos missionários mártires, celebrado no dia precedente, com essas palavras: “A resposta de Maria ao anjo continua na Igreja, chamada a fazer presente a Cristo na história, oferecendo sua própria disponibilidade para que Deus siga visitando a humanidade com sua misericórdia. O «sim» de Jesus e de Maria se renova deste modo no «sim» dos santos, especialmente dos mártires, que são assassinados por causa do Evangelho. Sublinho isso recordando que ontem, 24 de março, aniversário do assassinato de Dom Oscar Romero, arcebispo de de São Salvador, celebrou-se a Jornada de Oração e de Jejum pelos Missionários Mártires: bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos, assassinados no cumprimento de sua missão de evangelização e de promoção humana. Eles, os missionários mártires, como diz o tema deste ano, são «esperança para o mundo», pois testemunham que o amor de Cristo é mais forte que a violência e o ódio. Não buscaram o martírio, mas estiveram dispostos a dar a vida para serem fiéis ao Evangelho. O martírio cristão só se justifica como supremo ato de amor a Deus e aos irmãos.”
Depois da oração do Angelus, Bento XVI recordou que no Domingo de Ramos, com a qual tem início a Semana Santa, se celebrará o XXII Dia Mundial da Juventude, sobre o tema: "Como eu vos amei, amai também vós uns aos outros" (Jo 13,34). “Para nos preparar a este evento e à celebração da Páscoa – disse o Papa -, convido os jovens da Diocese de Roma a uma Liturgia penitencial, que presidirei na tarde de quinta-feira, 29 de março, na Basílica de São Pedro. Aqueles que o desejam terão a possibilidade de se aproximar ao Sacramento da Confissão, verdadeiro encontro com o amor de Deus, do qual todo homem necessita para viver na alegria e na paz.” (S.L.) (Agência Fides 26/3/2007)
Il testo integrale del discorso del Santo Padre
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28 de março de 2007 – Audiência Geral
VATICANO - Bento XVI dedica a sua catequese ao ensinamento de Santo Irineu de Lyon: “Todas as Igrejas têm de estar em harmonia com a igreja de Roma, reconhecendo nela a medida da verdadeira tradição apostólica, da única fé comum da Igreja”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Sobre a figura de Santo Irineu, Bispo de Lyon, “personalidade eminente… primeiramente homem de fé e Pastor”, o Papa Bento XVI dedicou a sua catequese durante a Audiência Geral de quarta-feira, 28 de março. Nascido com muita probabilidade em Smirne (hoje Izmir, na Turquia) por volta de 135-140, se transferiu para a Gália no período de formação da comunidade cristã de Lyon, e Irineu foi enviado a Roma com uma carta de sua comunidade ao Papa Eleutério. Deste modo, Irineu escapou da perseguição de Marco Aurélio, na qual morreram ao menos 48 mártires, entre os quais o próprio Bispo de Lyon, Potino. Ao seu retorno, Irineu foi eleito Bispo de Lyon, cargo que concluiu com o martírio em torno de 202-203.
Do bom Pastor Irineu “tem a prudência, a riqueza de doutrina e o ardor missionário – destacou o Santo Padre -. Como escritor, busca um duplo objetivo: defender a verdadeira doutrina dos assaltos dos hereges e expor com clareza a verdade da fé… Arraigando-se firmemente na doutrina bíblica da criação, Irineu refuta o dualismo e o pensamento gnóstico, que desvalorizam as realidades corporais. Reivindica com decisão a originária santidade da matéria, do corpo e da carne, em igualdade com a do espírito. Mas sua obra vai muito mais além da refutação da heresia: pode-se dizer, de fato, que se apresenta como o primeiro grande teólogo da Igreja, que criou a teologia sistemática; ele mesmo fala do sistema da teologia, ou seja, da coerência interna de toda a fé. No centro de sua doutrina está a questão da «regra da fé» e de sua transmissão. Para Irineu, a «regra da fé» coincide na prática com o «Credo» dos apóstolos e nos dá a chave para interpretar o Evangelho, para interpretar o Credo à luz do Evangelho. O símbolo apostólico, que é uma espécie de síntese do Evangelho, nos ajuda a compreender o que quer dizer, a maneira como temos que ler o próprio Evangelho”.
O Santo Padre evidenciou que, segundo Irineu, “o verdadeiro ensinamento não é o inventado pelos intelectuais, superando a fé simples da Igreja. O verdadeiro Evangelho é o ministrado pelos bispos que o receberam graças a uma corrente ininterrupta da revelação de Deus. Deste modo, diz Irineu, não há uma doutrina secreta por detrás do Credo comum da Igreja. Não há um cristianismo superior para intelectuais. A fé confessada publicamente pela Igreja é a fé comum de todos. Só é apostólica esta fé, procede dos apóstolos, ou seja, de Jesus e de Deus. Ao aderir a esta fé transmitida publicamente pelos apóstolos a seus sucessores, os cristãos têm de observar o que dizem os bispos, têm de considerar especificamente o ensinamento da Igreja de Roma, preeminente e antiqüíssimo. Esta Igreja, por causa de sua antigüidade, tem a maior apostolicidade: de fato, tem sua origem nas colunas do colégio apostólico, Pedro e Paulo. Todas as Igrejas têm de estar em harmonia com a igreja de Roma, reconhecendo nela a medida da verdadeira tradição apostólica, da única fé comum da Igreja.”
Segundo Irineu, o genuíno conceito da Tradição apostólica pode ser resumido em três pontos: a) A Tradição apostólica é "pública", não privada ou secreta. “Para Irineu, não há dúvida alguma de que o conteúdo da fé transmitida pela Igreja é o recebido dos apóstolos e de Jesus, o Filho de Deus. Não há outro ensinamento”. b) A Tradição apostólica é "única" nos seus conteúdos fundamentais, e porque é única, “cria unidade através dos povos, através das diferentes culturas, através de povos diferentes; é um conteúdo comum como a verdade, apesar das diferentes línguas e culturas”. c) A Tradição apostólica é "pneumática", ou seja espiritual, guiada pelo Espírito Santo. “Não se trata de uma transmissão confiada à capacidade dos homens mais ou menos instruídos, mas ao Espírito de Deus, que garante a fidelidade da transmissão da fé. Esta é a «vida» da Igreja, que a torna sempre jovem, ou seja, fecunda de muitos carismas”.
O Papa concluiu recordando que, para Irineu, “a fé da Igreja deve ser transmitida de maneira que apareça como tem de ser, ou seja, «pública», «única», «pneumática», «espiritual»… A doutrina de Irineu é como uma «senda mestra» para esclarecer a todas as pessoas de boa vontade o objetivo e os confins do diálogo sobre os valores, e para dar um impulso sempre novo à ação missionária da Igreja, à força da verdade que é a fonte de todos os autênticos valores do mundo.” (S.L.) (Agência Fides 29/3/2007)
O texto integral da catequese do Santo Padre
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29 de março de 2007 – Encontro com os jovens da Diocese de Roma em preparação ao XXII Dia mundial da Juventude
VATICANO - Papa Bento XVI aos jovens da Diocese de Roma: “Saindo dessa celebração, com os corações repletos da experiência do amor de Deus, estejais preparados a "ousar" o amor nas vossas famílias, nas relações com os vossos amigos e também com que vos ofendeu”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Em preparação ao XXII Dia mundial da Juventude, que será celebrado em todas as Dioceses em 1° de abril, Domingo de Ramos, o Santo Padre Bento XVI encontrou os jovens da Diocese de Roma na tarde de quinta-feira, 29 de março, para a Celebração da Penitência na Basílica Vaticana. “É um encontro em torno da Cruz, uma celebração da misericórdia de Deus, que no Sacramento da confissão cada um de vós poderá experimentar pessoalmente – disse o Santo Padre na homilia -. No coração de cada homem, mendicante de amor, há sede de amor... Sobretudo o cristão não pode viver sem amor. Ou melhor, se não encontra o amor verdadeiro, não pode dizer-se nem mesmo plenamente cristão... O amor de Deus por nós, iniciado com a criação, se fez visível no mistério da Cruz... Sim, a Cruz revela a plenitude do amor de Deus por nós. Um amor crucifixo, que não se detém no escândalo da Sexta-feira Santa, mas culmina na alegria da Ressurreição e Ascensão ao céu e no dom do Espírito Santo, Espírito de amor por meio do qual, inclusive esta noite, serão perdoados os pecados e concedidos o perdão e a paz.”
O Santo Padre recordou que o amor de Deus pelo homem “se expressa em plenitude sobre a Cruz… no sacrifício da Cruz, Deus continua a repropor o seu amor, a sua paixão pelo homem”. Então, dirigindo-se aos jovens, prosseguiu: “Com o Batismo, vós já nasceis para a vida nova em virtude da graça de Deus. Porém, porque esta vida nova não suprimiu a fraqueza da natureza humana nem a inclinação ao pecado, nos é dada a oportunidade de nos aproximar ao Sacramento da confissão. Toda vez que o fizerdes com fé e devoção, o amor e a misericórdia de Deus moverão o vosso coração, depois de um atento exame de consciência, em direção ao ministro de Cristo. A Ele, e assim ao próprio Cristo, vós exprimais a dor pelos pecados cometidos, com o firme propósito de não pecar mais no futuro e com a disponibilidade de acolher com alegria os atos de penitência que ele vos indicar para reparar o dano causado pelo pecado... Com o banho penitencial deste Sacramento, somos readmitidos à plena comunhão com Deus e com a Igreja, companhia confiável porque ‘sacramento universal de salvação’.”
Retomando o versículo evangélico que constitui o tema do XXII Dia Mundial da Juventude - "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei" (Jo 13,34) -, o Papa Bento XVI prosseguiu: “Cristo nos chama a si para unir-se a cada um de nós, para que nós aprendamos a amar os irmãos com o seu mesmo amor, como Ele nos amou. Hoje, como sempre, necessita-se muito de uma renovada capacidade de amar os irmãos. Saindo dessa celebração, com os corações repletos da experiência do amor de Deus, estejais preparados a "ousar" o amor nas vossas famílias, nas relações com os vossos amigos e também com que vos ofendeu. Estejais preparados a incidir com um testemunho autenticamente cristão nos ambientes de estudo e de trabalho, a comprometer-vos nas comunidades paroquiais, nos grupos, nos movimentos, nas associações e em todo âmbito da sociedade”.
Aos jovens noivos, o Papa dirigiu um convite a viver o noivado “no amor verdadeiro, que comporta sempre o recíproco respeito, casto e responsável”, e às pessoas que o Senhor chama a uma vida de particular consagração, a estarem prontos “a responder com um ‘sim’ generoso e sem comprometimentos”. Por fim, concluiu a homilia com esta exortação: “Caros jovens, o mundo aguarda esta vossa contribuição para a edificação da ‘civilização do amor’. O horizonte do amor é realmente sem fronteiras: é o mundo inteiro!... Não vos desencorajais e tenhais sempre confiança em Cristo e na sua Igreja!” (S.L.) (Agência Fides 30/3/2007)
O texto integral da homilia do Santo Padre, em italiano
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31 de março de 2007 - Mensagem ao IX Fórum internacional dos Jovens
VATICANO - Mensagem do Papa Bento XVI aos participantes do IX Fórum internacional dos Jovens: “Hoje, mais do que nunca, é necessário e urgente proclamar ‘o Evangelho do trabalho’, viver como cristãos no mundo do trabalho e se tornar apóstolos entre os trabalhadores”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – A necessidade de “valorizar a dimensão humana do trabalho e de tutelar a dignidade da pessoa”, enquanto “a referência última de toda atividade humana só pode ser o homem, criado à imagem e semelhança de Deus”, foi sublinhada pelo Santo Padre Bento XVI na sua Mensagem enviada ao Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, Dom Stanisław Ryłko, aos participantes do IX Fórum internacional dos Jovens sobre o tema "Testemunhas de Cristo no mundo do trabalho”, que se realiza em Rocca di Papa (veja Fides 21/3/2007).
Destacando a particular atualidade do tema escolhido, o Santo Padre evidencia as inúmeras transformações dos últimos tempos, “que modificaram radicalmente a fisionomia e as condições do mercado de trabalho. Se, de um lado, os progressos realizados suscitaram novas esperanças nos jovens; de outro, criaram frequentemente neles formas preocupantes de marginalização e de exploração, com crescentes situações de dificuldade pessoal”. Aumentam as dificuldades para se obter um emprego que responda às atitudes pessoais e aos estudos realizados, com o agravante da incerteza de poder manter no tempo um emprego mesmo que modesto. “O processo de globalização em ato no mundo provocou uma exigência de mobilidade que obriga inúmeros jovens a emigrar e a viver longe do país de origem e da própria família. E isso provoca em muitos um inquietante sentido de insegurança, com indubitáveis repercussões sobre a capacidade não somente de imaginar e de colocar em ato um projeto para o futuro, mas até mesmo de se comprometer concretamente no matrimônio e na formação de uma família”.
A Igreja sempre teve uma atenção constante em relação à questão social e, em particular, ao mundo do trabalho, como testemunham em especial as três Encíclicas: “Rerum novarum” (1891), “Quadragesimo anno” (1931) e “Laborem exercens” (1981). “Esses documentos pontifícios – disse o Papa Bento XVI – evocam com força a necessidade de valorizar a dimensão humana do trabalho e de tutelar a dignidade da pessoa: com efeito, a referência última de toda atividade humana só pode ser o homem, criado à imagem e semelhança de Deus. Uma análise aprofundada da situação, de fato, conduz a constatar que o trabalho faz parte do projeto de Deus sobre o homem e que este é participação à sua obra criadora e redentora. E, portanto, toda atividade humana deveria ser ocasião e local de crescimento dos indivíduos e da sociedade, desenvolvimento dos ‘talentos’ pessoais a serem valorizados e colocados a serviço ordenado do bem comum, em espírito de justiça e de solidariedade. Para os fiéis, pois, a finalidade última do trabalho é a construção do Reino de Deus.”
Depois de convidar os jovens participantes do Fórum “a fazer tesouro do diálogo e da reflexão desses dias”, o Papa Bento XVI destaca: “Hoje, mais do que nunca, é necessário e urgente proclamar ‘o Evangelho do trabalho’, viver como cristãos no mundo do trabalho e se tornar apóstolos entre os trabalhadores. Mas para realizar esta missão, é preciso permanecer unidos a Cristo com a oração e com uma intensa vida sacramental, valorizando a tal fim, de maneira especial, o Domingo, que é Dia dedicado ao Senhor”. Por fim, o Santo Padre encoraja os jovens “a não perder a coragem diante das dificuldades” e recorda-lhes o evento na praça S. Pedro para a solene celebração do Domingo de Ramos e do XXII Dia Mundial da Juventude. Recordando a Mensagem por ele enviada para esta ocasião, Bento XVI conclui: “Não basta somente se tornar mais ‘competitivos’ e ‘produtivos’, é preciso ser ‘testemunhas da caridade’. Somente assim, com efeito, com o suporte também das respectivas paróquias, movimentos e comunidades, em que é possível fazer experiência da grandeza e da vitalidade da Igreja, os jovens de hoje serão capazes de viver o trabalho como uma vocação e uma verdadeira missão.” (S.L.) (Agência Fides 31/3/2007)
O texto integral da Mensagem do Santo Padre, em italiano
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=758


VERBA PONTIFICIS

Confissão
O mundo contemporâneo continua a apresentar as contradições oportunamente evidenciadas pelos Padres do Concílio Vaticano II (cf. Constituição Pastoral Gaudium et spes, 4-10): vemos uma humanidade que gostaria de ser auto-suficiente, onde não poucos se julgam capazes de poder renunciar a Deus para viver bem; no entanto, quantos parecem tristemente condenados a enfrentar dramáticas situações de vazio existencial, quanta violência ainda existe na terra, quanta solidão pesa na alma do homem da era da comunicação! Em síntese, hoje parece ter-se perdido o "sentido do pecado", mas em compensação aumentaram os "complexos de culpa". Quem poderá libertar o coração dos homens deste jugo de morte, senão Aquele que, morrendo, derrotou para sempre o poder do mal com a omnipotência do amor divino? Como recordava São Paulo aos cristãos de Éfeso, "Deus é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, estando nós mortos pelos nossos delitos, deu-nos a vida juntamente com Cristo" (Ef 2, 4). No sacramento da Confissão, o sacerdote é instrumento deste amor misericordioso de Deus, que na fórmula da absolvição dos pecados invoca: "Deus, Pai de misericórdia, que reconciliou em si o mundo na morte e ressurreição do seu Filho, e infundiu o Espírito Santo para a remissão dos pecados, te conceda mediante o ministério da Igreja o perdão e a paz". (16 de março de 2007 – Audiência aos participantes do Curso organizado pela Penitenciaria Apostólica)

Conversão
“Eis, portanto, o ponto ao qual Jesus deseja guiar os seus ouvintes: a necessidade da conversão. Não a propõe em termos moralistas, mas realistas, como a única resposta adequada a acontecimentos que põem em crise as certezas humanas. Perante certas desgraças adverte Ele não serve descarregar a culpa sobre as vítimas. A verdadeira sabedoria é antes deixar-se interpelar pela precariedade da existência e assumir uma atitude de responsabilidade: fazer penitência e melhorar a nossa vida. É esta a sabedoria, é esta a resposta mais eficaz ao mal, de qualquer tipo, interpessoal, social e internacional. Cristo convida a responder ao mal antes de tudo com um sério exame de consciência e com o compromisso de purificar a própria vida. Caso contrário diz morreremos, todos morreremos do mesmo modo. De facto, as pessoas e as sociedades que vivem sem nunca se questionarem têm como único destino final a ruína. A conversão, ao contrário, mesmo se não preserva dos problemas e das desventuras, permite enfrentá-los de "modo" diferente. Antes de tudo ajuda a prevenir o mal, cortando certas ameaças. E, contudo, permite vencer o mal com o bem, se nem sempre no plano dos factos que por vezes são independentes da nossa vontade certamente no plano espiritual. Em síntese: a conversão vence o mal na sua raiz que é o pecado, mesmo se nem sempre pode evitar as suas consequências”. (11 de março de 2007 – Angelus)

Eucaristia
“Na passada terça-feira foi apresentada a Exortação Apostólica pós-sinodal Sacramentum Caritatis, que tem como tema precisamente a Eucaristia, fonte e ápice da vida e da missão da Igreja. Elaborei-a recolhendo os frutos da XI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, realizada no Vaticano em Outubro de 2005. Espero voltar sobre este importante texto, mas desde agora desejo ressaltar que ele é expressão da fé da Igreja universal no Mistério eucarístico, e coloca-se em continuidade com o Concílio Vaticano II e com o magistério dos meus venerados predecessores Paulo VI e João Paulo II. Neste Documento eu quis, entre outras coisas, ressaltar o seu vínculo com a Encíclica Deus caritas est: eis por que escolhi como título Sacramentum Caritatis, retomando uma bonita definição da Eucaristia de São Tomás de Aquino (cf. Summa Th., III, q. 73, a. 3, ad 3), "Sacramento da caridade". Sim, na Eucaristia Cristo quis doar-nos o seu amor, que o levou a oferecer na cruz a vida por nós. Na última Ceia, lavando os pés dos discípulos, Jesus deixou-nos o mandamento do amor: "Assim como Eu vos amei, vós também vos deveis amar uns aos outros" (Jo 13, 34). Mas isto só é possível se permanecermos unidos a Ele, como os ramos à videira (cf. Jo 15, 1-8), ele mesmo escolheu permanecer entre nós na Eucaristia para que pudéssemos permanecer com Ele. Portanto, quando nos alimentamos com fé do seu Corpo e do seu Sangue, o seu amor vem a nós e torna-nos capazes por nossa vez de dar a vida pelos fiéis (cf. 1 Jo 3, 16) e não de a termos para nós mesmos. Daqui brota a alegria cristã, a alegria de amar e de ser amados.” (18 de março de 2007 – Angelus)

Europa
“De tudo isto sobressai com clareza o facto de que não se pode pensar em edificar uma autêntica "casa comum" europeia, descuidando a própria identidade dos povos deste nosso continente. Com efeito, trata-se mais de uma identidade histórica, cultural e moral, do que geográfica, económica ou política; uma identidade constituída por um conjunto de valores universais, que o Cristianismo contribuiu para forjar, adquindo assim um papel não somente histórico, mas instituinte em relação à Europa. Tais valores, que constituem a alma do continente, devem permanecer na Europa do terceiro milénio como "fermento" de civilização. Efectivamente, sem eles como poderia o "velho" continente continuar a desempenhar a função de "fermento" para o mundo inteiro? Se, por ocasião do 50º aniversário dos Tratados de Roma, os governos da União desejam "aproximar-se" dos seus cidadãos, como poderiam excluir um elemento essencial da identidade europeia, como o Cristianismo, no qual uma vasta maioria deles ainda continua a identificar-se? Não é motivo de surpresa que a Europa contemporânea, enquanto aspira a apresentar-se como uma comunidade de valores, parece cada vez mais frequentemente contestar o facto de que existem valores universais e absolutos? Esta singular forma de "apostasia" de si mesma, antes ainda que de Deus, não a induz porventura a duvidar da sua própria identidade? Deste modo, termina-se por difundir a convicção de que a "ponderação dos bens" é o único caminho para o discernimento moral, e que o bem comum é sinónimo de compromisso. Na realidade, se o compromisso pode constituir um equilíbrio legítimo de diferentes interesses particulares, transforma-se em mal comum todas as vezes que comporta acordos prejudiciais à natureza humana. Uma comunidade que se constrói sem respeitar a autêntica dignidade do ser humano, esquecendo-se que cada pessoa é criada à imagem de Deus, termina por não fazer o bem a ninguém. Eis por que motivo parece cada vez mais indispensável que a Europa evite aquela atitude pragmática, hoje amplamente difundida, que justifica de maneira sistemática o compromisso a respeito dos valores humanos essenciais, como se fosse a aceitação inevitável de um presumível mal menor. Este pragmatismo, apresentado como equilíbrio realista, em última análise não é assim, precisamente porque nega a dimensão de valor e de ideal, inerente à natureza humana. Além disso, quando em tal pragmatismo se inserem tendências e correntes laicistas e relativistas, termina-se por negar aos cristãos o próprio direito de intervir como tais no debate público ou, pelo menos, desqualifica-se a sua contribuição com a acusação de desejar salvaguardar privilégios injustificados. No actual momento histórico, e diante dos numerosos desafios que o caracterizam, para ser uma válida garante do estado de direito e uma promotora eficaz dos valores universais, a União Europeia não pode deixar de reconhecer claramente a existência segura de uma natureza humana estável e permanente, manancial de direitos comuns de todos os indivíduos, inclusive daquelas mesmas pessoas que os negam. Neste contexto, há que salvaguardar o direito à objecção de consciência, todas as vezes que forem violados os direitos humanos fundamentais”. (24 de março de 2007 - Audiência aos participantes do Congresso "Os 50 anos dos Tratados de Roma – Valores e perspectivas para a Europa do amanhã", promovido pela Comissão dos Episcopados da Comunidade Européia (COMECE))

Enfermos
“Esta vossa reunião não se propõe aprofundar um tema específico, mas sim, verificar o estado de realização do programa que definistes precedentemente e, portanto, determinar as finalidades futuras. Por isso, encontrar-me convosco numa circunstância como esta proporciona-me a alegria, por assim dizer, de fazer com que cada um de vós sinta a proximidade concreta do Sucessor de Pedro e, através dele, de todo o Colégio episcopal no vosso serviço eclesial. De facto, a pastoral da saúde constitui um âmbito particularmente evangélico, que evoca de modo imediato a obra de Jesus, bom Samaritano da humanidade. Quando passava através dos povoados da Palestina, anunciando a boa nova do Reino de Deus, Ele acompanhava sempre a pregação com os sinais que realizava sobre os doentes, curando quantos eram prisioneiros de todos os tipos de doença e de enfermidade. A saúde do homem, do homem todo, foi o sinal que Cristo escolheu previamente para manifestar a proximidade de Deus, o seu amor misericordioso que purifica o espírito, a alma e o corpo. Caros amigos, seja sempre esta a referência fundamental de cada uma das vossas iniciativas: o seguimento de Cristo, que os Evangelhos nos apresentam como "Médico" divino. É esta perspectiva bíblica que valoriza o princípio ético natural do dever do cuidado pelo doente, com base no qual cada existência humana deve ser defendida em conformidade com as particulares dificuldades em que se encontra e segundo as nossas possibilidades concretas de ajuda. Socorrer o ser humano é um dever, quer em resposta a um direito fundamental da pessoa, quer porque o cuidado pelos indivíduos redunda em benefício da colectividade. A ciência médica progride, enquanto aceita repôr sempre em discussão o diagnóstico e o método de cura, no pressuposto de que os dados precedentemente adquiridos e os limites presumíveis podem ser ultrapassados. De resto, a estima e a confiança em relação aos agentes de saúde são proporcionados à certeza de que estes defensores profissionais da vida jamais desprezarão uma só existência humana, por mais diminuída que seja, saberão encorajar sempre as tentativas de cura. Portanto, o compromisso em prol da cura deve ser ampliado a cada ser humano, com a intenção de tutelar toda a sua existência. Com efeito, o conceito moderno do cuidado pela saúde é a promoção humana: da cura do doente aos cuidados de prevenção, com a busca do maior desenvolvimento humano, favorecendo um adequado ambiente familiar e social”. (22 de março de 2007 – Audiência aos participantes da Sessão Plenária do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde)

Missionários mártires
“"Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra". A resposta de Maria ao Anjo prolonga-se na Igreja, chamada a tornar presente Cristo na história, oferecendo a própria disponibilidade para que Deus possa continuar a visitar a humanidade com a sua misericórdia. O "sim" de Jesus e de Maria renova-se assim no "sim" dos santos, especialmente dos mártires, que são mortos por causa do Evangelho. Ressalto-o recordando que ontem, 24 de Março, aniversário do assassínio de Mons. Oscar Romero, Arcebispo de São Salvador, foi celebrado o Dia de oração e jejum pelos missionários mártires: bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos que perderam a vida no cumprimento da sua missão de evangelização e promoção humana. Eles, os missionários mártires, como diz o tema deste ano, são "esperança para o mundo", porque testemunham que o amor de Cristo é mais forte que a violência e que o ódio. Não procuraram o martírio, mas estiveram prontos a dar a vida para permanecer fiéis ao Evangelho. O martírio cristão justifica-se apenas como acto supremo de amor a Deus e aos irmãos”. (25 de março de 2007 – Angelus)

Óbolo di de São Pedro
“A antiga prática do Óbolo de São Pedro, de certa forma já em vigor nas primeiras Comunidades cristãs, brota da consciência de que cada fiel está chamado a sustentar também materialmente a obra de evangelização e, ao mesmo tempo, a socorrer com generosidade os pobres e os necessitados, recordando-se das palavras de Jesus: "Sempre que fizerdes isto a um destes Meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes" (Mt 25, 39). Graças à comparticipação de recursos materiais, lemos nos Actos dos Apóstolos que "entre eles não havia ninguém necessitado, pois todos os que possuíam terras ou casas vendiam-nas, traziam o produto da venda e depositavam-no aos pés dos Apóstolos" (Act 4, 34s); e ainda: "os discípulos cada qual segundo as suas posses, resolveram, então, enviar socorros aos irmãos da Judeia" (At 11,29)”. (8 de março de 2007 – Audiência aos sócios do Círculo de São Pedro)
“Esta prática eclesial foi-se desenvolvendo com o passar dos séculos, adaptando-se às diversas exigências dos tempos e prossegue ainda hoje. Em cada diocese, em cada paróquia e comunidade religiosa de facto é recolhido anualmente o Óbolo de São Pedro, que depois é enviado ao centro da Igreja para ser distribuído segundo as necessidades e os pedidos que chegam ao Papa de todas as partes da terra. Na história da Igreja houveram momentos nos quais o apoio económico dos cristãos ao Sucessor de Pedro se manifestou particularmente significativo, como podemos facilmente compreender de quanto, por exemplo, escrevia o beato Papa Pio IX na Encíclica Saepe venerabilis de 5 de Agosto de 1871: "Recebemos, mais abundante que de costume, o óbolo, com o qual pobres e ricos se esforçaram por socorrer a pobreza que nos foi causada; vários e nobres dons, e um maravilhoso tributo das artes cristãs e dos engenhos, particularmente adequado para aumentar a dupla potestade, espiritual e real, a nós concedida por Deus" (Ench. Enc., 2, n. 452, p. 609). (8 de março de 2007 – Audiência aos sócios do Círculo de São Pedro)

Quaresma
“Desejo agradecer a quantos me acompanharam com a oração, nos dias passados, durante os Exercícios Espirituais. Encorajo todos, neste tempo de Quaresma, a procurar o silêncio e o recolhimento, para dar espaço à oração e à meditação da Palavra de Deus”. (4 de março de 2007 – Angelus)
“Prezados amigos, estamos no tempo da Quaresma, dos quarenta dias antes da Páscoa. Neste tempo de Quaresma a Igreja ajuda-nos a percorrer este caminho interior e convida-nos à conversão que, antes de ser um esforço sempre importante para mudar os nossos comportamentos, é uma oportunidade para decidir levantar-nos e recomeçar, ou seja, abandonando o pecado e escolhendo voltar para Deus. Percorramos este é o imperativo da Quaresma juntos este caminho de libertação interior. Cada vez que, como hoje, participamos na Eucaristia, fonte e escola do amor, tornamo-nos capazes de viver este amor, de anunciá-lo e de testemunhá-lo com a nossa vida. Porém, é preciso que decidamos caminhar rumo a Jesus, como fez o filho pródigo, voltando interior e exteriormente ao pai. Ao mesmo tempo, devemos abandonar a atitude egoísta do filho mais velho, seguro de si, que condena facilmente os outros, fecha o coração à compreensão, ao acolhimento e ao perdão dos irmãos, e esquece que também ele tem necessidade do perdão. Obtenham-nos este dom Maria Virgem e São José, meu padroeiro, cuja festa será amanhã, e que agora invoco de modo particular sobre cada um de vós e sobre as pessoas que vos são queridas”. (18 de março de 2007 – Homilia por ocasião da visita ao Instituto Penal Juvenil "Casal del Marmo" de Roma)

Santo Inácio
“Como se vê, Inácio é verdadeiramente o "doutor da unidade": unidade de Deus e unidade de Cristo (não obstante as várias heresias que começavam a circular e dividiam o homem e Deus em Cristo), unidade da Igreja, unidade dos fiéis "na fé e na caridade, das quais nada há de mais excelente" (Aos Esmirnenses 6, 1). Para concluir, o "realismo" de Inácio convida os fiéis de ontem e de hoje, convida todos nós a uma síntese progressiva entre configuração com Cristo (união com Ele, vida n'Ele) e dedicação à sua Igreja (unidade com o Bispo, serviço generoso à comunidade e ao mundo). Em resumo, é necessário alcançar uma síntese entre comunhão da Igreja no seu interior e missão proclamação do Evangelho para os outros, até quando, através de uma dimensão se manifeste a outra, e os crentes "possuam" cada vez mais "aquele espírito indiviso, que é o próprio Jesus Cristo" (Aos Magnésios 15). Implorando do Senhor esta "graça de unidade", e na convicção de presidir à caridade de toda a Igreja (cf. Aos Romanos, Prólogo), dirijo a vós os mesmos votos que concluem a carta de Inácio aos cristãos de Trali: "Amai-vos uns aos outros com um coração indiviso. O meu espírito oferece-se em sacrifício por vós, não só agora, mas também quando tiver alcançado Deus... Que possais ser encontrados em Cristo sem mancha" (13). E rezemos para que o Senhor nos ajude a alcançar esta unidade e a sermos encontrados finalmente sem mancha, porque é o amor que purifica as almas”. (14 de março de 2007 – Audiência Geral)


INTERVENTUS SUPER QUAESTIONES

Mulher
Pequim - “Obrigado irmãs, mães e obrigado a todas as mulheres presentes e ausentes. Obrigado pelo papel e a extraordinária contribuição que deram para a vida da Igreja e da sociedade. Hoje, vocês são sempre mais protagonistas na diocese, nas paróquias, nas comunidades eclesiais de base, sobretudo aquelas que se encontram em situações muito difíceis. A minha primeira catequista foi uma mulher, minha mãe.” O sacerdote que celebrou a Santa Missa esta manhã, 8 de março, na paróquia de S. Salvador em Pequim, dirigiu essas calorosas palavras às mulheres que festejam seu Dia. Falando do papel das mulheres, um sacerdote de Pequim disse à Fides: “Eu, pessoalmente, não poderia imaginar a nossa comunidade sem a presença das irmãs, como poderia colher os frutos da evangelização? A imagem da mulher penetrou a vida da Igreja. Normalmente, são sempre elas a responder por primeiro a qualquer necessidade da Igreja, a mobilizar todos os conhecidos a contribuir…. ”.
No final, o sacerdote concluiu: “Na longa história do martírio na China, existem também tantas mulheres que pagaram com a própria vida sua fé. Somente no século XX, houve dezenas de mulheres mártires. Hoje, as católicas chinesas continuam caminhando nas pegadas dessas mártires, continuando a ser as protagonistas da vida da Igreja”. (NZ)(Agência Fides 08/03/2007)

Família
Guayaquil - Abriu-se ontem, 21 de março, o Primeiro Congresso nacional “Pró-Vida e Família”, que se está realizando na cidade de Guayaquil (Equador) sobre o tema “A Verdade integral sobre a Vida e a Família”, organizado pela Conferência Episcopal Equatoriana, pela Arquidiocese de Guayaquil e o Conselho Equatoriano dos Leigos Católicos. O encontro conta com a presença de mais de 3.500 pessoas entre oradores e especialistas, pais, líderes, profissionais, representantes de todas as Igrejas particulares do Equador.
O objetivo geral do encontro é convidar todas as pessoas de boa-vontade do Equador a evidenciar e denunciar a cultura de morte, proclamar a verdade integral sobre a vida e a família à luz do Evangelho, da Doutrina da Igreja e do conhecimento científico. Entre os objetivos específicos, emergem: analisar, evidenciar, e denunciar a partir de fatos concretos o ataque permanente à vida, à família e à Igreja; basear a cultura da vida e da família como santuário da vida, à luz do Evangelho, da Doutrina da Igreja e dos conhecimentos científicos; empenhar todas as pessoas de boa-vontade a promover ações evangelizadoras a favor da vida e da família; elaborar propostas que levem a assumir a defesa e a promoção integral da vida e da família em todas as Igrejas particulares do país; reforçar a Rede Pró-Vida em todos os níveis; celebrar o Dia Nacional da Criança Não-Nascida, que coincide com o aniversário da Consagração do Equador ao sagrado Coração de Jesus e Maria; elaborar pronunciamentos e declarações como frutos do Congresso e difundi-los em nível nacional.
O Congresso foi aberto quarta-feira 21 de março à tarde, com a Santa Missa na Catedral de Guayaquil, presidida por Dom Antonio Arregui Yarza, Arcebispo de Guayaquil, e concelebrada pelos Bispos da Conferência Episcopal Equatoriana. As conferências magistrais serão oferecidas pelo Card. Juan Luis Cipriani, Arcebispo de Lima (Peru), sobre o tema “A Vida Humana é Sagrada” no dia 22 de março, e pelo Card. Pedro Rubiano, Arcebispo de Bogotá, (Colômbia), que falará sobre “A família é o santuário da Vida”, no dia 23 de março. Enfim, o Card. Antonio González Zumárraga, Arcebispo emérito de Quito (Equador), em 24 de março, exporá o tema “As leis devem proteger a vida e a família”.
Entre os outros temas abordados simultaneamente em diferentes locais no Congresso, figuram: Atentados contra a vida na família; Educação ao amor: afetividade e sexualidade; Contracepção e aborto; Educação sexual; Atentados contra a vida na sociedade; Dignidade das pessoas (síndrome pós-aborto); A Globalização e seu impacto na família; Realidade familiar e seu impacto nos jovens; Novas ameaças para a família; Co-responsabilidade na educação dos filhos; a Vida e a Família na Legislação atual; Os católicos diante de leis injustas.
O encerramento do Congresso será domingo, 25 de março, que coincide com a celebração do Dia da Criança não-nascida: serão lidas as resoluções finais e em seguida, será celebrada uma Santa Missa de encerramento do evento. Durante o Congresso, permanecerá aberta a “Expo-feira Pró Vida e Família”. Sexta-feira, 23 de março, está previsto um festival para a Vida e a Família, enquanto sábado, 24, haverá uma peregrinação. (RG) (Agência Fides 22/3/2007)
Madri - “Como Pastores do ‘Povo da Vida’ devemos denunciar o estender-se na nossa sociedade de uma verdadeira "cultura" da morte, uma visão do homem que deixa sem fundamento os seus direitos fundamentais e dilui na consciência social o valor da vida e da dignidade da pessoa”: assim se pronunciam os Bispos espanhóis em uma Mensagem da Subcomissão Episcopal para a Família e a Vida, por ocasião da celebração no domingo, 25 de março, do Dia da Vida. Os Bispos afirmam que, neste momento, "as recentes mudanças legislativas fizeram de modo que a Espanha tenha uma das legislações que menos protegem a vida humana em todo o mundo” e, de outra parte, “tem instituições que promovem a promiscuidade sexual”, além disso, “diversos grupos de pressão e muitos meios de comunicação promovem a regulação legal do aborto livre e da eutanásia". Encontramo-nos diante de um verdadeiro “desafio cultural" - continua a Mensagem -, uma mudança sem precedentes no coração e na consciência de nossas famílias e da sociedade. “Este desafio requer uma resposta em diversos níveis."
Entre as respostas que podem ser dadas para a situação atual, em primeiro lugar os Bispos sinalizam a ajuda eficaz às mães, recordando que "não basta encorajar uma mulher a superar as pressões que a impulsionam ao aborto se não se oferecem os meios para fazê-lo". Em muitas ocasiões, o aborto acontece “porque a mulher se sente sozinha”, por isso, “a sociedade tem a responsabilidade de oferecer a essas mulheres a possibilidade de escolher que seu filho nasça”. Mas primeiramente, segundo os Bispos, é necessária uma verdadeira conversão que gere uma cultura da vida. “Todos contribuímos à cultura da morte quando nos submetemos à mentalidade consumista, quando fazemos do poder, do dinheiro, do status ou do sucesso social os critérios que regulam a valor da vida humana”, por isso, a conversão é a primeira responsabilidade dos católicos. Depois, se requer também a presença de “pessoas públicas que se comprometam pela causa da vida. Instituições acadêmicas, universitárias e culturais que promovam na nossa sociedade o valor da vida”. É importante também incidir sobre leis e políticas sociais, por isso, os Bispos lançam um apelo “à sociedade e aos políticos sobre a abolição das hipóteses nas quais o aborto é descriminalizado, porque é uma lei gravemente injusta" e, contemporaneamente, "às instituições de saúde para que deixem de perseguir esses abusos”.
Preocupados com “a campanha que, de diversos âmbitos, se realiza para promover a aceitação social da eutanásia", os Bispos evidenciam que “se apresentam casos dramáticos para que o sentimento, aparentemente "bom" e "pio" de "ajudar" o doente que sofre, se imponha ao reto juízo. É, portanto, uma manipulação”. Os Bispos concluem recordando a responsabilidade comum na promoção da vida, “cada um na medida de suas possibilidades, para evitar a extensão na nossa sociedade da cultura da morte e de leis contra a vida". (RG) (Agência Fides 23/3/2007)


Missão
Lima - “Estamos diante de uma nova etapa no caminho da aplicação do vaticano II na Igreja da América Latina. Em direção da continuidade, e não da ruptura. Um caminho orientado pelo Sínodo da Igreja na América, para manter vivo e firme o dom da fé no continente latino-americano”: é o que afirmou o Cardeal Luis Cipriani Thorne, Arcebispo de Lima, ao inaugurar o Congresso-seminário com o tema “Diagnose e Perspectivas para a Nova Evangelização na América Latina”, que se realiza no Auditório dos Padres Passionistas em Lima, de 5 a 8 de março. Estão participando Cardeais, Arcebispos, Bispos, sacerdotes e leigos, além de dirigentes de atividades pastorais e sociais da América Latina, em preparação para a V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano. O encontro foi aberto com a Santa Missa, presidida pelo Cardeal Francisco Javier Errázuriz Ossa, Presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM) e um dos Presidentes da V Conferência Geral do CELAM.
O Cardeal Cipriani destacou em seu discurso alguns desafios e situações difíceis atuais da Igreja na América Latina, como o assédio das ideologias, a insuficiência de sacerdotes e religiosos, a presença agressiva das seitas, o relativismo e o utilitarismo, as ideologias que excluem qualquer princípio moral, os ataques contra a vida, contra a instituição do matrimônio e da sociedade, e de uma mulher para toda a vida, e contra a família como célula fundamental da sociedade, os ataques contra a mulher, em nome do feminismo ideológico. Diante desta situação, continua o Cardeal, “devemos nos questionar sobre as bases e os campos em que devemos realizar o nosso dever de modo prioritário”.
Em primeiro lugar, o Card. Cipriani propõe melhorar significativamente “a formação e a educação das pessoas, em todos os níveis, no âmbito da catequese sacramental, do ensinamento nas escolas e universidades, na preparação do matrimônio e em outras dimensões da formação doutrinal”. Nesta tarefa, é também importante “proclamar integralmente a Mensagem da salvação, que chega a impregnar raízes da cultura e se encarnar, no momento histórico latino-americano atual”. Outro ponto importante são os meios de comunicação, que reclamam atualmente “uma cruzada de promoção de valores cristãos” e a “participação dos fiéis leigos, devidamente preparados, que trabalhem profissionalmente com estes meios, com responsabilidade”.
O Cardeal propõe também “fazer nascer, ou fortalecer onde está frágil, o profundo sentimento de pertença à Igreja católica”, missão que deve se apoiar na difusão do Catecismo da Igreja católica e do Compendio. Recorda, porém, que o “testemunho e a coerência de vida são basilares, a fim de que esta grande missão tenha resultados transcendentes e estáveis na América Latina”.
Enfim, destaca a importância e o papel dos leigos em todas as realidades sociais: “Chegou a hora dos fiéis leigos, que, chamados à santidade no próprio trabalho e na própria condição, devem considerar urgente a necessidade de sua participação nos ambientes político, econômico, social, cultural, e artístico, entre outros”. O Cardeal concluiu sua palestra assinalando que “o sinal inequívoco desta Nova Evangelização é a profunda piedade mariana... e a arma continua a serr a oração do Terço”. (RG) (Agência Fides 7/3/2007)

Pontifícias Obras Missionárias
Durham - De 16 a 20 de março se realizou o Encontro Europeu anual dos Diretores Nacionais das Pontifícias Obras Missionárias (POM) no St Cuthbert's College em Ushaw (Durham), no norte da Inglaterra. O tema do Encontro foi "O desafio da missão universal em uma Europa que se transforma". Dom Henryk Hoser, Secretário Adjunto da Congregação para a Evangelização dos Povos e Presidente das POM, esteve presente durante os quatro dias do Encontro. Domingo, 18 de março, Dom Hoser concelebrou a Santa Missa com o Cardeal Keith O'Brien, Arcebispo de Edimburgo e St Andrews, que afirmou que “a espiritualidade deve ser a prioridade dos agentes da missão hoje”, as necessidades espirituais, com efeito, devem ter a prioridade dos agentes da missão hoje”; as necessidade espirituais, com efeito, devem ter a precedência sobre as necessidades materiais nas atividades missionárias. Neste sentido, recordou uma experiência pessoal do seu trabalho de missionário: depois de uma longa viagem, ao chegar a uma cidade de El Salvador, os habitantes, antes de se sentar à mesa para comer, pediram-lhe primeiramente que celebrasse a Santa Missa. "A lição que aprendi - continuou o Cardeal - é colocar sempre as coisas espirituais antes daquelas materiais".
O Pe. John Dale, Diretor nacional das POM da Inglaterra e Gales, falando aos 23 Diretores europeus das POM presentes recordou que o conceito de Igreja como família global é o conceito na base da missão. “A missão não é somente desenvolvimento humanitário de projetos. No coração da missão está o espírito da Igreja como família. Por isso, nos ajudamos uns aos outros. A Igreja no Sul traz vitalidade, entusiasmo, juventude. A Igreja no Norte oferece tradição, estabilidade e experiência".
Entre os palestrantes que tomaram a palavra estavam o Prof. James Dunn, especialista em Novo Testamento, professor da Universidade de Durham; Chris Bain, diretor da Agência Católica Inglesa para o Desenvolvimento (CAFOD), que trabalha em colaboração com a Caritas Internacional, que apresentou objetivos e finalidades desta Agência. A sua palestra suscitou o desejo de buscar vias de encontro e de complementariedade entre esses organismos e as POM. As professoras da Universidade de Leeds, Maggie Roux, professora de meios de comunicação no Trinity and All Saint's College, e Clare Openshaw ajudaram os Diretores nacionais a refletir sobre a necessidade do uso dos meios de comunicação para a transmissão do Evangelho. O Encontro se concluiu com a Concelebração Eucarística presidida por Dom Hoser. O próximo encontro terá lugar de 3 a 8 de abril de 2008 em Varsóvia (Polônia). (RG) (Agência Fides 22/3/2007)

Quaresma
Dili - Na Quaresma 2007, todos os fiéis são chamados a redescobrir o perdão e a experimentar a solidariedade com quem sofre: é o que pedem os Bispos de Timor Leste em uma mensagem divulgada a toda a nação. Dom Ricardo Da Silva, Bispo da capital Dili, e Dom Basilio Do Nascimento, Bispo de Baucau, recordam a Mensagem quaresmal de Bento XVI, que convida a “reconhecer as feridas infligidas à dignidade da pessoa humana” e afirmam: “Em nome de Deus, que durante o tempo da Quaresma nos chama a realizar a viagem de uma autêntica conversão ao amor de Cristo, nós fazemos um apelo especial para que triunfe a não-violência”.
A mensagem convida “os filhos e as filhas de Timor Leste a promover o perdão e a reconciliação em todos os níveis”, nas famílias, nos locais públicos, na sociedade. “Deste modo, toda a nação evitará toda forma de violação da vida e da dignidade humana e poderá construir uma cultura da vida e da paz”, afirma o texto, encorajando toda a nação a perseguir o bem comum do povo timorense.
“Que a Quaresma seja para cada cristão uma renovada experiência do amor de Deus dado-nos em Cristo: um amor que todos os dias nós somos chamados a restituir aos nossos próximos, especialmente àqueles que sofrem ou estão em extrema necessidade”, exortam os Bispos. “Que Nossa Senhora da Imaculada Conceição - conclui o apelo - possa amparar-nos nesta viagem em direção à desejada pacificação de Timor Leste”.
A mensagem foi divulgada na conclusão da primeira visita pastoral do novo Núncio Apostólico na Indonésia e Timor Leste, Dom Leopoldo Girelli. O pequeno Estado asiático se aproxima de um momento decisivo da sua jovem história: as eleições presidenciais que se realizarão em abril próximo.
No entanto, ainda permanece aberta a ferida dos massacres após a proclamação de independência de Timor Leste da Indonésia em 1999. Os dois governos recentemente promoveram uma iniciativa comum: a criação da Comissão “Verdade e Amizade”, para indagar sobre as violências de 1999, buscar uma verdade definitiva e promover boas relações entre os dois Estados. O governo, a Igreja, as forças sociais de Timor Leste estão trabalhando para instaurar na sociedade uma cultura da reconciliação e da paz, para garantir o desenvolvimento social, econômico e cultural da nação. (PA) (Agência Fides 5/3/2007)
Pretória - A “missão global” de Cristo está no centro da Mensagem para a Quaresma deste ano dos Bispos sul-africanos. Evocando o Evangelho de Lucas (“Ele me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me para proclamar a remissão aos presos e aos cegos a recuperação da vista”), os responsáveis da Igreja católica sul-africana destacam que continuar a missão salvífica de Cristo significa, em primeiro lugar, proclamar a Boa Nova de modo mais eficaz. Isso implica formar os futuros sacerdotes nos seminários locais, preparar as pessoas a assumir um papel de guia na Igreja, fornecer material educativo aos catequistas, melhorar o serviço litúrgico, fazer frente ao desafio da justiça e estar em contato com outras denominações religiosas e comunidades de fé.
As ofertas dos fiéis recolhidas durante a Quaresma são endereçadas às dioceses para promover a missão da Igreja que se põe à seqüela de Cristo. Em uma ampla reportagem realizada pela revista católica nacional “The Southern Cross”, o Diretor Nacional da Campanha para a mensagem quaresmal, Pe. Michael Slattery SMA, declarou que, apesar das difíceis condições econômicas em diversas comunidades, todos os anos a coleta das ofertas dos fiéis é generosa. A maior parte dos fundos recebidos é utilizado para as pessoas mais necessitadas, o restante é empregado em programas educativos, para pagar as bolsas de estudo e os salários dos professores, para a formação dos sacerdotes, para a tradução da Bíblia e sua distribuição, para projetos ecumênicos, entre outros. Um dos programas financiados pela campanha quaresmal é o “Rural Education Access Programme”, que permite a estudantes promissores de famílias pobres prosseguir os estudos superiores.
Cada diocese tem um diretor da Campanha, que todos os anos se reúne com o Diretor Nacional para preparar a Mensagem quaresmal. O Pe. Slattery destaca que a coleta de fundos se insere na tradição eclesial do sacrifício quaresmal: oferecer uma parte dos próprios recursos em benefício de outros. No que diz respeito à Igreja africana, destaca o Diretor Nacional da Campanha quaresmal, as doações dos fiéis servem para promover a auto-suficiência das comunidades eclesiais locais em relação às Igrejas-irmãs dos países mais prósperos. Trata-se de um dos objetivos que a Igreja africana fixou há anos. A propósito, a África do Sul vive em uma posição particular, porque a economia sul-africana é decididamente mais desenvolvida do que a de outras nações africanas, apesar de existir notáveis discrepâncias sociais, com pessoas extremamente pobres e outras, ao invés, riquíssimas. (L.M.) (Agência Fides 16/3/2007)


QUAESTIONES

VATICANO - Publicada a Exortação apostólica pós-sinodal do Papa Bento XVI “Sacramentum Caritatis” sobre a Eucaristia fonte e ápice da vida e da missão da Igreja
Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “Com a Exortação Apostólica pós-sinodal de Sua Santidade Bento XVI sobre a Eucaristia como fonte e ápice da vida e da missão Igreja, “Sacramentum Caritatis”, o longo e articulado itinerário da XI Assembléia Ordinária do Sínodo dos Bispos encontra o seu fruto mais maduro”, disse esta manhã o Card. Angelo Scola, Patriarca de Veneza, que foi o Relator-geral da XI Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos (2 - 23 de outubro de 2005), apresentando a Exortação apostólica pós-sinodal. Estava presente também Dom Nikola Eterović, Secretário-geral do Sínodo dos Bispos.
“Se, de um lado, a Exortação Apostólica constitui o fruto maduro de um caminho percorrido – disse ainda o Cardeal -, de outro, se propõe explicitamente o objetivo de abrir a estrada e ulteriores aprofundamentos. Esta mira, com efeito, a “explicitar algumas fundamentais linhas de empenho, dirigidas a provocar na Igreja novo impulso e fervor eucarístico». Uma contribuição preciosa neste sentido será dada também pela publicação do Compêndio eucarístico proposto pelos Padres sinodais.”
A Exortação é estruturada em três partes, cada uma das quais aprofunda uma das três dimensões da Eucaristia: Eucaristia, mistério a ser crido; Eucaristia, mistério a ser celebrado: Eucaristia, mistério a ser vivido. Tais partes “estão a tal ponto relacionadas que seus conteúdos se iluminam reciprocamente. Além do mais, uma significativa contribuição do trabalho sinodal é justamente a superação de tais dualismos – por exemplo, aqueles entre fé eucarística e rito, entre celebração e adoração, entre doutrina e pastoral – às vezes ainda presentes na vida da comunidade eclesial e na reflexão teológica.”
O Card. Scola evidenciou depois a importância da ars celebrandi (arte de celebrar) para uma sempre mais actuosa participatio (participação ativa, plena e frutífera). “Com efeito, particularmente inovadora aparece, em referência à celebração, a insistência do documento sobre a dependência da actuosa participatio da ars celebrandi”. O Papa Bento XVI afirma que “a ars celebrandi é a melhor condição para a actuosa participatio. A ars celebrandi procede da obediência fiel às normas litúrgicas em sua completeza, porque é justamente este o modo de celebrar que garante há dois mil anos a vida de fé de todos os fiéis, os quais são chamados a viver a celebração enquanto Povo de Deus, sacerdócio real, nação santa.”
Sobre a estrutura e sobre os conteúdos da Exortação, o Card. Scola evidenciou para cada uma das três partes toca alguns temas doutrinais e indicações pastorais. Na primeira parte, o Santo Padre ilustra o mistério da Eucaristia a partir da sua origem trinitária, que garante o seu permanente caráter de dom, evoca a instituição da Eucaristia em relação com a Ceia pascal hebraica e indica com força o critério da autêntica criatividade litúrgica. A origem eucarística da Igreja explica ainda o seu ser “communio” e garante a natureza sacramental da própria Igreja. A Exortação, portanto, aprofunda a centralidade da Eucaristia no setenário sacramental.
A segunda parte da Exortação ilustra a realização da ação litúrgica na celebração, indicando os elementos que merecem maior aprofundamento e oferecendo algumas sugestões pastorais de grande relevo. Em particular, se evidencia a importância da reforma litúrgica promovida pelo Concílio Vaticano II: algumas dificuldades e abusos “não podem obscurecer a bondade e a validez da renovação litúrgica, que contém ainda riquezas não plenamente exploradas”. À descrição da “beleza litúrgica”, seguem as indicações práticas sobre o nexo “ars celebrandi – actuosa participatio”.
Na terceira e última parte, a Exortação apostólica “mostra a capacidade do mistério crido e celebrado de constituir o horizonte último e definitivo da existência”. “Bento XVI reafirma, desde as primeiras linhas da Exortação, que o dom da Eucaristia é para o homem, responde às expectativas do homem. Obviamente, de todos os homens de todos os tempos, mas especificamente do homem nosso contemporâneo... O Mistério eucarístico representa o fator dinâmico que transfigura a existência. Regenerado pelo batismo e incorporado eucaristicamente à Igreja, o homem pode finalmente realizar-se plenamente, aprendendo a oferecer o ‘próprio corpo’ – ou seja, todo si mesmo – como sacrifício vivente santo e satisfatório a Deus”. (S.L.) (Agência Fides 13/3/2007)
O texto integral da apresentação do Card. Scola e de Dom Nikola Eterović
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/2007/sc01_130307.html

VATICANO - In Solemnitate Sancti Joseph «Protector Sanctae Ecclesiae», Eum deprecemur pro Beatissimo Papa Nostro Benedicto XVI, olim Cardinalis Josephus Ratzinger
Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Por ocasião da próxima solenidade de São José, “Protetor da Santa Igreja”, que se celebra em 19 de março, a Agência Fides publica a oração ao Santo composta pelo Papa Leão XIII, convidando a pedir a intercessão de São José pelo nosso Santo Padre, o Papa Bento XVI, Joseph Ratzinger.

AD TE BEÁTE JOSEPH (A Leone XIII scripta)
Ad te beáte Joseph, in tribulatióne nostra confúgimus, atque, imploráto Sponsæ tuæ sanctíssimæ auxílio, patrocínium quoque tuum fidenter expóscimus. Per eam, quæsumus, quæ te cum immaculáta Vírgine Dei Genitríce coniúnxit, caritátem, perque patérnum, quo Púerum Iesum ampléxus es, amórem, súpplices deprecámur, ut ad hereditátem, quam Iesus Christus acquisívit Sánguine suo, benígnus respícias, ac necessitátibus nostris tua virtúte et ope succúrras. Tuére, o Custos providentíssime divínæ Famíliæ, Iesu Christi sóbolem eléctam; próhibe a nobis, amantíssime Pater, omnem errórum ac corruptelárum luem; propítius nobis, sospítator noster fortíssime, in hoc cum potestáte tenebrárum certámine e cælo adésto; et sicut olim Púerum Iesum e summo eripuísti vitre discrímine, ita nunc Ecclesiam sanctam Dei ab hostílibus insídiis atque ab omni adversitáte défende: nosque síngulos perpétuo tege patrocínio, ut ad tui exémplar et ope tua suffúlti, sancte vívere, pie émori, sempiternámque in cælis beatitúdinem ássequi possímus. Amen

A vós, S. José, recorremos em nossa tribulação, e, depois de ter implorado o auxílio de vossa Santíssima Esposa, cheios de confiança solicitamos o vosso patrocínio.
Por esse laço sagrado de Caridade, que vos uniu à Virgem Imaculada, Mãe de Deus e Mãe Nossa, pelo Amor paternal que tivestes ao Menino Jesus, ardentemente vos suplicamos que lanceis um olhar benigno para a herança que Jesus conquistou com Seu Sangue, e nos socorrais em nossas necessidades com o vosso poder e auxílio.
Protegei, ó Guarda providente da Sagrada Família, o povo eleito de Jesus Cristo.
Afastai para longe de nós, ó Pai amantíssimo, a peste do erro e do vício.
Assisti-nos do alto do Céu, ó nosso fortíssimo sustentáculo, na luta contra o poder das trevas; e assim como outrora salvastes da morte o Menino Jesus, assim também defendei agora a Santa Igreja de Deus contra as ciladas dos seus inimigos e contra todas as adversidades.
Amparai a cada um de nós com o vosso constante patrocínio, a fim de que, a vosso exemplo, e sustentados com vosso auxílio, possamos viver virtuosamente, morrer piedosamente e obter no Céu a eterna Bem-aventurança. Assim seja.
(J.M.) (Agência Fides 16/3/2007)
A oração de São José em diversas línguas
http://www.fides.org/ita/approfondire/preghiere/altre/san_joseph.doc

Anônimo disse...

O mês de março teve, entre outras, duas intervenções particularmente importantes do Santo Padre Bento XVI: a publicação da Exortação apostolica pós-sinodal “Sacramentum Caritatis” sobre a Eucaristia, fonte e ápica da vida e da missão da Igreja, e o discurso aos participantes do Congresso "Os 50 anos dos Tratados de Roma – Valores e perspectivas para a Europa do amanhã", promovido pela Comissão dos Episcopados da Comunidade Européia (COMECE).
Com a Exortação Apostólica pós-sinodal, o longo e articulado itinerário da XI Assembléia Ordinária do Sínodo dos Bispos (2 - 23 de outubro de 2005) “encontra o seu fruto mais maduro”, disse o Card. Angelo Scola, Patriarca de Veneza, que foi o Relator-geral do Sínodo dos Bispos, apresentando o documento. “Se, de um lado, a Exortação Apostólica constitui o fruto maduro de um caminho percorrido – disse ainda o Cardeal -, de outro, se propõe explicitamente o objetivo de abrir a estrada e ulteriores aprofundamentos. Esta mira, com efeito, a “explicitar algumas fundamentais linhas de empenho, dirigidas a provocar na Igreja novo impulso e fervor eucarístico”.
A Exortação é estruturada em três partes, cada uma das quais aprofunda uma das três dimensões da Eucaristia: Eucaristia, mistério a ser crido; Eucaristia, mistério a ser celebrado: Eucaristia, mistério a ser vivido. Tais partes “estão a tal ponto relacionadas que seus conteúdos se iluminam reciprocamente. Além do mais, uma significativa contribuição do trabalho sinodal é justamente a superação de tais dualismos – por exemplo, aqueles entre fé eucarística e rito, entre celebração e adoração, entre doutrina e pastoral – às vezes ainda presentes na vida da comunidade eclesial e na reflexão teológica”.
De grande densidade foi também o discurso dirigido pelo Papa Bento XVI à Comissão dos Episcopados da Comunidade Européia. O Santo Padre, além de recordar as raízes cristãs que formaram o continente europeu, explicou também como “uma comunidade que se constrói sem respeitar a autêntica dignidade do ser humano, esquecendo que cada pessoa está criada à imagem de Deus, acaba por não fazer o bem de ninguém – prosseguiu o Pontífice -. Por este motivo, cada vez é mais indispensável que a Europa evite essa atitude pragmática, hoje amplamente difundida, que justifica sistematicamente o compromisso sobre os valores humanos essenciais, como se tratasse da inevitável aceitação de um suposto mal menor… Quando neste pragmatismo se introduzem tendências laicistas ou relativistas, acaba-se por negar aos cristãos o direito próprio de intervir como cristãos no debate público ou, ao menos, desqualifica-se sua contribuição com a acusação de que buscam defender injustificados privilégios. No momento histórico atual e ante os muitos desafios, a União Européia, se quiser garantir adequadamente o estado de direito e promover eficazmente os valores humanos, tem de reconhecer com clareza a existência certa de uma natureza humana estável e permanente, fonte de direitos comuns para todos os indivíduos, inclusive os daqueles que os negam. Neste contexto, há que salvaguardar o direito à objeção de consciência, cada vez que os direitos humanos fundamentais sejam violados”.



• SYNTHESIS INTERVENTUUM

3 de março de 2007 - Discurso no encerramento dos Exercícios Espirituais da Cúria Romana
4 de março de 2007 - Angelus
7 de março de 2007 - Audiência Geral
8 de março de 2007 – Audiência aos Sócios do Círculo de São Pedro
9 de março de 2007 – Audiência à Assembléia Plenária do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais
10 de março de 2007 – Vigília de oração por ocasião do V Dia Europeu dos Universitários
11 de março de 2007 – Angelus
13 de março de 2007 – Audiência ao Presidente da Federação Russa
14 de março de 2007 – Audiência Geral
16 de março de 2007 – Audiência aos participantes do Curso organizado pela Penitenciaria Apostólica
18 de março de 2007 – Homilia por ocasião da visita ao Instituto Penal Juvenil "Casal del Marmo"
18 de março de 2007 - Angelus
21 de março de 2007 – Audiência Geral
22 de março de 2007 – Audiência à Sessão Plenária do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Agentes de Saúde
24 de março de 2007 – Audiência aos participantes do Congresso promovido pela COMECE
24 de março de 2007 – Audiência à Fraternidade de Comunhão e Libertação
25 de março de 2007 – Homilia durante a visita pastoral à Paróquia de Santa Felicita e Filhos mártires
25 de março de 2007 - Angelus
28 de março de 2007 – Audiência Geral
29 de março de 2007 – Encontro com os jovens da Diocese de Roma para o Dia Mundial da Juventude
31 de março de 2007 – Mensagem ao IX Fórum internacional dos Jovens


• VERBA PONTIFICIS

Confissão
Conversão
Eucaristia
Europa
Enfermos
Missionários mártires
Óbolo de São Pedro
Quaresma
Santo Inácio


• INTERVENTUS SUPER QUAESTIONES

Mulher – (Pequim) As mulheres são sempre mais protagonistas da vida da Igreja e, sobretudo, da Evangelização

Família – (Guayaquil) Iniciado o Primeiro Congresso “Pró-Vida e Família”: denunciar a cultura de morte e proclamar a verdade integral sobre a vida e a família, à luz do Evangelho e da doutrina da Igreja
Família – (Madri) Os Bispos denunciam o estender-se de uma “cultura” da morte que deixa sem fundamento os direitos do homem e dilui na consciência social o valor da vida e da dignidade da pessoa: Mensagem para o Dia da Vida

Missão – (Lima) “Chegou a hora dos leigos, que devem considerar a urgente necessidade de sua participação nos ambientes político, econômico, social, cultural e artístico”: o Cardeal Cipriani analisa os desafios da Nova Evangelização na América Latina

Pontifícias Obras Missionárias – (Durham) “A espiritualidade deve ser a prioridade dos agentes da missão hoje”: concluído o Encontro Europeu anual dos Diretores Nacionais das Pontifícias Obras Missionárias

Quaresma – (Dili) “Que a Quaresma seja para cada cristão uma renovada experiência do amor de Deus, a compartilhar com o próximo”, exortam os Bispos de Timor Leste
Quaresma – (Pretória) A coleta quaresmal a favor dos mais pobres e dos projetos educacionais da Igreja: continuar a missão salvífica de Cristo significa, em primeiro lugar, proclamar a Boa Nova de modo mais eficaz


• QUAESTIONES

VATICANO - Publicada a Exortação apostólica pós-sinodal do Papa Bento XVI “Sacramentum Caritatis” sobre a Eucaristia fonte e ápice da vida e da missão da Igreja
VATICANO - In Solemnitate Sancti Joseph «Protector Sanctae Ecclesiae», Eum deprecemur pro Beatissimo Papa Nostro Benedicto XVI, olim Cardinalis Josephus Ratzinger





SYNTHESIS INTERVENTUUM

3 de março de 2007 – Discurso no encerramento dos Exercícios Espirituais da Cúria Romana
VATICANO - Concluem-se os Exercícios Espirituais da Cúria Romana: “Por detrás de tantos fenômenos do nosso tempo, aparentemente muito distantes da religião e de Cristo, há uma pergunta, uma expectativa, um desejo... a única verdadeira resposta a este desejo, onipresente justamente no nosso tempo, é Cristo”, afirma o Santo Padre Bento XVI

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Com o canto das Laudes e a Meditação final, concluíram-se esta manhã, 3 de março, os Exercícios Espirituais na presença do Santo Padre Bento XVI. As meditações foram propostas pelo Card. Giacomo Biffi, Arcebispo emérito de Bolonha, ao qual o Santo Padre se dirigiu com palavras de gratidão ao final dos Exercícios
“Na Santa Missa, antes da oração eucarística, todos os dias respondemos ao convite «corações ao alto» com as palavras: «o nosso coração está em Deus» - disse o Papa Bento XVI - . E temo que esta resposta seja frequentemente mais ritual do que existencial. Mas sua Eminência nos ensinou nesta semana, realmente, a alçar, a elevar o nosso coração, a subir ao alto rumo ao invisível, rumo à verdadeira realidade. E nos doou também a chave para responder todos os dias aos desafios desta realidade… sua Eminência, realmente, nos ajudou a sair desta gravitação das coisas de todos os dias e a entrar nesta outra gravitação do Ressuscitado e, assim, a subir ao alto.”
Gostaria de dizer-lhe obrigado – prosseguiu o Pontífice –, também porque nos doou diagnoses muito acuradas e precisas sobre a nossa situação de hoje e, sobretudo, nos mostrou como por detrás de tantos fenômenos do nosso tempo, aparentemente muito distantes da religião e de Cristo, há uma pergunta, uma expectativa, um desejo; e que a única verdadeira resposta a este desejo, onipresente justamente no nosso tempo, é Cristo. Assim, sua Eminência nos ajudou a seguir com maior coragem Cristo e a amar mais a Igreja, a «Immaculata ex maculatis», como sua Eminência nos ensinou com Santo Ambrósio.” O Papa concluiu agradecendo ao Card. Biffi também “pelo seu realismo, pelo seu humorismo e pela sua concretude”. (S.L.) (Agência Fides 3/3/2007)

4 de março de 2007 - Angelus
VATICANO - Bento XVI recorda no Angelus que “a oração não é algo acessório ou opcional, mas uma questão de vida ou morte. Somente quem reza, isto é, quem se confia a Deus com amor filial, pode entrar na vida eterna, que é o próprio Deus”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – O Evangelho do segundo domingo de Quaresma nos apresenta o episodio da Transfiguração do Senhor (Lc 9,28-36): Jesus subiu o monte para rezar junto aos apóstolos Pedro, Tiago e João e, enquanto rezava, verificou-se o mistério da sua transfiguração. Comentando este trecho evangélico antes da oração do Angelus no domingo, 4 de março, o Papa Bento XVI evidenciou alguns aspectos: subir a montanha para os três Apóstolos quer dizer “envolver-se na oração de Jesus, que se retirava com freqüência para orar… somente nessa ocasião, no monte, Ele quis manifestar aos seus amigos a luz interior que o invadia quando rezava”.
Um outro aspecto salientado pelo Papa: Moisés e Elias aparecem ao lado de Jesus transfigurado e "falavam de sua partida, que se cumpriria em Jerusalém" (9,31). “Portanto, Jesus escutava a Lei e os profetas que falam de sua morte e ressurreição – explicou Bento XVI -. Em seu diálogo íntimo com o Pai, Ele não sai da história, não foge da missão para a qual veio ao mundo, apesar de saber que, para chegar à glória, terá de passar através da cruz. Mais ainda, Cristo entra mais profundamente nesta missão, aderindo, com todo o seu ser, à vontade do Pai, e nos demonstra que a verdadeira oração consiste precisamente em unir nossa vontade à vontade de Deus”.
Em seguida, o Pontífice destacou que, para um cristão, “rezar não é evadir-se da realidade e das responsabilidades que esta comporta, mas assumi-las até o fundo, confiando no amor fiel e inesgotável do Senhor”. Antes de rezar o Angelus, o Papa recordou ainda que “a oração não é algo acessório ou opcional, mas uma questão de vida ou morte. Somente quem reza, isto é, quem se confia a Deus com amor filial, pode entrar na vida eterna, que é o próprio Deus”. Em particular, Bento XVI pediu à Virgem Maria, especialmente neste tempo litúrgico, “que nos ensine a rezar como seu Filho o fazia, para que nossa existência se transforme pela luz de sua presença”.
Após o Angelus, o Papa agradeceu àqueles que o acompanharam com a oração durante os Exercícios Espirituais, encorajando todos, neste tempo de Quaresma, “a buscar o silêncio e o retiro, para deixar mais espaço à oração e à meditação da Palavra de Deus”. E recordou a Vigília mariana de sábado, 10 de março, com os jovens universitários de Roma, da qual participarão, em conexão via satélite, também inúmeros estudantes de outros países da Europa e da Ásia, durante a qual “invocaremos a intercessão de Maria, Sedes Sapientiae, para que o Senhor envie testemunhas da verdade evangélica, para construir a civilização do amor nesses dois continentes e no mundo inteiro”. (S.L.) (Agência Fides 5/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=739

7 de março de 2007 – Audiência Geral
VATICANO - Papa Bento XVI inicia um novo ciclo de catequeses dedicado aos Padres Apostólicos: na carta aos Coríntios de São Clemente, uma atual análise sobre a identidade e a missão da Igreja

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Também nesta semana, a Audiência Geral de quarta-feira, 7 de março, se realizou em dois momentos: o Santo Padre Bento XVI encontrou primeiramente, na Basílica Vaticana, os Bispos da Conferência Episcopal da região italiana do Piemonte, por ocasião da Visita "ad Limina Apostolorum", com os fiéis das dioceses piemonteses e grupos de estudantes e jovens italianos e, depois, na Sala Paulo VI, o Papa saudou peregrinos e fiéis provenientes da Itália e de todas as partes do mundo. “A fé cristã se confronta, também no Piemonte e em Valle d’Aosta, com muitos desafios devidos, no atual contexto sociocultural, às tendências agnósticas presentes em campo doutrinal, como também às pretensões de plena autonomia ética e moral. Não é certo fácil anunciar e testemunhar hoje o Evangelho”, disse Bento XVI na Basílica Vaticana. Todavia, o Papa destacou que “permanece no povo um sólido substrato espiritual… Além disso, sente-se, por parte dos fiéis leigos e de grupos de engajamento apostólico, uma mais sentida exigência de tensão à santidade, medida alta da vida cristã”. O Papa exortou os Bispos a ajudar as comunidades eclesiais “a seguir fielmente o Senhor, valorizando suas potencialidades espirituais e os carismas de cada um”. Aos jovens estudantes, o Papa fez votos de que a Quaresma seja “ocasião propícia para redescobrir o dom da seqüela de Cristo e aprender a aderir sempre, com a sua ajuda, à vontade do Pai”.
Na Sala Paulo VI, o Santo Padre iniciou com São Clemente um novo clico de catequeses dedicado aos Padres apostólicos, ou seja, à primeira e à segunda gerações na Igreja depois dos Apóstolos. “São Clemente, bispo de Roma nos últimos anos do século I, é o terceiro sucessor de Pedro, depois de Lino e Anacleto – recordou Bento XVI - . O testemunho mais importante sobre sua vida é o de Santo Irineu, bispo de Lyon até o ano 202. Ele testifica que Clemente «havia visto os apóstolos», «havia se encontrado com eles» e «ainda ressoava em seus ouvidos sua pregação, e tinha ante os olhos sua tradição». Testemunhos tardios, entre os séculos IV e VI, atribuem a Clemente o título de mártir.”
A única obra certa atribuída a ele é a “Carta aos Coríntios”, escrita à Igreja de Coríntio, em nome da Igreja de Roma, depois da morte do imperador Domiciano e no final da sua perseguição, portanto, imediatamente depois de 96. Esta carta enfrenta inúmeros temas de perene atualidade e representa, desde o primeiro século, “a solicitude da Igreja de Roma, que precede na caridade a todas as outras Igrejas”. “A intervenção de Clemente – continuou Bento XVI - era solicitada pelos graves problemas que a Igreja de Corinto atravessava: os presbíteros da comunidade, de fato, haviam sido depostos por alguns jovens contestadores”. Retomando temas importantes para São Paulo, que escreveu duas cartas aos Coríntios, Clemente destaca que o Senhor “nos doa o perdão, nos dá seu amor, a graça de ser cristãos, seus irmãos e irmãs. É um anúncio que enche de alegria nossa vida e que dá segurança ao nosso atuar: o Senhor nos previne sempre com sua bondade, e a bondade é sempre maior que todos os nossos pecados. É necessário, contudo, que nos comprometamos de maneira coerente com o dom recebido e que respondamos ao anúncio da salvação com um caminho generoso e valente de conversão”.
O motivo na base dos abusos que se verificaram em Coríntio, observava Clemente, “deve ser buscado no enfraquecimento da caridade e de outras virtudes cristãs indispensáveis. Por este motivo, convida os fiéis à humildade e ao amor fraterno, duas virtudes que fazem parte verdadeiramente do ser na Igreja”. Clemente ilustra aqui o seu ideal de Igreja: “congregada pelo ‘único Espírito de graça infundido sobre nós’, que sopra nos diversos membros do Corpo de Cristo, no qual todos, unidos sem nenhuma separação, são ‘membros uns dos outros’”. O Papa Bento XVI reiterou, a este ponto, que a distinção do conceito “entre ‘leigo’ e a hierarquia não significa uma contraposição, mas somente essa relação orgânica de um corpo, de um organismo, com as diferentes funções. A Igreja, de fato, não é um lugar de confusão e de anarquia, onde cada um pode fazer o que quer em todo momento: cada um, nesse organismo, com uma estrutura articulada, exerce seu ministério segundo a vocação recebida. No que se refere aos chefes das comunidades, Clemente explicita claramente a doutrina da sucessão apostólica. As normas que a regulam derivam, em última instância, do próprio Deus”.
A carta de Clemente se conclui com a "grande oração" na qual “louva e dá graças a Deus por sua maravilhosa providência de amor, que criou o mundo e que continua salvando-o e santificando-o”. O Santo Padre evidenciou o relevo particular da invocação para os governantes: “Ao rezar pelas autoridades, Clemente reconhece a legitimidade das instituições políticas na ordem estabelecida por Deus; ao mesmo tempo, manifesta a preocupação de que as autoridades sejam dóceis a Deus e «exerçam o poder que Deus lhes deu com paz, mansidão e piedade». César não é tudo. Emerge outra soberania, cuja origem e essência não são deste mundo, mas «do alto»: é a da Verdade, que tem o direito ante o Estado de ser ouvida”. (S.L.) (Agência Fides 8/3/2007)
O texto integral da catequese do Santo Padre
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=740

8 de março de 2007 – Audiência aos Sócios do Círculo de São Pedro
VATICANO - “A antiga prática do Óbolo de São Pedro surge da consciência de que cada fiel é chamado a sustentar inclusive materialmente a obra de evangelização e, ao mesmo tempo, a socorrer com generosidade os pobres e os necessitados”: o Papa ao Círculo São Pedro

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “A antiga prática do Óbolo de São Pedro, em um certo modo já em vigor nas primeiras comunidades cristãs, surge da consciência de que cada fiel é chamado a sustentar inclusive materialmente a obra de evangelização e, ao mesmo tempo, a socorrer com generosidade os pobres e os necessitados”: foi o que recordou o Santo Padre Bento XVI aos Sócios do Círculo de São Pedro, recebidos em audiência em 8 de março, no final da manhã.
Este encontro anual, que se realiza próximo da festa da Cátedra de São Pedro, destaca a peculiar fidelidade à Santa Sé que caracteriza o Círculo, e é ocasião para entregar ao Papa a coleta do tradicional Óbolo efetuada nas paróquias e nos institutos de Roma, apesar de hoje já estar presente em todo o mundo. “Em cada diocese, em cada paróquia e comunidade religiosa coleta-se anualmente o Óbolo de São Pedro – recordou o Pontífice -, que depois é enviado ao centro da Igreja para ser redistribuído segundo as necessidades e os pedidos que chegam ao Papa de todas as partes da terra. Na história da Igreja, houve momentos nos quais o auxílio econômico dos cristãos ao Sucessor de Pedro resultou particularmente significativo”, recordou Bento XVI, citando um passo da Encíclica Saepe venerabilis do bem-aventurado Papa Pio IX.
Ao agradecer aos Sócios do Círculo pelo seu empenho na coleta das ofertas, o Papa destacou que, “também neste nosso tempo, a Igreja continua difundindo o Evangelho e cooperando para a construção de uma humanidade mais fraterna e solidária. E justamente graças ao Óbolo de São Pedro, lhe é possível realizar esta sua missão de evangelização e de promoção humana”. Entre as iniciativas promovidas pelo Círculo, Bento XVI citou com particular satisfação o serviço de amparo aos doentes e a seus familiares por meio do “Hospice Sacro Cuore”, e concluiu lembrando que, no tempo quaresmal, “a liturgia nos recorda que, no compromisso da oração e do jejum, devemos unir nossa atenção pelos irmãos, especialmente por aqueles que se encontram em dificuldade, indo a seu encontro com gestos e obras de sustento material e espiritual”. (S.L.) (Agência Fides 9/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre, em italiano
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=741

9 de março de 2007 – Audiência aos participantes da Plenária do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais
VATICANO - “Boa parte daquilo que se transmite de várias formas nos lares de milhões de famílias no mundo inteiro é nocivo. A Igreja gera esperança, orientando a luz da verdade de Cristo para tais sombras”: Papa Bento XVI à Plenária do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “Indubitavelmente, os vários sectores dos mass media têm oferecido um grande benefício para a civilização… no que diz respeito à internet, é necessário reconhecer oportunamente que ela abriu um mundo de conhecimento e de aprendizado ao qual, precedentemente, na melhor das hipóteses só alguns tinham acesso. Estas contribuições para o bem comum devem ser reconhecidas e encorajadas. Por outro lado, é também evidente que uma boa parte daquilo que se transmite de várias formas nos lares de milhões de famílias no mundo inteiro é nocivo. A Igreja gera esperança, orientando a luz da verdade de Cristo para tais sombras. Incrementemos os nossos esforços em vista de encorajar todos a colocar a lâmpada no candeeiro, a fim de que a sua luz ilumine todos em casa, na escola e na sociedade em geral!” Foi o que recordou o Papa Bento XVI aos participantes da Plenária do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, recebidos em audiência na sexta-feira, 9 de março.
Depois de expressar a sua gratidão pelo compromisso no apostolado das comunicações sociais, “cuja importância não pode ser subestimada no nosso mundo cada vez mais tecnológico”, o Papa Bento XVI evidenciou que “o campo das comunicações sociais está a transformar-se rapidamente. Enquanto a comunicação de imprensa tem dificuldade de conservar a sua circulação, outras formas de comunicação como a rádio, a televisão e a internet estão a desenvolver-se a um nível extraordinário. Contra o cenário da globalização, este aumento dos meios de comunicação electrónicos coincide com a sua crescente concentração nas mãos de algumas multinacionais, cuja influência ultrapassa todos os confins sociais e culturais”.
Avaliando os resultados e efeitos deste incremento dos meios de comunicação social, análise que requer grande atenção, o Papa destacou “o papel invasivo dos meios de comunicação na formação da cultura” e evidenciou os grandes benefícios oferecidos à civilização, mas também os aspectos negativos. “As minhas preocupações não são diferentes das de qualquer mãe ou pai, professor ou cidadão responsável”, disse Bento XVI, recordando a sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações deste ano dedicada ao relacionamento entre os meios de comunicação e os jovens. “Portanto, é grave a responsabilidade de introduzir e educar as crianças e os jovens pelos caminhos da beleza, da verdade e da bondade. Ela somente pode ser promovida pelas multinacionais da comunicação, na medida em que estes fomentarem a dignidade humana fundamental, o valor genuíno do matrimónio e da vida familiar, e as conquistas e metas positivas da humanidade.” Por fim, o Santo Padre se dirigiu aos responsáveis da indústria dos meios de comunicação social, “a fim de que aconselhem os produtores a salvaguardar o bem comum, a promover a verdade e a proteger a dignidade humana de cada indivíduo, fomentando também o respeito pelas necessidades da família. (S.L.) (Agência Fides 10/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre, em inglês
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=742

10 de março de 2007 - Vigília de oração por ocasião do V Dia Europeu dos Universitários, sobre o tema: "A caridade intelectual: via para uma nova cooperação Europa-Ásia"
VATICANO - Bento XVI no Dia Europeu dos Universitários: “A caridade intelectual pode unir o caminho existencial de jovens que, mesmo vivendo muito distante uns dos outros, conseguem se sentir em contato em nível da busca interior e do testemunho”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “É sugestivo pensar na caridade intelectual como força do espírito humano, capaz de aproximar os itinerários formativos das novas gerações. Mais globalmente, a caridade intelectual pode unir o caminho existencial de jovens que, mesmo vivendo muito distante uns dos outros, conseguem se sentir em contato em nível da busca interior e do testemunho. Esta tarde realizamos uma ponte ideal entre a Europa e a Ásia, continente de riquíssimas tradições espirituais, onde evoluíram algumas entre as mais antigas e nobres tradições culturais da humanidade.” Foi o que disse o Santo Padre Bento XVI na tarde de sábado, 10 de março, na Sala Paulo VI, no Vaticano, durante a Vigília de oração por ocasião do V Dia Europeu dos Universitários, sobre o tema: "A caridade intelectual: via para uma nova cooperação Europa-Ásia".
Da iniciativa, promovida pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa e pelo Departamento para a pastoral universitária do Vicariato de Roma, participaram os estudantes das universidades romanas e, em conexão via satélite, os universitários de Turim, Bolonha, Manchester, Coimbra, Cracóvia, Praga, Tirana, Hong Kong, Calcutá, Manila e Islamabad. O Santo Padre guiou a reza do Terço e, no final, dirigiu uma saudação aos universitário antes de entregar a alguns de seus representantes cópias da Exortação apostólica “Ecclesia in Europa” e “Ecclesia in Asia”.
“Os jovens universitários de Roma se fazem promotores da irmandade no marco do amor intelectual – disse Bento XVI na sua saudação -, perseguem uma solidariedade que não surge do plano dos interesses econômicos ou políticos, mas do estudo e da busca da verdade. Em suma, estamos na verdadeira perspectiva "universitária", ou seja, daquela comunidade do saber que foi um dos elementos constitutivos da Europa.” Depois de se dirigir, nas respectivas línguas, aos estudantes conectados de diversas cidades e nações, o Santo Padre concluiu com esta exortação: “O mistério da Cruz não está desvinculado do tema da caridade intelectual, pelo contrário, o ilumina. A sabedoria cristã é sabedoria da Cruz: os estudantes e, em maior razão, os docentes cristãos interpretam toda realidade à luz do mistério do amor de Deus, que tem na Cruz a sua mais alta e completa revelação. Mais uma vez, caros jovens, vos confio a cruz de Cristo: acolhei-a, abraçai-a, segui-a. É a árvore da vida! Aos seus pés encontrareis sempre Maria, a Mãe de Jesus. Com Ela, Sé da Sabedoria, dirigi o olhar Àquele que por nós foi traspassado (cfr Jo 19,37), contemplai a fonte inesgotável do amor e da verdade, e podereis vos tornar também vós discípulos e testemunhas repletos de alegria.” (S.L.) (Agência Fides 12/3/2007)
O texto integral da homilia do Santo Padre, em italiano
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11 de março de 2007 – Angelus
VATICANO - “Cristo convida a responder ao mal antes de tudo com um sério exame de consciência e com o compromisso de purificar a própria vida… De fato, as pessoas e as sociedades que vivem sem nunca pôr-se em discussão têm como único destino final a ruína”: Bento XVI no Angelus

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – O tema da conversão esteve no centro do discurso pronunciado pelo Papa Bento XVI antes de rezar o Angelus com os fiéis reunidos na praça S. Pedro, no domingo, 11 de março. Inspirado no Evangelho de Lucas proclamado no terceiro Domingo de Quaresma, e recordando o convite de Jesus: "Não, vos asseguro; e se não vos converterdes, todos perecereis do mesmo modo" (13,3.5), o Santo Padre evidenciou que o ponto ao qual Jesus quer levar seus ouvintes é “a necessidade da conversão”.
“Não a apresenta em termos moralistas, mas realistas, como única resposta adequada para os acontecimentos que põem em crise as certezas humanas”, prosseguiu Bento XVI, recordando que diante de certas desgraças, como aquelas narradas no Evangelho, “a verdadeira sabedoria consiste mais em deixar-se interpelar pela precariedade da existência e assumir uma atitude de responsabilidade: fazer penitência e melhorar nossa vida. Esta é a sabedoria, esta é a resposta mais eficaz ao mal, em todos os âmbitos, interpessoal, social e internacional”. Cristo convida, portanto, a responder ao mal com um sério exame de consciência e com o compromisso de purificar a própria vida. “De fato, as pessoas e as sociedades que vivem sem nunca pôr-se em discussão têm como único destino final a ruína. A conversão, pelo contrário, apesar de não preservar dos problemas e adversidades, permite enfrentá-los de «maneira» diferente... Em síntese: a conversão vence o mal em sua raiz, que é o pecado, ainda que nem sempre se possa evitar suas conseqüências.”
Por fim, o Papa pediu a intercessão de Maria Santissima, para que, no itinerario quaresmal, “ajude cada cristão a redescobrir a grandeza, diria inclusive a beleza da conversão. Que nos ajude a compreender que fazer penitência e corrigir a própria conduta não é simples moralismo, mas o caminho mais eficaz para melhorar tanto a nós mesmos como a sociedade”. (S.L.) (Agência Fides 12/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre
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13 de março de 2007 – Audiência ao Presidente da Federação Russa
VATICANO - Audiência do Santo Padre Bento XVI ao Presidente da Federação Russa
Cidade do Vaticano (Agência Fides) – A Sala de Imprensa da Santa Sé publicou na tarde de 13 de março o seguinte comunicado relativo à audiência concedida ao Presidente da Federação Russa. “Na tarde de hoje, 13 de março de 2007, o Santo Padre Bento XVI recebeu em audiência Sua Excelência o Senhor Vladimir Putin, Presidente da Federação Russa. Contemporaneamente, ocorreu o encontro do cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado de Sua Santidade, e do arcebispo Dominique Mamberti, secretário das Relações com os Estados, com o senhor Sergei Lavrov, ministro dos Assuntos Exteriores da Federação Russa, e outros membros da delegação que acompanha o Presidente.
Os colóquios, que se realizaram em um clima positivo, permitiram constatar as cordiais relações que se dão entre a Santa Sé e a Federação Russa, assim como a vontade recíproca de desenvolvê-las ulteriormente, inclusive com iniciativas específicas de caráter cultural. Neste contexto, foram examinados alguns temas bilaterais de comum interesse, que afetam também as relações entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa, e foram analisadas as questões internacionais de atualidade, em particular o Oriente Médio. Por último, prestou-se atenção aos problemas do extremismo e da intolerância, que constituem graves ameaças à convivência civil entre as nações, sublinhando a necessidade de preservar a paz e de favorecer uma resolução negociada e pacífica dos conflitos. (S.L.) (Agência Fides 14/3/2007)

14 de março de 2007 – Audiência Geral
VATICANO - Santo Inácio de Antioquia convida todos nós “a uma síntese progressiva entre configuração a Cristo e dedicação à sua Igreja”: a catequese do Papa Bento XVI na Audiência Geral

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Santo Inácio, terceiro Bispo de Antioquia, atual Turquia, de 70 a 107, data do seu martírio, foi o segundo dos Padres Apostólicos, depois de São Clemente, sobre os quais o Papa Bento XVI falou na sua catequese durante a Audiência Geral de 14 de março. Como nos relatam os Atos dos Apóstolos, em Antioquia surgiu uma florescente comunidade cristã, da qual foi primeiro Bispo o apóstolo Pedro. O Santo Padre recordou o testemunho de Eusébio de Cesaréia, um historiador do século IV que, falando da vida e da obra literária de Inácio, recorda que foi enviado a Roma “para ser pasto de feras, por causa do testemunho que deu de Cristo”. Durante a sua viagem em direção ao local do martírio, Inácio encorajava e reforçava as comunidades que encontrava, exortando-as a não cair nas heresias e a manter-se fiéis à Tradição Apostólica. A sua primeira etapa foi em Smirne, onde escreveu quatro cartas; e, depois, em Troade, onde enviou novas cartas às Igrejas de Filadélfia e de Smirne, e uma ao Bispo Policarpo. “Ao ler esses textos – notou o Papa - sente-se o frescor da fé da geração que ainda havia conhecido os apóstolos. Sente-se também nestas cartas o amor ardente de um santo”. Ao chegar a Roma, Inácio foi dado como alimento às feras no Anfiteatro Flávio.
“Nenhum Padre da Igreja expressou com a intensidade de Inácio o anseio pela «união» com Cristo e pela «vida» n’Ele”, destacou Bento XVI, recordando que Inácio suplicou aos cristãos de Roma para não impedissem o seu martírio, porque era impaciente para “se reunir com Jesus Cristo". “Para Inácio, a unidade é antes de tudo uma prerrogativa de Deus, que, existindo em três Pessoas, é Um em uma absoluta unidade. Repete com freqüência que Deus é unidade e que só em Deus esta se encontra no estado puro e originário. A unidade que os cristãos têm que realizar sobre esta terra nada mais é que uma imitação, a mais conforme possível, ao modelo divino”. Inácio insistiu em dois aspectos característicos da vida cristã: a estrutura hierárquica da comunidade eclesial e a unidade fundamental que une entre si todos os fiéis em Cristo. “A insistência da comunhão dos fiéis entre si e com seus pastores se reforça constantemente mediante imagens eloqüentes e analogias: a cítara, os instrumentos de corda, a entonação, o concerto, a sinfonia. É evidente a peculiar responsabilidade dos bispos, dos presbíteros e dos diáconos na edificação da comunidade. A eles se dirige antes de tudo o chamado ao amor e à unidade… Inácio é o primeiro que na literatura cristã atribui à Igreja o adjetivo «católica», ou seja, «universal»… Precisamente no serviço de unidade à Igreja Católica, a comunidade cristã de Roma exerce uma espécie de primado no amor”.
O Papa Bento XVI prosseguiu a sua catequese destacando que Inácio “é verdadeiramente o «doutor da unidade»: unidade de Deus e unidade de Cristo (em oposição às diferentes heresias que começavam a circular e que dividiam o homem e Deus em Cristo), unidade da Igreja, unidade dos fiéis, «na fé e na caridade, pois não há nada mais excelente que ela»… O «realismo» de Inácio é um convite para os fiéis de ontem e de hoje, é um convite para todos nós a alcançar uma síntese progressiva entre «configuração com Cristo» (união com Ele, vida n’Ele) e «entrega à sua Igreja» (unidade com o bispo, serviço generoso à comunidade e ao mundo). Em definitivo, é necessário conseguir uma síntese entre «comunhão» da Igreja em seu interior e «missão», proclamação do Evangelho aos outros, até que uma dimensão fale através da outra, e os fiéis tenham cada vez mais «esse espírito sem divisões, que é o próprio Jesus Cristo". Por fim, o Santo Padre convidou a rezar “para que o Senhor nos ajude a alcançar esta unidade e vivamos sem manchas, pois o amor purifica as almas”. (S.L.) (Agência Fides 15/3/2007)
O texto integral da catequese do Santo Padre
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16 de março de 2007 – Audiência aos participantes do curso promovido pela Penitenciaria Apostólica
VATICANO - Papa Bento XVI aos participantes do curso promovido pela Penitenciaria Apostólica: “O compromisso do sacerdote e do confessor é principalmente este: fazer com que cada pessoa experimente o amor de Cristo por ela, encontrando-O na estrada da própria vida, como Paulo o encontrou no caminho para Damasco”
Cidade do Vaticano (Agência Fides) - “O encontro de hoje oferece-me a oportunidade para refletir junto a vós sobre a importância do sacramento da Penitência também neste nosso tempo e para reiterar a necessidade de que os sacerdotes se preparem a ministrá-lo com devoção e fidelidade para louvar a Deus e pela santificação do povo cristão, como prometem ao Bispo no dia de sua Ordenação presbiteral.” Com essas palavras, o Santo Padre Bento XVI se dirigiu aos participantes do Curso sobre o Foro interno organizado pela Penitenciaria Apostólica, recebidos em audiência em 16 de março, no final da manhã. “Com os gestos e as palavras sacramentais, os sacerdotes tornam visível sobretudo o amor de Deus, que em Cristo se revelou de modo pleno – prosseguiu o Santo Padre -… Aquilo que acontece neste sacramento é, portanto, primeiramente o mistério do amor, obra do amor misericordioso do Senhor… Todos necessitamos ir à fonte inesgotável do amor divino, que se manifesta a nós totalmente no mistério da Cruz, para encontrar a autêntica paz com Deus, com nós mesmos e com o próximo. Somente desta fonte espiritual é possível extrair aquela energia interior indispensável para derrotar o mal e o pecado, na luta sem fim que marca a nossa peregrinação terrena rumo à pátria celeste.”
O Papa então recordou como no mundo contemporâneo ainda estejam presentes as contradições relevadas pelo Concílio Vaticano II: “Vemos uma humanidade que gostaria de ser auto-suficiente, onde não poucas pessoas consideram quase de poder prescindir de Deus para viver bem; e mesmo assim, quantas pessoas parecem tristemente condenadas a enfrentar dramáticas situações de vazio existencial, quanta violência existe ainda sobre a terra, quanta solidão pesa sobre a alma do homem da era da comunicação! Em uma palavra, hoje parece que se perdeu o “sentido do pecado", mas em compensação, aumentaram os “complexos de culpa”. Quem poderá libertar o coração dos homens desta opressão de morte senão Aquele que, morrendo, derrotou para sempre a potência do mal com a onipotência do amor divino?”
O sacerdote, no sacramento da Confissão, é instrumento do amor misericordioso de Deus, e o seu compromisso é principalmente “fazer com que cada pessoa experimente o amor de Cristo por ela, encontrando-O na estrada da própria vida, como Paulo o encontrou no caminho para Damasco”. Para realizar esta importante missão e alcançar o objetivo pré-fixado, o sacerdote comprometido no ministério do sacramento da Penitência deve ser animado “por uma constante tensão à santidade”, interiormente sempre unido ao Senhor, fiel ao Magistério da Igreja no que concerne à doutrina moral, “consciente de que a lei do bem e do mal não é determinada pelas situações, mas por Deus”. Por fim, o Papa pediu a intercessão da Virgem Maria para que ampare o ministério dos sacerdotes confessores e ajude toda comunidade cristã “a compreender sempre mais o valor e a importância do sacramento da Penitência para o crescimento espiritual de todo fiel”. (S.L.) (Agência Fides 17/3/2007)
Links:
O texto integral do discurso do Santo Padre, em italiano
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18 de março de 2007 – Homilia por ocasião da visita ao Instituto Penal para Menores "Casal del Marmo" de Roma
VATICANO - O Papa ao Instituto Penal para Menores: “Poderia-se ser privado de tudo, até mesmo da liberdade ou da saúde, e estar em paz e na alegria se dentro do coração estiver Deus. O segredo, portanto, está aqui: é preciso que Deus ocupe sempre o primeiro lugar na nossa vida”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Domingo, 18 de março, IV da Quaresma, o Santo Padre Bento XVI visitou o Instituto Penal para Menores "Casal del Marmo" de Roma. Acolhido pelo Cardeal Camillo Ruini, Vigário-geral para a Diocese de Roma, e pelas autoridades civis, o Papa presidiu a Concelebração eucarística na Capela do Instituto, dedicada ao "Pai Misericordioso".
Na homilia, o Papa Bento XVI explicou o Evangelho da liturgia dominical, a parábola do pai misericordioso, na qual aparecem três pessoas: o pai e os dois filhos. “Ambos os filhos vivem em paz, são agricultores muito abastados, têm, portanto, do que viver, vendem bem seus produtos, a vida parece ser boa. E, todavia, o filho mais jovem, aos poucos, começa a achar esta vida sem graça, insatisfatória.” Com o desejo de experimentar uma outra vida, na qual possa ser realmente livre de fazer o que gosta, “uma vida livre desta disciplina e dessas normas dos mandamentos de Deus, das ordens do pai”, toma o seu patrimônio e vai embora. “O pai é muito respeitoso e generoso e respeita a liberdade do filho: é ele que deve encontrar o seu projeto de vida.” O filho vai a uma cidade muito distante, provavelmente não somente do ponto de vista geográfico, “porque quer uma vida totalmente diferente”.
Em um primeiro momento tudo corre bem, mas depois, com o tempo, tudo se torna vazio: “Também agora se repropõe a escravidão de fazer as mesmas coisas. E, por fim, também o dinheiro acaba e o jovem acha que o seu nível de vida está abaixo do nível dos porcos. Então começa a refletir e se pergunta se aquela era realmente a estrada da vida: uma liberdade interpretada como fazer o que eu quiser, viver, ter a vida somente para mim ou se, ao invés, não seria talvez mais vida viver para os outros, contribuir para a construção do mundo, para o crescimento da comunidade humana”. O jovem reflete e começa a ver que era muito mais livre em casa, “sendo proprietário também ele, contribuindo para a construção da casa e da sociedade em comunhão com o Criador, conhecendo o objetivo da sua vida, adivinhando o projeto que Deus tinha para ele”. O filho mais jovem, portanto, coloca-se em caminho para retornar a casa, para retomar a sua vida de um tempo.
O pai que tinha deixado a sua liberdade “para dar-lhe a possibilidade de entender interiormente o que é viver e o que é não viver”, o abraça e lhe prepara uma festa. “O filho entende que justamente o trabalho, a humildade e a disciplina de todos os dias cria a verdadeira festa e a verdadeira liberdade… Certamente, também no futuro a sua vida não será fácil, as tentações retornarão, mas ele está plenamente consciente de que uma vida sem Deus não funciona: falta o essencial, falta a luz, falta o porquê, falta o grande sentido do ser homem… O jovem entende que os mandamentos de Deus não são obstáculos para a liberdade e para uma bela vida, mas são os indicadores da estrada sobre a qual caminhar para encontrar a vida. Entende que também o trabalho, a disciplina, o empenhar-se não para si, mas para os outros, alarga a vida”. A reação de inveja do outro filho que ficou em casa nos faz entender que “também ele, no seu íntimo, deve ‘retornar a casa’ e entender novamente o que é a vida, entender que se vive realmente somente com Deus, com a sua Palavra, na comunhão da própria família, do trabalho; na comunhão da grande Família de Deus”.
Bento XVI completou a sua explicação da parábola com algumas observações: “O Evangelho nos ajuda a entender quem é realmente Deus: Ele é o Pai misericordioso que em Jesus nos ama além de qualquer medida. Os erros que cometemos, apesar de grandes, não investem a fidelidade do seu amor. No sacramento da confissão, podemos sempre partir novamente com a vida: Ele nos acolhe, nos restitui a dignidade de filhos seus… Além disso, esta parábola nos ajuda a entender quem é o homem: não é uma "monade", uma entidade isolada que vive somente para si e deve ter a vida somente para si. Pelo contrário, nós vivemos com os outros, somos criados junto aos outros e somente no estar com os outros, no doar-nos aos outros encontramos a vida... E, finalmente, o homem é uma pessoa livre. Devemos entender o que é a liberdade e o que é somente a aparência da liberdade. A liberdade, poderíamos dizer, é um trampolim para saltar no mar infinito da bondade divina, mas pode se tornar também um plano inclinado sobre o qual escorregar rumo ao abismo do pecado e do mal e perder, assim, também a liberdade e a nossa dignidade.”
Por fim, o Santo Padre recordou que neste tempo de Quaresma a Igreja “nos convida à conversão que, antes de ser um esforço sempre importante para mudar os nossos comportamentos, é uma oportunidade para decidir levantar-nos e partir novamente, ou seja, abandonar o pecado e escolher o retorno a Deus. Façamos – este é o imperativo da Quaresma – façamos juntos este caminho de libertação interior”.
No final da Santa Missa, Bento XVI visitou no ginásio do Instituto Penal para encontrar os jovens e os agentes da Polícia Penitenciaria. “Primeiramente, gostaria de dizer-vos obrigado pela nossa alegria, obrigado por esta preparação. Para mim, é uma grande alegria ter-vos dado um pouco de luz com esta minha visita”, disse o Papa, garantindo: “Sabei que o Papa vos quer bem e vos segue com afeto”. E prosseguiu: “Hoje para vós é um dia de festa, um dia de alegria. A própria liturgia deste domingo inicia com um convite a estar na alegria... Durante a Missa, recordamos que Deus nos ama: eis a fonte da verdadeira alegria. Mesmo tendo tudo aquilo que se deseja se é, às vezes, infeliz; poderia-se ser privado de tudo, até mesmo da liberdade ou da saúde, e estar em paz e na alegria se dentro do coração estiver Deus. O segredo, portanto, está aqui: é preciso que Deus ocupe sempre o primeiro lugar na nossa vida”. (S.L.) (Agência Fides 21/3/2007)
O texto integral da homilia e do discurso do Santo Padre, em italiano
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18 de março de 2007 - Angelus
VATICANO - No Angelus, o Papa recorda que a Eucaristia é “Sacramento da caridade”: “Na Eucaristia, Cristo quis nos dar o seu amor, que o impulsionou a oferecer na cruz a sua vida por nós”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – A fonte da alegria cristã se encontra na Eucaristia, “que Cristo nos deixou como Alimento espiritual, enquanto somos peregrinos nesta terra… A Eucaristia alimenta nos fiéis de todas as épocas essa alegria profunda, que forma um todo com o amor e com a paz, e que tem origem na comunhão com Deus e com os irmãos”. Domingo, 18 de março, o Papa Bento XVI dedicou o seu discurso antes do Angelus ao tema da Eucaristia, “fonte e ápice da vida e da missão da Igreja”, e à recente publicação da Exortação apostólica “Sacramentum caritatis”, que reúne os frutos da XI Assembléia Geral do Sínodo dos Bispos, realizada em outubro de 2005.
“Quero voltar a este importante texto – prosseguiu o Papa -, mas desde já desejo sublinhar que ele é expressão da fé da Igreja universal no Mistério eucarístico, e que se situa em continuidade com o Concílio Vaticano II e com o magistério de meus venerados predecessores Paulo VI e João Paulo II”. No Documento, é realçado o laço da Eucaristia com a Encíclica “Deus caritas est”, por isso o Santo Padre escolheu como título “Sacramentum caritatis”, retomando uma definição de São Tomás de Aquino. “Sim, na Eucaristia Cristo quis nos dar o seu amor, que o impulsionou a oferecer na cruz a sua vida por nós – afirmou Bento XVI -. Na Última Ceia, lavando os pés dos seus discípulos, Jesus nos deixou o mandamento do amor… Mas já que isso é possível somente permanecendo unidos a Ele, como ramos à videira, Ele escolheu permanecer entre nós na Eucaristia, para que nós possamos permanecer n’Ele. Quando, portanto, nos alimentamos com fé do seu Corpo e do seu Sangue, seu amor é transmitido a nós e nos torna capazes, assim, de dar a vida pelos irmãos. Daqui brota a alegria cristã, a alegria do amor.”
O Papa, portanto, invocou a intercessão de Maria, a “Mulher eucaristica" por excelência, “obra-prima da graça divina” enquanto o amor de Deus a tornou imaculada "em sua presença, no amor", e de S. José: “Invoco especialmente esse grande santo para que, crendo, celebrando e vivendo com fé o Mistério Eucarístico, o Povo de Deus seja invadido pelo amor de Cristo e difunda seus frutos de alegria e paz a toda a humanidade.”
Depois da oração mariana, saudando os peregrinos de língua italiana, o Santo Padre dirigiu uma particular saudação ao Comitê de Conexão dos Católicos por uma Civilização do Amor que, “por ocasião da festa de S. José, relança a campanha ‘Adote um pai’, em colaboração com os Institutos missionários, em benefício das famílias pobres nos países em desenvolvimento”. (S.L.) (Agência Fides 21/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre
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21 de março de 2007 – Audiência Geral
VATICANO - “A figura e a obra de Justino marcam a decidida opção da Igreja antiga pela filosofia, pela razão, ao invés da religião dos pagãos”: a catequese do Papa sobre São Justino, o mais importante dos apologistas do século II

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Continuando o ciclo de catequeses sobre os Padres Apostólicos, durante a Audiência Geral de quarta-feira, 21 de março, o Papa Bento XVI falou sobre a figura de São Justino, filosofo e mártir, “o mais importante dos apologistas do século II”. Primeiramente, o Papa explicou o significado da palavra “apologistas”, que “designa esses antigos escritores cristãos que se propunham defender a nossa religião das graves acusações dos pagãos e dos judeus, e difundir a doutrina cristã de uma maneira adaptada à cultura de seu tempo”.
Nascido por volta do ano 100 em Samaria, na Terra Santa, Justino buscou profundamente a verdade, freqüentando as várias escolas da tradição filosófica grega, até quando “um misterioso personagem, um ancião com o qual se encontrou na praia do mar” o fez conhecer a fé cristã. “Fundou uma escola em Roma, onde iniciava gratuitamente os alunos na nova religião, considerada como a verdadeira filosofia – recordou o Papa no seu discurso -. Nela, de fato, havia encontrado a verdade e, portanto, a arte de viver de maneira reta. Por este motivo, foi denunciado e foi decapitado por volta do ano 165.”
As únicas obras que nos sobraram dele são as duas Apologias e o Diálogo com o Hebreu Trifone, no qual “Justino pretende ilustrar antes de tudo o projeto divino da criação e da salvação que se realiza em Jesus Cristo, o «Logos», ou seja, o Verbo eterno, a Razão eterna, a Razão criadora. Cada homem, como criatura racional, participa do «Logos», leva em si uma «semente» e pode vislumbrar a verdade. Desta maneira, o próprio «Logos», que se revelou como figura profética aos judeus na Lei antiga, também se manifestou parcialmente como «sementes de verdade» na filosofia grega. Pois bem, conclui Justino, dado que o cristianismo é a manifestação histórica e pessoal do «Logos» em sua totalidade, «todo o belo que foi expresso por qualquer pessoa pertence a nós, os cristãos»’.”
O Papa Bento XVI recordou que “a figura e a obra de Justino marcam a decidida opção da Igreja antiga pela filosofia, pela razão, ao invés da religião dos pagãos... A filosofia representou, contudo, a área privilegiada do encontro entre paganismo, judaísmo e cristianismo, precisamente no âmbito da crítica à religião pagã e a seus falsos mitos … Justino, e com ele outros apologistas, firmaram a tomada de posição clara da fé cristã pelo Deus dos filósofos contra os falsos deuses da religião pagã. Era a opção pela verdade do ser contra o mito do costume”. Por fim, o Papa lembrou que o termo comum, empregado também por Tertuliano em referência à religião pagã, “pode ser traduzido nos idiomas modernos com as expressões «moda cultural», «moda do momento” e concluiu: “Em uma época como a nossa, caracterizada pelo relativismo no debate sobre os valores e sobre a religião – assim como no diálogo inter-religioso -, esta é uma lição que não se deve esquecer”.
No final da catequese, dirigindo-se aos peregrinos de língua italiana, Bento XVI saudou os fiéis das Dioceses da Sardenha, que vieram a Roma com seus Bispos por ocasião da Visita "ad Limina Apostolorum", com essas palavras: “Caros amigos, na recente Exortação Apostólica evoquei o valor da Eucaristia para a vida da Igreja e de cada cristão. Encorajo também vós a extrair desta admirável fonte a força espiritual necessária para manter-vos fiéis ao Evangelho e testemunhar sempre e em todos os lugares o amor de Deus. E vós, caros Irmãos no Episcopado, "fazendo-vos modelos do Rebanho" (IPt 5,3) não vos cansai de conduzir os fiéis confiados aos vossos cuidados pastorais a uma adesão pessoal e comunitária sempre mais generosa a Cristo.”
Por fim, o Papa lançou um apelo por ocasião do Dia de Luta à Tuberculose: “Em 24 de março será celebrado o Dia Mundial de Luta à Tuberculose. Que esta data favoreça uma maior responsabilidade no tratamento dessa doença e uma solidariedade cada vez mais intensa para com quem sofre por sua causa. Sobre eles e suas famílias, invoco o conforto do Senhor, enquanto encorajo as múltiplas iniciativas de assistência que a Igreja promove neste âmbito.” (S.L.) (Agência Fides 22/3/2007)
O texto integral da catequese do Santo Padre
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=750

22 de março de 2007 – Audiência aos participantes da Sessão Plenária do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde
VATICANO - “Os agentes de saúde cristãos bem sabem que se dá um laço íntimo e indissolúvel entre a qualidade de seu serviço profissional e a virtude da caridade à qual Cristo os chama”: Bento XVI à Plenária do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “A pastoral da saúde é um âmbito evangélico por excelência que recorda a obra de Jesus, bom samaritano da humanidade. Quando passava pelos povos da Palestina anunciando a boa nova do Reino de Deus, acompanhava sempre a pregação com os sinais que realizava sobre os enfermos, curando todos os que eram prisioneiros de todo tipo de enfermidade e doença.” Foi o que recordou o Santo Padre Bento XVI, recebendo em audiência, em 22 de março, os participantes da Sessão Plenária do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde. O Santo Padre destacou que “a saúde do ser humano, de todo o ser humano, foi o sinal que Cristo escolheu para manifestar a proximidade de Deus, seu amor misericordioso que cura o espírito, a alma e o corpo” e isso deve ser sempre a referência fundamental de toda iniciativa neste campo.
“O ser humano tem um dever tanto em resposta a um direito fundamental da pessoa, como porque o tratamento dos indivíduos redunda em benefício da coletividade”, prosseguiu o Papa, que evidencia que “a estima e a confiança dos funcionários da saúde são proporcionais à certeza de que estes defensores da vida por profissão não desprezarão jamais uma existência humana, ainda que seja deficiente, e saberão alentar sempre toda tentativa de cura. O compromisso para oferecer tratamentos deve estender-se, portanto, a todos os seres humanos, com o objetivo de cobrir toda sua existência”.
“Os agentes de saúde cristãos, portanto, bem sabem que se dá um laço íntimo e indissolúvel entre a qualidade de seu serviço profissional e a virtude da caridade à qual Cristo os chama: com o bom cumprimento de seu trabalho, levam precisamente às pessoas o testemunho do amor de Deus. A caridade, como tarefa da Igreja, objeto de reflexão em minha encíclica «Deus caritas est», aplica-se de maneira particularmente significativa na atenção aos enfermos.A história da Igreja testemunha isso, com inumeráveis testemunhos de homens e mulheres que, de forma tanto individual como associada, atuaram neste campo.”
O Santo Padre, portanto, idealmente ofereceu aos presentes as reflexões contidas na Encíclica “Deus caritas est”, com as relativas orientações pastorais sobre o serviço caritativo da Igreja como "comunidade de amor", e acrescentou a esta a Exortação apostólica pós-sinodal, que trata da Eucaristia como "Sacramento da caridade", enquanto “a pastoral da saúde pode extrair continuamente força precisamente da Eucaristia para socorrer eficazmente o ser humano e promovê-lo, segundo a dignidade que lhe é própria. Nos hospitais e nas clínicas, a capela é o coração palpitante em que Jesus se oferece intensamente ao Pai celeste pela vida da humanidade. A Eucaristia, distribuída com dignidade e com espírito de oração aos enfermos, é seiva vital que os consola e infunde em seu espírito luz interior para viver com fé e com esperança a condição da enfermidade e do sofrimento”. (S.L.) (Agência Fides 23/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre, em italiano
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=751

24 de março de 2007 – Audiência aos participantes do Congresso "Os 50 anos dos Tratados de Roma – Valores e perspectivas para a Europa do amanhã", promovido pela Comissão dos Episcopados da Comunidade Européia (COMECE)
VATICANO - “Não se pode pensar em edificar uma autêntica «casa comum», descuidando da identidade própria dos povos … constituída por um conjunto de valores universais, que o cristianismo contribuiu a forjar”: o Papa aos participantes do Congresso promovido pela COMECE

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “Não se pode pensar em edificar uma autêntica «casa comum», descuidando da identidade própria dos povos de nosso continente. Trata-se, de fato, de uma identidade histórica, cultural e moral, antes que geográfica, econômica ou política; uma identidade constituída por um conjunto de valores universais, que o cristianismo contribuiu a forjar, desempenhando deste modo um papel não só histórico, mas de fundamento para a Europa. Estes valores, que constituem a alma do continente, têm de permanecer na Europa do terceiro milênio como «fermento» de civilização.” Foi o que reiterou o Santo Padre Bento XVI aos participantes do Congresso "Os 50 anos dos Tratados de Roma – Valores e perspectivas para a Europa do amanhã", promovido pela Comissão dos Episcopados da Comunidade Européia (COMECE), recebidos em audiência no sábado, 24 de março. “Se, por ocasião do qüinquagésimo aniversário dos Tratados de Roma, os governos da União desejam «aproximar-se» de seus cidadãos – prosseguiu o Papa -, como poderiam excluir um elemento essencial da identidade européia, como é o cristianismo, no qual uma ampla maioria deles segue identificando-se? Não é motivo de surpresa que a Europa de hoje, enquanto quer apresentar-se como uma comunidade de valores, conteste cada vez mais o fato de que tenha valores universais absolutos? Esta singular forma de «apostasia» de si mesma, antes ainda que de Deus, não a leva talvez a duvidar de sua própria identidade?”
Percorrendo o longo caminho do Continente nos últimos 50 anos, o Papa Bento XVI recordou em particular “a reconciliação dos dois «pulmões», oriente e ocidente, unidos por uma história comum” e “a exigência de estabelecer um sadio equilíbrio entre dimensão econômica e social”. “Do ponto de vista demográfico, há que constatar infelizmente que a Europa parece que empreendeu um caminho que poderia levá-la ao fim de sua história. Além de pôr em perigo seu crescimento econômico, pode causar também enormes dificuldades à coesão social e, sobretudo, favorecer um perigoso individualismo, que não tem em conta as conseqüências para o futuro”. Além disso, o Papa evidenciou que “a solidariedade encontra dificuldades, não só no âmbito internacional mas também no propriamente nacional”.
“Uma comunidade que se constrói sem respeitar a autêntica dignidade do ser humano, esquecendo que cada pessoa está criada à imagem de Deus, acaba por não fazer o bem de ninguém – prosseguiu o Pontífice -. Por este motivo, cada vez é mais indispensável que a Europa evite essa atitude pragmática, hoje amplamente difundida, que justifica sistematicamente o compromisso sobre os valores humanos essenciais, como se tratasse da inevitável aceitação de um suposto mal menor… Quando neste pragmatismo se introduzem tendências laicistas ou relativistas, acaba-se por negar aos cristãos o direito próprio de intervir como cristãos no debate público ou, ao menos, desqualifica-se sua contribuição com a acusação de que buscam defender injustificados privilégios. No momento histórico atual e ante os muitos desafios, a União Européia, se quiser garantir adequadamente o estado de direito e promover eficazmente os valores humanos, tem de reconhecer com clareza a existência certa de uma natureza humana estável e permanente, fonte de direitos comuns para todos os indivíduos, inclusive os daqueles que os negam. Neste contexto, há que salvaguardar o direito à objeção de consciência, cada vez que os direitos humanos fundamentais sejam violados.”
Bento XVI declarou-se consciente do quanto seja difícil para os cristãos “defender valentemente esta verdade sobre o homem” e exortou: “Não vos cansai nem vos desencorajai! Sabeis que tendes a tarefa de contribuir na construção, com a ajuda de Deus, de uma nova Europa, realista mas não cínica, rica de ideais e livre de ilusões ingênuas, inspirada na perene e vivificante verdade do Evangelho… Estou seguro de que Deus não deixará de abençoar o esforço generoso de quem, com espírito de serviço, trabalha por construir uma casa comum européia, na qual toda contribuição cultural, social e política esteja orientada ao bem comum”. (S.L.) (Agência Fides 26/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre, em italiano
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24 de março de 2007 – Audiência aos participantes da Peregrinação promovida pela Fraternidade de Comunhão e Libertação, por ocasião dos 25 anos do reconhecimento pontifício da Fraternidade
VATICANO - “Eu vos convido a continuar sobre esta estrada, com uma fé profunda, personalizada e fortemente radicada no vivo Corpo de Cristo, a Igreja”: o Papa aos participantes da Peregrinação promovida pela Fraternidade de Comunhão e Libertação nos 25 anos de reconhecimento pontifício

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “O saudoso João Paulo II… nos confiou esta tarefa: «Ide a todo o mundo para levar a verdade, a beleza e a paz, que se encontram em Cristo Redentor». O pe. Giussani fez daquelas palavras o programa de todo o Movimento, e para Comunhão e Libertação foi o início de uma estação missionária que o levou a 80 países. Hoje, eu vos convido a continuar sobre esta estrada, com uma fé profunda, personalizada, e fortemente radicada no vivo Corpo de Cristo, a Igreja, que garante a contemporaneidade de Jesus conosco.” Este é o convite de Bento XVI aos mais de 80.000 participantes da Peregrinação promovida pela Fraternidade de Comunhão e Libertação, por ocasião dos 25 anos do reconhecimento pontifício da Fraternidade, encontrados na praça S. Pedro ao meio-dia de sábado, 24 de março.
Recordando primeiramente o fundador, Mons. Luigi Giussani, “ao qual me unem tantas recordações e que se tornou um verdadeiro amigo meu”, o Papa destacou que “o Espírito Santo suscitou na Igreja, por meio dele, um Movimento… que testemunhasse a beleza de ser cristãos em uma época em que se difundia a opinião de que o cristianismo fosse algo cansativo e opressor de se viver. O pe. Giussani se empenhou então a despertar nos jovens o amor por Cristo "Caminho, Verdade e Vida", repetindo que somente Ele é a estrada rumo à realização dos desejos mais profundos do coração do homem, e que Cristo não nos salva apesar da nossa humanidade, mas por meio dela”.
Este corajoso sacerdote “buscou a própria Beleza, a Beleza infinita que encontrou em Cristo” e, como afirmou João Paulo II, “a original intuição pedagógica de Comunhão e Libertação está no repropor de modo fascinante e em sintonia com a cultura contemporânea o acontecimento cristão, percebido como fonte de novos valores e capaz de orientar toda a existência.” A vasta e articulada Família espiritual de Comunhão e Libertação foi originada “por um encontro renovado com Cristo” e ainda hoje se oferece “como uma possibilidade de viver de modo profundo e atualizado a fé cristã; de um lado, com uma total fidelidade e comunhão com o Sucessor de Pedro e com os Pastores que garantem o governo da Igreja; de outro, com uma espontaneidade e uma liberdade que permitem novas e proféticas realizações apostólicas e missionárias”.
A Fraternidade de Comunhão e Libertação se insere no vasto florescimento de associações, movimentos e novas realidades eclesiais suscitados pelo Espírito Santo na igreja após o Concílio Vaticano II, como “sinal da fecundidade do Espírito do Senhor, para que se manifeste no mundo a vitória de Cristo ressuscitado e se realize o mandato missionário confiado a toda a Igreja”. O Papa Bento XVI então recordou que, no recente encontro com o clero e os párocos de Roma, convidou a “não apagar os carismas.... se o Senhor nos dá novos dons devemos ser gratos, apesar de, às vezes, serem incômodos. Ao mesmo tempo, já que a Igreja é una, os Movimentos são realmente dons do Espírito Santo, devem naturalmente inserir-se na Comunidade eclesial e servi-la de modo que, no diálogo paciente com os Pastores, possam constituir elementos edificantes para a Igreja de hoje e de amanhã.” (S.L.) (Agência Fides 26/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre, em italiano
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25 de março de 2007 – Homilia por ocasião da visita pastoral à Paróquia de Santa Felicita e Filhos mártires no bairro Fidene, no setor norte da Diocese de Roma
VATICANO - O Papa em visita pastoral à Paróquia de Santa Felicita e Filhos mártires: “Que no caminho quaresmal… nos acompanhe a certeza de que Deus nunca nos abandona e que o seu amor é fonte de alegria e de paz; é força que nos impulsiona potentemente na estrada da santidade, se necessário, também até o martírio”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – No V Domingo de Quaresma, 25 de março, o Santo Padre Bento XVI realizou uma visita pastoral à Paróquia de Santa Felicita e Filhos mártires no bairro Fidene, no setor norte da Diocese de Roma. Na homilia durante a Santa Missa celebrada na igreja paroquial, o Papa destacou “a missão de toda comunidade paroquial, chamada a anunciar o Evangelho e a ser local de acolhimento e de escuta, de formação e de compartilha fraterna, de diálogo e de perdão”. Realizar esta tarefa não é certamente fácil, e evocando a palavra de Deus proclamada na Santa Missa, Bento XVI recordou que “a nossa peregrinação terrena é cheia de dificuldades e de provas, como o caminho do povo eleito no deserto antes de alcançar a terra prometida. Mas a intervenção divina pode torná-lo fácil”. Com efeito, o Senhor deu a cada comunidade cristã “abundantes reservas espirituais para atravessar o deserto deste mundo e transformá-lo em um fértil jardim. Essas reservas são a escuta dócil da sua Palavra, os Sacramentos e todo outro recurso espiritual da liturgia e da oração pessoal. Em definitiva, a verdadeira reserva é o seu amor. O amor que leva Jesus a imolar-se por nós, nos transforma e nos torna capazes de segui-lo fielmente”.
Refletindo sobre o trecho evangélico que narra o episodio da mulher adúltera, o Papa evidenciou algumas indicações concretas: “Jesus não entretém com os seus interlocutores uma discussão teórica: não lhe interessa vencer uma disputa a propósito de uma interpretação da lei mosaica, mas o seu objetivo é salvar uma alma e revelar que a salvação se encontra somente no amor de Deus. Por isso veio sobre a terra, por isso morrerá na cruz e o Pai o ressuscitará no terceiro dia. Jesus veio para nos dizer que nos quer a todos no Paraíso e que o inferno, do qual pouco se fala neste nosso tempo, existe e é eterno para aqueles que fecham o coração ao seu amor. Também neste episódio, portanto, compreendamos que nosso verdadeiro inimigo é a afetividade ao pecado, que pode nos conduzir à falência da nossa existência. Jesus se despede de mulher adúltera com este conselho: "Vai e não peca mais a partir de agora". Ele lhe concede o perdão para que "a partir de agora" não peque mais. Em uma narração análoga, a da pecadora arrependida que encontramos no Evangelho de Lucas, Ele acolhe e manda em paz uma mulher que se arrependeu. Aqui, ao invés, a adúltera recebe o perdão em um mundo incondicionado. Em ambos os casos – para a pecadora arrependida e para a adúltera – a mensagem é única. Em um caso se destaca que não existe perdão sem arrependimento; aqui se evidencia que somente o perdão divino e o seu amor recebido com coração aberto e sincero nos dão a força para resistir ao mal e para "não pecar mais". O comportamento de Jesus se torna, deste modo, um modelo a ser seguido por cada comunidade, chamada a fazer do amor e do perdão o coração pulsante de sua vida.”
Por fim, o Santo Padre concluiu a homilia com esses votos: “No caminho quaresmal que estamos percorrendo e que se aproxima rapidamente ao final, que nos acompanhe a certeza de que Deus nunca nos abbandona e que o seu amor é fonte de alegria e de paz; é força que nos impulsiona potentemente sobre a estrada da santidade, se necessário até o martírio. Assim acontece para os filhos e depois para a corajosa mãe Felicita, padroeiros de vossa Paróquia... Que o exemplo e a intercessão dessas santos sejam para vós um constante encorajamento a seguir a senda do Evangelho sem hesitações e sem comprometimentos”.
(S.L.) (Agência Fides 26/3/2007)
O texto integral da homilia do Santo Padre, em italiano
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25 de março de 2007 - Angelus
VATICANO - Bento XVI no Angelus: “A resposta de Maria ao anjo continua na Igreja, chamada a fazer presente a Cristo na história... os missionários mártires testemunham que o amor de Cristo é mais forte que a violência e o ódio”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “A Anunciação, narrada ao início do Evangelho de São Lucas, é um acontecimento humilde, escondido -- ninguém o viu, só o presenciou Maria --, mas ao mesmo tempo decisivo para a história da humanidade. Quando a Virgem pronunciou seu «sim» ao anúncio do anjo, Jesus foi concebido e com Ele começou a nova era da história, que depois seria sancionada na Páscoa como «nova e eterna Aliança.” Antes de rezar o Angelus com os fiéis reunidos na praça S. Pedro no domingo, 25 de março, o Santo Padre Bento XVI falou sobre a solenidade da Anunciação da Bem-aventurada Virgem Maria, que coincidindo este ano com um Domingo de Quaresma, é celebrada no dia seguinte. “a Anunciação é também uma festa cristológica, pois celebra um mistério central de Cristo: sua Encarnação”, evidenciou o Papa, recordando que o ‘sim’ de Maria é o reflexo perfeito do ‘sim’ do próprio Cristo quando entrou no mundo. A obediência do Filho se reflete na obediência da Mãe e, assim, para o encontro desses dois ‘sim’, Deus pôde assumir uma face humana.”
O Santo Padre recordou o XV Dia de oração e jejum pelos missionários mártires, celebrado no dia precedente, com essas palavras: “A resposta de Maria ao anjo continua na Igreja, chamada a fazer presente a Cristo na história, oferecendo sua própria disponibilidade para que Deus siga visitando a humanidade com sua misericórdia. O «sim» de Jesus e de Maria se renova deste modo no «sim» dos santos, especialmente dos mártires, que são assassinados por causa do Evangelho. Sublinho isso recordando que ontem, 24 de março, aniversário do assassinato de Dom Oscar Romero, arcebispo de de São Salvador, celebrou-se a Jornada de Oração e de Jejum pelos Missionários Mártires: bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos, assassinados no cumprimento de sua missão de evangelização e de promoção humana. Eles, os missionários mártires, como diz o tema deste ano, são «esperança para o mundo», pois testemunham que o amor de Cristo é mais forte que a violência e o ódio. Não buscaram o martírio, mas estiveram dispostos a dar a vida para serem fiéis ao Evangelho. O martírio cristão só se justifica como supremo ato de amor a Deus e aos irmãos.”
Depois da oração do Angelus, Bento XVI recordou que no Domingo de Ramos, com a qual tem início a Semana Santa, se celebrará o XXII Dia Mundial da Juventude, sobre o tema: "Como eu vos amei, amai também vós uns aos outros" (Jo 13,34). “Para nos preparar a este evento e à celebração da Páscoa – disse o Papa -, convido os jovens da Diocese de Roma a uma Liturgia penitencial, que presidirei na tarde de quinta-feira, 29 de março, na Basílica de São Pedro. Aqueles que o desejam terão a possibilidade de se aproximar ao Sacramento da Confissão, verdadeiro encontro com o amor de Deus, do qual todo homem necessita para viver na alegria e na paz.” (S.L.) (Agência Fides 26/3/2007)
Il testo integrale del discorso del Santo Padre
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28 de março de 2007 – Audiência Geral
VATICANO - Bento XVI dedica a sua catequese ao ensinamento de Santo Irineu de Lyon: “Todas as Igrejas têm de estar em harmonia com a igreja de Roma, reconhecendo nela a medida da verdadeira tradição apostólica, da única fé comum da Igreja”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Sobre a figura de Santo Irineu, Bispo de Lyon, “personalidade eminente… primeiramente homem de fé e Pastor”, o Papa Bento XVI dedicou a sua catequese durante a Audiência Geral de quarta-feira, 28 de março. Nascido com muita probabilidade em Smirne (hoje Izmir, na Turquia) por volta de 135-140, se transferiu para a Gália no período de formação da comunidade cristã de Lyon, e Irineu foi enviado a Roma com uma carta de sua comunidade ao Papa Eleutério. Deste modo, Irineu escapou da perseguição de Marco Aurélio, na qual morreram ao menos 48 mártires, entre os quais o próprio Bispo de Lyon, Potino. Ao seu retorno, Irineu foi eleito Bispo de Lyon, cargo que concluiu com o martírio em torno de 202-203.
Do bom Pastor Irineu “tem a prudência, a riqueza de doutrina e o ardor missionário – destacou o Santo Padre -. Como escritor, busca um duplo objetivo: defender a verdadeira doutrina dos assaltos dos hereges e expor com clareza a verdade da fé… Arraigando-se firmemente na doutrina bíblica da criação, Irineu refuta o dualismo e o pensamento gnóstico, que desvalorizam as realidades corporais. Reivindica com decisão a originária santidade da matéria, do corpo e da carne, em igualdade com a do espírito. Mas sua obra vai muito mais além da refutação da heresia: pode-se dizer, de fato, que se apresenta como o primeiro grande teólogo da Igreja, que criou a teologia sistemática; ele mesmo fala do sistema da teologia, ou seja, da coerência interna de toda a fé. No centro de sua doutrina está a questão da «regra da fé» e de sua transmissão. Para Irineu, a «regra da fé» coincide na prática com o «Credo» dos apóstolos e nos dá a chave para interpretar o Evangelho, para interpretar o Credo à luz do Evangelho. O símbolo apostólico, que é uma espécie de síntese do Evangelho, nos ajuda a compreender o que quer dizer, a maneira como temos que ler o próprio Evangelho”.
O Santo Padre evidenciou que, segundo Irineu, “o verdadeiro ensinamento não é o inventado pelos intelectuais, superando a fé simples da Igreja. O verdadeiro Evangelho é o ministrado pelos bispos que o receberam graças a uma corrente ininterrupta da revelação de Deus. Deste modo, diz Irineu, não há uma doutrina secreta por detrás do Credo comum da Igreja. Não há um cristianismo superior para intelectuais. A fé confessada publicamente pela Igreja é a fé comum de todos. Só é apostólica esta fé, procede dos apóstolos, ou seja, de Jesus e de Deus. Ao aderir a esta fé transmitida publicamente pelos apóstolos a seus sucessores, os cristãos têm de observar o que dizem os bispos, têm de considerar especificamente o ensinamento da Igreja de Roma, preeminente e antiqüíssimo. Esta Igreja, por causa de sua antigüidade, tem a maior apostolicidade: de fato, tem sua origem nas colunas do colégio apostólico, Pedro e Paulo. Todas as Igrejas têm de estar em harmonia com a igreja de Roma, reconhecendo nela a medida da verdadeira tradição apostólica, da única fé comum da Igreja.”
Segundo Irineu, o genuíno conceito da Tradição apostólica pode ser resumido em três pontos: a) A Tradição apostólica é "pública", não privada ou secreta. “Para Irineu, não há dúvida alguma de que o conteúdo da fé transmitida pela Igreja é o recebido dos apóstolos e de Jesus, o Filho de Deus. Não há outro ensinamento”. b) A Tradição apostólica é "única" nos seus conteúdos fundamentais, e porque é única, “cria unidade através dos povos, através das diferentes culturas, através de povos diferentes; é um conteúdo comum como a verdade, apesar das diferentes línguas e culturas”. c) A Tradição apostólica é "pneumática", ou seja espiritual, guiada pelo Espírito Santo. “Não se trata de uma transmissão confiada à capacidade dos homens mais ou menos instruídos, mas ao Espírito de Deus, que garante a fidelidade da transmissão da fé. Esta é a «vida» da Igreja, que a torna sempre jovem, ou seja, fecunda de muitos carismas”.
O Papa concluiu recordando que, para Irineu, “a fé da Igreja deve ser transmitida de maneira que apareça como tem de ser, ou seja, «pública», «única», «pneumática», «espiritual»… A doutrina de Irineu é como uma «senda mestra» para esclarecer a todas as pessoas de boa vontade o objetivo e os confins do diálogo sobre os valores, e para dar um impulso sempre novo à ação missionária da Igreja, à força da verdade que é a fonte de todos os autênticos valores do mundo.” (S.L.) (Agência Fides 29/3/2007)
O texto integral da catequese do Santo Padre
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29 de março de 2007 – Encontro com os jovens da Diocese de Roma em preparação ao XXII Dia mundial da Juventude
VATICANO - Papa Bento XVI aos jovens da Diocese de Roma: “Saindo dessa celebração, com os corações repletos da experiência do amor de Deus, estejais preparados a "ousar" o amor nas vossas famílias, nas relações com os vossos amigos e também com que vos ofendeu”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Em preparação ao XXII Dia mundial da Juventude, que será celebrado em todas as Dioceses em 1° de abril, Domingo de Ramos, o Santo Padre Bento XVI encontrou os jovens da Diocese de Roma na tarde de quinta-feira, 29 de março, para a Celebração da Penitência na Basílica Vaticana. “É um encontro em torno da Cruz, uma celebração da misericórdia de Deus, que no Sacramento da confissão cada um de vós poderá experimentar pessoalmente – disse o Santo Padre na homilia -. No coração de cada homem, mendicante de amor, há sede de amor... Sobretudo o cristão não pode viver sem amor. Ou melhor, se não encontra o amor verdadeiro, não pode dizer-se nem mesmo plenamente cristão... O amor de Deus por nós, iniciado com a criação, se fez visível no mistério da Cruz... Sim, a Cruz revela a plenitude do amor de Deus por nós. Um amor crucifixo, que não se detém no escândalo da Sexta-feira Santa, mas culmina na alegria da Ressurreição e Ascensão ao céu e no dom do Espírito Santo, Espírito de amor por meio do qual, inclusive esta noite, serão perdoados os pecados e concedidos o perdão e a paz.”
O Santo Padre recordou que o amor de Deus pelo homem “se expressa em plenitude sobre a Cruz… no sacrifício da Cruz, Deus continua a repropor o seu amor, a sua paixão pelo homem”. Então, dirigindo-se aos jovens, prosseguiu: “Com o Batismo, vós já nasceis para a vida nova em virtude da graça de Deus. Porém, porque esta vida nova não suprimiu a fraqueza da natureza humana nem a inclinação ao pecado, nos é dada a oportunidade de nos aproximar ao Sacramento da confissão. Toda vez que o fizerdes com fé e devoção, o amor e a misericórdia de Deus moverão o vosso coração, depois de um atento exame de consciência, em direção ao ministro de Cristo. A Ele, e assim ao próprio Cristo, vós exprimais a dor pelos pecados cometidos, com o firme propósito de não pecar mais no futuro e com a disponibilidade de acolher com alegria os atos de penitência que ele vos indicar para reparar o dano causado pelo pecado... Com o banho penitencial deste Sacramento, somos readmitidos à plena comunhão com Deus e com a Igreja, companhia confiável porque ‘sacramento universal de salvação’.”
Retomando o versículo evangélico que constitui o tema do XXII Dia Mundial da Juventude - "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei" (Jo 13,34) -, o Papa Bento XVI prosseguiu: “Cristo nos chama a si para unir-se a cada um de nós, para que nós aprendamos a amar os irmãos com o seu mesmo amor, como Ele nos amou. Hoje, como sempre, necessita-se muito de uma renovada capacidade de amar os irmãos. Saindo dessa celebração, com os corações repletos da experiência do amor de Deus, estejais preparados a "ousar" o amor nas vossas famílias, nas relações com os vossos amigos e também com que vos ofendeu. Estejais preparados a incidir com um testemunho autenticamente cristão nos ambientes de estudo e de trabalho, a comprometer-vos nas comunidades paroquiais, nos grupos, nos movimentos, nas associações e em todo âmbito da sociedade”.
Aos jovens noivos, o Papa dirigiu um convite a viver o noivado “no amor verdadeiro, que comporta sempre o recíproco respeito, casto e responsável”, e às pessoas que o Senhor chama a uma vida de particular consagração, a estarem prontos “a responder com um ‘sim’ generoso e sem comprometimentos”. Por fim, concluiu a homilia com esta exortação: “Caros jovens, o mundo aguarda esta vossa contribuição para a edificação da ‘civilização do amor’. O horizonte do amor é realmente sem fronteiras: é o mundo inteiro!... Não vos desencorajais e tenhais sempre confiança em Cristo e na sua Igreja!” (S.L.) (Agência Fides 30/3/2007)
O texto integral da homilia do Santo Padre, em italiano
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31 de março de 2007 - Mensagem ao IX Fórum internacional dos Jovens
VATICANO - Mensagem do Papa Bento XVI aos participantes do IX Fórum internacional dos Jovens: “Hoje, mais do que nunca, é necessário e urgente proclamar ‘o Evangelho do trabalho’, viver como cristãos no mundo do trabalho e se tornar apóstolos entre os trabalhadores”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – A necessidade de “valorizar a dimensão humana do trabalho e de tutelar a dignidade da pessoa”, enquanto “a referência última de toda atividade humana só pode ser o homem, criado à imagem e semelhança de Deus”, foi sublinhada pelo Santo Padre Bento XVI na sua Mensagem enviada ao Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, Dom Stanisław Ryłko, aos participantes do IX Fórum internacional dos Jovens sobre o tema "Testemunhas de Cristo no mundo do trabalho”, que se realiza em Rocca di Papa (veja Fides 21/3/2007).
Destacando a particular atualidade do tema escolhido, o Santo Padre evidencia as inúmeras transformações dos últimos tempos, “que modificaram radicalmente a fisionomia e as condições do mercado de trabalho. Se, de um lado, os progressos realizados suscitaram novas esperanças nos jovens; de outro, criaram frequentemente neles formas preocupantes de marginalização e de exploração, com crescentes situações de dificuldade pessoal”. Aumentam as dificuldades para se obter um emprego que responda às atitudes pessoais e aos estudos realizados, com o agravante da incerteza de poder manter no tempo um emprego mesmo que modesto. “O processo de globalização em ato no mundo provocou uma exigência de mobilidade que obriga inúmeros jovens a emigrar e a viver longe do país de origem e da própria família. E isso provoca em muitos um inquietante sentido de insegurança, com indubitáveis repercussões sobre a capacidade não somente de imaginar e de colocar em ato um projeto para o futuro, mas até mesmo de se comprometer concretamente no matrimônio e na formação de uma família”.
A Igreja sempre teve uma atenção constante em relação à questão social e, em particular, ao mundo do trabalho, como testemunham em especial as três Encíclicas: “Rerum novarum” (1891), “Quadragesimo anno” (1931) e “Laborem exercens” (1981). “Esses documentos pontifícios – disse o Papa Bento XVI – evocam com força a necessidade de valorizar a dimensão humana do trabalho e de tutelar a dignidade da pessoa: com efeito, a referência última de toda atividade humana só pode ser o homem, criado à imagem e semelhança de Deus. Uma análise aprofundada da situação, de fato, conduz a constatar que o trabalho faz parte do projeto de Deus sobre o homem e que este é participação à sua obra criadora e redentora. E, portanto, toda atividade humana deveria ser ocasião e local de crescimento dos indivíduos e da sociedade, desenvolvimento dos ‘talentos’ pessoais a serem valorizados e colocados a serviço ordenado do bem comum, em espírito de justiça e de solidariedade. Para os fiéis, pois, a finalidade última do trabalho é a construção do Reino de Deus.”
Depois de convidar os jovens participantes do Fórum “a fazer tesouro do diálogo e da reflexão desses dias”, o Papa Bento XVI destaca: “Hoje, mais do que nunca, é necessário e urgente proclamar ‘o Evangelho do trabalho’, viver como cristãos no mundo do trabalho e se tornar apóstolos entre os trabalhadores. Mas para realizar esta missão, é preciso permanecer unidos a Cristo com a oração e com uma intensa vida sacramental, valorizando a tal fim, de maneira especial, o Domingo, que é Dia dedicado ao Senhor”. Por fim, o Santo Padre encoraja os jovens “a não perder a coragem diante das dificuldades” e recorda-lhes o evento na praça S. Pedro para a solene celebração do Domingo de Ramos e do XXII Dia Mundial da Juventude. Recordando a Mensagem por ele enviada para esta ocasião, Bento XVI conclui: “Não basta somente se tornar mais ‘competitivos’ e ‘produtivos’, é preciso ser ‘testemunhas da caridade’. Somente assim, com efeito, com o suporte também das respectivas paróquias, movimentos e comunidades, em que é possível fazer experiência da grandeza e da vitalidade da Igreja, os jovens de hoje serão capazes de viver o trabalho como uma vocação e uma verdadeira missão.” (S.L.) (Agência Fides 31/3/2007)
O texto integral da Mensagem do Santo Padre, em italiano
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=758


VERBA PONTIFICIS

Confissão
O mundo contemporâneo continua a apresentar as contradições oportunamente evidenciadas pelos Padres do Concílio Vaticano II (cf. Constituição Pastoral Gaudium et spes, 4-10): vemos uma humanidade que gostaria de ser auto-suficiente, onde não poucos se julgam capazes de poder renunciar a Deus para viver bem; no entanto, quantos parecem tristemente condenados a enfrentar dramáticas situações de vazio existencial, quanta violência ainda existe na terra, quanta solidão pesa na alma do homem da era da comunicação! Em síntese, hoje parece ter-se perdido o "sentido do pecado", mas em compensação aumentaram os "complexos de culpa". Quem poderá libertar o coração dos homens deste jugo de morte, senão Aquele que, morrendo, derrotou para sempre o poder do mal com a omnipotência do amor divino? Como recordava São Paulo aos cristãos de Éfeso, "Deus é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, estando nós mortos pelos nossos delitos, deu-nos a vida juntamente com Cristo" (Ef 2, 4). No sacramento da Confissão, o sacerdote é instrumento deste amor misericordioso de Deus, que na fórmula da absolvição dos pecados invoca: "Deus, Pai de misericórdia, que reconciliou em si o mundo na morte e ressurreição do seu Filho, e infundiu o Espírito Santo para a remissão dos pecados, te conceda mediante o ministério da Igreja o perdão e a paz". (16 de março de 2007 – Audiência aos participantes do Curso organizado pela Penitenciaria Apostólica)

Conversão
“Eis, portanto, o ponto ao qual Jesus deseja guiar os seus ouvintes: a necessidade da conversão. Não a propõe em termos moralistas, mas realistas, como a única resposta adequada a acontecimentos que põem em crise as certezas humanas. Perante certas desgraças adverte Ele não serve descarregar a culpa sobre as vítimas. A verdadeira sabedoria é antes deixar-se interpelar pela precariedade da existência e assumir uma atitude de responsabilidade: fazer penitência e melhorar a nossa vida. É esta a sabedoria, é esta a resposta mais eficaz ao mal, de qualquer tipo, interpessoal, social e internacional. Cristo convida a responder ao mal antes de tudo com um sério exame de consciência e com o compromisso de purificar a própria vida. Caso contrário diz morreremos, todos morreremos do mesmo modo. De facto, as pessoas e as sociedades que vivem sem nunca se questionarem têm como único destino final a ruína. A conversão, ao contrário, mesmo se não preserva dos problemas e das desventuras, permite enfrentá-los de "modo" diferente. Antes de tudo ajuda a prevenir o mal, cortando certas ameaças. E, contudo, permite vencer o mal com o bem, se nem sempre no plano dos factos que por vezes são independentes da nossa vontade certamente no plano espiritual. Em síntese: a conversão vence o mal na sua raiz que é o pecado, mesmo se nem sempre pode evitar as suas consequências”. (11 de março de 2007 – Angelus)

Eucaristia
“Na passada terça-feira foi apresentada a Exortação Apostólica pós-sinodal Sacramentum Caritatis, que tem como tema precisamente a Eucaristia, fonte e ápice da vida e da missão da Igreja. Elaborei-a recolhendo os frutos da XI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, realizada no Vaticano em Outubro de 2005. Espero voltar sobre este importante texto, mas desde agora desejo ressaltar que ele é expressão da fé da Igreja universal no Mistério eucarístico, e coloca-se em continuidade com o Concílio Vaticano II e com o magistério dos meus venerados predecessores Paulo VI e João Paulo II. Neste Documento eu quis, entre outras coisas, ressaltar o seu vínculo com a Encíclica Deus caritas est: eis por que escolhi como título Sacramentum Caritatis, retomando uma bonita definição da Eucaristia de São Tomás de Aquino (cf. Summa Th., III, q. 73, a. 3, ad 3), "Sacramento da caridade". Sim, na Eucaristia Cristo quis doar-nos o seu amor, que o levou a oferecer na cruz a vida por nós. Na última Ceia, lavando os pés dos discípulos, Jesus deixou-nos o mandamento do amor: "Assim como Eu vos amei, vós também vos deveis amar uns aos outros" (Jo 13, 34). Mas isto só é possível se permanecermos unidos a Ele, como os ramos à videira (cf. Jo 15, 1-8), ele mesmo escolheu permanecer entre nós na Eucaristia para que pudéssemos permanecer com Ele. Portanto, quando nos alimentamos com fé do seu Corpo e do seu Sangue, o seu amor vem a nós e torna-nos capazes por nossa vez de dar a vida pelos fiéis (cf. 1 Jo 3, 16) e não de a termos para nós mesmos. Daqui brota a alegria cristã, a alegria de amar e de ser amados.” (18 de março de 2007 – Angelus)

Europa
“De tudo isto sobressai com clareza o facto de que não se pode pensar em edificar uma autêntica "casa comum" europeia, descuidando a própria identidade dos povos deste nosso continente. Com efeito, trata-se mais de uma identidade histórica, cultural e moral, do que geográfica, económica ou política; uma identidade constituída por um conjunto de valores universais, que o Cristianismo contribuiu para forjar, adquindo assim um papel não somente histórico, mas instituinte em relação à Europa. Tais valores, que constituem a alma do continente, devem permanecer na Europa do terceiro milénio como "fermento" de civilização. Efectivamente, sem eles como poderia o "velho" continente continuar a desempenhar a função de "fermento" para o mundo inteiro? Se, por ocasião do 50º aniversário dos Tratados de Roma, os governos da União desejam "aproximar-se" dos seus cidadãos, como poderiam excluir um elemento essencial da identidade europeia, como o Cristianismo, no qual uma vasta maioria deles ainda continua a identificar-se? Não é motivo de surpresa que a Europa contemporânea, enquanto aspira a apresentar-se como uma comunidade de valores, parece cada vez mais frequentemente contestar o facto de que existem valores universais e absolutos? Esta singular forma de "apostasia" de si mesma, antes ainda que de Deus, não a induz porventura a duvidar da sua própria identidade? Deste modo, termina-se por difundir a convicção de que a "ponderação dos bens" é o único caminho para o discernimento moral, e que o bem comum é sinónimo de compromisso. Na realidade, se o compromisso pode constituir um equilíbrio legítimo de diferentes interesses particulares, transforma-se em mal comum todas as vezes que comporta acordos prejudiciais à natureza humana. Uma comunidade que se constrói sem respeitar a autêntica dignidade do ser humano, esquecendo-se que cada pessoa é criada à imagem de Deus, termina por não fazer o bem a ninguém. Eis por que motivo parece cada vez mais indispensável que a Europa evite aquela atitude pragmática, hoje amplamente difundida, que justifica de maneira sistemática o compromisso a respeito dos valores humanos essenciais, como se fosse a aceitação inevitável de um presumível mal menor. Este pragmatismo, apresentado como equilíbrio realista, em última análise não é assim, precisamente porque nega a dimensão de valor e de ideal, inerente à natureza humana. Além disso, quando em tal pragmatismo se inserem tendências e correntes laicistas e relativistas, termina-se por negar aos cristãos o próprio direito de intervir como tais no debate público ou, pelo menos, desqualifica-se a sua contribuição com a acusação de desejar salvaguardar privilégios injustificados. No actual momento histórico, e diante dos numerosos desafios que o caracterizam, para ser uma válida garante do estado de direito e uma promotora eficaz dos valores universais, a União Europeia não pode deixar de reconhecer claramente a existência segura de uma natureza humana estável e permanente, manancial de direitos comuns de todos os indivíduos, inclusive daquelas mesmas pessoas que os negam. Neste contexto, há que salvaguardar o direito à objecção de consciência, todas as vezes que forem violados os direitos humanos fundamentais”. (24 de março de 2007 - Audiência aos participantes do Congresso "Os 50 anos dos Tratados de Roma – Valores e perspectivas para a Europa do amanhã", promovido pela Comissão dos Episcopados da Comunidade Européia (COMECE))

Enfermos
“Esta vossa reunião não se propõe aprofundar um tema específico, mas sim, verificar o estado de realização do programa que definistes precedentemente e, portanto, determinar as finalidades futuras. Por isso, encontrar-me convosco numa circunstância como esta proporciona-me a alegria, por assim dizer, de fazer com que cada um de vós sinta a proximidade concreta do Sucessor de Pedro e, através dele, de todo o Colégio episcopal no vosso serviço eclesial. De facto, a pastoral da saúde constitui um âmbito particularmente evangélico, que evoca de modo imediato a obra de Jesus, bom Samaritano da humanidade. Quando passava através dos povoados da Palestina, anunciando a boa nova do Reino de Deus, Ele acompanhava sempre a pregação com os sinais que realizava sobre os doentes, curando quantos eram prisioneiros de todos os tipos de doença e de enfermidade. A saúde do homem, do homem todo, foi o sinal que Cristo escolheu previamente para manifestar a proximidade de Deus, o seu amor misericordioso que purifica o espírito, a alma e o corpo. Caros amigos, seja sempre esta a referência fundamental de cada uma das vossas iniciativas: o seguimento de Cristo, que os Evangelhos nos apresentam como "Médico" divino. É esta perspectiva bíblica que valoriza o princípio ético natural do dever do cuidado pelo doente, com base no qual cada existência humana deve ser defendida em conformidade com as particulares dificuldades em que se encontra e segundo as nossas possibilidades concretas de ajuda. Socorrer o ser humano é um dever, quer em resposta a um direito fundamental da pessoa, quer porque o cuidado pelos indivíduos redunda em benefício da colectividade. A ciência médica progride, enquanto aceita repôr sempre em discussão o diagnóstico e o método de cura, no pressuposto de que os dados precedentemente adquiridos e os limites presumíveis podem ser ultrapassados. De resto, a estima e a confiança em relação aos agentes de saúde são proporcionados à certeza de que estes defensores profissionais da vida jamais desprezarão uma só existência humana, por mais diminuída que seja, saberão encorajar sempre as tentativas de cura. Portanto, o compromisso em prol da cura deve ser ampliado a cada ser humano, com a intenção de tutelar toda a sua existência. Com efeito, o conceito moderno do cuidado pela saúde é a promoção humana: da cura do doente aos cuidados de prevenção, com a busca do maior desenvolvimento humano, favorecendo um adequado ambiente familiar e social”. (22 de março de 2007 – Audiência aos participantes da Sessão Plenária do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde)

Missionários mártires
“"Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra". A resposta de Maria ao Anjo prolonga-se na Igreja, chamada a tornar presente Cristo na história, oferecendo a própria disponibilidade para que Deus possa continuar a visitar a humanidade com a sua misericórdia. O "sim" de Jesus e de Maria renova-se assim no "sim" dos santos, especialmente dos mártires, que são mortos por causa do Evangelho. Ressalto-o recordando que ontem, 24 de Março, aniversário do assassínio de Mons. Oscar Romero, Arcebispo de São Salvador, foi celebrado o Dia de oração e jejum pelos missionários mártires: bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos que perderam a vida no cumprimento da sua missão de evangelização e promoção humana. Eles, os missionários mártires, como diz o tema deste ano, são "esperança para o mundo", porque testemunham que o amor de Cristo é mais forte que a violência e que o ódio. Não procuraram o martírio, mas estiveram prontos a dar a vida para permanecer fiéis ao Evangelho. O martírio cristão justifica-se apenas como acto supremo de amor a Deus e aos irmãos”. (25 de março de 2007 – Angelus)

Óbolo di de São Pedro
“A antiga prática do Óbolo de São Pedro, de certa forma já em vigor nas primeiras Comunidades cristãs, brota da consciência de que cada fiel está chamado a sustentar também materialmente a obra de evangelização e, ao mesmo tempo, a socorrer com generosidade os pobres e os necessitados, recordando-se das palavras de Jesus: "Sempre que fizerdes isto a um destes Meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes" (Mt 25, 39). Graças à comparticipação de recursos materiais, lemos nos Actos dos Apóstolos que "entre eles não havia ninguém necessitado, pois todos os que possuíam terras ou casas vendiam-nas, traziam o produto da venda e depositavam-no aos pés dos Apóstolos" (Act 4, 34s); e ainda: "os discípulos cada qual segundo as suas posses, resolveram, então, enviar socorros aos irmãos da Judeia" (At 11,29)”. (8 de março de 2007 – Audiência aos sócios do Círculo de São Pedro)
“Esta prática eclesial foi-se desenvolvendo com o passar dos séculos, adaptando-se às diversas exigências dos tempos e prossegue ainda hoje. Em cada diocese, em cada paróquia e comunidade religiosa de facto é recolhido anualmente o Óbolo de São Pedro, que depois é enviado ao centro da Igreja para ser distribuído segundo as necessidades e os pedidos que chegam ao Papa de todas as partes da terra. Na história da Igreja houveram momentos nos quais o apoio económico dos cristãos ao Sucessor de Pedro se manifestou particularmente significativo, como podemos facilmente compreender de quanto, por exemplo, escrevia o beato Papa Pio IX na Encíclica Saepe venerabilis de 5 de Agosto de 1871: "Recebemos, mais abundante que de costume, o óbolo, com o qual pobres e ricos se esforçaram por socorrer a pobreza que nos foi causada; vários e nobres dons, e um maravilhoso tributo das artes cristãs e dos engenhos, particularmente adequado para aumentar a dupla potestade, espiritual e real, a nós concedida por Deus" (Ench. Enc., 2, n. 452, p. 609). (8 de março de 2007 – Audiência aos sócios do Círculo de São Pedro)

Quaresma
“Desejo agradecer a quantos me acompanharam com a oração, nos dias passados, durante os Exercícios Espirituais. Encorajo todos, neste tempo de Quaresma, a procurar o silêncio e o recolhimento, para dar espaço à oração e à meditação da Palavra de Deus”. (4 de março de 2007 – Angelus)
“Prezados amigos, estamos no tempo da Quaresma, dos quarenta dias antes da Páscoa. Neste tempo de Quaresma a Igreja ajuda-nos a percorrer este caminho interior e convida-nos à conversão que, antes de ser um esforço sempre importante para mudar os nossos comportamentos, é uma oportunidade para decidir levantar-nos e recomeçar, ou seja, abandonando o pecado e escolhendo voltar para Deus. Percorramos este é o imperativo da Quaresma juntos este caminho de libertação interior. Cada vez que, como hoje, participamos na Eucaristia, fonte e escola do amor, tornamo-nos capazes de viver este amor, de anunciá-lo e de testemunhá-lo com a nossa vida. Porém, é preciso que decidamos caminhar rumo a Jesus, como fez o filho pródigo, voltando interior e exteriormente ao pai. Ao mesmo tempo, devemos abandonar a atitude egoísta do filho mais velho, seguro de si, que condena facilmente os outros, fecha o coração à compreensão, ao acolhimento e ao perdão dos irmãos, e esquece que também ele tem necessidade do perdão. Obtenham-nos este dom Maria Virgem e São José, meu padroeiro, cuja festa será amanhã, e que agora invoco de modo particular sobre cada um de vós e sobre as pessoas que vos são queridas”. (18 de março de 2007 – Homilia por ocasião da visita ao Instituto Penal Juvenil "Casal del Marmo" de Roma)

Santo Inácio
“Como se vê, Inácio é verdadeiramente o "doutor da unidade": unidade de Deus e unidade de Cristo (não obstante as várias heresias que começavam a circular e dividiam o homem e Deus em Cristo), unidade da Igreja, unidade dos fiéis "na fé e na caridade, das quais nada há de mais excelente" (Aos Esmirnenses 6, 1). Para concluir, o "realismo" de Inácio convida os fiéis de ontem e de hoje, convida todos nós a uma síntese progressiva entre configuração com Cristo (união com Ele, vida n'Ele) e dedicação à sua Igreja (unidade com o Bispo, serviço generoso à comunidade e ao mundo). Em resumo, é necessário alcançar uma síntese entre comunhão da Igreja no seu interior e missão proclamação do Evangelho para os outros, até quando, através de uma dimensão se manifeste a outra, e os crentes "possuam" cada vez mais "aquele espírito indiviso, que é o próprio Jesus Cristo" (Aos Magnésios 15). Implorando do Senhor esta "graça de unidade", e na convicção de presidir à caridade de toda a Igreja (cf. Aos Romanos, Prólogo), dirijo a vós os mesmos votos que concluem a carta de Inácio aos cristãos de Trali: "Amai-vos uns aos outros com um coração indiviso. O meu espírito oferece-se em sacrifício por vós, não só agora, mas também quando tiver alcançado Deus... Que possais ser encontrados em Cristo sem mancha" (13). E rezemos para que o Senhor nos ajude a alcançar esta unidade e a sermos encontrados finalmente sem mancha, porque é o amor que purifica as almas”. (14 de março de 2007 – Audiência Geral)


INTERVENTUS SUPER QUAESTIONES

Mulher
Pequim - “Obrigado irmãs, mães e obrigado a todas as mulheres presentes e ausentes. Obrigado pelo papel e a extraordinária contribuição que deram para a vida da Igreja e da sociedade. Hoje, vocês são sempre mais protagonistas na diocese, nas paróquias, nas comunidades eclesiais de base, sobretudo aquelas que se encontram em situações muito difíceis. A minha primeira catequista foi uma mulher, minha mãe.” O sacerdote que celebrou a Santa Missa esta manhã, 8 de março, na paróquia de S. Salvador em Pequim, dirigiu essas calorosas palavras às mulheres que festejam seu Dia. Falando do papel das mulheres, um sacerdote de Pequim disse à Fides: “Eu, pessoalmente, não poderia imaginar a nossa comunidade sem a presença das irmãs, como poderia colher os frutos da evangelização? A imagem da mulher penetrou a vida da Igreja. Normalmente, são sempre elas a responder por primeiro a qualquer necessidade da Igreja, a mobilizar todos os conhecidos a contribuir…. ”.
No final, o sacerdote concluiu: “Na longa história do martírio na China, existem também tantas mulheres que pagaram com a própria vida sua fé. Somente no século XX, houve dezenas de mulheres mártires. Hoje, as católicas chinesas continuam caminhando nas pegadas dessas mártires, continuando a ser as protagonistas da vida da Igreja”. (NZ)(Agência Fides 08/03/2007)

Família
Guayaquil - Abriu-se ontem, 21 de março, o Primeiro Congresso nacional “Pró-Vida e Família”, que se está realizando na cidade de Guayaquil (Equador) sobre o tema “A Verdade integral sobre a Vida e a Família”, organizado pela Conferência Episcopal Equatoriana, pela Arquidiocese de Guayaquil e o Conselho Equatoriano dos Leigos Católicos. O encontro conta com a presença de mais de 3.500 pessoas entre oradores e especialistas, pais, líderes, profissionais, representantes de todas as Igrejas particulares do Equador.
O objetivo geral do encontro é convidar todas as pessoas de boa-vontade do Equador a evidenciar e denunciar a cultura de morte, proclamar a verdade integral sobre a vida e a família à luz do Evangelho, da Doutrina da Igreja e do conhecimento científico. Entre os objetivos específicos, emergem: analisar, evidenciar, e denunciar a partir de fatos concretos o ataque permanente à vida, à família e à Igreja; basear a cultura da vida e da família como santuário da vida, à luz do Evangelho, da Doutrina da Igreja e dos conhecimentos científicos; empenhar todas as pessoas de boa-vontade a promover ações evangelizadoras a favor da vida e da família; elaborar propostas que levem a assumir a defesa e a promoção integral da vida e da família em todas as Igrejas particulares do país; reforçar a Rede Pró-Vida em todos os níveis; celebrar o Dia Nacional da Criança Não-Nascida, que coincide com o aniversário da Consagração do Equador ao sagrado Coração de Jesus e Maria; elaborar pronunciamentos e declarações como frutos do Congresso e difundi-los em nível nacional.
O Congresso foi aberto quarta-feira 21 de março à tarde, com a Santa Missa na Catedral de Guayaquil, presidida por Dom Antonio Arregui Yarza, Arcebispo de Guayaquil, e concelebrada pelos Bispos da Conferência Episcopal Equatoriana. As conferências magistrais serão oferecidas pelo Card. Juan Luis Cipriani, Arcebispo de Lima (Peru), sobre o tema “A Vida Humana é Sagrada” no dia 22 de março, e pelo Card. Pedro Rubiano, Arcebispo de Bogotá, (Colômbia), que falará sobre “A família é o santuário da Vida”, no dia 23 de março. Enfim, o Card. Antonio González Zumárraga, Arcebispo emérito de Quito (Equador), em 24 de março, exporá o tema “As leis devem proteger a vida e a família”.
Entre os outros temas abordados simultaneamente em diferentes locais no Congresso, figuram: Atentados contra a vida na família; Educação ao amor: afetividade e sexualidade; Contracepção e aborto; Educação sexual; Atentados contra a vida na sociedade; Dignidade das pessoas (síndrome pós-aborto); A Globalização e seu impacto na família; Realidade familiar e seu impacto nos jovens; Novas ameaças para a família; Co-responsabilidade na educação dos filhos; a Vida e a Família na Legislação atual; Os católicos diante de leis injustas.
O encerramento do Congresso será domingo, 25 de março, que coincide com a celebração do Dia da Criança não-nascida: serão lidas as resoluções finais e em seguida, será celebrada uma Santa Missa de encerramento do evento. Durante o Congresso, permanecerá aberta a “Expo-feira Pró Vida e Família”. Sexta-feira, 23 de março, está previsto um festival para a Vida e a Família, enquanto sábado, 24, haverá uma peregrinação. (RG) (Agência Fides 22/3/2007)
Madri - “Como Pastores do ‘Povo da Vida’ devemos denunciar o estender-se na nossa sociedade de uma verdadeira "cultura" da morte, uma visão do homem que deixa sem fundamento os seus direitos fundamentais e dilui na consciência social o valor da vida e da dignidade da pessoa”: assim se pronunciam os Bispos espanhóis em uma Mensagem da Subcomissão Episcopal para a Família e a Vida, por ocasião da celebração no domingo, 25 de março, do Dia da Vida. Os Bispos afirmam que, neste momento, "as recentes mudanças legislativas fizeram de modo que a Espanha tenha uma das legislações que menos protegem a vida humana em todo o mundo” e, de outra parte, “tem instituições que promovem a promiscuidade sexual”, além disso, “diversos grupos de pressão e muitos meios de comunicação promovem a regulação legal do aborto livre e da eutanásia". Encontramo-nos diante de um verdadeiro “desafio cultural" - continua a Mensagem -, uma mudança sem precedentes no coração e na consciência de nossas famílias e da sociedade. “Este desafio requer uma resposta em diversos níveis."
Entre as respostas que podem ser dadas para a situação atual, em primeiro lugar os Bispos sinalizam a ajuda eficaz às mães, recordando que "não basta encorajar uma mulher a superar as pressões que a impulsionam ao aborto se não se oferecem os meios para fazê-lo". Em muitas ocasiões, o aborto acontece “porque a mulher se sente sozinha”, por isso, “a sociedade tem a responsabilidade de oferecer a essas mulheres a possibilidade de escolher que seu filho nasça”. Mas primeiramente, segundo os Bispos, é necessária uma verdadeira conversão que gere uma cultura da vida. “Todos contribuímos à cultura da morte quando nos submetemos à mentalidade consumista, quando fazemos do poder, do dinheiro, do status ou do sucesso social os critérios que regulam a valor da vida humana”, por isso, a conversão é a primeira responsabilidade dos católicos. Depois, se requer também a presença de “pessoas públicas que se comprometam pela causa da vida. Instituições acadêmicas, universitárias e culturais que promovam na nossa sociedade o valor da vida”. É importante também incidir sobre leis e políticas sociais, por isso, os Bispos lançam um apelo “à sociedade e aos políticos sobre a abolição das hipóteses nas quais o aborto é descriminalizado, porque é uma lei gravemente injusta" e, contemporaneamente, "às instituições de saúde para que deixem de perseguir esses abusos”.
Preocupados com “a campanha que, de diversos âmbitos, se realiza para promover a aceitação social da eutanásia", os Bispos evidenciam que “se apresentam casos dramáticos para que o sentimento, aparentemente "bom" e "pio" de "ajudar" o doente que sofre, se imponha ao reto juízo. É, portanto, uma manipulação”. Os Bispos concluem recordando a responsabilidade comum na promoção da vida, “cada um na medida de suas possibilidades, para evitar a extensão na nossa sociedade da cultura da morte e de leis contra a vida". (RG) (Agência Fides 23/3/2007)


Missão
Lima - “Estamos diante de uma nova etapa no caminho da aplicação do vaticano II na Igreja da América Latina. Em direção da continuidade, e não da ruptura. Um caminho orientado pelo Sínodo da Igreja na América, para manter vivo e firme o dom da fé no continente latino-americano”: é o que afirmou o Cardeal Luis Cipriani Thorne, Arcebispo de Lima, ao inaugurar o Congresso-seminário com o tema “Diagnose e Perspectivas para a Nova Evangelização na América Latina”, que se realiza no Auditório dos Padres Passionistas em Lima, de 5 a 8 de março. Estão participando Cardeais, Arcebispos, Bispos, sacerdotes e leigos, além de dirigentes de atividades pastorais e sociais da América Latina, em preparação para a V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano. O encontro foi aberto com a Santa Missa, presidida pelo Cardeal Francisco Javier Errázuriz Ossa, Presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM) e um dos Presidentes da V Conferência Geral do CELAM.
O Cardeal Cipriani destacou em seu discurso alguns desafios e situações difíceis atuais da Igreja na América Latina, como o assédio das ideologias, a insuficiência de sacerdotes e religiosos, a presença agressiva das seitas, o relativismo e o utilitarismo, as ideologias que excluem qualquer princípio moral, os ataques contra a vida, contra a instituição do matrimônio e da sociedade, e de uma mulher para toda a vida, e contra a família como célula fundamental da sociedade, os ataques contra a mulher, em nome do feminismo ideológico. Diante desta situação, continua o Cardeal, “devemos nos questionar sobre as bases e os campos em que devemos realizar o nosso dever de modo prioritário”.
Em primeiro lugar, o Card. Cipriani propõe melhorar significativamente “a formação e a educação das pessoas, em todos os níveis, no âmbito da catequese sacramental, do ensinamento nas escolas e universidades, na preparação do matrimônio e em outras dimensões da formação doutrinal”. Nesta tarefa, é também importante “proclamar integralmente a Mensagem da salvação, que chega a impregnar raízes da cultura e se encarnar, no momento histórico latino-americano atual”. Outro ponto importante são os meios de comunicação, que reclamam atualmente “uma cruzada de promoção de valores cristãos” e a “participação dos fiéis leigos, devidamente preparados, que trabalhem profissionalmente com estes meios, com responsabilidade”.
O Cardeal propõe também “fazer nascer, ou fortalecer onde está frágil, o profundo sentimento de pertença à Igreja católica”, missão que deve se apoiar na difusão do Catecismo da Igreja católica e do Compendio. Recorda, porém, que o “testemunho e a coerência de vida são basilares, a fim de que esta grande missão tenha resultados transcendentes e estáveis na América Latina”.
Enfim, destaca a importância e o papel dos leigos em todas as realidades sociais: “Chegou a hora dos fiéis leigos, que, chamados à santidade no próprio trabalho e na própria condição, devem considerar urgente a necessidade de sua participação nos ambientes político, econômico, social, cultural, e artístico, entre outros”. O Cardeal concluiu sua palestra assinalando que “o sinal inequívoco desta Nova Evangelização é a profunda piedade mariana... e a arma continua a serr a oração do Terço”. (RG) (Agência Fides 7/3/2007)

Pontifícias Obras Missionárias
Durham - De 16 a 20 de março se realizou o Encontro Europeu anual dos Diretores Nacionais das Pontifícias Obras Missionárias (POM) no St Cuthbert's College em Ushaw (Durham), no norte da Inglaterra. O tema do Encontro foi "O desafio da missão universal em uma Europa que se transforma". Dom Henryk Hoser, Secretário Adjunto da Congregação para a Evangelização dos Povos e Presidente das POM, esteve presente durante os quatro dias do Encontro. Domingo, 18 de março, Dom Hoser concelebrou a Santa Missa com o Cardeal Keith O'Brien, Arcebispo de Edimburgo e St Andrews, que afirmou que “a espiritualidade deve ser a prioridade dos agentes da missão hoje”, as necessidades espirituais, com efeito, devem ter a prioridade dos agentes da missão hoje”; as necessidade espirituais, com efeito, devem ter a precedência sobre as necessidades materiais nas atividades missionárias. Neste sentido, recordou uma experiência pessoal do seu trabalho de missionário: depois de uma longa viagem, ao chegar a uma cidade de El Salvador, os habitantes, antes de se sentar à mesa para comer, pediram-lhe primeiramente que celebrasse a Santa Missa. "A lição que aprendi - continuou o Cardeal - é colocar sempre as coisas espirituais antes daquelas materiais".
O Pe. John Dale, Diretor nacional das POM da Inglaterra e Gales, falando aos 23 Diretores europeus das POM presentes recordou que o conceito de Igreja como família global é o conceito na base da missão. “A missão não é somente desenvolvimento humanitário de projetos. No coração da missão está o espírito da Igreja como família. Por isso, nos ajudamos uns aos outros. A Igreja no Sul traz vitalidade, entusiasmo, juventude. A Igreja no Norte oferece tradição, estabilidade e experiência".
Entre os palestrantes que tomaram a palavra estavam o Prof. James Dunn, especialista em Novo Testamento, professor da Universidade de Durham; Chris Bain, diretor da Agência Católica Inglesa para o Desenvolvimento (CAFOD), que trabalha em colaboração com a Caritas Internacional, que apresentou objetivos e finalidades desta Agência. A sua palestra suscitou o desejo de buscar vias de encontro e de complementariedade entre esses organismos e as POM. As professoras da Universidade de Leeds, Maggie Roux, professora de meios de comunicação no Trinity and All Saint's College, e Clare Openshaw ajudaram os Diretores nacionais a refletir sobre a necessidade do uso dos meios de comunicação para a transmissão do Evangelho. O Encontro se concluiu com a Concelebração Eucarística presidida por Dom Hoser. O próximo encontro terá lugar de 3 a 8 de abril de 2008 em Varsóvia (Polônia). (RG) (Agência Fides 22/3/2007)

Quaresma
Dili - Na Quaresma 2007, todos os fiéis são chamados a redescobrir o perdão e a experimentar a solidariedade com quem sofre: é o que pedem os Bispos de Timor Leste em uma mensagem divulgada a toda a nação. Dom Ricardo Da Silva, Bispo da capital Dili, e Dom Basilio Do Nascimento, Bispo de Baucau, recordam a Mensagem quaresmal de Bento XVI, que convida a “reconhecer as feridas infligidas à dignidade da pessoa humana” e afirmam: “Em nome de Deus, que durante o tempo da Quaresma nos chama a realizar a viagem de uma autêntica conversão ao amor de Cristo, nós fazemos um apelo especial para que triunfe a não-violência”.
A mensagem convida “os filhos e as filhas de Timor Leste a promover o perdão e a reconciliação em todos os níveis”, nas famílias, nos locais públicos, na sociedade. “Deste modo, toda a nação evitará toda forma de violação da vida e da dignidade humana e poderá construir uma cultura da vida e da paz”, afirma o texto, encorajando toda a nação a perseguir o bem comum do povo timorense.
“Que a Quaresma seja para cada cristão uma renovada experiência do amor de Deus dado-nos em Cristo: um amor que todos os dias nós somos chamados a restituir aos nossos próximos, especialmente àqueles que sofrem ou estão em extrema necessidade”, exortam os Bispos. “Que Nossa Senhora da Imaculada Conceição - conclui o apelo - possa amparar-nos nesta viagem em direção à desejada pacificação de Timor Leste”.
A mensagem foi divulgada na conclusão da primeira visita pastoral do novo Núncio Apostólico na Indonésia e Timor Leste, Dom Leopoldo Girelli. O pequeno Estado asiático se aproxima de um momento decisivo da sua jovem história: as eleições presidenciais que se realizarão em abril próximo.
No entanto, ainda permanece aberta a ferida dos massacres após a proclamação de independência de Timor Leste da Indonésia em 1999. Os dois governos recentemente promoveram uma iniciativa comum: a criação da Comissão “Verdade e Amizade”, para indagar sobre as violências de 1999, buscar uma verdade definitiva e promover boas relações entre os dois Estados. O governo, a Igreja, as forças sociais de Timor Leste estão trabalhando para instaurar na sociedade uma cultura da reconciliação e da paz, para garantir o desenvolvimento social, econômico e cultural da nação. (PA) (Agência Fides 5/3/2007)
Pretória - A “missão global” de Cristo está no centro da Mensagem para a Quaresma deste ano dos Bispos sul-africanos. Evocando o Evangelho de Lucas (“Ele me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me para proclamar a remissão aos presos e aos cegos a recuperação da vista”), os responsáveis da Igreja católica sul-africana destacam que continuar a missão salvífica de Cristo significa, em primeiro lugar, proclamar a Boa Nova de modo mais eficaz. Isso implica formar os futuros sacerdotes nos seminários locais, preparar as pessoas a assumir um papel de guia na Igreja, fornecer material educativo aos catequistas, melhorar o serviço litúrgico, fazer frente ao desafio da justiça e estar em contato com outras denominações religiosas e comunidades de fé.
As ofertas dos fiéis recolhidas durante a Quaresma são endereçadas às dioceses para promover a missão da Igreja que se põe à seqüela de Cristo. Em uma ampla reportagem realizada pela revista católica nacional “The Southern Cross”, o Diretor Nacional da Campanha para a mensagem quaresmal, Pe. Michael Slattery SMA, declarou que, apesar das difíceis condições econômicas em diversas comunidades, todos os anos a coleta das ofertas dos fiéis é generosa. A maior parte dos fundos recebidos é utilizado para as pessoas mais necessitadas, o restante é empregado em programas educativos, para pagar as bolsas de estudo e os salários dos professores, para a formação dos sacerdotes, para a tradução da Bíblia e sua distribuição, para projetos ecumênicos, entre outros. Um dos programas financiados pela campanha quaresmal é o “Rural Education Access Programme”, que permite a estudantes promissores de famílias pobres prosseguir os estudos superiores.
Cada diocese tem um diretor da Campanha, que todos os anos se reúne com o Diretor Nacional para preparar a Mensagem quaresmal. O Pe. Slattery destaca que a coleta de fundos se insere na tradição eclesial do sacrifício quaresmal: oferecer uma parte dos próprios recursos em benefício de outros. No que diz respeito à Igreja africana, destaca o Diretor Nacional da Campanha quaresmal, as doações dos fiéis servem para promover a auto-suficiência das comunidades eclesiais locais em relação às Igrejas-irmãs dos países mais prósperos. Trata-se de um dos objetivos que a Igreja africana fixou há anos. A propósito, a África do Sul vive em uma posição particular, porque a economia sul-africana é decididamente mais desenvolvida do que a de outras nações africanas, apesar de existir notáveis discrepâncias sociais, com pessoas extremamente pobres e outras, ao invés, riquíssimas. (L.M.) (Agência Fides 16/3/2007)


QUAESTIONES

VATICANO - Publicada a Exortação apostólica pós-sinodal do Papa Bento XVI “Sacramentum Caritatis” sobre a Eucaristia fonte e ápice da vida e da missão da Igreja
Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “Com a Exortação Apostólica pós-sinodal de Sua Santidade Bento XVI sobre a Eucaristia como fonte e ápice da vida e da missão Igreja, “Sacramentum Caritatis”, o longo e articulado itinerário da XI Assembléia Ordinária do Sínodo dos Bispos encontra o seu fruto mais maduro”, disse esta manhã o Card. Angelo Scola, Patriarca de Veneza, que foi o Relator-geral da XI Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos (2 - 23 de outubro de 2005), apresentando a Exortação apostólica pós-sinodal. Estava presente também Dom Nikola Eterović, Secretário-geral do Sínodo dos Bispos.
“Se, de um lado, a Exortação Apostólica constitui o fruto maduro de um caminho percorrido – disse ainda o Cardeal -, de outro, se propõe explicitamente o objetivo de abrir a estrada e ulteriores aprofundamentos. Esta mira, com efeito, a “explicitar algumas fundamentais linhas de empenho, dirigidas a provocar na Igreja novo impulso e fervor eucarístico». Uma contribuição preciosa neste sentido será dada também pela publicação do Compêndio eucarístico proposto pelos Padres sinodais.”
A Exortação é estruturada em três partes, cada uma das quais aprofunda uma das três dimensões da Eucaristia: Eucaristia, mistério a ser crido; Eucaristia, mistério a ser celebrado: Eucaristia, mistério a ser vivido. Tais partes “estão a tal ponto relacionadas que seus conteúdos se iluminam reciprocamente. Além do mais, uma significativa contribuição do trabalho sinodal é justamente a superação de tais dualismos – por exemplo, aqueles entre fé eucarística e rito, entre celebração e adoração, entre doutrina e pastoral – às vezes ainda presentes na vida da comunidade eclesial e na reflexão teológica.”
O Card. Scola evidenciou depois a importância da ars celebrandi (arte de celebrar) para uma sempre mais actuosa participatio (participação ativa, plena e frutífera). “Com efeito, particularmente inovadora aparece, em referência à celebração, a insistência do documento sobre a dependência da actuosa participatio da ars celebrandi”. O Papa Bento XVI afirma que “a ars celebrandi é a melhor condição para a actuosa participatio. A ars celebrandi procede da obediência fiel às normas litúrgicas em sua completeza, porque é justamente este o modo de celebrar que garante há dois mil anos a vida de fé de todos os fiéis, os quais são chamados a viver a celebração enquanto Povo de Deus, sacerdócio real, nação santa.”
Sobre a estrutura e sobre os conteúdos da Exortação, o Card. Scola evidenciou para cada uma das três partes toca alguns temas doutrinais e indicações pastorais. Na primeira parte, o Santo Padre ilustra o mistério da Eucaristia a partir da sua origem trinitária, que garante o seu permanente caráter de dom, evoca a instituição da Eucaristia em relação com a Ceia pascal hebraica e indica com força o critério da autêntica criatividade litúrgica. A origem eucarística da Igreja explica ainda o seu ser “communio” e garante a natureza sacramental da própria Igreja. A Exortação, portanto, aprofunda a centralidade da Eucaristia no setenário sacramental.
A segunda parte da Exortação ilustra a realização da ação litúrgica na celebração, indicando os elementos que merecem maior aprofundamento e oferecendo algumas sugestões pastorais de grande relevo. Em particular, se evidencia a importância da reforma litúrgica promovida pelo Concílio Vaticano II: algumas dificuldades e abusos “não podem obscurecer a bondade e a validez da renovação litúrgica, que contém ainda riquezas não plenamente exploradas”. À descrição da “beleza litúrgica”, seguem as indicações práticas sobre o nexo “ars celebrandi – actuosa participatio”.
Na terceira e última parte, a Exortação apostólica “mostra a capacidade do mistério crido e celebrado de constituir o horizonte último e definitivo da existência”. “Bento XVI reafirma, desde as primeiras linhas da Exortação, que o dom da Eucaristia é para o homem, responde às expectativas do homem. Obviamente, de todos os homens de todos os tempos, mas especificamente do homem nosso contemporâneo... O Mistério eucarístico representa o fator dinâmico que transfigura a existência. Regenerado pelo batismo e incorporado eucaristicamente à Igreja, o homem pode finalmente realizar-se plenamente, aprendendo a oferecer o ‘próprio corpo’ – ou seja, todo si mesmo – como sacrifício vivente santo e satisfatório a Deus”. (S.L.) (Agência Fides 13/3/2007)
O texto integral da apresentação do Card. Scola e de Dom Nikola Eterović
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/2007/sc01_130307.html

VATICANO - In Solemnitate Sancti Joseph «Protector Sanctae Ecclesiae», Eum deprecemur pro Beatissimo Papa Nostro Benedicto XVI, olim Cardinalis Josephus Ratzinger
Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Por ocasião da próxima solenidade de São José, “Protetor da Santa Igreja”, que se celebra em 19 de março, a Agência Fides publica a oração ao Santo composta pelo Papa Leão XIII, convidando a pedir a intercessão de São José pelo nosso Santo Padre, o Papa Bento XVI, Joseph Ratzinger.

AD TE BEÁTE JOSEPH (A Leone XIII scripta)
Ad te beáte Joseph, in tribulatióne nostra confúgimus, atque, imploráto Sponsæ tuæ sanctíssimæ auxílio, patrocínium quoque tuum fidenter expóscimus. Per eam, quæsumus, quæ te cum immaculáta Vírgine Dei Genitríce coniúnxit, caritátem, perque patérnum, quo Púerum Iesum ampléxus es, amórem, súpplices deprecámur, ut ad hereditátem, quam Iesus Christus acquisívit Sánguine suo, benígnus respícias, ac necessitátibus nostris tua virtúte et ope succúrras. Tuére, o Custos providentíssime divínæ Famíliæ, Iesu Christi sóbolem eléctam; próhibe a nobis, amantíssime Pater, omnem errórum ac corruptelárum luem; propítius nobis, sospítator noster fortíssime, in hoc cum potestáte tenebrárum certámine e cælo adésto; et sicut olim Púerum Iesum e summo eripuísti vitre discrímine, ita nunc Ecclesiam sanctam Dei ab hostílibus insídiis atque ab omni adversitáte défende: nosque síngulos perpétuo tege patrocínio, ut ad tui exémplar et ope tua suffúlti, sancte vívere, pie émori, sempiternámque in cælis beatitúdinem ássequi possímus. Amen

A vós, S. José, recorremos em nossa tribulação, e, depois de ter implorado o auxílio de vossa Santíssima Esposa, cheios de confiança solicitamos o vosso patrocínio.
Por esse laço sagrado de Caridade, que vos uniu à Virgem Imaculada, Mãe de Deus e Mãe Nossa, pelo Amor paternal que tivestes ao Menino Jesus, ardentemente vos suplicamos que lanceis um olhar benigno para a herança que Jesus conquistou com Seu Sangue, e nos socorrais em nossas necessidades com o vosso poder e auxílio.
Protegei, ó Guarda providente da Sagrada Família, o povo eleito de Jesus Cristo.
Afastai para longe de nós, ó Pai amantíssimo, a peste do erro e do vício.
Assisti-nos do alto do Céu, ó nosso fortíssimo sustentáculo, na luta contra o poder das trevas; e assim como outrora salvastes da morte o Menino Jesus, assim também defendei agora a Santa Igreja de Deus contra as ciladas dos seus inimigos e contra todas as adversidades.
Amparai a cada um de nós com o vosso constante patrocínio, a fim de que, a vosso exemplo, e sustentados com vosso auxílio, possamos viver virtuosamente, morrer piedosamente e obter no Céu a eterna Bem-aventurança. Assim seja.
(J.M.) (Agência Fides 16/3/2007)
A oração de São José em diversas línguas
http://www.fides.org/ita/approfondire/preghiere/altre/san_joseph.doc

Anônimo disse...

O mês de março teve, entre outras, duas intervenções particularmente importantes do Santo Padre Bento XVI: a publicação da Exortação apostolica pós-sinodal “Sacramentum Caritatis” sobre a Eucaristia, fonte e ápica da vida e da missão da Igreja, e o discurso aos participantes do Congresso "Os 50 anos dos Tratados de Roma – Valores e perspectivas para a Europa do amanhã", promovido pela Comissão dos Episcopados da Comunidade Européia (COMECE).
Com a Exortação Apostólica pós-sinodal, o longo e articulado itinerário da XI Assembléia Ordinária do Sínodo dos Bispos (2 - 23 de outubro de 2005) “encontra o seu fruto mais maduro”, disse o Card. Angelo Scola, Patriarca de Veneza, que foi o Relator-geral do Sínodo dos Bispos, apresentando o documento. “Se, de um lado, a Exortação Apostólica constitui o fruto maduro de um caminho percorrido – disse ainda o Cardeal -, de outro, se propõe explicitamente o objetivo de abrir a estrada e ulteriores aprofundamentos. Esta mira, com efeito, a “explicitar algumas fundamentais linhas de empenho, dirigidas a provocar na Igreja novo impulso e fervor eucarístico”.
A Exortação é estruturada em três partes, cada uma das quais aprofunda uma das três dimensões da Eucaristia: Eucaristia, mistério a ser crido; Eucaristia, mistério a ser celebrado: Eucaristia, mistério a ser vivido. Tais partes “estão a tal ponto relacionadas que seus conteúdos se iluminam reciprocamente. Além do mais, uma significativa contribuição do trabalho sinodal é justamente a superação de tais dualismos – por exemplo, aqueles entre fé eucarística e rito, entre celebração e adoração, entre doutrina e pastoral – às vezes ainda presentes na vida da comunidade eclesial e na reflexão teológica”.
De grande densidade foi também o discurso dirigido pelo Papa Bento XVI à Comissão dos Episcopados da Comunidade Européia. O Santo Padre, além de recordar as raízes cristãs que formaram o continente europeu, explicou também como “uma comunidade que se constrói sem respeitar a autêntica dignidade do ser humano, esquecendo que cada pessoa está criada à imagem de Deus, acaba por não fazer o bem de ninguém – prosseguiu o Pontífice -. Por este motivo, cada vez é mais indispensável que a Europa evite essa atitude pragmática, hoje amplamente difundida, que justifica sistematicamente o compromisso sobre os valores humanos essenciais, como se tratasse da inevitável aceitação de um suposto mal menor… Quando neste pragmatismo se introduzem tendências laicistas ou relativistas, acaba-se por negar aos cristãos o direito próprio de intervir como cristãos no debate público ou, ao menos, desqualifica-se sua contribuição com a acusação de que buscam defender injustificados privilégios. No momento histórico atual e ante os muitos desafios, a União Européia, se quiser garantir adequadamente o estado de direito e promover eficazmente os valores humanos, tem de reconhecer com clareza a existência certa de uma natureza humana estável e permanente, fonte de direitos comuns para todos os indivíduos, inclusive os daqueles que os negam. Neste contexto, há que salvaguardar o direito à objeção de consciência, cada vez que os direitos humanos fundamentais sejam violados”.



• SYNTHESIS INTERVENTUUM

3 de março de 2007 - Discurso no encerramento dos Exercícios Espirituais da Cúria Romana
4 de março de 2007 - Angelus
7 de março de 2007 - Audiência Geral
8 de março de 2007 – Audiência aos Sócios do Círculo de São Pedro
9 de março de 2007 – Audiência à Assembléia Plenária do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais
10 de março de 2007 – Vigília de oração por ocasião do V Dia Europeu dos Universitários
11 de março de 2007 – Angelus
13 de março de 2007 – Audiência ao Presidente da Federação Russa
14 de março de 2007 – Audiência Geral
16 de março de 2007 – Audiência aos participantes do Curso organizado pela Penitenciaria Apostólica
18 de março de 2007 – Homilia por ocasião da visita ao Instituto Penal Juvenil "Casal del Marmo"
18 de março de 2007 - Angelus
21 de março de 2007 – Audiência Geral
22 de março de 2007 – Audiência à Sessão Plenária do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Agentes de Saúde
24 de março de 2007 – Audiência aos participantes do Congresso promovido pela COMECE
24 de março de 2007 – Audiência à Fraternidade de Comunhão e Libertação
25 de março de 2007 – Homilia durante a visita pastoral à Paróquia de Santa Felicita e Filhos mártires
25 de março de 2007 - Angelus
28 de março de 2007 – Audiência Geral
29 de março de 2007 – Encontro com os jovens da Diocese de Roma para o Dia Mundial da Juventude
31 de março de 2007 – Mensagem ao IX Fórum internacional dos Jovens


• VERBA PONTIFICIS

Confissão
Conversão
Eucaristia
Europa
Enfermos
Missionários mártires
Óbolo de São Pedro
Quaresma
Santo Inácio


• INTERVENTUS SUPER QUAESTIONES

Mulher – (Pequim) As mulheres são sempre mais protagonistas da vida da Igreja e, sobretudo, da Evangelização

Família – (Guayaquil) Iniciado o Primeiro Congresso “Pró-Vida e Família”: denunciar a cultura de morte e proclamar a verdade integral sobre a vida e a família, à luz do Evangelho e da doutrina da Igreja
Família – (Madri) Os Bispos denunciam o estender-se de uma “cultura” da morte que deixa sem fundamento os direitos do homem e dilui na consciência social o valor da vida e da dignidade da pessoa: Mensagem para o Dia da Vida

Missão – (Lima) “Chegou a hora dos leigos, que devem considerar a urgente necessidade de sua participação nos ambientes político, econômico, social, cultural e artístico”: o Cardeal Cipriani analisa os desafios da Nova Evangelização na América Latina

Pontifícias Obras Missionárias – (Durham) “A espiritualidade deve ser a prioridade dos agentes da missão hoje”: concluído o Encontro Europeu anual dos Diretores Nacionais das Pontifícias Obras Missionárias

Quaresma – (Dili) “Que a Quaresma seja para cada cristão uma renovada experiência do amor de Deus, a compartilhar com o próximo”, exortam os Bispos de Timor Leste
Quaresma – (Pretória) A coleta quaresmal a favor dos mais pobres e dos projetos educacionais da Igreja: continuar a missão salvífica de Cristo significa, em primeiro lugar, proclamar a Boa Nova de modo mais eficaz


• QUAESTIONES

VATICANO - Publicada a Exortação apostólica pós-sinodal do Papa Bento XVI “Sacramentum Caritatis” sobre a Eucaristia fonte e ápice da vida e da missão da Igreja
VATICANO - In Solemnitate Sancti Joseph «Protector Sanctae Ecclesiae», Eum deprecemur pro Beatissimo Papa Nostro Benedicto XVI, olim Cardinalis Josephus Ratzinger





SYNTHESIS INTERVENTUUM

3 de março de 2007 – Discurso no encerramento dos Exercícios Espirituais da Cúria Romana
VATICANO - Concluem-se os Exercícios Espirituais da Cúria Romana: “Por detrás de tantos fenômenos do nosso tempo, aparentemente muito distantes da religião e de Cristo, há uma pergunta, uma expectativa, um desejo... a única verdadeira resposta a este desejo, onipresente justamente no nosso tempo, é Cristo”, afirma o Santo Padre Bento XVI

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Com o canto das Laudes e a Meditação final, concluíram-se esta manhã, 3 de março, os Exercícios Espirituais na presença do Santo Padre Bento XVI. As meditações foram propostas pelo Card. Giacomo Biffi, Arcebispo emérito de Bolonha, ao qual o Santo Padre se dirigiu com palavras de gratidão ao final dos Exercícios
“Na Santa Missa, antes da oração eucarística, todos os dias respondemos ao convite «corações ao alto» com as palavras: «o nosso coração está em Deus» - disse o Papa Bento XVI - . E temo que esta resposta seja frequentemente mais ritual do que existencial. Mas sua Eminência nos ensinou nesta semana, realmente, a alçar, a elevar o nosso coração, a subir ao alto rumo ao invisível, rumo à verdadeira realidade. E nos doou também a chave para responder todos os dias aos desafios desta realidade… sua Eminência, realmente, nos ajudou a sair desta gravitação das coisas de todos os dias e a entrar nesta outra gravitação do Ressuscitado e, assim, a subir ao alto.”
Gostaria de dizer-lhe obrigado – prosseguiu o Pontífice –, também porque nos doou diagnoses muito acuradas e precisas sobre a nossa situação de hoje e, sobretudo, nos mostrou como por detrás de tantos fenômenos do nosso tempo, aparentemente muito distantes da religião e de Cristo, há uma pergunta, uma expectativa, um desejo; e que a única verdadeira resposta a este desejo, onipresente justamente no nosso tempo, é Cristo. Assim, sua Eminência nos ajudou a seguir com maior coragem Cristo e a amar mais a Igreja, a «Immaculata ex maculatis», como sua Eminência nos ensinou com Santo Ambrósio.” O Papa concluiu agradecendo ao Card. Biffi também “pelo seu realismo, pelo seu humorismo e pela sua concretude”. (S.L.) (Agência Fides 3/3/2007)

4 de março de 2007 - Angelus
VATICANO - Bento XVI recorda no Angelus que “a oração não é algo acessório ou opcional, mas uma questão de vida ou morte. Somente quem reza, isto é, quem se confia a Deus com amor filial, pode entrar na vida eterna, que é o próprio Deus”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – O Evangelho do segundo domingo de Quaresma nos apresenta o episodio da Transfiguração do Senhor (Lc 9,28-36): Jesus subiu o monte para rezar junto aos apóstolos Pedro, Tiago e João e, enquanto rezava, verificou-se o mistério da sua transfiguração. Comentando este trecho evangélico antes da oração do Angelus no domingo, 4 de março, o Papa Bento XVI evidenciou alguns aspectos: subir a montanha para os três Apóstolos quer dizer “envolver-se na oração de Jesus, que se retirava com freqüência para orar… somente nessa ocasião, no monte, Ele quis manifestar aos seus amigos a luz interior que o invadia quando rezava”.
Um outro aspecto salientado pelo Papa: Moisés e Elias aparecem ao lado de Jesus transfigurado e "falavam de sua partida, que se cumpriria em Jerusalém" (9,31). “Portanto, Jesus escutava a Lei e os profetas que falam de sua morte e ressurreição – explicou Bento XVI -. Em seu diálogo íntimo com o Pai, Ele não sai da história, não foge da missão para a qual veio ao mundo, apesar de saber que, para chegar à glória, terá de passar através da cruz. Mais ainda, Cristo entra mais profundamente nesta missão, aderindo, com todo o seu ser, à vontade do Pai, e nos demonstra que a verdadeira oração consiste precisamente em unir nossa vontade à vontade de Deus”.
Em seguida, o Pontífice destacou que, para um cristão, “rezar não é evadir-se da realidade e das responsabilidades que esta comporta, mas assumi-las até o fundo, confiando no amor fiel e inesgotável do Senhor”. Antes de rezar o Angelus, o Papa recordou ainda que “a oração não é algo acessório ou opcional, mas uma questão de vida ou morte. Somente quem reza, isto é, quem se confia a Deus com amor filial, pode entrar na vida eterna, que é o próprio Deus”. Em particular, Bento XVI pediu à Virgem Maria, especialmente neste tempo litúrgico, “que nos ensine a rezar como seu Filho o fazia, para que nossa existência se transforme pela luz de sua presença”.
Após o Angelus, o Papa agradeceu àqueles que o acompanharam com a oração durante os Exercícios Espirituais, encorajando todos, neste tempo de Quaresma, “a buscar o silêncio e o retiro, para deixar mais espaço à oração e à meditação da Palavra de Deus”. E recordou a Vigília mariana de sábado, 10 de março, com os jovens universitários de Roma, da qual participarão, em conexão via satélite, também inúmeros estudantes de outros países da Europa e da Ásia, durante a qual “invocaremos a intercessão de Maria, Sedes Sapientiae, para que o Senhor envie testemunhas da verdade evangélica, para construir a civilização do amor nesses dois continentes e no mundo inteiro”. (S.L.) (Agência Fides 5/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=739

7 de março de 2007 – Audiência Geral
VATICANO - Papa Bento XVI inicia um novo ciclo de catequeses dedicado aos Padres Apostólicos: na carta aos Coríntios de São Clemente, uma atual análise sobre a identidade e a missão da Igreja

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Também nesta semana, a Audiência Geral de quarta-feira, 7 de março, se realizou em dois momentos: o Santo Padre Bento XVI encontrou primeiramente, na Basílica Vaticana, os Bispos da Conferência Episcopal da região italiana do Piemonte, por ocasião da Visita "ad Limina Apostolorum", com os fiéis das dioceses piemonteses e grupos de estudantes e jovens italianos e, depois, na Sala Paulo VI, o Papa saudou peregrinos e fiéis provenientes da Itália e de todas as partes do mundo. “A fé cristã se confronta, também no Piemonte e em Valle d’Aosta, com muitos desafios devidos, no atual contexto sociocultural, às tendências agnósticas presentes em campo doutrinal, como também às pretensões de plena autonomia ética e moral. Não é certo fácil anunciar e testemunhar hoje o Evangelho”, disse Bento XVI na Basílica Vaticana. Todavia, o Papa destacou que “permanece no povo um sólido substrato espiritual… Além disso, sente-se, por parte dos fiéis leigos e de grupos de engajamento apostólico, uma mais sentida exigência de tensão à santidade, medida alta da vida cristã”. O Papa exortou os Bispos a ajudar as comunidades eclesiais “a seguir fielmente o Senhor, valorizando suas potencialidades espirituais e os carismas de cada um”. Aos jovens estudantes, o Papa fez votos de que a Quaresma seja “ocasião propícia para redescobrir o dom da seqüela de Cristo e aprender a aderir sempre, com a sua ajuda, à vontade do Pai”.
Na Sala Paulo VI, o Santo Padre iniciou com São Clemente um novo clico de catequeses dedicado aos Padres apostólicos, ou seja, à primeira e à segunda gerações na Igreja depois dos Apóstolos. “São Clemente, bispo de Roma nos últimos anos do século I, é o terceiro sucessor de Pedro, depois de Lino e Anacleto – recordou Bento XVI - . O testemunho mais importante sobre sua vida é o de Santo Irineu, bispo de Lyon até o ano 202. Ele testifica que Clemente «havia visto os apóstolos», «havia se encontrado com eles» e «ainda ressoava em seus ouvidos sua pregação, e tinha ante os olhos sua tradição». Testemunhos tardios, entre os séculos IV e VI, atribuem a Clemente o título de mártir.”
A única obra certa atribuída a ele é a “Carta aos Coríntios”, escrita à Igreja de Coríntio, em nome da Igreja de Roma, depois da morte do imperador Domiciano e no final da sua perseguição, portanto, imediatamente depois de 96. Esta carta enfrenta inúmeros temas de perene atualidade e representa, desde o primeiro século, “a solicitude da Igreja de Roma, que precede na caridade a todas as outras Igrejas”. “A intervenção de Clemente – continuou Bento XVI - era solicitada pelos graves problemas que a Igreja de Corinto atravessava: os presbíteros da comunidade, de fato, haviam sido depostos por alguns jovens contestadores”. Retomando temas importantes para São Paulo, que escreveu duas cartas aos Coríntios, Clemente destaca que o Senhor “nos doa o perdão, nos dá seu amor, a graça de ser cristãos, seus irmãos e irmãs. É um anúncio que enche de alegria nossa vida e que dá segurança ao nosso atuar: o Senhor nos previne sempre com sua bondade, e a bondade é sempre maior que todos os nossos pecados. É necessário, contudo, que nos comprometamos de maneira coerente com o dom recebido e que respondamos ao anúncio da salvação com um caminho generoso e valente de conversão”.
O motivo na base dos abusos que se verificaram em Coríntio, observava Clemente, “deve ser buscado no enfraquecimento da caridade e de outras virtudes cristãs indispensáveis. Por este motivo, convida os fiéis à humildade e ao amor fraterno, duas virtudes que fazem parte verdadeiramente do ser na Igreja”. Clemente ilustra aqui o seu ideal de Igreja: “congregada pelo ‘único Espírito de graça infundido sobre nós’, que sopra nos diversos membros do Corpo de Cristo, no qual todos, unidos sem nenhuma separação, são ‘membros uns dos outros’”. O Papa Bento XVI reiterou, a este ponto, que a distinção do conceito “entre ‘leigo’ e a hierarquia não significa uma contraposição, mas somente essa relação orgânica de um corpo, de um organismo, com as diferentes funções. A Igreja, de fato, não é um lugar de confusão e de anarquia, onde cada um pode fazer o que quer em todo momento: cada um, nesse organismo, com uma estrutura articulada, exerce seu ministério segundo a vocação recebida. No que se refere aos chefes das comunidades, Clemente explicita claramente a doutrina da sucessão apostólica. As normas que a regulam derivam, em última instância, do próprio Deus”.
A carta de Clemente se conclui com a "grande oração" na qual “louva e dá graças a Deus por sua maravilhosa providência de amor, que criou o mundo e que continua salvando-o e santificando-o”. O Santo Padre evidenciou o relevo particular da invocação para os governantes: “Ao rezar pelas autoridades, Clemente reconhece a legitimidade das instituições políticas na ordem estabelecida por Deus; ao mesmo tempo, manifesta a preocupação de que as autoridades sejam dóceis a Deus e «exerçam o poder que Deus lhes deu com paz, mansidão e piedade». César não é tudo. Emerge outra soberania, cuja origem e essência não são deste mundo, mas «do alto»: é a da Verdade, que tem o direito ante o Estado de ser ouvida”. (S.L.) (Agência Fides 8/3/2007)
O texto integral da catequese do Santo Padre
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=740

8 de março de 2007 – Audiência aos Sócios do Círculo de São Pedro
VATICANO - “A antiga prática do Óbolo de São Pedro surge da consciência de que cada fiel é chamado a sustentar inclusive materialmente a obra de evangelização e, ao mesmo tempo, a socorrer com generosidade os pobres e os necessitados”: o Papa ao Círculo São Pedro

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “A antiga prática do Óbolo de São Pedro, em um certo modo já em vigor nas primeiras comunidades cristãs, surge da consciência de que cada fiel é chamado a sustentar inclusive materialmente a obra de evangelização e, ao mesmo tempo, a socorrer com generosidade os pobres e os necessitados”: foi o que recordou o Santo Padre Bento XVI aos Sócios do Círculo de São Pedro, recebidos em audiência em 8 de março, no final da manhã.
Este encontro anual, que se realiza próximo da festa da Cátedra de São Pedro, destaca a peculiar fidelidade à Santa Sé que caracteriza o Círculo, e é ocasião para entregar ao Papa a coleta do tradicional Óbolo efetuada nas paróquias e nos institutos de Roma, apesar de hoje já estar presente em todo o mundo. “Em cada diocese, em cada paróquia e comunidade religiosa coleta-se anualmente o Óbolo de São Pedro – recordou o Pontífice -, que depois é enviado ao centro da Igreja para ser redistribuído segundo as necessidades e os pedidos que chegam ao Papa de todas as partes da terra. Na história da Igreja, houve momentos nos quais o auxílio econômico dos cristãos ao Sucessor de Pedro resultou particularmente significativo”, recordou Bento XVI, citando um passo da Encíclica Saepe venerabilis do bem-aventurado Papa Pio IX.
Ao agradecer aos Sócios do Círculo pelo seu empenho na coleta das ofertas, o Papa destacou que, “também neste nosso tempo, a Igreja continua difundindo o Evangelho e cooperando para a construção de uma humanidade mais fraterna e solidária. E justamente graças ao Óbolo de São Pedro, lhe é possível realizar esta sua missão de evangelização e de promoção humana”. Entre as iniciativas promovidas pelo Círculo, Bento XVI citou com particular satisfação o serviço de amparo aos doentes e a seus familiares por meio do “Hospice Sacro Cuore”, e concluiu lembrando que, no tempo quaresmal, “a liturgia nos recorda que, no compromisso da oração e do jejum, devemos unir nossa atenção pelos irmãos, especialmente por aqueles que se encontram em dificuldade, indo a seu encontro com gestos e obras de sustento material e espiritual”. (S.L.) (Agência Fides 9/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre, em italiano
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=741

9 de março de 2007 – Audiência aos participantes da Plenária do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais
VATICANO - “Boa parte daquilo que se transmite de várias formas nos lares de milhões de famílias no mundo inteiro é nocivo. A Igreja gera esperança, orientando a luz da verdade de Cristo para tais sombras”: Papa Bento XVI à Plenária do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “Indubitavelmente, os vários sectores dos mass media têm oferecido um grande benefício para a civilização… no que diz respeito à internet, é necessário reconhecer oportunamente que ela abriu um mundo de conhecimento e de aprendizado ao qual, precedentemente, na melhor das hipóteses só alguns tinham acesso. Estas contribuições para o bem comum devem ser reconhecidas e encorajadas. Por outro lado, é também evidente que uma boa parte daquilo que se transmite de várias formas nos lares de milhões de famílias no mundo inteiro é nocivo. A Igreja gera esperança, orientando a luz da verdade de Cristo para tais sombras. Incrementemos os nossos esforços em vista de encorajar todos a colocar a lâmpada no candeeiro, a fim de que a sua luz ilumine todos em casa, na escola e na sociedade em geral!” Foi o que recordou o Papa Bento XVI aos participantes da Plenária do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, recebidos em audiência na sexta-feira, 9 de março.
Depois de expressar a sua gratidão pelo compromisso no apostolado das comunicações sociais, “cuja importância não pode ser subestimada no nosso mundo cada vez mais tecnológico”, o Papa Bento XVI evidenciou que “o campo das comunicações sociais está a transformar-se rapidamente. Enquanto a comunicação de imprensa tem dificuldade de conservar a sua circulação, outras formas de comunicação como a rádio, a televisão e a internet estão a desenvolver-se a um nível extraordinário. Contra o cenário da globalização, este aumento dos meios de comunicação electrónicos coincide com a sua crescente concentração nas mãos de algumas multinacionais, cuja influência ultrapassa todos os confins sociais e culturais”.
Avaliando os resultados e efeitos deste incremento dos meios de comunicação social, análise que requer grande atenção, o Papa destacou “o papel invasivo dos meios de comunicação na formação da cultura” e evidenciou os grandes benefícios oferecidos à civilização, mas também os aspectos negativos. “As minhas preocupações não são diferentes das de qualquer mãe ou pai, professor ou cidadão responsável”, disse Bento XVI, recordando a sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações deste ano dedicada ao relacionamento entre os meios de comunicação e os jovens. “Portanto, é grave a responsabilidade de introduzir e educar as crianças e os jovens pelos caminhos da beleza, da verdade e da bondade. Ela somente pode ser promovida pelas multinacionais da comunicação, na medida em que estes fomentarem a dignidade humana fundamental, o valor genuíno do matrimónio e da vida familiar, e as conquistas e metas positivas da humanidade.” Por fim, o Santo Padre se dirigiu aos responsáveis da indústria dos meios de comunicação social, “a fim de que aconselhem os produtores a salvaguardar o bem comum, a promover a verdade e a proteger a dignidade humana de cada indivíduo, fomentando também o respeito pelas necessidades da família. (S.L.) (Agência Fides 10/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre, em inglês
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=742

10 de março de 2007 - Vigília de oração por ocasião do V Dia Europeu dos Universitários, sobre o tema: "A caridade intelectual: via para uma nova cooperação Europa-Ásia"
VATICANO - Bento XVI no Dia Europeu dos Universitários: “A caridade intelectual pode unir o caminho existencial de jovens que, mesmo vivendo muito distante uns dos outros, conseguem se sentir em contato em nível da busca interior e do testemunho”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “É sugestivo pensar na caridade intelectual como força do espírito humano, capaz de aproximar os itinerários formativos das novas gerações. Mais globalmente, a caridade intelectual pode unir o caminho existencial de jovens que, mesmo vivendo muito distante uns dos outros, conseguem se sentir em contato em nível da busca interior e do testemunho. Esta tarde realizamos uma ponte ideal entre a Europa e a Ásia, continente de riquíssimas tradições espirituais, onde evoluíram algumas entre as mais antigas e nobres tradições culturais da humanidade.” Foi o que disse o Santo Padre Bento XVI na tarde de sábado, 10 de março, na Sala Paulo VI, no Vaticano, durante a Vigília de oração por ocasião do V Dia Europeu dos Universitários, sobre o tema: "A caridade intelectual: via para uma nova cooperação Europa-Ásia".
Da iniciativa, promovida pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa e pelo Departamento para a pastoral universitária do Vicariato de Roma, participaram os estudantes das universidades romanas e, em conexão via satélite, os universitários de Turim, Bolonha, Manchester, Coimbra, Cracóvia, Praga, Tirana, Hong Kong, Calcutá, Manila e Islamabad. O Santo Padre guiou a reza do Terço e, no final, dirigiu uma saudação aos universitário antes de entregar a alguns de seus representantes cópias da Exortação apostólica “Ecclesia in Europa” e “Ecclesia in Asia”.
“Os jovens universitários de Roma se fazem promotores da irmandade no marco do amor intelectual – disse Bento XVI na sua saudação -, perseguem uma solidariedade que não surge do plano dos interesses econômicos ou políticos, mas do estudo e da busca da verdade. Em suma, estamos na verdadeira perspectiva "universitária", ou seja, daquela comunidade do saber que foi um dos elementos constitutivos da Europa.” Depois de se dirigir, nas respectivas línguas, aos estudantes conectados de diversas cidades e nações, o Santo Padre concluiu com esta exortação: “O mistério da Cruz não está desvinculado do tema da caridade intelectual, pelo contrário, o ilumina. A sabedoria cristã é sabedoria da Cruz: os estudantes e, em maior razão, os docentes cristãos interpretam toda realidade à luz do mistério do amor de Deus, que tem na Cruz a sua mais alta e completa revelação. Mais uma vez, caros jovens, vos confio a cruz de Cristo: acolhei-a, abraçai-a, segui-a. É a árvore da vida! Aos seus pés encontrareis sempre Maria, a Mãe de Jesus. Com Ela, Sé da Sabedoria, dirigi o olhar Àquele que por nós foi traspassado (cfr Jo 19,37), contemplai a fonte inesgotável do amor e da verdade, e podereis vos tornar também vós discípulos e testemunhas repletos de alegria.” (S.L.) (Agência Fides 12/3/2007)
O texto integral da homilia do Santo Padre, em italiano
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11 de março de 2007 – Angelus
VATICANO - “Cristo convida a responder ao mal antes de tudo com um sério exame de consciência e com o compromisso de purificar a própria vida… De fato, as pessoas e as sociedades que vivem sem nunca pôr-se em discussão têm como único destino final a ruína”: Bento XVI no Angelus

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – O tema da conversão esteve no centro do discurso pronunciado pelo Papa Bento XVI antes de rezar o Angelus com os fiéis reunidos na praça S. Pedro, no domingo, 11 de março. Inspirado no Evangelho de Lucas proclamado no terceiro Domingo de Quaresma, e recordando o convite de Jesus: "Não, vos asseguro; e se não vos converterdes, todos perecereis do mesmo modo" (13,3.5), o Santo Padre evidenciou que o ponto ao qual Jesus quer levar seus ouvintes é “a necessidade da conversão”.
“Não a apresenta em termos moralistas, mas realistas, como única resposta adequada para os acontecimentos que põem em crise as certezas humanas”, prosseguiu Bento XVI, recordando que diante de certas desgraças, como aquelas narradas no Evangelho, “a verdadeira sabedoria consiste mais em deixar-se interpelar pela precariedade da existência e assumir uma atitude de responsabilidade: fazer penitência e melhorar nossa vida. Esta é a sabedoria, esta é a resposta mais eficaz ao mal, em todos os âmbitos, interpessoal, social e internacional”. Cristo convida, portanto, a responder ao mal com um sério exame de consciência e com o compromisso de purificar a própria vida. “De fato, as pessoas e as sociedades que vivem sem nunca pôr-se em discussão têm como único destino final a ruína. A conversão, pelo contrário, apesar de não preservar dos problemas e adversidades, permite enfrentá-los de «maneira» diferente... Em síntese: a conversão vence o mal em sua raiz, que é o pecado, ainda que nem sempre se possa evitar suas conseqüências.”
Por fim, o Papa pediu a intercessão de Maria Santissima, para que, no itinerario quaresmal, “ajude cada cristão a redescobrir a grandeza, diria inclusive a beleza da conversão. Que nos ajude a compreender que fazer penitência e corrigir a própria conduta não é simples moralismo, mas o caminho mais eficaz para melhorar tanto a nós mesmos como a sociedade”. (S.L.) (Agência Fides 12/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre
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13 de março de 2007 – Audiência ao Presidente da Federação Russa
VATICANO - Audiência do Santo Padre Bento XVI ao Presidente da Federação Russa
Cidade do Vaticano (Agência Fides) – A Sala de Imprensa da Santa Sé publicou na tarde de 13 de março o seguinte comunicado relativo à audiência concedida ao Presidente da Federação Russa. “Na tarde de hoje, 13 de março de 2007, o Santo Padre Bento XVI recebeu em audiência Sua Excelência o Senhor Vladimir Putin, Presidente da Federação Russa. Contemporaneamente, ocorreu o encontro do cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado de Sua Santidade, e do arcebispo Dominique Mamberti, secretário das Relações com os Estados, com o senhor Sergei Lavrov, ministro dos Assuntos Exteriores da Federação Russa, e outros membros da delegação que acompanha o Presidente.
Os colóquios, que se realizaram em um clima positivo, permitiram constatar as cordiais relações que se dão entre a Santa Sé e a Federação Russa, assim como a vontade recíproca de desenvolvê-las ulteriormente, inclusive com iniciativas específicas de caráter cultural. Neste contexto, foram examinados alguns temas bilaterais de comum interesse, que afetam também as relações entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa, e foram analisadas as questões internacionais de atualidade, em particular o Oriente Médio. Por último, prestou-se atenção aos problemas do extremismo e da intolerância, que constituem graves ameaças à convivência civil entre as nações, sublinhando a necessidade de preservar a paz e de favorecer uma resolução negociada e pacífica dos conflitos. (S.L.) (Agência Fides 14/3/2007)

14 de março de 2007 – Audiência Geral
VATICANO - Santo Inácio de Antioquia convida todos nós “a uma síntese progressiva entre configuração a Cristo e dedicação à sua Igreja”: a catequese do Papa Bento XVI na Audiência Geral

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Santo Inácio, terceiro Bispo de Antioquia, atual Turquia, de 70 a 107, data do seu martírio, foi o segundo dos Padres Apostólicos, depois de São Clemente, sobre os quais o Papa Bento XVI falou na sua catequese durante a Audiência Geral de 14 de março. Como nos relatam os Atos dos Apóstolos, em Antioquia surgiu uma florescente comunidade cristã, da qual foi primeiro Bispo o apóstolo Pedro. O Santo Padre recordou o testemunho de Eusébio de Cesaréia, um historiador do século IV que, falando da vida e da obra literária de Inácio, recorda que foi enviado a Roma “para ser pasto de feras, por causa do testemunho que deu de Cristo”. Durante a sua viagem em direção ao local do martírio, Inácio encorajava e reforçava as comunidades que encontrava, exortando-as a não cair nas heresias e a manter-se fiéis à Tradição Apostólica. A sua primeira etapa foi em Smirne, onde escreveu quatro cartas; e, depois, em Troade, onde enviou novas cartas às Igrejas de Filadélfia e de Smirne, e uma ao Bispo Policarpo. “Ao ler esses textos – notou o Papa - sente-se o frescor da fé da geração que ainda havia conhecido os apóstolos. Sente-se também nestas cartas o amor ardente de um santo”. Ao chegar a Roma, Inácio foi dado como alimento às feras no Anfiteatro Flávio.
“Nenhum Padre da Igreja expressou com a intensidade de Inácio o anseio pela «união» com Cristo e pela «vida» n’Ele”, destacou Bento XVI, recordando que Inácio suplicou aos cristãos de Roma para não impedissem o seu martírio, porque era impaciente para “se reunir com Jesus Cristo". “Para Inácio, a unidade é antes de tudo uma prerrogativa de Deus, que, existindo em três Pessoas, é Um em uma absoluta unidade. Repete com freqüência que Deus é unidade e que só em Deus esta se encontra no estado puro e originário. A unidade que os cristãos têm que realizar sobre esta terra nada mais é que uma imitação, a mais conforme possível, ao modelo divino”. Inácio insistiu em dois aspectos característicos da vida cristã: a estrutura hierárquica da comunidade eclesial e a unidade fundamental que une entre si todos os fiéis em Cristo. “A insistência da comunhão dos fiéis entre si e com seus pastores se reforça constantemente mediante imagens eloqüentes e analogias: a cítara, os instrumentos de corda, a entonação, o concerto, a sinfonia. É evidente a peculiar responsabilidade dos bispos, dos presbíteros e dos diáconos na edificação da comunidade. A eles se dirige antes de tudo o chamado ao amor e à unidade… Inácio é o primeiro que na literatura cristã atribui à Igreja o adjetivo «católica», ou seja, «universal»… Precisamente no serviço de unidade à Igreja Católica, a comunidade cristã de Roma exerce uma espécie de primado no amor”.
O Papa Bento XVI prosseguiu a sua catequese destacando que Inácio “é verdadeiramente o «doutor da unidade»: unidade de Deus e unidade de Cristo (em oposição às diferentes heresias que começavam a circular e que dividiam o homem e Deus em Cristo), unidade da Igreja, unidade dos fiéis, «na fé e na caridade, pois não há nada mais excelente que ela»… O «realismo» de Inácio é um convite para os fiéis de ontem e de hoje, é um convite para todos nós a alcançar uma síntese progressiva entre «configuração com Cristo» (união com Ele, vida n’Ele) e «entrega à sua Igreja» (unidade com o bispo, serviço generoso à comunidade e ao mundo). Em definitivo, é necessário conseguir uma síntese entre «comunhão» da Igreja em seu interior e «missão», proclamação do Evangelho aos outros, até que uma dimensão fale através da outra, e os fiéis tenham cada vez mais «esse espírito sem divisões, que é o próprio Jesus Cristo". Por fim, o Santo Padre convidou a rezar “para que o Senhor nos ajude a alcançar esta unidade e vivamos sem manchas, pois o amor purifica as almas”. (S.L.) (Agência Fides 15/3/2007)
O texto integral da catequese do Santo Padre
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16 de março de 2007 – Audiência aos participantes do curso promovido pela Penitenciaria Apostólica
VATICANO - Papa Bento XVI aos participantes do curso promovido pela Penitenciaria Apostólica: “O compromisso do sacerdote e do confessor é principalmente este: fazer com que cada pessoa experimente o amor de Cristo por ela, encontrando-O na estrada da própria vida, como Paulo o encontrou no caminho para Damasco”
Cidade do Vaticano (Agência Fides) - “O encontro de hoje oferece-me a oportunidade para refletir junto a vós sobre a importância do sacramento da Penitência também neste nosso tempo e para reiterar a necessidade de que os sacerdotes se preparem a ministrá-lo com devoção e fidelidade para louvar a Deus e pela santificação do povo cristão, como prometem ao Bispo no dia de sua Ordenação presbiteral.” Com essas palavras, o Santo Padre Bento XVI se dirigiu aos participantes do Curso sobre o Foro interno organizado pela Penitenciaria Apostólica, recebidos em audiência em 16 de março, no final da manhã. “Com os gestos e as palavras sacramentais, os sacerdotes tornam visível sobretudo o amor de Deus, que em Cristo se revelou de modo pleno – prosseguiu o Santo Padre -… Aquilo que acontece neste sacramento é, portanto, primeiramente o mistério do amor, obra do amor misericordioso do Senhor… Todos necessitamos ir à fonte inesgotável do amor divino, que se manifesta a nós totalmente no mistério da Cruz, para encontrar a autêntica paz com Deus, com nós mesmos e com o próximo. Somente desta fonte espiritual é possível extrair aquela energia interior indispensável para derrotar o mal e o pecado, na luta sem fim que marca a nossa peregrinação terrena rumo à pátria celeste.”
O Papa então recordou como no mundo contemporâneo ainda estejam presentes as contradições relevadas pelo Concílio Vaticano II: “Vemos uma humanidade que gostaria de ser auto-suficiente, onde não poucas pessoas consideram quase de poder prescindir de Deus para viver bem; e mesmo assim, quantas pessoas parecem tristemente condenadas a enfrentar dramáticas situações de vazio existencial, quanta violência existe ainda sobre a terra, quanta solidão pesa sobre a alma do homem da era da comunicação! Em uma palavra, hoje parece que se perdeu o “sentido do pecado", mas em compensação, aumentaram os “complexos de culpa”. Quem poderá libertar o coração dos homens desta opressão de morte senão Aquele que, morrendo, derrotou para sempre a potência do mal com a onipotência do amor divino?”
O sacerdote, no sacramento da Confissão, é instrumento do amor misericordioso de Deus, e o seu compromisso é principalmente “fazer com que cada pessoa experimente o amor de Cristo por ela, encontrando-O na estrada da própria vida, como Paulo o encontrou no caminho para Damasco”. Para realizar esta importante missão e alcançar o objetivo pré-fixado, o sacerdote comprometido no ministério do sacramento da Penitência deve ser animado “por uma constante tensão à santidade”, interiormente sempre unido ao Senhor, fiel ao Magistério da Igreja no que concerne à doutrina moral, “consciente de que a lei do bem e do mal não é determinada pelas situações, mas por Deus”. Por fim, o Papa pediu a intercessão da Virgem Maria para que ampare o ministério dos sacerdotes confessores e ajude toda comunidade cristã “a compreender sempre mais o valor e a importância do sacramento da Penitência para o crescimento espiritual de todo fiel”. (S.L.) (Agência Fides 17/3/2007)
Links:
O texto integral do discurso do Santo Padre, em italiano
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18 de março de 2007 – Homilia por ocasião da visita ao Instituto Penal para Menores "Casal del Marmo" de Roma
VATICANO - O Papa ao Instituto Penal para Menores: “Poderia-se ser privado de tudo, até mesmo da liberdade ou da saúde, e estar em paz e na alegria se dentro do coração estiver Deus. O segredo, portanto, está aqui: é preciso que Deus ocupe sempre o primeiro lugar na nossa vida”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Domingo, 18 de março, IV da Quaresma, o Santo Padre Bento XVI visitou o Instituto Penal para Menores "Casal del Marmo" de Roma. Acolhido pelo Cardeal Camillo Ruini, Vigário-geral para a Diocese de Roma, e pelas autoridades civis, o Papa presidiu a Concelebração eucarística na Capela do Instituto, dedicada ao "Pai Misericordioso".
Na homilia, o Papa Bento XVI explicou o Evangelho da liturgia dominical, a parábola do pai misericordioso, na qual aparecem três pessoas: o pai e os dois filhos. “Ambos os filhos vivem em paz, são agricultores muito abastados, têm, portanto, do que viver, vendem bem seus produtos, a vida parece ser boa. E, todavia, o filho mais jovem, aos poucos, começa a achar esta vida sem graça, insatisfatória.” Com o desejo de experimentar uma outra vida, na qual possa ser realmente livre de fazer o que gosta, “uma vida livre desta disciplina e dessas normas dos mandamentos de Deus, das ordens do pai”, toma o seu patrimônio e vai embora. “O pai é muito respeitoso e generoso e respeita a liberdade do filho: é ele que deve encontrar o seu projeto de vida.” O filho vai a uma cidade muito distante, provavelmente não somente do ponto de vista geográfico, “porque quer uma vida totalmente diferente”.
Em um primeiro momento tudo corre bem, mas depois, com o tempo, tudo se torna vazio: “Também agora se repropõe a escravidão de fazer as mesmas coisas. E, por fim, também o dinheiro acaba e o jovem acha que o seu nível de vida está abaixo do nível dos porcos. Então começa a refletir e se pergunta se aquela era realmente a estrada da vida: uma liberdade interpretada como fazer o que eu quiser, viver, ter a vida somente para mim ou se, ao invés, não seria talvez mais vida viver para os outros, contribuir para a construção do mundo, para o crescimento da comunidade humana”. O jovem reflete e começa a ver que era muito mais livre em casa, “sendo proprietário também ele, contribuindo para a construção da casa e da sociedade em comunhão com o Criador, conhecendo o objetivo da sua vida, adivinhando o projeto que Deus tinha para ele”. O filho mais jovem, portanto, coloca-se em caminho para retornar a casa, para retomar a sua vida de um tempo.
O pai que tinha deixado a sua liberdade “para dar-lhe a possibilidade de entender interiormente o que é viver e o que é não viver”, o abraça e lhe prepara uma festa. “O filho entende que justamente o trabalho, a humildade e a disciplina de todos os dias cria a verdadeira festa e a verdadeira liberdade… Certamente, também no futuro a sua vida não será fácil, as tentações retornarão, mas ele está plenamente consciente de que uma vida sem Deus não funciona: falta o essencial, falta a luz, falta o porquê, falta o grande sentido do ser homem… O jovem entende que os mandamentos de Deus não são obstáculos para a liberdade e para uma bela vida, mas são os indicadores da estrada sobre a qual caminhar para encontrar a vida. Entende que também o trabalho, a disciplina, o empenhar-se não para si, mas para os outros, alarga a vida”. A reação de inveja do outro filho que ficou em casa nos faz entender que “também ele, no seu íntimo, deve ‘retornar a casa’ e entender novamente o que é a vida, entender que se vive realmente somente com Deus, com a sua Palavra, na comunhão da própria família, do trabalho; na comunhão da grande Família de Deus”.
Bento XVI completou a sua explicação da parábola com algumas observações: “O Evangelho nos ajuda a entender quem é realmente Deus: Ele é o Pai misericordioso que em Jesus nos ama além de qualquer medida. Os erros que cometemos, apesar de grandes, não investem a fidelidade do seu amor. No sacramento da confissão, podemos sempre partir novamente com a vida: Ele nos acolhe, nos restitui a dignidade de filhos seus… Além disso, esta parábola nos ajuda a entender quem é o homem: não é uma "monade", uma entidade isolada que vive somente para si e deve ter a vida somente para si. Pelo contrário, nós vivemos com os outros, somos criados junto aos outros e somente no estar com os outros, no doar-nos aos outros encontramos a vida... E, finalmente, o homem é uma pessoa livre. Devemos entender o que é a liberdade e o que é somente a aparência da liberdade. A liberdade, poderíamos dizer, é um trampolim para saltar no mar infinito da bondade divina, mas pode se tornar também um plano inclinado sobre o qual escorregar rumo ao abismo do pecado e do mal e perder, assim, também a liberdade e a nossa dignidade.”
Por fim, o Santo Padre recordou que neste tempo de Quaresma a Igreja “nos convida à conversão que, antes de ser um esforço sempre importante para mudar os nossos comportamentos, é uma oportunidade para decidir levantar-nos e partir novamente, ou seja, abandonar o pecado e escolher o retorno a Deus. Façamos – este é o imperativo da Quaresma – façamos juntos este caminho de libertação interior”.
No final da Santa Missa, Bento XVI visitou no ginásio do Instituto Penal para encontrar os jovens e os agentes da Polícia Penitenciaria. “Primeiramente, gostaria de dizer-vos obrigado pela nossa alegria, obrigado por esta preparação. Para mim, é uma grande alegria ter-vos dado um pouco de luz com esta minha visita”, disse o Papa, garantindo: “Sabei que o Papa vos quer bem e vos segue com afeto”. E prosseguiu: “Hoje para vós é um dia de festa, um dia de alegria. A própria liturgia deste domingo inicia com um convite a estar na alegria... Durante a Missa, recordamos que Deus nos ama: eis a fonte da verdadeira alegria. Mesmo tendo tudo aquilo que se deseja se é, às vezes, infeliz; poderia-se ser privado de tudo, até mesmo da liberdade ou da saúde, e estar em paz e na alegria se dentro do coração estiver Deus. O segredo, portanto, está aqui: é preciso que Deus ocupe sempre o primeiro lugar na nossa vida”. (S.L.) (Agência Fides 21/3/2007)
O texto integral da homilia e do discurso do Santo Padre, em italiano
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18 de março de 2007 - Angelus
VATICANO - No Angelus, o Papa recorda que a Eucaristia é “Sacramento da caridade”: “Na Eucaristia, Cristo quis nos dar o seu amor, que o impulsionou a oferecer na cruz a sua vida por nós”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – A fonte da alegria cristã se encontra na Eucaristia, “que Cristo nos deixou como Alimento espiritual, enquanto somos peregrinos nesta terra… A Eucaristia alimenta nos fiéis de todas as épocas essa alegria profunda, que forma um todo com o amor e com a paz, e que tem origem na comunhão com Deus e com os irmãos”. Domingo, 18 de março, o Papa Bento XVI dedicou o seu discurso antes do Angelus ao tema da Eucaristia, “fonte e ápice da vida e da missão da Igreja”, e à recente publicação da Exortação apostólica “Sacramentum caritatis”, que reúne os frutos da XI Assembléia Geral do Sínodo dos Bispos, realizada em outubro de 2005.
“Quero voltar a este importante texto – prosseguiu o Papa -, mas desde já desejo sublinhar que ele é expressão da fé da Igreja universal no Mistério eucarístico, e que se situa em continuidade com o Concílio Vaticano II e com o magistério de meus venerados predecessores Paulo VI e João Paulo II”. No Documento, é realçado o laço da Eucaristia com a Encíclica “Deus caritas est”, por isso o Santo Padre escolheu como título “Sacramentum caritatis”, retomando uma definição de São Tomás de Aquino. “Sim, na Eucaristia Cristo quis nos dar o seu amor, que o impulsionou a oferecer na cruz a sua vida por nós – afirmou Bento XVI -. Na Última Ceia, lavando os pés dos seus discípulos, Jesus nos deixou o mandamento do amor… Mas já que isso é possível somente permanecendo unidos a Ele, como ramos à videira, Ele escolheu permanecer entre nós na Eucaristia, para que nós possamos permanecer n’Ele. Quando, portanto, nos alimentamos com fé do seu Corpo e do seu Sangue, seu amor é transmitido a nós e nos torna capazes, assim, de dar a vida pelos irmãos. Daqui brota a alegria cristã, a alegria do amor.”
O Papa, portanto, invocou a intercessão de Maria, a “Mulher eucaristica" por excelência, “obra-prima da graça divina” enquanto o amor de Deus a tornou imaculada "em sua presença, no amor", e de S. José: “Invoco especialmente esse grande santo para que, crendo, celebrando e vivendo com fé o Mistério Eucarístico, o Povo de Deus seja invadido pelo amor de Cristo e difunda seus frutos de alegria e paz a toda a humanidade.”
Depois da oração mariana, saudando os peregrinos de língua italiana, o Santo Padre dirigiu uma particular saudação ao Comitê de Conexão dos Católicos por uma Civilização do Amor que, “por ocasião da festa de S. José, relança a campanha ‘Adote um pai’, em colaboração com os Institutos missionários, em benefício das famílias pobres nos países em desenvolvimento”. (S.L.) (Agência Fides 21/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre
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21 de março de 2007 – Audiência Geral
VATICANO - “A figura e a obra de Justino marcam a decidida opção da Igreja antiga pela filosofia, pela razão, ao invés da religião dos pagãos”: a catequese do Papa sobre São Justino, o mais importante dos apologistas do século II

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Continuando o ciclo de catequeses sobre os Padres Apostólicos, durante a Audiência Geral de quarta-feira, 21 de março, o Papa Bento XVI falou sobre a figura de São Justino, filosofo e mártir, “o mais importante dos apologistas do século II”. Primeiramente, o Papa explicou o significado da palavra “apologistas”, que “designa esses antigos escritores cristãos que se propunham defender a nossa religião das graves acusações dos pagãos e dos judeus, e difundir a doutrina cristã de uma maneira adaptada à cultura de seu tempo”.
Nascido por volta do ano 100 em Samaria, na Terra Santa, Justino buscou profundamente a verdade, freqüentando as várias escolas da tradição filosófica grega, até quando “um misterioso personagem, um ancião com o qual se encontrou na praia do mar” o fez conhecer a fé cristã. “Fundou uma escola em Roma, onde iniciava gratuitamente os alunos na nova religião, considerada como a verdadeira filosofia – recordou o Papa no seu discurso -. Nela, de fato, havia encontrado a verdade e, portanto, a arte de viver de maneira reta. Por este motivo, foi denunciado e foi decapitado por volta do ano 165.”
As únicas obras que nos sobraram dele são as duas Apologias e o Diálogo com o Hebreu Trifone, no qual “Justino pretende ilustrar antes de tudo o projeto divino da criação e da salvação que se realiza em Jesus Cristo, o «Logos», ou seja, o Verbo eterno, a Razão eterna, a Razão criadora. Cada homem, como criatura racional, participa do «Logos», leva em si uma «semente» e pode vislumbrar a verdade. Desta maneira, o próprio «Logos», que se revelou como figura profética aos judeus na Lei antiga, também se manifestou parcialmente como «sementes de verdade» na filosofia grega. Pois bem, conclui Justino, dado que o cristianismo é a manifestação histórica e pessoal do «Logos» em sua totalidade, «todo o belo que foi expresso por qualquer pessoa pertence a nós, os cristãos»’.”
O Papa Bento XVI recordou que “a figura e a obra de Justino marcam a decidida opção da Igreja antiga pela filosofia, pela razão, ao invés da religião dos pagãos... A filosofia representou, contudo, a área privilegiada do encontro entre paganismo, judaísmo e cristianismo, precisamente no âmbito da crítica à religião pagã e a seus falsos mitos … Justino, e com ele outros apologistas, firmaram a tomada de posição clara da fé cristã pelo Deus dos filósofos contra os falsos deuses da religião pagã. Era a opção pela verdade do ser contra o mito do costume”. Por fim, o Papa lembrou que o termo comum, empregado também por Tertuliano em referência à religião pagã, “pode ser traduzido nos idiomas modernos com as expressões «moda cultural», «moda do momento” e concluiu: “Em uma época como a nossa, caracterizada pelo relativismo no debate sobre os valores e sobre a religião – assim como no diálogo inter-religioso -, esta é uma lição que não se deve esquecer”.
No final da catequese, dirigindo-se aos peregrinos de língua italiana, Bento XVI saudou os fiéis das Dioceses da Sardenha, que vieram a Roma com seus Bispos por ocasião da Visita "ad Limina Apostolorum", com essas palavras: “Caros amigos, na recente Exortação Apostólica evoquei o valor da Eucaristia para a vida da Igreja e de cada cristão. Encorajo também vós a extrair desta admirável fonte a força espiritual necessária para manter-vos fiéis ao Evangelho e testemunhar sempre e em todos os lugares o amor de Deus. E vós, caros Irmãos no Episcopado, "fazendo-vos modelos do Rebanho" (IPt 5,3) não vos cansai de conduzir os fiéis confiados aos vossos cuidados pastorais a uma adesão pessoal e comunitária sempre mais generosa a Cristo.”
Por fim, o Papa lançou um apelo por ocasião do Dia de Luta à Tuberculose: “Em 24 de março será celebrado o Dia Mundial de Luta à Tuberculose. Que esta data favoreça uma maior responsabilidade no tratamento dessa doença e uma solidariedade cada vez mais intensa para com quem sofre por sua causa. Sobre eles e suas famílias, invoco o conforto do Senhor, enquanto encorajo as múltiplas iniciativas de assistência que a Igreja promove neste âmbito.” (S.L.) (Agência Fides 22/3/2007)
O texto integral da catequese do Santo Padre
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=750

22 de março de 2007 – Audiência aos participantes da Sessão Plenária do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde
VATICANO - “Os agentes de saúde cristãos bem sabem que se dá um laço íntimo e indissolúvel entre a qualidade de seu serviço profissional e a virtude da caridade à qual Cristo os chama”: Bento XVI à Plenária do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “A pastoral da saúde é um âmbito evangélico por excelência que recorda a obra de Jesus, bom samaritano da humanidade. Quando passava pelos povos da Palestina anunciando a boa nova do Reino de Deus, acompanhava sempre a pregação com os sinais que realizava sobre os enfermos, curando todos os que eram prisioneiros de todo tipo de enfermidade e doença.” Foi o que recordou o Santo Padre Bento XVI, recebendo em audiência, em 22 de março, os participantes da Sessão Plenária do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde. O Santo Padre destacou que “a saúde do ser humano, de todo o ser humano, foi o sinal que Cristo escolheu para manifestar a proximidade de Deus, seu amor misericordioso que cura o espírito, a alma e o corpo” e isso deve ser sempre a referência fundamental de toda iniciativa neste campo.
“O ser humano tem um dever tanto em resposta a um direito fundamental da pessoa, como porque o tratamento dos indivíduos redunda em benefício da coletividade”, prosseguiu o Papa, que evidencia que “a estima e a confiança dos funcionários da saúde são proporcionais à certeza de que estes defensores da vida por profissão não desprezarão jamais uma existência humana, ainda que seja deficiente, e saberão alentar sempre toda tentativa de cura. O compromisso para oferecer tratamentos deve estender-se, portanto, a todos os seres humanos, com o objetivo de cobrir toda sua existência”.
“Os agentes de saúde cristãos, portanto, bem sabem que se dá um laço íntimo e indissolúvel entre a qualidade de seu serviço profissional e a virtude da caridade à qual Cristo os chama: com o bom cumprimento de seu trabalho, levam precisamente às pessoas o testemunho do amor de Deus. A caridade, como tarefa da Igreja, objeto de reflexão em minha encíclica «Deus caritas est», aplica-se de maneira particularmente significativa na atenção aos enfermos.A história da Igreja testemunha isso, com inumeráveis testemunhos de homens e mulheres que, de forma tanto individual como associada, atuaram neste campo.”
O Santo Padre, portanto, idealmente ofereceu aos presentes as reflexões contidas na Encíclica “Deus caritas est”, com as relativas orientações pastorais sobre o serviço caritativo da Igreja como "comunidade de amor", e acrescentou a esta a Exortação apostólica pós-sinodal, que trata da Eucaristia como "Sacramento da caridade", enquanto “a pastoral da saúde pode extrair continuamente força precisamente da Eucaristia para socorrer eficazmente o ser humano e promovê-lo, segundo a dignidade que lhe é própria. Nos hospitais e nas clínicas, a capela é o coração palpitante em que Jesus se oferece intensamente ao Pai celeste pela vida da humanidade. A Eucaristia, distribuída com dignidade e com espírito de oração aos enfermos, é seiva vital que os consola e infunde em seu espírito luz interior para viver com fé e com esperança a condição da enfermidade e do sofrimento”. (S.L.) (Agência Fides 23/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre, em italiano
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=751

24 de março de 2007 – Audiência aos participantes do Congresso "Os 50 anos dos Tratados de Roma – Valores e perspectivas para a Europa do amanhã", promovido pela Comissão dos Episcopados da Comunidade Européia (COMECE)
VATICANO - “Não se pode pensar em edificar uma autêntica «casa comum», descuidando da identidade própria dos povos … constituída por um conjunto de valores universais, que o cristianismo contribuiu a forjar”: o Papa aos participantes do Congresso promovido pela COMECE

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “Não se pode pensar em edificar uma autêntica «casa comum», descuidando da identidade própria dos povos de nosso continente. Trata-se, de fato, de uma identidade histórica, cultural e moral, antes que geográfica, econômica ou política; uma identidade constituída por um conjunto de valores universais, que o cristianismo contribuiu a forjar, desempenhando deste modo um papel não só histórico, mas de fundamento para a Europa. Estes valores, que constituem a alma do continente, têm de permanecer na Europa do terceiro milênio como «fermento» de civilização.” Foi o que reiterou o Santo Padre Bento XVI aos participantes do Congresso "Os 50 anos dos Tratados de Roma – Valores e perspectivas para a Europa do amanhã", promovido pela Comissão dos Episcopados da Comunidade Européia (COMECE), recebidos em audiência no sábado, 24 de março. “Se, por ocasião do qüinquagésimo aniversário dos Tratados de Roma, os governos da União desejam «aproximar-se» de seus cidadãos – prosseguiu o Papa -, como poderiam excluir um elemento essencial da identidade européia, como é o cristianismo, no qual uma ampla maioria deles segue identificando-se? Não é motivo de surpresa que a Europa de hoje, enquanto quer apresentar-se como uma comunidade de valores, conteste cada vez mais o fato de que tenha valores universais absolutos? Esta singular forma de «apostasia» de si mesma, antes ainda que de Deus, não a leva talvez a duvidar de sua própria identidade?”
Percorrendo o longo caminho do Continente nos últimos 50 anos, o Papa Bento XVI recordou em particular “a reconciliação dos dois «pulmões», oriente e ocidente, unidos por uma história comum” e “a exigência de estabelecer um sadio equilíbrio entre dimensão econômica e social”. “Do ponto de vista demográfico, há que constatar infelizmente que a Europa parece que empreendeu um caminho que poderia levá-la ao fim de sua história. Além de pôr em perigo seu crescimento econômico, pode causar também enormes dificuldades à coesão social e, sobretudo, favorecer um perigoso individualismo, que não tem em conta as conseqüências para o futuro”. Além disso, o Papa evidenciou que “a solidariedade encontra dificuldades, não só no âmbito internacional mas também no propriamente nacional”.
“Uma comunidade que se constrói sem respeitar a autêntica dignidade do ser humano, esquecendo que cada pessoa está criada à imagem de Deus, acaba por não fazer o bem de ninguém – prosseguiu o Pontífice -. Por este motivo, cada vez é mais indispensável que a Europa evite essa atitude pragmática, hoje amplamente difundida, que justifica sistematicamente o compromisso sobre os valores humanos essenciais, como se tratasse da inevitável aceitação de um suposto mal menor… Quando neste pragmatismo se introduzem tendências laicistas ou relativistas, acaba-se por negar aos cristãos o direito próprio de intervir como cristãos no debate público ou, ao menos, desqualifica-se sua contribuição com a acusação de que buscam defender injustificados privilégios. No momento histórico atual e ante os muitos desafios, a União Européia, se quiser garantir adequadamente o estado de direito e promover eficazmente os valores humanos, tem de reconhecer com clareza a existência certa de uma natureza humana estável e permanente, fonte de direitos comuns para todos os indivíduos, inclusive os daqueles que os negam. Neste contexto, há que salvaguardar o direito à objeção de consciência, cada vez que os direitos humanos fundamentais sejam violados.”
Bento XVI declarou-se consciente do quanto seja difícil para os cristãos “defender valentemente esta verdade sobre o homem” e exortou: “Não vos cansai nem vos desencorajai! Sabeis que tendes a tarefa de contribuir na construção, com a ajuda de Deus, de uma nova Europa, realista mas não cínica, rica de ideais e livre de ilusões ingênuas, inspirada na perene e vivificante verdade do Evangelho… Estou seguro de que Deus não deixará de abençoar o esforço generoso de quem, com espírito de serviço, trabalha por construir uma casa comum européia, na qual toda contribuição cultural, social e política esteja orientada ao bem comum”. (S.L.) (Agência Fides 26/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre, em italiano
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24 de março de 2007 – Audiência aos participantes da Peregrinação promovida pela Fraternidade de Comunhão e Libertação, por ocasião dos 25 anos do reconhecimento pontifício da Fraternidade
VATICANO - “Eu vos convido a continuar sobre esta estrada, com uma fé profunda, personalizada e fortemente radicada no vivo Corpo de Cristo, a Igreja”: o Papa aos participantes da Peregrinação promovida pela Fraternidade de Comunhão e Libertação nos 25 anos de reconhecimento pontifício

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “O saudoso João Paulo II… nos confiou esta tarefa: «Ide a todo o mundo para levar a verdade, a beleza e a paz, que se encontram em Cristo Redentor». O pe. Giussani fez daquelas palavras o programa de todo o Movimento, e para Comunhão e Libertação foi o início de uma estação missionária que o levou a 80 países. Hoje, eu vos convido a continuar sobre esta estrada, com uma fé profunda, personalizada, e fortemente radicada no vivo Corpo de Cristo, a Igreja, que garante a contemporaneidade de Jesus conosco.” Este é o convite de Bento XVI aos mais de 80.000 participantes da Peregrinação promovida pela Fraternidade de Comunhão e Libertação, por ocasião dos 25 anos do reconhecimento pontifício da Fraternidade, encontrados na praça S. Pedro ao meio-dia de sábado, 24 de março.
Recordando primeiramente o fundador, Mons. Luigi Giussani, “ao qual me unem tantas recordações e que se tornou um verdadeiro amigo meu”, o Papa destacou que “o Espírito Santo suscitou na Igreja, por meio dele, um Movimento… que testemunhasse a beleza de ser cristãos em uma época em que se difundia a opinião de que o cristianismo fosse algo cansativo e opressor de se viver. O pe. Giussani se empenhou então a despertar nos jovens o amor por Cristo "Caminho, Verdade e Vida", repetindo que somente Ele é a estrada rumo à realização dos desejos mais profundos do coração do homem, e que Cristo não nos salva apesar da nossa humanidade, mas por meio dela”.
Este corajoso sacerdote “buscou a própria Beleza, a Beleza infinita que encontrou em Cristo” e, como afirmou João Paulo II, “a original intuição pedagógica de Comunhão e Libertação está no repropor de modo fascinante e em sintonia com a cultura contemporânea o acontecimento cristão, percebido como fonte de novos valores e capaz de orientar toda a existência.” A vasta e articulada Família espiritual de Comunhão e Libertação foi originada “por um encontro renovado com Cristo” e ainda hoje se oferece “como uma possibilidade de viver de modo profundo e atualizado a fé cristã; de um lado, com uma total fidelidade e comunhão com o Sucessor de Pedro e com os Pastores que garantem o governo da Igreja; de outro, com uma espontaneidade e uma liberdade que permitem novas e proféticas realizações apostólicas e missionárias”.
A Fraternidade de Comunhão e Libertação se insere no vasto florescimento de associações, movimentos e novas realidades eclesiais suscitados pelo Espírito Santo na igreja após o Concílio Vaticano II, como “sinal da fecundidade do Espírito do Senhor, para que se manifeste no mundo a vitória de Cristo ressuscitado e se realize o mandato missionário confiado a toda a Igreja”. O Papa Bento XVI então recordou que, no recente encontro com o clero e os párocos de Roma, convidou a “não apagar os carismas.... se o Senhor nos dá novos dons devemos ser gratos, apesar de, às vezes, serem incômodos. Ao mesmo tempo, já que a Igreja é una, os Movimentos são realmente dons do Espírito Santo, devem naturalmente inserir-se na Comunidade eclesial e servi-la de modo que, no diálogo paciente com os Pastores, possam constituir elementos edificantes para a Igreja de hoje e de amanhã.” (S.L.) (Agência Fides 26/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre, em italiano
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25 de março de 2007 – Homilia por ocasião da visita pastoral à Paróquia de Santa Felicita e Filhos mártires no bairro Fidene, no setor norte da Diocese de Roma
VATICANO - O Papa em visita pastoral à Paróquia de Santa Felicita e Filhos mártires: “Que no caminho quaresmal… nos acompanhe a certeza de que Deus nunca nos abandona e que o seu amor é fonte de alegria e de paz; é força que nos impulsiona potentemente na estrada da santidade, se necessário, também até o martírio”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – No V Domingo de Quaresma, 25 de março, o Santo Padre Bento XVI realizou uma visita pastoral à Paróquia de Santa Felicita e Filhos mártires no bairro Fidene, no setor norte da Diocese de Roma. Na homilia durante a Santa Missa celebrada na igreja paroquial, o Papa destacou “a missão de toda comunidade paroquial, chamada a anunciar o Evangelho e a ser local de acolhimento e de escuta, de formação e de compartilha fraterna, de diálogo e de perdão”. Realizar esta tarefa não é certamente fácil, e evocando a palavra de Deus proclamada na Santa Missa, Bento XVI recordou que “a nossa peregrinação terrena é cheia de dificuldades e de provas, como o caminho do povo eleito no deserto antes de alcançar a terra prometida. Mas a intervenção divina pode torná-lo fácil”. Com efeito, o Senhor deu a cada comunidade cristã “abundantes reservas espirituais para atravessar o deserto deste mundo e transformá-lo em um fértil jardim. Essas reservas são a escuta dócil da sua Palavra, os Sacramentos e todo outro recurso espiritual da liturgia e da oração pessoal. Em definitiva, a verdadeira reserva é o seu amor. O amor que leva Jesus a imolar-se por nós, nos transforma e nos torna capazes de segui-lo fielmente”.
Refletindo sobre o trecho evangélico que narra o episodio da mulher adúltera, o Papa evidenciou algumas indicações concretas: “Jesus não entretém com os seus interlocutores uma discussão teórica: não lhe interessa vencer uma disputa a propósito de uma interpretação da lei mosaica, mas o seu objetivo é salvar uma alma e revelar que a salvação se encontra somente no amor de Deus. Por isso veio sobre a terra, por isso morrerá na cruz e o Pai o ressuscitará no terceiro dia. Jesus veio para nos dizer que nos quer a todos no Paraíso e que o inferno, do qual pouco se fala neste nosso tempo, existe e é eterno para aqueles que fecham o coração ao seu amor. Também neste episódio, portanto, compreendamos que nosso verdadeiro inimigo é a afetividade ao pecado, que pode nos conduzir à falência da nossa existência. Jesus se despede de mulher adúltera com este conselho: "Vai e não peca mais a partir de agora". Ele lhe concede o perdão para que "a partir de agora" não peque mais. Em uma narração análoga, a da pecadora arrependida que encontramos no Evangelho de Lucas, Ele acolhe e manda em paz uma mulher que se arrependeu. Aqui, ao invés, a adúltera recebe o perdão em um mundo incondicionado. Em ambos os casos – para a pecadora arrependida e para a adúltera – a mensagem é única. Em um caso se destaca que não existe perdão sem arrependimento; aqui se evidencia que somente o perdão divino e o seu amor recebido com coração aberto e sincero nos dão a força para resistir ao mal e para "não pecar mais". O comportamento de Jesus se torna, deste modo, um modelo a ser seguido por cada comunidade, chamada a fazer do amor e do perdão o coração pulsante de sua vida.”
Por fim, o Santo Padre concluiu a homilia com esses votos: “No caminho quaresmal que estamos percorrendo e que se aproxima rapidamente ao final, que nos acompanhe a certeza de que Deus nunca nos abbandona e que o seu amor é fonte de alegria e de paz; é força que nos impulsiona potentemente sobre a estrada da santidade, se necessário até o martírio. Assim acontece para os filhos e depois para a corajosa mãe Felicita, padroeiros de vossa Paróquia... Que o exemplo e a intercessão dessas santos sejam para vós um constante encorajamento a seguir a senda do Evangelho sem hesitações e sem comprometimentos”.
(S.L.) (Agência Fides 26/3/2007)
O texto integral da homilia do Santo Padre, em italiano
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25 de março de 2007 - Angelus
VATICANO - Bento XVI no Angelus: “A resposta de Maria ao anjo continua na Igreja, chamada a fazer presente a Cristo na história... os missionários mártires testemunham que o amor de Cristo é mais forte que a violência e o ódio”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “A Anunciação, narrada ao início do Evangelho de São Lucas, é um acontecimento humilde, escondido -- ninguém o viu, só o presenciou Maria --, mas ao mesmo tempo decisivo para a história da humanidade. Quando a Virgem pronunciou seu «sim» ao anúncio do anjo, Jesus foi concebido e com Ele começou a nova era da história, que depois seria sancionada na Páscoa como «nova e eterna Aliança.” Antes de rezar o Angelus com os fiéis reunidos na praça S. Pedro no domingo, 25 de março, o Santo Padre Bento XVI falou sobre a solenidade da Anunciação da Bem-aventurada Virgem Maria, que coincidindo este ano com um Domingo de Quaresma, é celebrada no dia seguinte. “a Anunciação é também uma festa cristológica, pois celebra um mistério central de Cristo: sua Encarnação”, evidenciou o Papa, recordando que o ‘sim’ de Maria é o reflexo perfeito do ‘sim’ do próprio Cristo quando entrou no mundo. A obediência do Filho se reflete na obediência da Mãe e, assim, para o encontro desses dois ‘sim’, Deus pôde assumir uma face humana.”
O Santo Padre recordou o XV Dia de oração e jejum pelos missionários mártires, celebrado no dia precedente, com essas palavras: “A resposta de Maria ao anjo continua na Igreja, chamada a fazer presente a Cristo na história, oferecendo sua própria disponibilidade para que Deus siga visitando a humanidade com sua misericórdia. O «sim» de Jesus e de Maria se renova deste modo no «sim» dos santos, especialmente dos mártires, que são assassinados por causa do Evangelho. Sublinho isso recordando que ontem, 24 de março, aniversário do assassinato de Dom Oscar Romero, arcebispo de de São Salvador, celebrou-se a Jornada de Oração e de Jejum pelos Missionários Mártires: bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos, assassinados no cumprimento de sua missão de evangelização e de promoção humana. Eles, os missionários mártires, como diz o tema deste ano, são «esperança para o mundo», pois testemunham que o amor de Cristo é mais forte que a violência e o ódio. Não buscaram o martírio, mas estiveram dispostos a dar a vida para serem fiéis ao Evangelho. O martírio cristão só se justifica como supremo ato de amor a Deus e aos irmãos.”
Depois da oração do Angelus, Bento XVI recordou que no Domingo de Ramos, com a qual tem início a Semana Santa, se celebrará o XXII Dia Mundial da Juventude, sobre o tema: "Como eu vos amei, amai também vós uns aos outros" (Jo 13,34). “Para nos preparar a este evento e à celebração da Páscoa – disse o Papa -, convido os jovens da Diocese de Roma a uma Liturgia penitencial, que presidirei na tarde de quinta-feira, 29 de março, na Basílica de São Pedro. Aqueles que o desejam terão a possibilidade de se aproximar ao Sacramento da Confissão, verdadeiro encontro com o amor de Deus, do qual todo homem necessita para viver na alegria e na paz.” (S.L.) (Agência Fides 26/3/2007)
Il testo integrale del discorso del Santo Padre
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28 de março de 2007 – Audiência Geral
VATICANO - Bento XVI dedica a sua catequese ao ensinamento de Santo Irineu de Lyon: “Todas as Igrejas têm de estar em harmonia com a igreja de Roma, reconhecendo nela a medida da verdadeira tradição apostólica, da única fé comum da Igreja”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Sobre a figura de Santo Irineu, Bispo de Lyon, “personalidade eminente… primeiramente homem de fé e Pastor”, o Papa Bento XVI dedicou a sua catequese durante a Audiência Geral de quarta-feira, 28 de março. Nascido com muita probabilidade em Smirne (hoje Izmir, na Turquia) por volta de 135-140, se transferiu para a Gália no período de formação da comunidade cristã de Lyon, e Irineu foi enviado a Roma com uma carta de sua comunidade ao Papa Eleutério. Deste modo, Irineu escapou da perseguição de Marco Aurélio, na qual morreram ao menos 48 mártires, entre os quais o próprio Bispo de Lyon, Potino. Ao seu retorno, Irineu foi eleito Bispo de Lyon, cargo que concluiu com o martírio em torno de 202-203.
Do bom Pastor Irineu “tem a prudência, a riqueza de doutrina e o ardor missionário – destacou o Santo Padre -. Como escritor, busca um duplo objetivo: defender a verdadeira doutrina dos assaltos dos hereges e expor com clareza a verdade da fé… Arraigando-se firmemente na doutrina bíblica da criação, Irineu refuta o dualismo e o pensamento gnóstico, que desvalorizam as realidades corporais. Reivindica com decisão a originária santidade da matéria, do corpo e da carne, em igualdade com a do espírito. Mas sua obra vai muito mais além da refutação da heresia: pode-se dizer, de fato, que se apresenta como o primeiro grande teólogo da Igreja, que criou a teologia sistemática; ele mesmo fala do sistema da teologia, ou seja, da coerência interna de toda a fé. No centro de sua doutrina está a questão da «regra da fé» e de sua transmissão. Para Irineu, a «regra da fé» coincide na prática com o «Credo» dos apóstolos e nos dá a chave para interpretar o Evangelho, para interpretar o Credo à luz do Evangelho. O símbolo apostólico, que é uma espécie de síntese do Evangelho, nos ajuda a compreender o que quer dizer, a maneira como temos que ler o próprio Evangelho”.
O Santo Padre evidenciou que, segundo Irineu, “o verdadeiro ensinamento não é o inventado pelos intelectuais, superando a fé simples da Igreja. O verdadeiro Evangelho é o ministrado pelos bispos que o receberam graças a uma corrente ininterrupta da revelação de Deus. Deste modo, diz Irineu, não há uma doutrina secreta por detrás do Credo comum da Igreja. Não há um cristianismo superior para intelectuais. A fé confessada publicamente pela Igreja é a fé comum de todos. Só é apostólica esta fé, procede dos apóstolos, ou seja, de Jesus e de Deus. Ao aderir a esta fé transmitida publicamente pelos apóstolos a seus sucessores, os cristãos têm de observar o que dizem os bispos, têm de considerar especificamente o ensinamento da Igreja de Roma, preeminente e antiqüíssimo. Esta Igreja, por causa de sua antigüidade, tem a maior apostolicidade: de fato, tem sua origem nas colunas do colégio apostólico, Pedro e Paulo. Todas as Igrejas têm de estar em harmonia com a igreja de Roma, reconhecendo nela a medida da verdadeira tradição apostólica, da única fé comum da Igreja.”
Segundo Irineu, o genuíno conceito da Tradição apostólica pode ser resumido em três pontos: a) A Tradição apostólica é "pública", não privada ou secreta. “Para Irineu, não há dúvida alguma de que o conteúdo da fé transmitida pela Igreja é o recebido dos apóstolos e de Jesus, o Filho de Deus. Não há outro ensinamento”. b) A Tradição apostólica é "única" nos seus conteúdos fundamentais, e porque é única, “cria unidade através dos povos, através das diferentes culturas, através de povos diferentes; é um conteúdo comum como a verdade, apesar das diferentes línguas e culturas”. c) A Tradição apostólica é "pneumática", ou seja espiritual, guiada pelo Espírito Santo. “Não se trata de uma transmissão confiada à capacidade dos homens mais ou menos instruídos, mas ao Espírito de Deus, que garante a fidelidade da transmissão da fé. Esta é a «vida» da Igreja, que a torna sempre jovem, ou seja, fecunda de muitos carismas”.
O Papa concluiu recordando que, para Irineu, “a fé da Igreja deve ser transmitida de maneira que apareça como tem de ser, ou seja, «pública», «única», «pneumática», «espiritual»… A doutrina de Irineu é como uma «senda mestra» para esclarecer a todas as pessoas de boa vontade o objetivo e os confins do diálogo sobre os valores, e para dar um impulso sempre novo à ação missionária da Igreja, à força da verdade que é a fonte de todos os autênticos valores do mundo.” (S.L.) (Agência Fides 29/3/2007)
O texto integral da catequese do Santo Padre
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29 de março de 2007 – Encontro com os jovens da Diocese de Roma em preparação ao XXII Dia mundial da Juventude
VATICANO - Papa Bento XVI aos jovens da Diocese de Roma: “Saindo dessa celebração, com os corações repletos da experiência do amor de Deus, estejais preparados a "ousar" o amor nas vossas famílias, nas relações com os vossos amigos e também com que vos ofendeu”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Em preparação ao XXII Dia mundial da Juventude, que será celebrado em todas as Dioceses em 1° de abril, Domingo de Ramos, o Santo Padre Bento XVI encontrou os jovens da Diocese de Roma na tarde de quinta-feira, 29 de março, para a Celebração da Penitência na Basílica Vaticana. “É um encontro em torno da Cruz, uma celebração da misericórdia de Deus, que no Sacramento da confissão cada um de vós poderá experimentar pessoalmente – disse o Santo Padre na homilia -. No coração de cada homem, mendicante de amor, há sede de amor... Sobretudo o cristão não pode viver sem amor. Ou melhor, se não encontra o amor verdadeiro, não pode dizer-se nem mesmo plenamente cristão... O amor de Deus por nós, iniciado com a criação, se fez visível no mistério da Cruz... Sim, a Cruz revela a plenitude do amor de Deus por nós. Um amor crucifixo, que não se detém no escândalo da Sexta-feira Santa, mas culmina na alegria da Ressurreição e Ascensão ao céu e no dom do Espírito Santo, Espírito de amor por meio do qual, inclusive esta noite, serão perdoados os pecados e concedidos o perdão e a paz.”
O Santo Padre recordou que o amor de Deus pelo homem “se expressa em plenitude sobre a Cruz… no sacrifício da Cruz, Deus continua a repropor o seu amor, a sua paixão pelo homem”. Então, dirigindo-se aos jovens, prosseguiu: “Com o Batismo, vós já nasceis para a vida nova em virtude da graça de Deus. Porém, porque esta vida nova não suprimiu a fraqueza da natureza humana nem a inclinação ao pecado, nos é dada a oportunidade de nos aproximar ao Sacramento da confissão. Toda vez que o fizerdes com fé e devoção, o amor e a misericórdia de Deus moverão o vosso coração, depois de um atento exame de consciência, em direção ao ministro de Cristo. A Ele, e assim ao próprio Cristo, vós exprimais a dor pelos pecados cometidos, com o firme propósito de não pecar mais no futuro e com a disponibilidade de acolher com alegria os atos de penitência que ele vos indicar para reparar o dano causado pelo pecado... Com o banho penitencial deste Sacramento, somos readmitidos à plena comunhão com Deus e com a Igreja, companhia confiável porque ‘sacramento universal de salvação’.”
Retomando o versículo evangélico que constitui o tema do XXII Dia Mundial da Juventude - "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei" (Jo 13,34) -, o Papa Bento XVI prosseguiu: “Cristo nos chama a si para unir-se a cada um de nós, para que nós aprendamos a amar os irmãos com o seu mesmo amor, como Ele nos amou. Hoje, como sempre, necessita-se muito de uma renovada capacidade de amar os irmãos. Saindo dessa celebração, com os corações repletos da experiência do amor de Deus, estejais preparados a "ousar" o amor nas vossas famílias, nas relações com os vossos amigos e também com que vos ofendeu. Estejais preparados a incidir com um testemunho autenticamente cristão nos ambientes de estudo e de trabalho, a comprometer-vos nas comunidades paroquiais, nos grupos, nos movimentos, nas associações e em todo âmbito da sociedade”.
Aos jovens noivos, o Papa dirigiu um convite a viver o noivado “no amor verdadeiro, que comporta sempre o recíproco respeito, casto e responsável”, e às pessoas que o Senhor chama a uma vida de particular consagração, a estarem prontos “a responder com um ‘sim’ generoso e sem comprometimentos”. Por fim, concluiu a homilia com esta exortação: “Caros jovens, o mundo aguarda esta vossa contribuição para a edificação da ‘civilização do amor’. O horizonte do amor é realmente sem fronteiras: é o mundo inteiro!... Não vos desencorajais e tenhais sempre confiança em Cristo e na sua Igreja!” (S.L.) (Agência Fides 30/3/2007)
O texto integral da homilia do Santo Padre, em italiano
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31 de março de 2007 - Mensagem ao IX Fórum internacional dos Jovens
VATICANO - Mensagem do Papa Bento XVI aos participantes do IX Fórum internacional dos Jovens: “Hoje, mais do que nunca, é necessário e urgente proclamar ‘o Evangelho do trabalho’, viver como cristãos no mundo do trabalho e se tornar apóstolos entre os trabalhadores”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – A necessidade de “valorizar a dimensão humana do trabalho e de tutelar a dignidade da pessoa”, enquanto “a referência última de toda atividade humana só pode ser o homem, criado à imagem e semelhança de Deus”, foi sublinhada pelo Santo Padre Bento XVI na sua Mensagem enviada ao Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, Dom Stanisław Ryłko, aos participantes do IX Fórum internacional dos Jovens sobre o tema "Testemunhas de Cristo no mundo do trabalho”, que se realiza em Rocca di Papa (veja Fides 21/3/2007).
Destacando a particular atualidade do tema escolhido, o Santo Padre evidencia as inúmeras transformações dos últimos tempos, “que modificaram radicalmente a fisionomia e as condições do mercado de trabalho. Se, de um lado, os progressos realizados suscitaram novas esperanças nos jovens; de outro, criaram frequentemente neles formas preocupantes de marginalização e de exploração, com crescentes situações de dificuldade pessoal”. Aumentam as dificuldades para se obter um emprego que responda às atitudes pessoais e aos estudos realizados, com o agravante da incerteza de poder manter no tempo um emprego mesmo que modesto. “O processo de globalização em ato no mundo provocou uma exigência de mobilidade que obriga inúmeros jovens a emigrar e a viver longe do país de origem e da própria família. E isso provoca em muitos um inquietante sentido de insegurança, com indubitáveis repercussões sobre a capacidade não somente de imaginar e de colocar em ato um projeto para o futuro, mas até mesmo de se comprometer concretamente no matrimônio e na formação de uma família”.
A Igreja sempre teve uma atenção constante em relação à questão social e, em particular, ao mundo do trabalho, como testemunham em especial as três Encíclicas: “Rerum novarum” (1891), “Quadragesimo anno” (1931) e “Laborem exercens” (1981). “Esses documentos pontifícios – disse o Papa Bento XVI – evocam com força a necessidade de valorizar a dimensão humana do trabalho e de tutelar a dignidade da pessoa: com efeito, a referência última de toda atividade humana só pode ser o homem, criado à imagem e semelhança de Deus. Uma análise aprofundada da situação, de fato, conduz a constatar que o trabalho faz parte do projeto de Deus sobre o homem e que este é participação à sua obra criadora e redentora. E, portanto, toda atividade humana deveria ser ocasião e local de crescimento dos indivíduos e da sociedade, desenvolvimento dos ‘talentos’ pessoais a serem valorizados e colocados a serviço ordenado do bem comum, em espírito de justiça e de solidariedade. Para os fiéis, pois, a finalidade última do trabalho é a construção do Reino de Deus.”
Depois de convidar os jovens participantes do Fórum “a fazer tesouro do diálogo e da reflexão desses dias”, o Papa Bento XVI destaca: “Hoje, mais do que nunca, é necessário e urgente proclamar ‘o Evangelho do trabalho’, viver como cristãos no mundo do trabalho e se tornar apóstolos entre os trabalhadores. Mas para realizar esta missão, é preciso permanecer unidos a Cristo com a oração e com uma intensa vida sacramental, valorizando a tal fim, de maneira especial, o Domingo, que é Dia dedicado ao Senhor”. Por fim, o Santo Padre encoraja os jovens “a não perder a coragem diante das dificuldades” e recorda-lhes o evento na praça S. Pedro para a solene celebração do Domingo de Ramos e do XXII Dia Mundial da Juventude. Recordando a Mensagem por ele enviada para esta ocasião, Bento XVI conclui: “Não basta somente se tornar mais ‘competitivos’ e ‘produtivos’, é preciso ser ‘testemunhas da caridade’. Somente assim, com efeito, com o suporte também das respectivas paróquias, movimentos e comunidades, em que é possível fazer experiência da grandeza e da vitalidade da Igreja, os jovens de hoje serão capazes de viver o trabalho como uma vocação e uma verdadeira missão.” (S.L.) (Agência Fides 31/3/2007)
O texto integral da Mensagem do Santo Padre, em italiano
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VERBA PONTIFICIS

Confissão
O mundo contemporâneo continua a apresentar as contradições oportunamente evidenciadas pelos Padres do Concílio Vaticano II (cf. Constituição Pastoral Gaudium et spes, 4-10): vemos uma humanidade que gostaria de ser auto-suficiente, onde não poucos se julgam capazes de poder renunciar a Deus para viver bem; no entanto, quantos parecem tristemente condenados a enfrentar dramáticas situações de vazio existencial, quanta violência ainda existe na terra, quanta solidão pesa na alma do homem da era da comunicação! Em síntese, hoje parece ter-se perdido o "sentido do pecado", mas em compensação aumentaram os "complexos de culpa". Quem poderá libertar o coração dos homens deste jugo de morte, senão Aquele que, morrendo, derrotou para sempre o poder do mal com a omnipotência do amor divino? Como recordava São Paulo aos cristãos de Éfeso, "Deus é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, estando nós mortos pelos nossos delitos, deu-nos a vida juntamente com Cristo" (Ef 2, 4). No sacramento da Confissão, o sacerdote é instrumento deste amor misericordioso de Deus, que na fórmula da absolvição dos pecados invoca: "Deus, Pai de misericórdia, que reconciliou em si o mundo na morte e ressurreição do seu Filho, e infundiu o Espírito Santo para a remissão dos pecados, te conceda mediante o ministério da Igreja o perdão e a paz". (16 de março de 2007 – Audiência aos participantes do Curso organizado pela Penitenciaria Apostólica)

Conversão
“Eis, portanto, o ponto ao qual Jesus deseja guiar os seus ouvintes: a necessidade da conversão. Não a propõe em termos moralistas, mas realistas, como a única resposta adequada a acontecimentos que põem em crise as certezas humanas. Perante certas desgraças adverte Ele não serve descarregar a culpa sobre as vítimas. A verdadeira sabedoria é antes deixar-se interpelar pela precariedade da existência e assumir uma atitude de responsabilidade: fazer penitência e melhorar a nossa vida. É esta a sabedoria, é esta a resposta mais eficaz ao mal, de qualquer tipo, interpessoal, social e internacional. Cristo convida a responder ao mal antes de tudo com um sério exame de consciência e com o compromisso de purificar a própria vida. Caso contrário diz morreremos, todos morreremos do mesmo modo. De facto, as pessoas e as sociedades que vivem sem nunca se questionarem têm como único destino final a ruína. A conversão, ao contrário, mesmo se não preserva dos problemas e das desventuras, permite enfrentá-los de "modo" diferente. Antes de tudo ajuda a prevenir o mal, cortando certas ameaças. E, contudo, permite vencer o mal com o bem, se nem sempre no plano dos factos que por vezes são independentes da nossa vontade certamente no plano espiritual. Em síntese: a conversão vence o mal na sua raiz que é o pecado, mesmo se nem sempre pode evitar as suas consequências”. (11 de março de 2007 – Angelus)

Eucaristia
“Na passada terça-feira foi apresentada a Exortação Apostólica pós-sinodal Sacramentum Caritatis, que tem como tema precisamente a Eucaristia, fonte e ápice da vida e da missão da Igreja. Elaborei-a recolhendo os frutos da XI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, realizada no Vaticano em Outubro de 2005. Espero voltar sobre este importante texto, mas desde agora desejo ressaltar que ele é expressão da fé da Igreja universal no Mistério eucarístico, e coloca-se em continuidade com o Concílio Vaticano II e com o magistério dos meus venerados predecessores Paulo VI e João Paulo II. Neste Documento eu quis, entre outras coisas, ressaltar o seu vínculo com a Encíclica Deus caritas est: eis por que escolhi como título Sacramentum Caritatis, retomando uma bonita definição da Eucaristia de São Tomás de Aquino (cf. Summa Th., III, q. 73, a. 3, ad 3), "Sacramento da caridade". Sim, na Eucaristia Cristo quis doar-nos o seu amor, que o levou a oferecer na cruz a vida por nós. Na última Ceia, lavando os pés dos discípulos, Jesus deixou-nos o mandamento do amor: "Assim como Eu vos amei, vós também vos deveis amar uns aos outros" (Jo 13, 34). Mas isto só é possível se permanecermos unidos a Ele, como os ramos à videira (cf. Jo 15, 1-8), ele mesmo escolheu permanecer entre nós na Eucaristia para que pudéssemos permanecer com Ele. Portanto, quando nos alimentamos com fé do seu Corpo e do seu Sangue, o seu amor vem a nós e torna-nos capazes por nossa vez de dar a vida pelos fiéis (cf. 1 Jo 3, 16) e não de a termos para nós mesmos. Daqui brota a alegria cristã, a alegria de amar e de ser amados.” (18 de março de 2007 – Angelus)

Europa
“De tudo isto sobressai com clareza o facto de que não se pode pensar em edificar uma autêntica "casa comum" europeia, descuidando a própria identidade dos povos deste nosso continente. Com efeito, trata-se mais de uma identidade histórica, cultural e moral, do que geográfica, económica ou política; uma identidade constituída por um conjunto de valores universais, que o Cristianismo contribuiu para forjar, adquindo assim um papel não somente histórico, mas instituinte em relação à Europa. Tais valores, que constituem a alma do continente, devem permanecer na Europa do terceiro milénio como "fermento" de civilização. Efectivamente, sem eles como poderia o "velho" continente continuar a desempenhar a função de "fermento" para o mundo inteiro? Se, por ocasião do 50º aniversário dos Tratados de Roma, os governos da União desejam "aproximar-se" dos seus cidadãos, como poderiam excluir um elemento essencial da identidade europeia, como o Cristianismo, no qual uma vasta maioria deles ainda continua a identificar-se? Não é motivo de surpresa que a Europa contemporânea, enquanto aspira a apresentar-se como uma comunidade de valores, parece cada vez mais frequentemente contestar o facto de que existem valores universais e absolutos? Esta singular forma de "apostasia" de si mesma, antes ainda que de Deus, não a induz porventura a duvidar da sua própria identidade? Deste modo, termina-se por difundir a convicção de que a "ponderação dos bens" é o único caminho para o discernimento moral, e que o bem comum é sinónimo de compromisso. Na realidade, se o compromisso pode constituir um equilíbrio legítimo de diferentes interesses particulares, transforma-se em mal comum todas as vezes que comporta acordos prejudiciais à natureza humana. Uma comunidade que se constrói sem respeitar a autêntica dignidade do ser humano, esquecendo-se que cada pessoa é criada à imagem de Deus, termina por não fazer o bem a ninguém. Eis por que motivo parece cada vez mais indispensável que a Europa evite aquela atitude pragmática, hoje amplamente difundida, que justifica de maneira sistemática o compromisso a respeito dos valores humanos essenciais, como se fosse a aceitação inevitável de um presumível mal menor. Este pragmatismo, apresentado como equilíbrio realista, em última análise não é assim, precisamente porque nega a dimensão de valor e de ideal, inerente à natureza humana. Além disso, quando em tal pragmatismo se inserem tendências e correntes laicistas e relativistas, termina-se por negar aos cristãos o próprio direito de intervir como tais no debate público ou, pelo menos, desqualifica-se a sua contribuição com a acusação de desejar salvaguardar privilégios injustificados. No actual momento histórico, e diante dos numerosos desafios que o caracterizam, para ser uma válida garante do estado de direito e uma promotora eficaz dos valores universais, a União Europeia não pode deixar de reconhecer claramente a existência segura de uma natureza humana estável e permanente, manancial de direitos comuns de todos os indivíduos, inclusive daquelas mesmas pessoas que os negam. Neste contexto, há que salvaguardar o direito à objecção de consciência, todas as vezes que forem violados os direitos humanos fundamentais”. (24 de março de 2007 - Audiência aos participantes do Congresso "Os 50 anos dos Tratados de Roma – Valores e perspectivas para a Europa do amanhã", promovido pela Comissão dos Episcopados da Comunidade Européia (COMECE))

Enfermos
“Esta vossa reunião não se propõe aprofundar um tema específico, mas sim, verificar o estado de realização do programa que definistes precedentemente e, portanto, determinar as finalidades futuras. Por isso, encontrar-me convosco numa circunstância como esta proporciona-me a alegria, por assim dizer, de fazer com que cada um de vós sinta a proximidade concreta do Sucessor de Pedro e, através dele, de todo o Colégio episcopal no vosso serviço eclesial. De facto, a pastoral da saúde constitui um âmbito particularmente evangélico, que evoca de modo imediato a obra de Jesus, bom Samaritano da humanidade. Quando passava através dos povoados da Palestina, anunciando a boa nova do Reino de Deus, Ele acompanhava sempre a pregação com os sinais que realizava sobre os doentes, curando quantos eram prisioneiros de todos os tipos de doença e de enfermidade. A saúde do homem, do homem todo, foi o sinal que Cristo escolheu previamente para manifestar a proximidade de Deus, o seu amor misericordioso que purifica o espírito, a alma e o corpo. Caros amigos, seja sempre esta a referência fundamental de cada uma das vossas iniciativas: o seguimento de Cristo, que os Evangelhos nos apresentam como "Médico" divino. É esta perspectiva bíblica que valoriza o princípio ético natural do dever do cuidado pelo doente, com base no qual cada existência humana deve ser defendida em conformidade com as particulares dificuldades em que se encontra e segundo as nossas possibilidades concretas de ajuda. Socorrer o ser humano é um dever, quer em resposta a um direito fundamental da pessoa, quer porque o cuidado pelos indivíduos redunda em benefício da colectividade. A ciência médica progride, enquanto aceita repôr sempre em discussão o diagnóstico e o método de cura, no pressuposto de que os dados precedentemente adquiridos e os limites presumíveis podem ser ultrapassados. De resto, a estima e a confiança em relação aos agentes de saúde são proporcionados à certeza de que estes defensores profissionais da vida jamais desprezarão uma só existência humana, por mais diminuída que seja, saberão encorajar sempre as tentativas de cura. Portanto, o compromisso em prol da cura deve ser ampliado a cada ser humano, com a intenção de tutelar toda a sua existência. Com efeito, o conceito moderno do cuidado pela saúde é a promoção humana: da cura do doente aos cuidados de prevenção, com a busca do maior desenvolvimento humano, favorecendo um adequado ambiente familiar e social”. (22 de março de 2007 – Audiência aos participantes da Sessão Plenária do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde)

Missionários mártires
“"Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra". A resposta de Maria ao Anjo prolonga-se na Igreja, chamada a tornar presente Cristo na história, oferecendo a própria disponibilidade para que Deus possa continuar a visitar a humanidade com a sua misericórdia. O "sim" de Jesus e de Maria renova-se assim no "sim" dos santos, especialmente dos mártires, que são mortos por causa do Evangelho. Ressalto-o recordando que ontem, 24 de Março, aniversário do assassínio de Mons. Oscar Romero, Arcebispo de São Salvador, foi celebrado o Dia de oração e jejum pelos missionários mártires: bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos que perderam a vida no cumprimento da sua missão de evangelização e promoção humana. Eles, os missionários mártires, como diz o tema deste ano, são "esperança para o mundo", porque testemunham que o amor de Cristo é mais forte que a violência e que o ódio. Não procuraram o martírio, mas estiveram prontos a dar a vida para permanecer fiéis ao Evangelho. O martírio cristão justifica-se apenas como acto supremo de amor a Deus e aos irmãos”. (25 de março de 2007 – Angelus)

Óbolo di de São Pedro
“A antiga prática do Óbolo de São Pedro, de certa forma já em vigor nas primeiras Comunidades cristãs, brota da consciência de que cada fiel está chamado a sustentar também materialmente a obra de evangelização e, ao mesmo tempo, a socorrer com generosidade os pobres e os necessitados, recordando-se das palavras de Jesus: "Sempre que fizerdes isto a um destes Meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes" (Mt 25, 39). Graças à comparticipação de recursos materiais, lemos nos Actos dos Apóstolos que "entre eles não havia ninguém necessitado, pois todos os que possuíam terras ou casas vendiam-nas, traziam o produto da venda e depositavam-no aos pés dos Apóstolos" (Act 4, 34s); e ainda: "os discípulos cada qual segundo as suas posses, resolveram, então, enviar socorros aos irmãos da Judeia" (At 11,29)”. (8 de março de 2007 – Audiência aos sócios do Círculo de São Pedro)
“Esta prática eclesial foi-se desenvolvendo com o passar dos séculos, adaptando-se às diversas exigências dos tempos e prossegue ainda hoje. Em cada diocese, em cada paróquia e comunidade religiosa de facto é recolhido anualmente o Óbolo de São Pedro, que depois é enviado ao centro da Igreja para ser distribuído segundo as necessidades e os pedidos que chegam ao Papa de todas as partes da terra. Na história da Igreja houveram momentos nos quais o apoio económico dos cristãos ao Sucessor de Pedro se manifestou particularmente significativo, como podemos facilmente compreender de quanto, por exemplo, escrevia o beato Papa Pio IX na Encíclica Saepe venerabilis de 5 de Agosto de 1871: "Recebemos, mais abundante que de costume, o óbolo, com o qual pobres e ricos se esforçaram por socorrer a pobreza que nos foi causada; vários e nobres dons, e um maravilhoso tributo das artes cristãs e dos engenhos, particularmente adequado para aumentar a dupla potestade, espiritual e real, a nós concedida por Deus" (Ench. Enc., 2, n. 452, p. 609). (8 de março de 2007 – Audiência aos sócios do Círculo de São Pedro)

Quaresma
“Desejo agradecer a quantos me acompanharam com a oração, nos dias passados, durante os Exercícios Espirituais. Encorajo todos, neste tempo de Quaresma, a procurar o silêncio e o recolhimento, para dar espaço à oração e à meditação da Palavra de Deus”. (4 de março de 2007 – Angelus)
“Prezados amigos, estamos no tempo da Quaresma, dos quarenta dias antes da Páscoa. Neste tempo de Quaresma a Igreja ajuda-nos a percorrer este caminho interior e convida-nos à conversão que, antes de ser um esforço sempre importante para mudar os nossos comportamentos, é uma oportunidade para decidir levantar-nos e recomeçar, ou seja, abandonando o pecado e escolhendo voltar para Deus. Percorramos este é o imperativo da Quaresma juntos este caminho de libertação interior. Cada vez que, como hoje, participamos na Eucaristia, fonte e escola do amor, tornamo-nos capazes de viver este amor, de anunciá-lo e de testemunhá-lo com a nossa vida. Porém, é preciso que decidamos caminhar rumo a Jesus, como fez o filho pródigo, voltando interior e exteriormente ao pai. Ao mesmo tempo, devemos abandonar a atitude egoísta do filho mais velho, seguro de si, que condena facilmente os outros, fecha o coração à compreensão, ao acolhimento e ao perdão dos irmãos, e esquece que também ele tem necessidade do perdão. Obtenham-nos este dom Maria Virgem e São José, meu padroeiro, cuja festa será amanhã, e que agora invoco de modo particular sobre cada um de vós e sobre as pessoas que vos são queridas”. (18 de março de 2007 – Homilia por ocasião da visita ao Instituto Penal Juvenil "Casal del Marmo" de Roma)

Santo Inácio
“Como se vê, Inácio é verdadeiramente o "doutor da unidade": unidade de Deus e unidade de Cristo (não obstante as várias heresias que começavam a circular e dividiam o homem e Deus em Cristo), unidade da Igreja, unidade dos fiéis "na fé e na caridade, das quais nada há de mais excelente" (Aos Esmirnenses 6, 1). Para concluir, o "realismo" de Inácio convida os fiéis de ontem e de hoje, convida todos nós a uma síntese progressiva entre configuração com Cristo (união com Ele, vida n'Ele) e dedicação à sua Igreja (unidade com o Bispo, serviço generoso à comunidade e ao mundo). Em resumo, é necessário alcançar uma síntese entre comunhão da Igreja no seu interior e missão proclamação do Evangelho para os outros, até quando, através de uma dimensão se manifeste a outra, e os crentes "possuam" cada vez mais "aquele espírito indiviso, que é o próprio Jesus Cristo" (Aos Magnésios 15). Implorando do Senhor esta "graça de unidade", e na convicção de presidir à caridade de toda a Igreja (cf. Aos Romanos, Prólogo), dirijo a vós os mesmos votos que concluem a carta de Inácio aos cristãos de Trali: "Amai-vos uns aos outros com um coração indiviso. O meu espírito oferece-se em sacrifício por vós, não só agora, mas também quando tiver alcançado Deus... Que possais ser encontrados em Cristo sem mancha" (13). E rezemos para que o Senhor nos ajude a alcançar esta unidade e a sermos encontrados finalmente sem mancha, porque é o amor que purifica as almas”. (14 de março de 2007 – Audiência Geral)


INTERVENTUS SUPER QUAESTIONES

Mulher
Pequim - “Obrigado irmãs, mães e obrigado a todas as mulheres presentes e ausentes. Obrigado pelo papel e a extraordinária contribuição que deram para a vida da Igreja e da sociedade. Hoje, vocês são sempre mais protagonistas na diocese, nas paróquias, nas comunidades eclesiais de base, sobretudo aquelas que se encontram em situações muito difíceis. A minha primeira catequista foi uma mulher, minha mãe.” O sacerdote que celebrou a Santa Missa esta manhã, 8 de março, na paróquia de S. Salvador em Pequim, dirigiu essas calorosas palavras às mulheres que festejam seu Dia. Falando do papel das mulheres, um sacerdote de Pequim disse à Fides: “Eu, pessoalmente, não poderia imaginar a nossa comunidade sem a presença das irmãs, como poderia colher os frutos da evangelização? A imagem da mulher penetrou a vida da Igreja. Normalmente, são sempre elas a responder por primeiro a qualquer necessidade da Igreja, a mobilizar todos os conhecidos a contribuir…. ”.
No final, o sacerdote concluiu: “Na longa história do martírio na China, existem também tantas mulheres que pagaram com a própria vida sua fé. Somente no século XX, houve dezenas de mulheres mártires. Hoje, as católicas chinesas continuam caminhando nas pegadas dessas mártires, continuando a ser as protagonistas da vida da Igreja”. (NZ)(Agência Fides 08/03/2007)

Família
Guayaquil - Abriu-se ontem, 21 de março, o Primeiro Congresso nacional “Pró-Vida e Família”, que se está realizando na cidade de Guayaquil (Equador) sobre o tema “A Verdade integral sobre a Vida e a Família”, organizado pela Conferência Episcopal Equatoriana, pela Arquidiocese de Guayaquil e o Conselho Equatoriano dos Leigos Católicos. O encontro conta com a presença de mais de 3.500 pessoas entre oradores e especialistas, pais, líderes, profissionais, representantes de todas as Igrejas particulares do Equador.
O objetivo geral do encontro é convidar todas as pessoas de boa-vontade do Equador a evidenciar e denunciar a cultura de morte, proclamar a verdade integral sobre a vida e a família à luz do Evangelho, da Doutrina da Igreja e do conhecimento científico. Entre os objetivos específicos, emergem: analisar, evidenciar, e denunciar a partir de fatos concretos o ataque permanente à vida, à família e à Igreja; basear a cultura da vida e da família como santuário da vida, à luz do Evangelho, da Doutrina da Igreja e dos conhecimentos científicos; empenhar todas as pessoas de boa-vontade a promover ações evangelizadoras a favor da vida e da família; elaborar propostas que levem a assumir a defesa e a promoção integral da vida e da família em todas as Igrejas particulares do país; reforçar a Rede Pró-Vida em todos os níveis; celebrar o Dia Nacional da Criança Não-Nascida, que coincide com o aniversário da Consagração do Equador ao sagrado Coração de Jesus e Maria; elaborar pronunciamentos e declarações como frutos do Congresso e difundi-los em nível nacional.
O Congresso foi aberto quarta-feira 21 de março à tarde, com a Santa Missa na Catedral de Guayaquil, presidida por Dom Antonio Arregui Yarza, Arcebispo de Guayaquil, e concelebrada pelos Bispos da Conferência Episcopal Equatoriana. As conferências magistrais serão oferecidas pelo Card. Juan Luis Cipriani, Arcebispo de Lima (Peru), sobre o tema “A Vida Humana é Sagrada” no dia 22 de março, e pelo Card. Pedro Rubiano, Arcebispo de Bogotá, (Colômbia), que falará sobre “A família é o santuário da Vida”, no dia 23 de março. Enfim, o Card. Antonio González Zumárraga, Arcebispo emérito de Quito (Equador), em 24 de março, exporá o tema “As leis devem proteger a vida e a família”.
Entre os outros temas abordados simultaneamente em diferentes locais no Congresso, figuram: Atentados contra a vida na família; Educação ao amor: afetividade e sexualidade; Contracepção e aborto; Educação sexual; Atentados contra a vida na sociedade; Dignidade das pessoas (síndrome pós-aborto); A Globalização e seu impacto na família; Realidade familiar e seu impacto nos jovens; Novas ameaças para a família; Co-responsabilidade na educação dos filhos; a Vida e a Família na Legislação atual; Os católicos diante de leis injustas.
O encerramento do Congresso será domingo, 25 de março, que coincide com a celebração do Dia da Criança não-nascida: serão lidas as resoluções finais e em seguida, será celebrada uma Santa Missa de encerramento do evento. Durante o Congresso, permanecerá aberta a “Expo-feira Pró Vida e Família”. Sexta-feira, 23 de março, está previsto um festival para a Vida e a Família, enquanto sábado, 24, haverá uma peregrinação. (RG) (Agência Fides 22/3/2007)
Madri - “Como Pastores do ‘Povo da Vida’ devemos denunciar o estender-se na nossa sociedade de uma verdadeira "cultura" da morte, uma visão do homem que deixa sem fundamento os seus direitos fundamentais e dilui na consciência social o valor da vida e da dignidade da pessoa”: assim se pronunciam os Bispos espanhóis em uma Mensagem da Subcomissão Episcopal para a Família e a Vida, por ocasião da celebração no domingo, 25 de março, do Dia da Vida. Os Bispos afirmam que, neste momento, "as recentes mudanças legislativas fizeram de modo que a Espanha tenha uma das legislações que menos protegem a vida humana em todo o mundo” e, de outra parte, “tem instituições que promovem a promiscuidade sexual”, além disso, “diversos grupos de pressão e muitos meios de comunicação promovem a regulação legal do aborto livre e da eutanásia". Encontramo-nos diante de um verdadeiro “desafio cultural" - continua a Mensagem -, uma mudança sem precedentes no coração e na consciência de nossas famílias e da sociedade. “Este desafio requer uma resposta em diversos níveis."
Entre as respostas que podem ser dadas para a situação atual, em primeiro lugar os Bispos sinalizam a ajuda eficaz às mães, recordando que "não basta encorajar uma mulher a superar as pressões que a impulsionam ao aborto se não se oferecem os meios para fazê-lo". Em muitas ocasiões, o aborto acontece “porque a mulher se sente sozinha”, por isso, “a sociedade tem a responsabilidade de oferecer a essas mulheres a possibilidade de escolher que seu filho nasça”. Mas primeiramente, segundo os Bispos, é necessária uma verdadeira conversão que gere uma cultura da vida. “Todos contribuímos à cultura da morte quando nos submetemos à mentalidade consumista, quando fazemos do poder, do dinheiro, do status ou do sucesso social os critérios que regulam a valor da vida humana”, por isso, a conversão é a primeira responsabilidade dos católicos. Depois, se requer também a presença de “pessoas públicas que se comprometam pela causa da vida. Instituições acadêmicas, universitárias e culturais que promovam na nossa sociedade o valor da vida”. É importante também incidir sobre leis e políticas sociais, por isso, os Bispos lançam um apelo “à sociedade e aos políticos sobre a abolição das hipóteses nas quais o aborto é descriminalizado, porque é uma lei gravemente injusta" e, contemporaneamente, "às instituições de saúde para que deixem de perseguir esses abusos”.
Preocupados com “a campanha que, de diversos âmbitos, se realiza para promover a aceitação social da eutanásia", os Bispos evidenciam que “se apresentam casos dramáticos para que o sentimento, aparentemente "bom" e "pio" de "ajudar" o doente que sofre, se imponha ao reto juízo. É, portanto, uma manipulação”. Os Bispos concluem recordando a responsabilidade comum na promoção da vida, “cada um na medida de suas possibilidades, para evitar a extensão na nossa sociedade da cultura da morte e de leis contra a vida". (RG) (Agência Fides 23/3/2007)


Missão
Lima - “Estamos diante de uma nova etapa no caminho da aplicação do vaticano II na Igreja da América Latina. Em direção da continuidade, e não da ruptura. Um caminho orientado pelo Sínodo da Igreja na América, para manter vivo e firme o dom da fé no continente latino-americano”: é o que afirmou o Cardeal Luis Cipriani Thorne, Arcebispo de Lima, ao inaugurar o Congresso-seminário com o tema “Diagnose e Perspectivas para a Nova Evangelização na América Latina”, que se realiza no Auditório dos Padres Passionistas em Lima, de 5 a 8 de março. Estão participando Cardeais, Arcebispos, Bispos, sacerdotes e leigos, além de dirigentes de atividades pastorais e sociais da América Latina, em preparação para a V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano. O encontro foi aberto com a Santa Missa, presidida pelo Cardeal Francisco Javier Errázuriz Ossa, Presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM) e um dos Presidentes da V Conferência Geral do CELAM.
O Cardeal Cipriani destacou em seu discurso alguns desafios e situações difíceis atuais da Igreja na América Latina, como o assédio das ideologias, a insuficiência de sacerdotes e religiosos, a presença agressiva das seitas, o relativismo e o utilitarismo, as ideologias que excluem qualquer princípio moral, os ataques contra a vida, contra a instituição do matrimônio e da sociedade, e de uma mulher para toda a vida, e contra a família como célula fundamental da sociedade, os ataques contra a mulher, em nome do feminismo ideológico. Diante desta situação, continua o Cardeal, “devemos nos questionar sobre as bases e os campos em que devemos realizar o nosso dever de modo prioritário”.
Em primeiro lugar, o Card. Cipriani propõe melhorar significativamente “a formação e a educação das pessoas, em todos os níveis, no âmbito da catequese sacramental, do ensinamento nas escolas e universidades, na preparação do matrimônio e em outras dimensões da formação doutrinal”. Nesta tarefa, é também importante “proclamar integralmente a Mensagem da salvação, que chega a impregnar raízes da cultura e se encarnar, no momento histórico latino-americano atual”. Outro ponto importante são os meios de comunicação, que reclamam atualmente “uma cruzada de promoção de valores cristãos” e a “participação dos fiéis leigos, devidamente preparados, que trabalhem profissionalmente com estes meios, com responsabilidade”.
O Cardeal propõe também “fazer nascer, ou fortalecer onde está frágil, o profundo sentimento de pertença à Igreja católica”, missão que deve se apoiar na difusão do Catecismo da Igreja católica e do Compendio. Recorda, porém, que o “testemunho e a coerência de vida são basilares, a fim de que esta grande missão tenha resultados transcendentes e estáveis na América Latina”.
Enfim, destaca a importância e o papel dos leigos em todas as realidades sociais: “Chegou a hora dos fiéis leigos, que, chamados à santidade no próprio trabalho e na própria condição, devem considerar urgente a necessidade de sua participação nos ambientes político, econômico, social, cultural, e artístico, entre outros”. O Cardeal concluiu sua palestra assinalando que “o sinal inequívoco desta Nova Evangelização é a profunda piedade mariana... e a arma continua a serr a oração do Terço”. (RG) (Agência Fides 7/3/2007)

Pontifícias Obras Missionárias
Durham - De 16 a 20 de março se realizou o Encontro Europeu anual dos Diretores Nacionais das Pontifícias Obras Missionárias (POM) no St Cuthbert's College em Ushaw (Durham), no norte da Inglaterra. O tema do Encontro foi "O desafio da missão universal em uma Europa que se transforma". Dom Henryk Hoser, Secretário Adjunto da Congregação para a Evangelização dos Povos e Presidente das POM, esteve presente durante os quatro dias do Encontro. Domingo, 18 de março, Dom Hoser concelebrou a Santa Missa com o Cardeal Keith O'Brien, Arcebispo de Edimburgo e St Andrews, que afirmou que “a espiritualidade deve ser a prioridade dos agentes da missão hoje”, as necessidades espirituais, com efeito, devem ter a prioridade dos agentes da missão hoje”; as necessidade espirituais, com efeito, devem ter a precedência sobre as necessidades materiais nas atividades missionárias. Neste sentido, recordou uma experiência pessoal do seu trabalho de missionário: depois de uma longa viagem, ao chegar a uma cidade de El Salvador, os habitantes, antes de se sentar à mesa para comer, pediram-lhe primeiramente que celebrasse a Santa Missa. "A lição que aprendi - continuou o Cardeal - é colocar sempre as coisas espirituais antes daquelas materiais".
O Pe. John Dale, Diretor nacional das POM da Inglaterra e Gales, falando aos 23 Diretores europeus das POM presentes recordou que o conceito de Igreja como família global é o conceito na base da missão. “A missão não é somente desenvolvimento humanitário de projetos. No coração da missão está o espírito da Igreja como família. Por isso, nos ajudamos uns aos outros. A Igreja no Sul traz vitalidade, entusiasmo, juventude. A Igreja no Norte oferece tradição, estabilidade e experiência".
Entre os palestrantes que tomaram a palavra estavam o Prof. James Dunn, especialista em Novo Testamento, professor da Universidade de Durham; Chris Bain, diretor da Agência Católica Inglesa para o Desenvolvimento (CAFOD), que trabalha em colaboração com a Caritas Internacional, que apresentou objetivos e finalidades desta Agência. A sua palestra suscitou o desejo de buscar vias de encontro e de complementariedade entre esses organismos e as POM. As professoras da Universidade de Leeds, Maggie Roux, professora de meios de comunicação no Trinity and All Saint's College, e Clare Openshaw ajudaram os Diretores nacionais a refletir sobre a necessidade do uso dos meios de comunicação para a transmissão do Evangelho. O Encontro se concluiu com a Concelebração Eucarística presidida por Dom Hoser. O próximo encontro terá lugar de 3 a 8 de abril de 2008 em Varsóvia (Polônia). (RG) (Agência Fides 22/3/2007)

Quaresma
Dili - Na Quaresma 2007, todos os fiéis são chamados a redescobrir o perdão e a experimentar a solidariedade com quem sofre: é o que pedem os Bispos de Timor Leste em uma mensagem divulgada a toda a nação. Dom Ricardo Da Silva, Bispo da capital Dili, e Dom Basilio Do Nascimento, Bispo de Baucau, recordam a Mensagem quaresmal de Bento XVI, que convida a “reconhecer as feridas infligidas à dignidade da pessoa humana” e afirmam: “Em nome de Deus, que durante o tempo da Quaresma nos chama a realizar a viagem de uma autêntica conversão ao amor de Cristo, nós fazemos um apelo especial para que triunfe a não-violência”.
A mensagem convida “os filhos e as filhas de Timor Leste a promover o perdão e a reconciliação em todos os níveis”, nas famílias, nos locais públicos, na sociedade. “Deste modo, toda a nação evitará toda forma de violação da vida e da dignidade humana e poderá construir uma cultura da vida e da paz”, afirma o texto, encorajando toda a nação a perseguir o bem comum do povo timorense.
“Que a Quaresma seja para cada cristão uma renovada experiência do amor de Deus dado-nos em Cristo: um amor que todos os dias nós somos chamados a restituir aos nossos próximos, especialmente àqueles que sofrem ou estão em extrema necessidade”, exortam os Bispos. “Que Nossa Senhora da Imaculada Conceição - conclui o apelo - possa amparar-nos nesta viagem em direção à desejada pacificação de Timor Leste”.
A mensagem foi divulgada na conclusão da primeira visita pastoral do novo Núncio Apostólico na Indonésia e Timor Leste, Dom Leopoldo Girelli. O pequeno Estado asiático se aproxima de um momento decisivo da sua jovem história: as eleições presidenciais que se realizarão em abril próximo.
No entanto, ainda permanece aberta a ferida dos massacres após a proclamação de independência de Timor Leste da Indonésia em 1999. Os dois governos recentemente promoveram uma iniciativa comum: a criação da Comissão “Verdade e Amizade”, para indagar sobre as violências de 1999, buscar uma verdade definitiva e promover boas relações entre os dois Estados. O governo, a Igreja, as forças sociais de Timor Leste estão trabalhando para instaurar na sociedade uma cultura da reconciliação e da paz, para garantir o desenvolvimento social, econômico e cultural da nação. (PA) (Agência Fides 5/3/2007)
Pretória - A “missão global” de Cristo está no centro da Mensagem para a Quaresma deste ano dos Bispos sul-africanos. Evocando o Evangelho de Lucas (“Ele me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me para proclamar a remissão aos presos e aos cegos a recuperação da vista”), os responsáveis da Igreja católica sul-africana destacam que continuar a missão salvífica de Cristo significa, em primeiro lugar, proclamar a Boa Nova de modo mais eficaz. Isso implica formar os futuros sacerdotes nos seminários locais, preparar as pessoas a assumir um papel de guia na Igreja, fornecer material educativo aos catequistas, melhorar o serviço litúrgico, fazer frente ao desafio da justiça e estar em contato com outras denominações religiosas e comunidades de fé.
As ofertas dos fiéis recolhidas durante a Quaresma são endereçadas às dioceses para promover a missão da Igreja que se põe à seqüela de Cristo. Em uma ampla reportagem realizada pela revista católica nacional “The Southern Cross”, o Diretor Nacional da Campanha para a mensagem quaresmal, Pe. Michael Slattery SMA, declarou que, apesar das difíceis condições econômicas em diversas comunidades, todos os anos a coleta das ofertas dos fiéis é generosa. A maior parte dos fundos recebidos é utilizado para as pessoas mais necessitadas, o restante é empregado em programas educativos, para pagar as bolsas de estudo e os salários dos professores, para a formação dos sacerdotes, para a tradução da Bíblia e sua distribuição, para projetos ecumênicos, entre outros. Um dos programas financiados pela campanha quaresmal é o “Rural Education Access Programme”, que permite a estudantes promissores de famílias pobres prosseguir os estudos superiores.
Cada diocese tem um diretor da Campanha, que todos os anos se reúne com o Diretor Nacional para preparar a Mensagem quaresmal. O Pe. Slattery destaca que a coleta de fundos se insere na tradição eclesial do sacrifício quaresmal: oferecer uma parte dos próprios recursos em benefício de outros. No que diz respeito à Igreja africana, destaca o Diretor Nacional da Campanha quaresmal, as doações dos fiéis servem para promover a auto-suficiência das comunidades eclesiais locais em relação às Igrejas-irmãs dos países mais prósperos. Trata-se de um dos objetivos que a Igreja africana fixou há anos. A propósito, a África do Sul vive em uma posição particular, porque a economia sul-africana é decididamente mais desenvolvida do que a de outras nações africanas, apesar de existir notáveis discrepâncias sociais, com pessoas extremamente pobres e outras, ao invés, riquíssimas. (L.M.) (Agência Fides 16/3/2007)


QUAESTIONES

VATICANO - Publicada a Exortação apostólica pós-sinodal do Papa Bento XVI “Sacramentum Caritatis” sobre a Eucaristia fonte e ápice da vida e da missão da Igreja
Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “Com a Exortação Apostólica pós-sinodal de Sua Santidade Bento XVI sobre a Eucaristia como fonte e ápice da vida e da missão Igreja, “Sacramentum Caritatis”, o longo e articulado itinerário da XI Assembléia Ordinária do Sínodo dos Bispos encontra o seu fruto mais maduro”, disse esta manhã o Card. Angelo Scola, Patriarca de Veneza, que foi o Relator-geral da XI Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos (2 - 23 de outubro de 2005), apresentando a Exortação apostólica pós-sinodal. Estava presente também Dom Nikola Eterović, Secretário-geral do Sínodo dos Bispos.
“Se, de um lado, a Exortação Apostólica constitui o fruto maduro de um caminho percorrido – disse ainda o Cardeal -, de outro, se propõe explicitamente o objetivo de abrir a estrada e ulteriores aprofundamentos. Esta mira, com efeito, a “explicitar algumas fundamentais linhas de empenho, dirigidas a provocar na Igreja novo impulso e fervor eucarístico». Uma contribuição preciosa neste sentido será dada também pela publicação do Compêndio eucarístico proposto pelos Padres sinodais.”
A Exortação é estruturada em três partes, cada uma das quais aprofunda uma das três dimensões da Eucaristia: Eucaristia, mistério a ser crido; Eucaristia, mistério a ser celebrado: Eucaristia, mistério a ser vivido. Tais partes “estão a tal ponto relacionadas que seus conteúdos se iluminam reciprocamente. Além do mais, uma significativa contribuição do trabalho sinodal é justamente a superação de tais dualismos – por exemplo, aqueles entre fé eucarística e rito, entre celebração e adoração, entre doutrina e pastoral – às vezes ainda presentes na vida da comunidade eclesial e na reflexão teológica.”
O Card. Scola evidenciou depois a importância da ars celebrandi (arte de celebrar) para uma sempre mais actuosa participatio (participação ativa, plena e frutífera). “Com efeito, particularmente inovadora aparece, em referência à celebração, a insistência do documento sobre a dependência da actuosa participatio da ars celebrandi”. O Papa Bento XVI afirma que “a ars celebrandi é a melhor condição para a actuosa participatio. A ars celebrandi procede da obediência fiel às normas litúrgicas em sua completeza, porque é justamente este o modo de celebrar que garante há dois mil anos a vida de fé de todos os fiéis, os quais são chamados a viver a celebração enquanto Povo de Deus, sacerdócio real, nação santa.”
Sobre a estrutura e sobre os conteúdos da Exortação, o Card. Scola evidenciou para cada uma das três partes toca alguns temas doutrinais e indicações pastorais. Na primeira parte, o Santo Padre ilustra o mistério da Eucaristia a partir da sua origem trinitária, que garante o seu permanente caráter de dom, evoca a instituição da Eucaristia em relação com a Ceia pascal hebraica e indica com força o critério da autêntica criatividade litúrgica. A origem eucarística da Igreja explica ainda o seu ser “communio” e garante a natureza sacramental da própria Igreja. A Exortação, portanto, aprofunda a centralidade da Eucaristia no setenário sacramental.
A segunda parte da Exortação ilustra a realização da ação litúrgica na celebração, indicando os elementos que merecem maior aprofundamento e oferecendo algumas sugestões pastorais de grande relevo. Em particular, se evidencia a importância da reforma litúrgica promovida pelo Concílio Vaticano II: algumas dificuldades e abusos “não podem obscurecer a bondade e a validez da renovação litúrgica, que contém ainda riquezas não plenamente exploradas”. À descrição da “beleza litúrgica”, seguem as indicações práticas sobre o nexo “ars celebrandi – actuosa participatio”.
Na terceira e última parte, a Exortação apostólica “mostra a capacidade do mistério crido e celebrado de constituir o horizonte último e definitivo da existência”. “Bento XVI reafirma, desde as primeiras linhas da Exortação, que o dom da Eucaristia é para o homem, responde às expectativas do homem. Obviamente, de todos os homens de todos os tempos, mas especificamente do homem nosso contemporâneo... O Mistério eucarístico representa o fator dinâmico que transfigura a existência. Regenerado pelo batismo e incorporado eucaristicamente à Igreja, o homem pode finalmente realizar-se plenamente, aprendendo a oferecer o ‘próprio corpo’ – ou seja, todo si mesmo – como sacrifício vivente santo e satisfatório a Deus”. (S.L.) (Agência Fides 13/3/2007)
O texto integral da apresentação do Card. Scola e de Dom Nikola Eterović
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/2007/sc01_130307.html

VATICANO - In Solemnitate Sancti Joseph «Protector Sanctae Ecclesiae», Eum deprecemur pro Beatissimo Papa Nostro Benedicto XVI, olim Cardinalis Josephus Ratzinger
Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Por ocasião da próxima solenidade de São José, “Protetor da Santa Igreja”, que se celebra em 19 de março, a Agência Fides publica a oração ao Santo composta pelo Papa Leão XIII, convidando a pedir a intercessão de São José pelo nosso Santo Padre, o Papa Bento XVI, Joseph Ratzinger.

AD TE BEÁTE JOSEPH (A Leone XIII scripta)
Ad te beáte Joseph, in tribulatióne nostra confúgimus, atque, imploráto Sponsæ tuæ sanctíssimæ auxílio, patrocínium quoque tuum fidenter expóscimus. Per eam, quæsumus, quæ te cum immaculáta Vírgine Dei Genitríce coniúnxit, caritátem, perque patérnum, quo Púerum Iesum ampléxus es, amórem, súpplices deprecámur, ut ad hereditátem, quam Iesus Christus acquisívit Sánguine suo, benígnus respícias, ac necessitátibus nostris tua virtúte et ope succúrras. Tuére, o Custos providentíssime divínæ Famíliæ, Iesu Christi sóbolem eléctam; próhibe a nobis, amantíssime Pater, omnem errórum ac corruptelárum luem; propítius nobis, sospítator noster fortíssime, in hoc cum potestáte tenebrárum certámine e cælo adésto; et sicut olim Púerum Iesum e summo eripuísti vitre discrímine, ita nunc Ecclesiam sanctam Dei ab hostílibus insídiis atque ab omni adversitáte défende: nosque síngulos perpétuo tege patrocínio, ut ad tui exémplar et ope tua suffúlti, sancte vívere, pie émori, sempiternámque in cælis beatitúdinem ássequi possímus. Amen

A vós, S. José, recorremos em nossa tribulação, e, depois de ter implorado o auxílio de vossa Santíssima Esposa, cheios de confiança solicitamos o vosso patrocínio.
Por esse laço sagrado de Caridade, que vos uniu à Virgem Imaculada, Mãe de Deus e Mãe Nossa, pelo Amor paternal que tivestes ao Menino Jesus, ardentemente vos suplicamos que lanceis um olhar benigno para a herança que Jesus conquistou com Seu Sangue, e nos socorrais em nossas necessidades com o vosso poder e auxílio.
Protegei, ó Guarda providente da Sagrada Família, o povo eleito de Jesus Cristo.
Afastai para longe de nós, ó Pai amantíssimo, a peste do erro e do vício.
Assisti-nos do alto do Céu, ó nosso fortíssimo sustentáculo, na luta contra o poder das trevas; e assim como outrora salvastes da morte o Menino Jesus, assim também defendei agora a Santa Igreja de Deus contra as ciladas dos seus inimigos e contra todas as adversidades.
Amparai a cada um de nós com o vosso constante patrocínio, a fim de que, a vosso exemplo, e sustentados com vosso auxílio, possamos viver virtuosamente, morrer piedosamente e obter no Céu a eterna Bem-aventurança. Assim seja.
(J.M.) (Agência Fides 16/3/2007)
A oração de São José em diversas línguas
http://www.fides.org/ita/approfondire/preghiere/altre/san_joseph.doc

Anônimo disse...

O mês de março teve, entre outras, duas intervenções particularmente importantes do Santo Padre Bento XVI: a publicação da Exortação apostolica pós-sinodal “Sacramentum Caritatis” sobre a Eucaristia, fonte e ápica da vida e da missão da Igreja, e o discurso aos participantes do Congresso "Os 50 anos dos Tratados de Roma – Valores e perspectivas para a Europa do amanhã", promovido pela Comissão dos Episcopados da Comunidade Européia (COMECE).
Com a Exortação Apostólica pós-sinodal, o longo e articulado itinerário da XI Assembléia Ordinária do Sínodo dos Bispos (2 - 23 de outubro de 2005) “encontra o seu fruto mais maduro”, disse o Card. Angelo Scola, Patriarca de Veneza, que foi o Relator-geral do Sínodo dos Bispos, apresentando o documento. “Se, de um lado, a Exortação Apostólica constitui o fruto maduro de um caminho percorrido – disse ainda o Cardeal -, de outro, se propõe explicitamente o objetivo de abrir a estrada e ulteriores aprofundamentos. Esta mira, com efeito, a “explicitar algumas fundamentais linhas de empenho, dirigidas a provocar na Igreja novo impulso e fervor eucarístico”.
A Exortação é estruturada em três partes, cada uma das quais aprofunda uma das três dimensões da Eucaristia: Eucaristia, mistério a ser crido; Eucaristia, mistério a ser celebrado: Eucaristia, mistério a ser vivido. Tais partes “estão a tal ponto relacionadas que seus conteúdos se iluminam reciprocamente. Além do mais, uma significativa contribuição do trabalho sinodal é justamente a superação de tais dualismos – por exemplo, aqueles entre fé eucarística e rito, entre celebração e adoração, entre doutrina e pastoral – às vezes ainda presentes na vida da comunidade eclesial e na reflexão teológica”.
De grande densidade foi também o discurso dirigido pelo Papa Bento XVI à Comissão dos Episcopados da Comunidade Européia. O Santo Padre, além de recordar as raízes cristãs que formaram o continente europeu, explicou também como “uma comunidade que se constrói sem respeitar a autêntica dignidade do ser humano, esquecendo que cada pessoa está criada à imagem de Deus, acaba por não fazer o bem de ninguém – prosseguiu o Pontífice -. Por este motivo, cada vez é mais indispensável que a Europa evite essa atitude pragmática, hoje amplamente difundida, que justifica sistematicamente o compromisso sobre os valores humanos essenciais, como se tratasse da inevitável aceitação de um suposto mal menor… Quando neste pragmatismo se introduzem tendências laicistas ou relativistas, acaba-se por negar aos cristãos o direito próprio de intervir como cristãos no debate público ou, ao menos, desqualifica-se sua contribuição com a acusação de que buscam defender injustificados privilégios. No momento histórico atual e ante os muitos desafios, a União Européia, se quiser garantir adequadamente o estado de direito e promover eficazmente os valores humanos, tem de reconhecer com clareza a existência certa de uma natureza humana estável e permanente, fonte de direitos comuns para todos os indivíduos, inclusive os daqueles que os negam. Neste contexto, há que salvaguardar o direito à objeção de consciência, cada vez que os direitos humanos fundamentais sejam violados”.



• SYNTHESIS INTERVENTUUM

3 de março de 2007 - Discurso no encerramento dos Exercícios Espirituais da Cúria Romana
4 de março de 2007 - Angelus
7 de março de 2007 - Audiência Geral
8 de março de 2007 – Audiência aos Sócios do Círculo de São Pedro
9 de março de 2007 – Audiência à Assembléia Plenária do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais
10 de março de 2007 – Vigília de oração por ocasião do V Dia Europeu dos Universitários
11 de março de 2007 – Angelus
13 de março de 2007 – Audiência ao Presidente da Federação Russa
14 de março de 2007 – Audiência Geral
16 de março de 2007 – Audiência aos participantes do Curso organizado pela Penitenciaria Apostólica
18 de março de 2007 – Homilia por ocasião da visita ao Instituto Penal Juvenil "Casal del Marmo"
18 de março de 2007 - Angelus
21 de março de 2007 – Audiência Geral
22 de março de 2007 – Audiência à Sessão Plenária do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Agentes de Saúde
24 de março de 2007 – Audiência aos participantes do Congresso promovido pela COMECE
24 de março de 2007 – Audiência à Fraternidade de Comunhão e Libertação
25 de março de 2007 – Homilia durante a visita pastoral à Paróquia de Santa Felicita e Filhos mártires
25 de março de 2007 - Angelus
28 de março de 2007 – Audiência Geral
29 de março de 2007 – Encontro com os jovens da Diocese de Roma para o Dia Mundial da Juventude
31 de março de 2007 – Mensagem ao IX Fórum internacional dos Jovens


• VERBA PONTIFICIS

Confissão
Conversão
Eucaristia
Europa
Enfermos
Missionários mártires
Óbolo de São Pedro
Quaresma
Santo Inácio


• INTERVENTUS SUPER QUAESTIONES

Mulher – (Pequim) As mulheres são sempre mais protagonistas da vida da Igreja e, sobretudo, da Evangelização

Família – (Guayaquil) Iniciado o Primeiro Congresso “Pró-Vida e Família”: denunciar a cultura de morte e proclamar a verdade integral sobre a vida e a família, à luz do Evangelho e da doutrina da Igreja
Família – (Madri) Os Bispos denunciam o estender-se de uma “cultura” da morte que deixa sem fundamento os direitos do homem e dilui na consciência social o valor da vida e da dignidade da pessoa: Mensagem para o Dia da Vida

Missão – (Lima) “Chegou a hora dos leigos, que devem considerar a urgente necessidade de sua participação nos ambientes político, econômico, social, cultural e artístico”: o Cardeal Cipriani analisa os desafios da Nova Evangelização na América Latina

Pontifícias Obras Missionárias – (Durham) “A espiritualidade deve ser a prioridade dos agentes da missão hoje”: concluído o Encontro Europeu anual dos Diretores Nacionais das Pontifícias Obras Missionárias

Quaresma – (Dili) “Que a Quaresma seja para cada cristão uma renovada experiência do amor de Deus, a compartilhar com o próximo”, exortam os Bispos de Timor Leste
Quaresma – (Pretória) A coleta quaresmal a favor dos mais pobres e dos projetos educacionais da Igreja: continuar a missão salvífica de Cristo significa, em primeiro lugar, proclamar a Boa Nova de modo mais eficaz


• QUAESTIONES

VATICANO - Publicada a Exortação apostólica pós-sinodal do Papa Bento XVI “Sacramentum Caritatis” sobre a Eucaristia fonte e ápice da vida e da missão da Igreja
VATICANO - In Solemnitate Sancti Joseph «Protector Sanctae Ecclesiae», Eum deprecemur pro Beatissimo Papa Nostro Benedicto XVI, olim Cardinalis Josephus Ratzinger





SYNTHESIS INTERVENTUUM

3 de março de 2007 – Discurso no encerramento dos Exercícios Espirituais da Cúria Romana
VATICANO - Concluem-se os Exercícios Espirituais da Cúria Romana: “Por detrás de tantos fenômenos do nosso tempo, aparentemente muito distantes da religião e de Cristo, há uma pergunta, uma expectativa, um desejo... a única verdadeira resposta a este desejo, onipresente justamente no nosso tempo, é Cristo”, afirma o Santo Padre Bento XVI

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Com o canto das Laudes e a Meditação final, concluíram-se esta manhã, 3 de março, os Exercícios Espirituais na presença do Santo Padre Bento XVI. As meditações foram propostas pelo Card. Giacomo Biffi, Arcebispo emérito de Bolonha, ao qual o Santo Padre se dirigiu com palavras de gratidão ao final dos Exercícios
“Na Santa Missa, antes da oração eucarística, todos os dias respondemos ao convite «corações ao alto» com as palavras: «o nosso coração está em Deus» - disse o Papa Bento XVI - . E temo que esta resposta seja frequentemente mais ritual do que existencial. Mas sua Eminência nos ensinou nesta semana, realmente, a alçar, a elevar o nosso coração, a subir ao alto rumo ao invisível, rumo à verdadeira realidade. E nos doou também a chave para responder todos os dias aos desafios desta realidade… sua Eminência, realmente, nos ajudou a sair desta gravitação das coisas de todos os dias e a entrar nesta outra gravitação do Ressuscitado e, assim, a subir ao alto.”
Gostaria de dizer-lhe obrigado – prosseguiu o Pontífice –, também porque nos doou diagnoses muito acuradas e precisas sobre a nossa situação de hoje e, sobretudo, nos mostrou como por detrás de tantos fenômenos do nosso tempo, aparentemente muito distantes da religião e de Cristo, há uma pergunta, uma expectativa, um desejo; e que a única verdadeira resposta a este desejo, onipresente justamente no nosso tempo, é Cristo. Assim, sua Eminência nos ajudou a seguir com maior coragem Cristo e a amar mais a Igreja, a «Immaculata ex maculatis», como sua Eminência nos ensinou com Santo Ambrósio.” O Papa concluiu agradecendo ao Card. Biffi também “pelo seu realismo, pelo seu humorismo e pela sua concretude”. (S.L.) (Agência Fides 3/3/2007)

4 de março de 2007 - Angelus
VATICANO - Bento XVI recorda no Angelus que “a oração não é algo acessório ou opcional, mas uma questão de vida ou morte. Somente quem reza, isto é, quem se confia a Deus com amor filial, pode entrar na vida eterna, que é o próprio Deus”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – O Evangelho do segundo domingo de Quaresma nos apresenta o episodio da Transfiguração do Senhor (Lc 9,28-36): Jesus subiu o monte para rezar junto aos apóstolos Pedro, Tiago e João e, enquanto rezava, verificou-se o mistério da sua transfiguração. Comentando este trecho evangélico antes da oração do Angelus no domingo, 4 de março, o Papa Bento XVI evidenciou alguns aspectos: subir a montanha para os três Apóstolos quer dizer “envolver-se na oração de Jesus, que se retirava com freqüência para orar… somente nessa ocasião, no monte, Ele quis manifestar aos seus amigos a luz interior que o invadia quando rezava”.
Um outro aspecto salientado pelo Papa: Moisés e Elias aparecem ao lado de Jesus transfigurado e "falavam de sua partida, que se cumpriria em Jerusalém" (9,31). “Portanto, Jesus escutava a Lei e os profetas que falam de sua morte e ressurreição – explicou Bento XVI -. Em seu diálogo íntimo com o Pai, Ele não sai da história, não foge da missão para a qual veio ao mundo, apesar de saber que, para chegar à glória, terá de passar através da cruz. Mais ainda, Cristo entra mais profundamente nesta missão, aderindo, com todo o seu ser, à vontade do Pai, e nos demonstra que a verdadeira oração consiste precisamente em unir nossa vontade à vontade de Deus”.
Em seguida, o Pontífice destacou que, para um cristão, “rezar não é evadir-se da realidade e das responsabilidades que esta comporta, mas assumi-las até o fundo, confiando no amor fiel e inesgotável do Senhor”. Antes de rezar o Angelus, o Papa recordou ainda que “a oração não é algo acessório ou opcional, mas uma questão de vida ou morte. Somente quem reza, isto é, quem se confia a Deus com amor filial, pode entrar na vida eterna, que é o próprio Deus”. Em particular, Bento XVI pediu à Virgem Maria, especialmente neste tempo litúrgico, “que nos ensine a rezar como seu Filho o fazia, para que nossa existência se transforme pela luz de sua presença”.
Após o Angelus, o Papa agradeceu àqueles que o acompanharam com a oração durante os Exercícios Espirituais, encorajando todos, neste tempo de Quaresma, “a buscar o silêncio e o retiro, para deixar mais espaço à oração e à meditação da Palavra de Deus”. E recordou a Vigília mariana de sábado, 10 de março, com os jovens universitários de Roma, da qual participarão, em conexão via satélite, também inúmeros estudantes de outros países da Europa e da Ásia, durante a qual “invocaremos a intercessão de Maria, Sedes Sapientiae, para que o Senhor envie testemunhas da verdade evangélica, para construir a civilização do amor nesses dois continentes e no mundo inteiro”. (S.L.) (Agência Fides 5/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=739

7 de março de 2007 – Audiência Geral
VATICANO - Papa Bento XVI inicia um novo ciclo de catequeses dedicado aos Padres Apostólicos: na carta aos Coríntios de São Clemente, uma atual análise sobre a identidade e a missão da Igreja

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Também nesta semana, a Audiência Geral de quarta-feira, 7 de março, se realizou em dois momentos: o Santo Padre Bento XVI encontrou primeiramente, na Basílica Vaticana, os Bispos da Conferência Episcopal da região italiana do Piemonte, por ocasião da Visita "ad Limina Apostolorum", com os fiéis das dioceses piemonteses e grupos de estudantes e jovens italianos e, depois, na Sala Paulo VI, o Papa saudou peregrinos e fiéis provenientes da Itália e de todas as partes do mundo. “A fé cristã se confronta, também no Piemonte e em Valle d’Aosta, com muitos desafios devidos, no atual contexto sociocultural, às tendências agnósticas presentes em campo doutrinal, como também às pretensões de plena autonomia ética e moral. Não é certo fácil anunciar e testemunhar hoje o Evangelho”, disse Bento XVI na Basílica Vaticana. Todavia, o Papa destacou que “permanece no povo um sólido substrato espiritual… Além disso, sente-se, por parte dos fiéis leigos e de grupos de engajamento apostólico, uma mais sentida exigência de tensão à santidade, medida alta da vida cristã”. O Papa exortou os Bispos a ajudar as comunidades eclesiais “a seguir fielmente o Senhor, valorizando suas potencialidades espirituais e os carismas de cada um”. Aos jovens estudantes, o Papa fez votos de que a Quaresma seja “ocasião propícia para redescobrir o dom da seqüela de Cristo e aprender a aderir sempre, com a sua ajuda, à vontade do Pai”.
Na Sala Paulo VI, o Santo Padre iniciou com São Clemente um novo clico de catequeses dedicado aos Padres apostólicos, ou seja, à primeira e à segunda gerações na Igreja depois dos Apóstolos. “São Clemente, bispo de Roma nos últimos anos do século I, é o terceiro sucessor de Pedro, depois de Lino e Anacleto – recordou Bento XVI - . O testemunho mais importante sobre sua vida é o de Santo Irineu, bispo de Lyon até o ano 202. Ele testifica que Clemente «havia visto os apóstolos», «havia se encontrado com eles» e «ainda ressoava em seus ouvidos sua pregação, e tinha ante os olhos sua tradição». Testemunhos tardios, entre os séculos IV e VI, atribuem a Clemente o título de mártir.”
A única obra certa atribuída a ele é a “Carta aos Coríntios”, escrita à Igreja de Coríntio, em nome da Igreja de Roma, depois da morte do imperador Domiciano e no final da sua perseguição, portanto, imediatamente depois de 96. Esta carta enfrenta inúmeros temas de perene atualidade e representa, desde o primeiro século, “a solicitude da Igreja de Roma, que precede na caridade a todas as outras Igrejas”. “A intervenção de Clemente – continuou Bento XVI - era solicitada pelos graves problemas que a Igreja de Corinto atravessava: os presbíteros da comunidade, de fato, haviam sido depostos por alguns jovens contestadores”. Retomando temas importantes para São Paulo, que escreveu duas cartas aos Coríntios, Clemente destaca que o Senhor “nos doa o perdão, nos dá seu amor, a graça de ser cristãos, seus irmãos e irmãs. É um anúncio que enche de alegria nossa vida e que dá segurança ao nosso atuar: o Senhor nos previne sempre com sua bondade, e a bondade é sempre maior que todos os nossos pecados. É necessário, contudo, que nos comprometamos de maneira coerente com o dom recebido e que respondamos ao anúncio da salvação com um caminho generoso e valente de conversão”.
O motivo na base dos abusos que se verificaram em Coríntio, observava Clemente, “deve ser buscado no enfraquecimento da caridade e de outras virtudes cristãs indispensáveis. Por este motivo, convida os fiéis à humildade e ao amor fraterno, duas virtudes que fazem parte verdadeiramente do ser na Igreja”. Clemente ilustra aqui o seu ideal de Igreja: “congregada pelo ‘único Espírito de graça infundido sobre nós’, que sopra nos diversos membros do Corpo de Cristo, no qual todos, unidos sem nenhuma separação, são ‘membros uns dos outros’”. O Papa Bento XVI reiterou, a este ponto, que a distinção do conceito “entre ‘leigo’ e a hierarquia não significa uma contraposição, mas somente essa relação orgânica de um corpo, de um organismo, com as diferentes funções. A Igreja, de fato, não é um lugar de confusão e de anarquia, onde cada um pode fazer o que quer em todo momento: cada um, nesse organismo, com uma estrutura articulada, exerce seu ministério segundo a vocação recebida. No que se refere aos chefes das comunidades, Clemente explicita claramente a doutrina da sucessão apostólica. As normas que a regulam derivam, em última instância, do próprio Deus”.
A carta de Clemente se conclui com a "grande oração" na qual “louva e dá graças a Deus por sua maravilhosa providência de amor, que criou o mundo e que continua salvando-o e santificando-o”. O Santo Padre evidenciou o relevo particular da invocação para os governantes: “Ao rezar pelas autoridades, Clemente reconhece a legitimidade das instituições políticas na ordem estabelecida por Deus; ao mesmo tempo, manifesta a preocupação de que as autoridades sejam dóceis a Deus e «exerçam o poder que Deus lhes deu com paz, mansidão e piedade». César não é tudo. Emerge outra soberania, cuja origem e essência não são deste mundo, mas «do alto»: é a da Verdade, que tem o direito ante o Estado de ser ouvida”. (S.L.) (Agência Fides 8/3/2007)
O texto integral da catequese do Santo Padre
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=740

8 de março de 2007 – Audiência aos Sócios do Círculo de São Pedro
VATICANO - “A antiga prática do Óbolo de São Pedro surge da consciência de que cada fiel é chamado a sustentar inclusive materialmente a obra de evangelização e, ao mesmo tempo, a socorrer com generosidade os pobres e os necessitados”: o Papa ao Círculo São Pedro

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “A antiga prática do Óbolo de São Pedro, em um certo modo já em vigor nas primeiras comunidades cristãs, surge da consciência de que cada fiel é chamado a sustentar inclusive materialmente a obra de evangelização e, ao mesmo tempo, a socorrer com generosidade os pobres e os necessitados”: foi o que recordou o Santo Padre Bento XVI aos Sócios do Círculo de São Pedro, recebidos em audiência em 8 de março, no final da manhã.
Este encontro anual, que se realiza próximo da festa da Cátedra de São Pedro, destaca a peculiar fidelidade à Santa Sé que caracteriza o Círculo, e é ocasião para entregar ao Papa a coleta do tradicional Óbolo efetuada nas paróquias e nos institutos de Roma, apesar de hoje já estar presente em todo o mundo. “Em cada diocese, em cada paróquia e comunidade religiosa coleta-se anualmente o Óbolo de São Pedro – recordou o Pontífice -, que depois é enviado ao centro da Igreja para ser redistribuído segundo as necessidades e os pedidos que chegam ao Papa de todas as partes da terra. Na história da Igreja, houve momentos nos quais o auxílio econômico dos cristãos ao Sucessor de Pedro resultou particularmente significativo”, recordou Bento XVI, citando um passo da Encíclica Saepe venerabilis do bem-aventurado Papa Pio IX.
Ao agradecer aos Sócios do Círculo pelo seu empenho na coleta das ofertas, o Papa destacou que, “também neste nosso tempo, a Igreja continua difundindo o Evangelho e cooperando para a construção de uma humanidade mais fraterna e solidária. E justamente graças ao Óbolo de São Pedro, lhe é possível realizar esta sua missão de evangelização e de promoção humana”. Entre as iniciativas promovidas pelo Círculo, Bento XVI citou com particular satisfação o serviço de amparo aos doentes e a seus familiares por meio do “Hospice Sacro Cuore”, e concluiu lembrando que, no tempo quaresmal, “a liturgia nos recorda que, no compromisso da oração e do jejum, devemos unir nossa atenção pelos irmãos, especialmente por aqueles que se encontram em dificuldade, indo a seu encontro com gestos e obras de sustento material e espiritual”. (S.L.) (Agência Fides 9/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre, em italiano
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=741

9 de março de 2007 – Audiência aos participantes da Plenária do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais
VATICANO - “Boa parte daquilo que se transmite de várias formas nos lares de milhões de famílias no mundo inteiro é nocivo. A Igreja gera esperança, orientando a luz da verdade de Cristo para tais sombras”: Papa Bento XVI à Plenária do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “Indubitavelmente, os vários sectores dos mass media têm oferecido um grande benefício para a civilização… no que diz respeito à internet, é necessário reconhecer oportunamente que ela abriu um mundo de conhecimento e de aprendizado ao qual, precedentemente, na melhor das hipóteses só alguns tinham acesso. Estas contribuições para o bem comum devem ser reconhecidas e encorajadas. Por outro lado, é também evidente que uma boa parte daquilo que se transmite de várias formas nos lares de milhões de famílias no mundo inteiro é nocivo. A Igreja gera esperança, orientando a luz da verdade de Cristo para tais sombras. Incrementemos os nossos esforços em vista de encorajar todos a colocar a lâmpada no candeeiro, a fim de que a sua luz ilumine todos em casa, na escola e na sociedade em geral!” Foi o que recordou o Papa Bento XVI aos participantes da Plenária do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, recebidos em audiência na sexta-feira, 9 de março.
Depois de expressar a sua gratidão pelo compromisso no apostolado das comunicações sociais, “cuja importância não pode ser subestimada no nosso mundo cada vez mais tecnológico”, o Papa Bento XVI evidenciou que “o campo das comunicações sociais está a transformar-se rapidamente. Enquanto a comunicação de imprensa tem dificuldade de conservar a sua circulação, outras formas de comunicação como a rádio, a televisão e a internet estão a desenvolver-se a um nível extraordinário. Contra o cenário da globalização, este aumento dos meios de comunicação electrónicos coincide com a sua crescente concentração nas mãos de algumas multinacionais, cuja influência ultrapassa todos os confins sociais e culturais”.
Avaliando os resultados e efeitos deste incremento dos meios de comunicação social, análise que requer grande atenção, o Papa destacou “o papel invasivo dos meios de comunicação na formação da cultura” e evidenciou os grandes benefícios oferecidos à civilização, mas também os aspectos negativos. “As minhas preocupações não são diferentes das de qualquer mãe ou pai, professor ou cidadão responsável”, disse Bento XVI, recordando a sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações deste ano dedicada ao relacionamento entre os meios de comunicação e os jovens. “Portanto, é grave a responsabilidade de introduzir e educar as crianças e os jovens pelos caminhos da beleza, da verdade e da bondade. Ela somente pode ser promovida pelas multinacionais da comunicação, na medida em que estes fomentarem a dignidade humana fundamental, o valor genuíno do matrimónio e da vida familiar, e as conquistas e metas positivas da humanidade.” Por fim, o Santo Padre se dirigiu aos responsáveis da indústria dos meios de comunicação social, “a fim de que aconselhem os produtores a salvaguardar o bem comum, a promover a verdade e a proteger a dignidade humana de cada indivíduo, fomentando também o respeito pelas necessidades da família. (S.L.) (Agência Fides 10/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre, em inglês
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=742

10 de março de 2007 - Vigília de oração por ocasião do V Dia Europeu dos Universitários, sobre o tema: "A caridade intelectual: via para uma nova cooperação Europa-Ásia"
VATICANO - Bento XVI no Dia Europeu dos Universitários: “A caridade intelectual pode unir o caminho existencial de jovens que, mesmo vivendo muito distante uns dos outros, conseguem se sentir em contato em nível da busca interior e do testemunho”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “É sugestivo pensar na caridade intelectual como força do espírito humano, capaz de aproximar os itinerários formativos das novas gerações. Mais globalmente, a caridade intelectual pode unir o caminho existencial de jovens que, mesmo vivendo muito distante uns dos outros, conseguem se sentir em contato em nível da busca interior e do testemunho. Esta tarde realizamos uma ponte ideal entre a Europa e a Ásia, continente de riquíssimas tradições espirituais, onde evoluíram algumas entre as mais antigas e nobres tradições culturais da humanidade.” Foi o que disse o Santo Padre Bento XVI na tarde de sábado, 10 de março, na Sala Paulo VI, no Vaticano, durante a Vigília de oração por ocasião do V Dia Europeu dos Universitários, sobre o tema: "A caridade intelectual: via para uma nova cooperação Europa-Ásia".
Da iniciativa, promovida pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa e pelo Departamento para a pastoral universitária do Vicariato de Roma, participaram os estudantes das universidades romanas e, em conexão via satélite, os universitários de Turim, Bolonha, Manchester, Coimbra, Cracóvia, Praga, Tirana, Hong Kong, Calcutá, Manila e Islamabad. O Santo Padre guiou a reza do Terço e, no final, dirigiu uma saudação aos universitário antes de entregar a alguns de seus representantes cópias da Exortação apostólica “Ecclesia in Europa” e “Ecclesia in Asia”.
“Os jovens universitários de Roma se fazem promotores da irmandade no marco do amor intelectual – disse Bento XVI na sua saudação -, perseguem uma solidariedade que não surge do plano dos interesses econômicos ou políticos, mas do estudo e da busca da verdade. Em suma, estamos na verdadeira perspectiva "universitária", ou seja, daquela comunidade do saber que foi um dos elementos constitutivos da Europa.” Depois de se dirigir, nas respectivas línguas, aos estudantes conectados de diversas cidades e nações, o Santo Padre concluiu com esta exortação: “O mistério da Cruz não está desvinculado do tema da caridade intelectual, pelo contrário, o ilumina. A sabedoria cristã é sabedoria da Cruz: os estudantes e, em maior razão, os docentes cristãos interpretam toda realidade à luz do mistério do amor de Deus, que tem na Cruz a sua mais alta e completa revelação. Mais uma vez, caros jovens, vos confio a cruz de Cristo: acolhei-a, abraçai-a, segui-a. É a árvore da vida! Aos seus pés encontrareis sempre Maria, a Mãe de Jesus. Com Ela, Sé da Sabedoria, dirigi o olhar Àquele que por nós foi traspassado (cfr Jo 19,37), contemplai a fonte inesgotável do amor e da verdade, e podereis vos tornar também vós discípulos e testemunhas repletos de alegria.” (S.L.) (Agência Fides 12/3/2007)
O texto integral da homilia do Santo Padre, em italiano
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11 de março de 2007 – Angelus
VATICANO - “Cristo convida a responder ao mal antes de tudo com um sério exame de consciência e com o compromisso de purificar a própria vida… De fato, as pessoas e as sociedades que vivem sem nunca pôr-se em discussão têm como único destino final a ruína”: Bento XVI no Angelus

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – O tema da conversão esteve no centro do discurso pronunciado pelo Papa Bento XVI antes de rezar o Angelus com os fiéis reunidos na praça S. Pedro, no domingo, 11 de março. Inspirado no Evangelho de Lucas proclamado no terceiro Domingo de Quaresma, e recordando o convite de Jesus: "Não, vos asseguro; e se não vos converterdes, todos perecereis do mesmo modo" (13,3.5), o Santo Padre evidenciou que o ponto ao qual Jesus quer levar seus ouvintes é “a necessidade da conversão”.
“Não a apresenta em termos moralistas, mas realistas, como única resposta adequada para os acontecimentos que põem em crise as certezas humanas”, prosseguiu Bento XVI, recordando que diante de certas desgraças, como aquelas narradas no Evangelho, “a verdadeira sabedoria consiste mais em deixar-se interpelar pela precariedade da existência e assumir uma atitude de responsabilidade: fazer penitência e melhorar nossa vida. Esta é a sabedoria, esta é a resposta mais eficaz ao mal, em todos os âmbitos, interpessoal, social e internacional”. Cristo convida, portanto, a responder ao mal com um sério exame de consciência e com o compromisso de purificar a própria vida. “De fato, as pessoas e as sociedades que vivem sem nunca pôr-se em discussão têm como único destino final a ruína. A conversão, pelo contrário, apesar de não preservar dos problemas e adversidades, permite enfrentá-los de «maneira» diferente... Em síntese: a conversão vence o mal em sua raiz, que é o pecado, ainda que nem sempre se possa evitar suas conseqüências.”
Por fim, o Papa pediu a intercessão de Maria Santissima, para que, no itinerario quaresmal, “ajude cada cristão a redescobrir a grandeza, diria inclusive a beleza da conversão. Que nos ajude a compreender que fazer penitência e corrigir a própria conduta não é simples moralismo, mas o caminho mais eficaz para melhorar tanto a nós mesmos como a sociedade”. (S.L.) (Agência Fides 12/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre
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13 de março de 2007 – Audiência ao Presidente da Federação Russa
VATICANO - Audiência do Santo Padre Bento XVI ao Presidente da Federação Russa
Cidade do Vaticano (Agência Fides) – A Sala de Imprensa da Santa Sé publicou na tarde de 13 de março o seguinte comunicado relativo à audiência concedida ao Presidente da Federação Russa. “Na tarde de hoje, 13 de março de 2007, o Santo Padre Bento XVI recebeu em audiência Sua Excelência o Senhor Vladimir Putin, Presidente da Federação Russa. Contemporaneamente, ocorreu o encontro do cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado de Sua Santidade, e do arcebispo Dominique Mamberti, secretário das Relações com os Estados, com o senhor Sergei Lavrov, ministro dos Assuntos Exteriores da Federação Russa, e outros membros da delegação que acompanha o Presidente.
Os colóquios, que se realizaram em um clima positivo, permitiram constatar as cordiais relações que se dão entre a Santa Sé e a Federação Russa, assim como a vontade recíproca de desenvolvê-las ulteriormente, inclusive com iniciativas específicas de caráter cultural. Neste contexto, foram examinados alguns temas bilaterais de comum interesse, que afetam também as relações entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa, e foram analisadas as questões internacionais de atualidade, em particular o Oriente Médio. Por último, prestou-se atenção aos problemas do extremismo e da intolerância, que constituem graves ameaças à convivência civil entre as nações, sublinhando a necessidade de preservar a paz e de favorecer uma resolução negociada e pacífica dos conflitos. (S.L.) (Agência Fides 14/3/2007)

14 de março de 2007 – Audiência Geral
VATICANO - Santo Inácio de Antioquia convida todos nós “a uma síntese progressiva entre configuração a Cristo e dedicação à sua Igreja”: a catequese do Papa Bento XVI na Audiência Geral

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Santo Inácio, terceiro Bispo de Antioquia, atual Turquia, de 70 a 107, data do seu martírio, foi o segundo dos Padres Apostólicos, depois de São Clemente, sobre os quais o Papa Bento XVI falou na sua catequese durante a Audiência Geral de 14 de março. Como nos relatam os Atos dos Apóstolos, em Antioquia surgiu uma florescente comunidade cristã, da qual foi primeiro Bispo o apóstolo Pedro. O Santo Padre recordou o testemunho de Eusébio de Cesaréia, um historiador do século IV que, falando da vida e da obra literária de Inácio, recorda que foi enviado a Roma “para ser pasto de feras, por causa do testemunho que deu de Cristo”. Durante a sua viagem em direção ao local do martírio, Inácio encorajava e reforçava as comunidades que encontrava, exortando-as a não cair nas heresias e a manter-se fiéis à Tradição Apostólica. A sua primeira etapa foi em Smirne, onde escreveu quatro cartas; e, depois, em Troade, onde enviou novas cartas às Igrejas de Filadélfia e de Smirne, e uma ao Bispo Policarpo. “Ao ler esses textos – notou o Papa - sente-se o frescor da fé da geração que ainda havia conhecido os apóstolos. Sente-se também nestas cartas o amor ardente de um santo”. Ao chegar a Roma, Inácio foi dado como alimento às feras no Anfiteatro Flávio.
“Nenhum Padre da Igreja expressou com a intensidade de Inácio o anseio pela «união» com Cristo e pela «vida» n’Ele”, destacou Bento XVI, recordando que Inácio suplicou aos cristãos de Roma para não impedissem o seu martírio, porque era impaciente para “se reunir com Jesus Cristo". “Para Inácio, a unidade é antes de tudo uma prerrogativa de Deus, que, existindo em três Pessoas, é Um em uma absoluta unidade. Repete com freqüência que Deus é unidade e que só em Deus esta se encontra no estado puro e originário. A unidade que os cristãos têm que realizar sobre esta terra nada mais é que uma imitação, a mais conforme possível, ao modelo divino”. Inácio insistiu em dois aspectos característicos da vida cristã: a estrutura hierárquica da comunidade eclesial e a unidade fundamental que une entre si todos os fiéis em Cristo. “A insistência da comunhão dos fiéis entre si e com seus pastores se reforça constantemente mediante imagens eloqüentes e analogias: a cítara, os instrumentos de corda, a entonação, o concerto, a sinfonia. É evidente a peculiar responsabilidade dos bispos, dos presbíteros e dos diáconos na edificação da comunidade. A eles se dirige antes de tudo o chamado ao amor e à unidade… Inácio é o primeiro que na literatura cristã atribui à Igreja o adjetivo «católica», ou seja, «universal»… Precisamente no serviço de unidade à Igreja Católica, a comunidade cristã de Roma exerce uma espécie de primado no amor”.
O Papa Bento XVI prosseguiu a sua catequese destacando que Inácio “é verdadeiramente o «doutor da unidade»: unidade de Deus e unidade de Cristo (em oposição às diferentes heresias que começavam a circular e que dividiam o homem e Deus em Cristo), unidade da Igreja, unidade dos fiéis, «na fé e na caridade, pois não há nada mais excelente que ela»… O «realismo» de Inácio é um convite para os fiéis de ontem e de hoje, é um convite para todos nós a alcançar uma síntese progressiva entre «configuração com Cristo» (união com Ele, vida n’Ele) e «entrega à sua Igreja» (unidade com o bispo, serviço generoso à comunidade e ao mundo). Em definitivo, é necessário conseguir uma síntese entre «comunhão» da Igreja em seu interior e «missão», proclamação do Evangelho aos outros, até que uma dimensão fale através da outra, e os fiéis tenham cada vez mais «esse espírito sem divisões, que é o próprio Jesus Cristo". Por fim, o Santo Padre convidou a rezar “para que o Senhor nos ajude a alcançar esta unidade e vivamos sem manchas, pois o amor purifica as almas”. (S.L.) (Agência Fides 15/3/2007)
O texto integral da catequese do Santo Padre
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16 de março de 2007 – Audiência aos participantes do curso promovido pela Penitenciaria Apostólica
VATICANO - Papa Bento XVI aos participantes do curso promovido pela Penitenciaria Apostólica: “O compromisso do sacerdote e do confessor é principalmente este: fazer com que cada pessoa experimente o amor de Cristo por ela, encontrando-O na estrada da própria vida, como Paulo o encontrou no caminho para Damasco”
Cidade do Vaticano (Agência Fides) - “O encontro de hoje oferece-me a oportunidade para refletir junto a vós sobre a importância do sacramento da Penitência também neste nosso tempo e para reiterar a necessidade de que os sacerdotes se preparem a ministrá-lo com devoção e fidelidade para louvar a Deus e pela santificação do povo cristão, como prometem ao Bispo no dia de sua Ordenação presbiteral.” Com essas palavras, o Santo Padre Bento XVI se dirigiu aos participantes do Curso sobre o Foro interno organizado pela Penitenciaria Apostólica, recebidos em audiência em 16 de março, no final da manhã. “Com os gestos e as palavras sacramentais, os sacerdotes tornam visível sobretudo o amor de Deus, que em Cristo se revelou de modo pleno – prosseguiu o Santo Padre -… Aquilo que acontece neste sacramento é, portanto, primeiramente o mistério do amor, obra do amor misericordioso do Senhor… Todos necessitamos ir à fonte inesgotável do amor divino, que se manifesta a nós totalmente no mistério da Cruz, para encontrar a autêntica paz com Deus, com nós mesmos e com o próximo. Somente desta fonte espiritual é possível extrair aquela energia interior indispensável para derrotar o mal e o pecado, na luta sem fim que marca a nossa peregrinação terrena rumo à pátria celeste.”
O Papa então recordou como no mundo contemporâneo ainda estejam presentes as contradições relevadas pelo Concílio Vaticano II: “Vemos uma humanidade que gostaria de ser auto-suficiente, onde não poucas pessoas consideram quase de poder prescindir de Deus para viver bem; e mesmo assim, quantas pessoas parecem tristemente condenadas a enfrentar dramáticas situações de vazio existencial, quanta violência existe ainda sobre a terra, quanta solidão pesa sobre a alma do homem da era da comunicação! Em uma palavra, hoje parece que se perdeu o “sentido do pecado", mas em compensação, aumentaram os “complexos de culpa”. Quem poderá libertar o coração dos homens desta opressão de morte senão Aquele que, morrendo, derrotou para sempre a potência do mal com a onipotência do amor divino?”
O sacerdote, no sacramento da Confissão, é instrumento do amor misericordioso de Deus, e o seu compromisso é principalmente “fazer com que cada pessoa experimente o amor de Cristo por ela, encontrando-O na estrada da própria vida, como Paulo o encontrou no caminho para Damasco”. Para realizar esta importante missão e alcançar o objetivo pré-fixado, o sacerdote comprometido no ministério do sacramento da Penitência deve ser animado “por uma constante tensão à santidade”, interiormente sempre unido ao Senhor, fiel ao Magistério da Igreja no que concerne à doutrina moral, “consciente de que a lei do bem e do mal não é determinada pelas situações, mas por Deus”. Por fim, o Papa pediu a intercessão da Virgem Maria para que ampare o ministério dos sacerdotes confessores e ajude toda comunidade cristã “a compreender sempre mais o valor e a importância do sacramento da Penitência para o crescimento espiritual de todo fiel”. (S.L.) (Agência Fides 17/3/2007)
Links:
O texto integral do discurso do Santo Padre, em italiano
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18 de março de 2007 – Homilia por ocasião da visita ao Instituto Penal para Menores "Casal del Marmo" de Roma
VATICANO - O Papa ao Instituto Penal para Menores: “Poderia-se ser privado de tudo, até mesmo da liberdade ou da saúde, e estar em paz e na alegria se dentro do coração estiver Deus. O segredo, portanto, está aqui: é preciso que Deus ocupe sempre o primeiro lugar na nossa vida”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Domingo, 18 de março, IV da Quaresma, o Santo Padre Bento XVI visitou o Instituto Penal para Menores "Casal del Marmo" de Roma. Acolhido pelo Cardeal Camillo Ruini, Vigário-geral para a Diocese de Roma, e pelas autoridades civis, o Papa presidiu a Concelebração eucarística na Capela do Instituto, dedicada ao "Pai Misericordioso".
Na homilia, o Papa Bento XVI explicou o Evangelho da liturgia dominical, a parábola do pai misericordioso, na qual aparecem três pessoas: o pai e os dois filhos. “Ambos os filhos vivem em paz, são agricultores muito abastados, têm, portanto, do que viver, vendem bem seus produtos, a vida parece ser boa. E, todavia, o filho mais jovem, aos poucos, começa a achar esta vida sem graça, insatisfatória.” Com o desejo de experimentar uma outra vida, na qual possa ser realmente livre de fazer o que gosta, “uma vida livre desta disciplina e dessas normas dos mandamentos de Deus, das ordens do pai”, toma o seu patrimônio e vai embora. “O pai é muito respeitoso e generoso e respeita a liberdade do filho: é ele que deve encontrar o seu projeto de vida.” O filho vai a uma cidade muito distante, provavelmente não somente do ponto de vista geográfico, “porque quer uma vida totalmente diferente”.
Em um primeiro momento tudo corre bem, mas depois, com o tempo, tudo se torna vazio: “Também agora se repropõe a escravidão de fazer as mesmas coisas. E, por fim, também o dinheiro acaba e o jovem acha que o seu nível de vida está abaixo do nível dos porcos. Então começa a refletir e se pergunta se aquela era realmente a estrada da vida: uma liberdade interpretada como fazer o que eu quiser, viver, ter a vida somente para mim ou se, ao invés, não seria talvez mais vida viver para os outros, contribuir para a construção do mundo, para o crescimento da comunidade humana”. O jovem reflete e começa a ver que era muito mais livre em casa, “sendo proprietário também ele, contribuindo para a construção da casa e da sociedade em comunhão com o Criador, conhecendo o objetivo da sua vida, adivinhando o projeto que Deus tinha para ele”. O filho mais jovem, portanto, coloca-se em caminho para retornar a casa, para retomar a sua vida de um tempo.
O pai que tinha deixado a sua liberdade “para dar-lhe a possibilidade de entender interiormente o que é viver e o que é não viver”, o abraça e lhe prepara uma festa. “O filho entende que justamente o trabalho, a humildade e a disciplina de todos os dias cria a verdadeira festa e a verdadeira liberdade… Certamente, também no futuro a sua vida não será fácil, as tentações retornarão, mas ele está plenamente consciente de que uma vida sem Deus não funciona: falta o essencial, falta a luz, falta o porquê, falta o grande sentido do ser homem… O jovem entende que os mandamentos de Deus não são obstáculos para a liberdade e para uma bela vida, mas são os indicadores da estrada sobre a qual caminhar para encontrar a vida. Entende que também o trabalho, a disciplina, o empenhar-se não para si, mas para os outros, alarga a vida”. A reação de inveja do outro filho que ficou em casa nos faz entender que “também ele, no seu íntimo, deve ‘retornar a casa’ e entender novamente o que é a vida, entender que se vive realmente somente com Deus, com a sua Palavra, na comunhão da própria família, do trabalho; na comunhão da grande Família de Deus”.
Bento XVI completou a sua explicação da parábola com algumas observações: “O Evangelho nos ajuda a entender quem é realmente Deus: Ele é o Pai misericordioso que em Jesus nos ama além de qualquer medida. Os erros que cometemos, apesar de grandes, não investem a fidelidade do seu amor. No sacramento da confissão, podemos sempre partir novamente com a vida: Ele nos acolhe, nos restitui a dignidade de filhos seus… Além disso, esta parábola nos ajuda a entender quem é o homem: não é uma "monade", uma entidade isolada que vive somente para si e deve ter a vida somente para si. Pelo contrário, nós vivemos com os outros, somos criados junto aos outros e somente no estar com os outros, no doar-nos aos outros encontramos a vida... E, finalmente, o homem é uma pessoa livre. Devemos entender o que é a liberdade e o que é somente a aparência da liberdade. A liberdade, poderíamos dizer, é um trampolim para saltar no mar infinito da bondade divina, mas pode se tornar também um plano inclinado sobre o qual escorregar rumo ao abismo do pecado e do mal e perder, assim, também a liberdade e a nossa dignidade.”
Por fim, o Santo Padre recordou que neste tempo de Quaresma a Igreja “nos convida à conversão que, antes de ser um esforço sempre importante para mudar os nossos comportamentos, é uma oportunidade para decidir levantar-nos e partir novamente, ou seja, abandonar o pecado e escolher o retorno a Deus. Façamos – este é o imperativo da Quaresma – façamos juntos este caminho de libertação interior”.
No final da Santa Missa, Bento XVI visitou no ginásio do Instituto Penal para encontrar os jovens e os agentes da Polícia Penitenciaria. “Primeiramente, gostaria de dizer-vos obrigado pela nossa alegria, obrigado por esta preparação. Para mim, é uma grande alegria ter-vos dado um pouco de luz com esta minha visita”, disse o Papa, garantindo: “Sabei que o Papa vos quer bem e vos segue com afeto”. E prosseguiu: “Hoje para vós é um dia de festa, um dia de alegria. A própria liturgia deste domingo inicia com um convite a estar na alegria... Durante a Missa, recordamos que Deus nos ama: eis a fonte da verdadeira alegria. Mesmo tendo tudo aquilo que se deseja se é, às vezes, infeliz; poderia-se ser privado de tudo, até mesmo da liberdade ou da saúde, e estar em paz e na alegria se dentro do coração estiver Deus. O segredo, portanto, está aqui: é preciso que Deus ocupe sempre o primeiro lugar na nossa vida”. (S.L.) (Agência Fides 21/3/2007)
O texto integral da homilia e do discurso do Santo Padre, em italiano
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18 de março de 2007 - Angelus
VATICANO - No Angelus, o Papa recorda que a Eucaristia é “Sacramento da caridade”: “Na Eucaristia, Cristo quis nos dar o seu amor, que o impulsionou a oferecer na cruz a sua vida por nós”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – A fonte da alegria cristã se encontra na Eucaristia, “que Cristo nos deixou como Alimento espiritual, enquanto somos peregrinos nesta terra… A Eucaristia alimenta nos fiéis de todas as épocas essa alegria profunda, que forma um todo com o amor e com a paz, e que tem origem na comunhão com Deus e com os irmãos”. Domingo, 18 de março, o Papa Bento XVI dedicou o seu discurso antes do Angelus ao tema da Eucaristia, “fonte e ápice da vida e da missão da Igreja”, e à recente publicação da Exortação apostólica “Sacramentum caritatis”, que reúne os frutos da XI Assembléia Geral do Sínodo dos Bispos, realizada em outubro de 2005.
“Quero voltar a este importante texto – prosseguiu o Papa -, mas desde já desejo sublinhar que ele é expressão da fé da Igreja universal no Mistério eucarístico, e que se situa em continuidade com o Concílio Vaticano II e com o magistério de meus venerados predecessores Paulo VI e João Paulo II”. No Documento, é realçado o laço da Eucaristia com a Encíclica “Deus caritas est”, por isso o Santo Padre escolheu como título “Sacramentum caritatis”, retomando uma definição de São Tomás de Aquino. “Sim, na Eucaristia Cristo quis nos dar o seu amor, que o impulsionou a oferecer na cruz a sua vida por nós – afirmou Bento XVI -. Na Última Ceia, lavando os pés dos seus discípulos, Jesus nos deixou o mandamento do amor… Mas já que isso é possível somente permanecendo unidos a Ele, como ramos à videira, Ele escolheu permanecer entre nós na Eucaristia, para que nós possamos permanecer n’Ele. Quando, portanto, nos alimentamos com fé do seu Corpo e do seu Sangue, seu amor é transmitido a nós e nos torna capazes, assim, de dar a vida pelos irmãos. Daqui brota a alegria cristã, a alegria do amor.”
O Papa, portanto, invocou a intercessão de Maria, a “Mulher eucaristica" por excelência, “obra-prima da graça divina” enquanto o amor de Deus a tornou imaculada "em sua presença, no amor", e de S. José: “Invoco especialmente esse grande santo para que, crendo, celebrando e vivendo com fé o Mistério Eucarístico, o Povo de Deus seja invadido pelo amor de Cristo e difunda seus frutos de alegria e paz a toda a humanidade.”
Depois da oração mariana, saudando os peregrinos de língua italiana, o Santo Padre dirigiu uma particular saudação ao Comitê de Conexão dos Católicos por uma Civilização do Amor que, “por ocasião da festa de S. José, relança a campanha ‘Adote um pai’, em colaboração com os Institutos missionários, em benefício das famílias pobres nos países em desenvolvimento”. (S.L.) (Agência Fides 21/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre
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21 de março de 2007 – Audiência Geral
VATICANO - “A figura e a obra de Justino marcam a decidida opção da Igreja antiga pela filosofia, pela razão, ao invés da religião dos pagãos”: a catequese do Papa sobre São Justino, o mais importante dos apologistas do século II

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Continuando o ciclo de catequeses sobre os Padres Apostólicos, durante a Audiência Geral de quarta-feira, 21 de março, o Papa Bento XVI falou sobre a figura de São Justino, filosofo e mártir, “o mais importante dos apologistas do século II”. Primeiramente, o Papa explicou o significado da palavra “apologistas”, que “designa esses antigos escritores cristãos que se propunham defender a nossa religião das graves acusações dos pagãos e dos judeus, e difundir a doutrina cristã de uma maneira adaptada à cultura de seu tempo”.
Nascido por volta do ano 100 em Samaria, na Terra Santa, Justino buscou profundamente a verdade, freqüentando as várias escolas da tradição filosófica grega, até quando “um misterioso personagem, um ancião com o qual se encontrou na praia do mar” o fez conhecer a fé cristã. “Fundou uma escola em Roma, onde iniciava gratuitamente os alunos na nova religião, considerada como a verdadeira filosofia – recordou o Papa no seu discurso -. Nela, de fato, havia encontrado a verdade e, portanto, a arte de viver de maneira reta. Por este motivo, foi denunciado e foi decapitado por volta do ano 165.”
As únicas obras que nos sobraram dele são as duas Apologias e o Diálogo com o Hebreu Trifone, no qual “Justino pretende ilustrar antes de tudo o projeto divino da criação e da salvação que se realiza em Jesus Cristo, o «Logos», ou seja, o Verbo eterno, a Razão eterna, a Razão criadora. Cada homem, como criatura racional, participa do «Logos», leva em si uma «semente» e pode vislumbrar a verdade. Desta maneira, o próprio «Logos», que se revelou como figura profética aos judeus na Lei antiga, também se manifestou parcialmente como «sementes de verdade» na filosofia grega. Pois bem, conclui Justino, dado que o cristianismo é a manifestação histórica e pessoal do «Logos» em sua totalidade, «todo o belo que foi expresso por qualquer pessoa pertence a nós, os cristãos»’.”
O Papa Bento XVI recordou que “a figura e a obra de Justino marcam a decidida opção da Igreja antiga pela filosofia, pela razão, ao invés da religião dos pagãos... A filosofia representou, contudo, a área privilegiada do encontro entre paganismo, judaísmo e cristianismo, precisamente no âmbito da crítica à religião pagã e a seus falsos mitos … Justino, e com ele outros apologistas, firmaram a tomada de posição clara da fé cristã pelo Deus dos filósofos contra os falsos deuses da religião pagã. Era a opção pela verdade do ser contra o mito do costume”. Por fim, o Papa lembrou que o termo comum, empregado também por Tertuliano em referência à religião pagã, “pode ser traduzido nos idiomas modernos com as expressões «moda cultural», «moda do momento” e concluiu: “Em uma época como a nossa, caracterizada pelo relativismo no debate sobre os valores e sobre a religião – assim como no diálogo inter-religioso -, esta é uma lição que não se deve esquecer”.
No final da catequese, dirigindo-se aos peregrinos de língua italiana, Bento XVI saudou os fiéis das Dioceses da Sardenha, que vieram a Roma com seus Bispos por ocasião da Visita "ad Limina Apostolorum", com essas palavras: “Caros amigos, na recente Exortação Apostólica evoquei o valor da Eucaristia para a vida da Igreja e de cada cristão. Encorajo também vós a extrair desta admirável fonte a força espiritual necessária para manter-vos fiéis ao Evangelho e testemunhar sempre e em todos os lugares o amor de Deus. E vós, caros Irmãos no Episcopado, "fazendo-vos modelos do Rebanho" (IPt 5,3) não vos cansai de conduzir os fiéis confiados aos vossos cuidados pastorais a uma adesão pessoal e comunitária sempre mais generosa a Cristo.”
Por fim, o Papa lançou um apelo por ocasião do Dia de Luta à Tuberculose: “Em 24 de março será celebrado o Dia Mundial de Luta à Tuberculose. Que esta data favoreça uma maior responsabilidade no tratamento dessa doença e uma solidariedade cada vez mais intensa para com quem sofre por sua causa. Sobre eles e suas famílias, invoco o conforto do Senhor, enquanto encorajo as múltiplas iniciativas de assistência que a Igreja promove neste âmbito.” (S.L.) (Agência Fides 22/3/2007)
O texto integral da catequese do Santo Padre
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=750

22 de março de 2007 – Audiência aos participantes da Sessão Plenária do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde
VATICANO - “Os agentes de saúde cristãos bem sabem que se dá um laço íntimo e indissolúvel entre a qualidade de seu serviço profissional e a virtude da caridade à qual Cristo os chama”: Bento XVI à Plenária do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “A pastoral da saúde é um âmbito evangélico por excelência que recorda a obra de Jesus, bom samaritano da humanidade. Quando passava pelos povos da Palestina anunciando a boa nova do Reino de Deus, acompanhava sempre a pregação com os sinais que realizava sobre os enfermos, curando todos os que eram prisioneiros de todo tipo de enfermidade e doença.” Foi o que recordou o Santo Padre Bento XVI, recebendo em audiência, em 22 de março, os participantes da Sessão Plenária do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde. O Santo Padre destacou que “a saúde do ser humano, de todo o ser humano, foi o sinal que Cristo escolheu para manifestar a proximidade de Deus, seu amor misericordioso que cura o espírito, a alma e o corpo” e isso deve ser sempre a referência fundamental de toda iniciativa neste campo.
“O ser humano tem um dever tanto em resposta a um direito fundamental da pessoa, como porque o tratamento dos indivíduos redunda em benefício da coletividade”, prosseguiu o Papa, que evidencia que “a estima e a confiança dos funcionários da saúde são proporcionais à certeza de que estes defensores da vida por profissão não desprezarão jamais uma existência humana, ainda que seja deficiente, e saberão alentar sempre toda tentativa de cura. O compromisso para oferecer tratamentos deve estender-se, portanto, a todos os seres humanos, com o objetivo de cobrir toda sua existência”.
“Os agentes de saúde cristãos, portanto, bem sabem que se dá um laço íntimo e indissolúvel entre a qualidade de seu serviço profissional e a virtude da caridade à qual Cristo os chama: com o bom cumprimento de seu trabalho, levam precisamente às pessoas o testemunho do amor de Deus. A caridade, como tarefa da Igreja, objeto de reflexão em minha encíclica «Deus caritas est», aplica-se de maneira particularmente significativa na atenção aos enfermos.A história da Igreja testemunha isso, com inumeráveis testemunhos de homens e mulheres que, de forma tanto individual como associada, atuaram neste campo.”
O Santo Padre, portanto, idealmente ofereceu aos presentes as reflexões contidas na Encíclica “Deus caritas est”, com as relativas orientações pastorais sobre o serviço caritativo da Igreja como "comunidade de amor", e acrescentou a esta a Exortação apostólica pós-sinodal, que trata da Eucaristia como "Sacramento da caridade", enquanto “a pastoral da saúde pode extrair continuamente força precisamente da Eucaristia para socorrer eficazmente o ser humano e promovê-lo, segundo a dignidade que lhe é própria. Nos hospitais e nas clínicas, a capela é o coração palpitante em que Jesus se oferece intensamente ao Pai celeste pela vida da humanidade. A Eucaristia, distribuída com dignidade e com espírito de oração aos enfermos, é seiva vital que os consola e infunde em seu espírito luz interior para viver com fé e com esperança a condição da enfermidade e do sofrimento”. (S.L.) (Agência Fides 23/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre, em italiano
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=751

24 de março de 2007 – Audiência aos participantes do Congresso "Os 50 anos dos Tratados de Roma – Valores e perspectivas para a Europa do amanhã", promovido pela Comissão dos Episcopados da Comunidade Européia (COMECE)
VATICANO - “Não se pode pensar em edificar uma autêntica «casa comum», descuidando da identidade própria dos povos … constituída por um conjunto de valores universais, que o cristianismo contribuiu a forjar”: o Papa aos participantes do Congresso promovido pela COMECE

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “Não se pode pensar em edificar uma autêntica «casa comum», descuidando da identidade própria dos povos de nosso continente. Trata-se, de fato, de uma identidade histórica, cultural e moral, antes que geográfica, econômica ou política; uma identidade constituída por um conjunto de valores universais, que o cristianismo contribuiu a forjar, desempenhando deste modo um papel não só histórico, mas de fundamento para a Europa. Estes valores, que constituem a alma do continente, têm de permanecer na Europa do terceiro milênio como «fermento» de civilização.” Foi o que reiterou o Santo Padre Bento XVI aos participantes do Congresso "Os 50 anos dos Tratados de Roma – Valores e perspectivas para a Europa do amanhã", promovido pela Comissão dos Episcopados da Comunidade Européia (COMECE), recebidos em audiência no sábado, 24 de março. “Se, por ocasião do qüinquagésimo aniversário dos Tratados de Roma, os governos da União desejam «aproximar-se» de seus cidadãos – prosseguiu o Papa -, como poderiam excluir um elemento essencial da identidade européia, como é o cristianismo, no qual uma ampla maioria deles segue identificando-se? Não é motivo de surpresa que a Europa de hoje, enquanto quer apresentar-se como uma comunidade de valores, conteste cada vez mais o fato de que tenha valores universais absolutos? Esta singular forma de «apostasia» de si mesma, antes ainda que de Deus, não a leva talvez a duvidar de sua própria identidade?”
Percorrendo o longo caminho do Continente nos últimos 50 anos, o Papa Bento XVI recordou em particular “a reconciliação dos dois «pulmões», oriente e ocidente, unidos por uma história comum” e “a exigência de estabelecer um sadio equilíbrio entre dimensão econômica e social”. “Do ponto de vista demográfico, há que constatar infelizmente que a Europa parece que empreendeu um caminho que poderia levá-la ao fim de sua história. Além de pôr em perigo seu crescimento econômico, pode causar também enormes dificuldades à coesão social e, sobretudo, favorecer um perigoso individualismo, que não tem em conta as conseqüências para o futuro”. Além disso, o Papa evidenciou que “a solidariedade encontra dificuldades, não só no âmbito internacional mas também no propriamente nacional”.
“Uma comunidade que se constrói sem respeitar a autêntica dignidade do ser humano, esquecendo que cada pessoa está criada à imagem de Deus, acaba por não fazer o bem de ninguém – prosseguiu o Pontífice -. Por este motivo, cada vez é mais indispensável que a Europa evite essa atitude pragmática, hoje amplamente difundida, que justifica sistematicamente o compromisso sobre os valores humanos essenciais, como se tratasse da inevitável aceitação de um suposto mal menor… Quando neste pragmatismo se introduzem tendências laicistas ou relativistas, acaba-se por negar aos cristãos o direito próprio de intervir como cristãos no debate público ou, ao menos, desqualifica-se sua contribuição com a acusação de que buscam defender injustificados privilégios. No momento histórico atual e ante os muitos desafios, a União Européia, se quiser garantir adequadamente o estado de direito e promover eficazmente os valores humanos, tem de reconhecer com clareza a existência certa de uma natureza humana estável e permanente, fonte de direitos comuns para todos os indivíduos, inclusive os daqueles que os negam. Neste contexto, há que salvaguardar o direito à objeção de consciência, cada vez que os direitos humanos fundamentais sejam violados.”
Bento XVI declarou-se consciente do quanto seja difícil para os cristãos “defender valentemente esta verdade sobre o homem” e exortou: “Não vos cansai nem vos desencorajai! Sabeis que tendes a tarefa de contribuir na construção, com a ajuda de Deus, de uma nova Europa, realista mas não cínica, rica de ideais e livre de ilusões ingênuas, inspirada na perene e vivificante verdade do Evangelho… Estou seguro de que Deus não deixará de abençoar o esforço generoso de quem, com espírito de serviço, trabalha por construir uma casa comum européia, na qual toda contribuição cultural, social e política esteja orientada ao bem comum”. (S.L.) (Agência Fides 26/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre, em italiano
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24 de março de 2007 – Audiência aos participantes da Peregrinação promovida pela Fraternidade de Comunhão e Libertação, por ocasião dos 25 anos do reconhecimento pontifício da Fraternidade
VATICANO - “Eu vos convido a continuar sobre esta estrada, com uma fé profunda, personalizada e fortemente radicada no vivo Corpo de Cristo, a Igreja”: o Papa aos participantes da Peregrinação promovida pela Fraternidade de Comunhão e Libertação nos 25 anos de reconhecimento pontifício

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “O saudoso João Paulo II… nos confiou esta tarefa: «Ide a todo o mundo para levar a verdade, a beleza e a paz, que se encontram em Cristo Redentor». O pe. Giussani fez daquelas palavras o programa de todo o Movimento, e para Comunhão e Libertação foi o início de uma estação missionária que o levou a 80 países. Hoje, eu vos convido a continuar sobre esta estrada, com uma fé profunda, personalizada, e fortemente radicada no vivo Corpo de Cristo, a Igreja, que garante a contemporaneidade de Jesus conosco.” Este é o convite de Bento XVI aos mais de 80.000 participantes da Peregrinação promovida pela Fraternidade de Comunhão e Libertação, por ocasião dos 25 anos do reconhecimento pontifício da Fraternidade, encontrados na praça S. Pedro ao meio-dia de sábado, 24 de março.
Recordando primeiramente o fundador, Mons. Luigi Giussani, “ao qual me unem tantas recordações e que se tornou um verdadeiro amigo meu”, o Papa destacou que “o Espírito Santo suscitou na Igreja, por meio dele, um Movimento… que testemunhasse a beleza de ser cristãos em uma época em que se difundia a opinião de que o cristianismo fosse algo cansativo e opressor de se viver. O pe. Giussani se empenhou então a despertar nos jovens o amor por Cristo "Caminho, Verdade e Vida", repetindo que somente Ele é a estrada rumo à realização dos desejos mais profundos do coração do homem, e que Cristo não nos salva apesar da nossa humanidade, mas por meio dela”.
Este corajoso sacerdote “buscou a própria Beleza, a Beleza infinita que encontrou em Cristo” e, como afirmou João Paulo II, “a original intuição pedagógica de Comunhão e Libertação está no repropor de modo fascinante e em sintonia com a cultura contemporânea o acontecimento cristão, percebido como fonte de novos valores e capaz de orientar toda a existência.” A vasta e articulada Família espiritual de Comunhão e Libertação foi originada “por um encontro renovado com Cristo” e ainda hoje se oferece “como uma possibilidade de viver de modo profundo e atualizado a fé cristã; de um lado, com uma total fidelidade e comunhão com o Sucessor de Pedro e com os Pastores que garantem o governo da Igreja; de outro, com uma espontaneidade e uma liberdade que permitem novas e proféticas realizações apostólicas e missionárias”.
A Fraternidade de Comunhão e Libertação se insere no vasto florescimento de associações, movimentos e novas realidades eclesiais suscitados pelo Espírito Santo na igreja após o Concílio Vaticano II, como “sinal da fecundidade do Espírito do Senhor, para que se manifeste no mundo a vitória de Cristo ressuscitado e se realize o mandato missionário confiado a toda a Igreja”. O Papa Bento XVI então recordou que, no recente encontro com o clero e os párocos de Roma, convidou a “não apagar os carismas.... se o Senhor nos dá novos dons devemos ser gratos, apesar de, às vezes, serem incômodos. Ao mesmo tempo, já que a Igreja é una, os Movimentos são realmente dons do Espírito Santo, devem naturalmente inserir-se na Comunidade eclesial e servi-la de modo que, no diálogo paciente com os Pastores, possam constituir elementos edificantes para a Igreja de hoje e de amanhã.” (S.L.) (Agência Fides 26/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre, em italiano
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25 de março de 2007 – Homilia por ocasião da visita pastoral à Paróquia de Santa Felicita e Filhos mártires no bairro Fidene, no setor norte da Diocese de Roma
VATICANO - O Papa em visita pastoral à Paróquia de Santa Felicita e Filhos mártires: “Que no caminho quaresmal… nos acompanhe a certeza de que Deus nunca nos abandona e que o seu amor é fonte de alegria e de paz; é força que nos impulsiona potentemente na estrada da santidade, se necessário, também até o martírio”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – No V Domingo de Quaresma, 25 de março, o Santo Padre Bento XVI realizou uma visita pastoral à Paróquia de Santa Felicita e Filhos mártires no bairro Fidene, no setor norte da Diocese de Roma. Na homilia durante a Santa Missa celebrada na igreja paroquial, o Papa destacou “a missão de toda comunidade paroquial, chamada a anunciar o Evangelho e a ser local de acolhimento e de escuta, de formação e de compartilha fraterna, de diálogo e de perdão”. Realizar esta tarefa não é certamente fácil, e evocando a palavra de Deus proclamada na Santa Missa, Bento XVI recordou que “a nossa peregrinação terrena é cheia de dificuldades e de provas, como o caminho do povo eleito no deserto antes de alcançar a terra prometida. Mas a intervenção divina pode torná-lo fácil”. Com efeito, o Senhor deu a cada comunidade cristã “abundantes reservas espirituais para atravessar o deserto deste mundo e transformá-lo em um fértil jardim. Essas reservas são a escuta dócil da sua Palavra, os Sacramentos e todo outro recurso espiritual da liturgia e da oração pessoal. Em definitiva, a verdadeira reserva é o seu amor. O amor que leva Jesus a imolar-se por nós, nos transforma e nos torna capazes de segui-lo fielmente”.
Refletindo sobre o trecho evangélico que narra o episodio da mulher adúltera, o Papa evidenciou algumas indicações concretas: “Jesus não entretém com os seus interlocutores uma discussão teórica: não lhe interessa vencer uma disputa a propósito de uma interpretação da lei mosaica, mas o seu objetivo é salvar uma alma e revelar que a salvação se encontra somente no amor de Deus. Por isso veio sobre a terra, por isso morrerá na cruz e o Pai o ressuscitará no terceiro dia. Jesus veio para nos dizer que nos quer a todos no Paraíso e que o inferno, do qual pouco se fala neste nosso tempo, existe e é eterno para aqueles que fecham o coração ao seu amor. Também neste episódio, portanto, compreendamos que nosso verdadeiro inimigo é a afetividade ao pecado, que pode nos conduzir à falência da nossa existência. Jesus se despede de mulher adúltera com este conselho: "Vai e não peca mais a partir de agora". Ele lhe concede o perdão para que "a partir de agora" não peque mais. Em uma narração análoga, a da pecadora arrependida que encontramos no Evangelho de Lucas, Ele acolhe e manda em paz uma mulher que se arrependeu. Aqui, ao invés, a adúltera recebe o perdão em um mundo incondicionado. Em ambos os casos – para a pecadora arrependida e para a adúltera – a mensagem é única. Em um caso se destaca que não existe perdão sem arrependimento; aqui se evidencia que somente o perdão divino e o seu amor recebido com coração aberto e sincero nos dão a força para resistir ao mal e para "não pecar mais". O comportamento de Jesus se torna, deste modo, um modelo a ser seguido por cada comunidade, chamada a fazer do amor e do perdão o coração pulsante de sua vida.”
Por fim, o Santo Padre concluiu a homilia com esses votos: “No caminho quaresmal que estamos percorrendo e que se aproxima rapidamente ao final, que nos acompanhe a certeza de que Deus nunca nos abbandona e que o seu amor é fonte de alegria e de paz; é força que nos impulsiona potentemente sobre a estrada da santidade, se necessário até o martírio. Assim acontece para os filhos e depois para a corajosa mãe Felicita, padroeiros de vossa Paróquia... Que o exemplo e a intercessão dessas santos sejam para vós um constante encorajamento a seguir a senda do Evangelho sem hesitações e sem comprometimentos”.
(S.L.) (Agência Fides 26/3/2007)
O texto integral da homilia do Santo Padre, em italiano
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25 de março de 2007 - Angelus
VATICANO - Bento XVI no Angelus: “A resposta de Maria ao anjo continua na Igreja, chamada a fazer presente a Cristo na história... os missionários mártires testemunham que o amor de Cristo é mais forte que a violência e o ódio”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “A Anunciação, narrada ao início do Evangelho de São Lucas, é um acontecimento humilde, escondido -- ninguém o viu, só o presenciou Maria --, mas ao mesmo tempo decisivo para a história da humanidade. Quando a Virgem pronunciou seu «sim» ao anúncio do anjo, Jesus foi concebido e com Ele começou a nova era da história, que depois seria sancionada na Páscoa como «nova e eterna Aliança.” Antes de rezar o Angelus com os fiéis reunidos na praça S. Pedro no domingo, 25 de março, o Santo Padre Bento XVI falou sobre a solenidade da Anunciação da Bem-aventurada Virgem Maria, que coincidindo este ano com um Domingo de Quaresma, é celebrada no dia seguinte. “a Anunciação é também uma festa cristológica, pois celebra um mistério central de Cristo: sua Encarnação”, evidenciou o Papa, recordando que o ‘sim’ de Maria é o reflexo perfeito do ‘sim’ do próprio Cristo quando entrou no mundo. A obediência do Filho se reflete na obediência da Mãe e, assim, para o encontro desses dois ‘sim’, Deus pôde assumir uma face humana.”
O Santo Padre recordou o XV Dia de oração e jejum pelos missionários mártires, celebrado no dia precedente, com essas palavras: “A resposta de Maria ao anjo continua na Igreja, chamada a fazer presente a Cristo na história, oferecendo sua própria disponibilidade para que Deus siga visitando a humanidade com sua misericórdia. O «sim» de Jesus e de Maria se renova deste modo no «sim» dos santos, especialmente dos mártires, que são assassinados por causa do Evangelho. Sublinho isso recordando que ontem, 24 de março, aniversário do assassinato de Dom Oscar Romero, arcebispo de de São Salvador, celebrou-se a Jornada de Oração e de Jejum pelos Missionários Mártires: bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos, assassinados no cumprimento de sua missão de evangelização e de promoção humana. Eles, os missionários mártires, como diz o tema deste ano, são «esperança para o mundo», pois testemunham que o amor de Cristo é mais forte que a violência e o ódio. Não buscaram o martírio, mas estiveram dispostos a dar a vida para serem fiéis ao Evangelho. O martírio cristão só se justifica como supremo ato de amor a Deus e aos irmãos.”
Depois da oração do Angelus, Bento XVI recordou que no Domingo de Ramos, com a qual tem início a Semana Santa, se celebrará o XXII Dia Mundial da Juventude, sobre o tema: "Como eu vos amei, amai também vós uns aos outros" (Jo 13,34). “Para nos preparar a este evento e à celebração da Páscoa – disse o Papa -, convido os jovens da Diocese de Roma a uma Liturgia penitencial, que presidirei na tarde de quinta-feira, 29 de março, na Basílica de São Pedro. Aqueles que o desejam terão a possibilidade de se aproximar ao Sacramento da Confissão, verdadeiro encontro com o amor de Deus, do qual todo homem necessita para viver na alegria e na paz.” (S.L.) (Agência Fides 26/3/2007)
Il testo integrale del discorso del Santo Padre
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28 de março de 2007 – Audiência Geral
VATICANO - Bento XVI dedica a sua catequese ao ensinamento de Santo Irineu de Lyon: “Todas as Igrejas têm de estar em harmonia com a igreja de Roma, reconhecendo nela a medida da verdadeira tradição apostólica, da única fé comum da Igreja”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Sobre a figura de Santo Irineu, Bispo de Lyon, “personalidade eminente… primeiramente homem de fé e Pastor”, o Papa Bento XVI dedicou a sua catequese durante a Audiência Geral de quarta-feira, 28 de março. Nascido com muita probabilidade em Smirne (hoje Izmir, na Turquia) por volta de 135-140, se transferiu para a Gália no período de formação da comunidade cristã de Lyon, e Irineu foi enviado a Roma com uma carta de sua comunidade ao Papa Eleutério. Deste modo, Irineu escapou da perseguição de Marco Aurélio, na qual morreram ao menos 48 mártires, entre os quais o próprio Bispo de Lyon, Potino. Ao seu retorno, Irineu foi eleito Bispo de Lyon, cargo que concluiu com o martírio em torno de 202-203.
Do bom Pastor Irineu “tem a prudência, a riqueza de doutrina e o ardor missionário – destacou o Santo Padre -. Como escritor, busca um duplo objetivo: defender a verdadeira doutrina dos assaltos dos hereges e expor com clareza a verdade da fé… Arraigando-se firmemente na doutrina bíblica da criação, Irineu refuta o dualismo e o pensamento gnóstico, que desvalorizam as realidades corporais. Reivindica com decisão a originária santidade da matéria, do corpo e da carne, em igualdade com a do espírito. Mas sua obra vai muito mais além da refutação da heresia: pode-se dizer, de fato, que se apresenta como o primeiro grande teólogo da Igreja, que criou a teologia sistemática; ele mesmo fala do sistema da teologia, ou seja, da coerência interna de toda a fé. No centro de sua doutrina está a questão da «regra da fé» e de sua transmissão. Para Irineu, a «regra da fé» coincide na prática com o «Credo» dos apóstolos e nos dá a chave para interpretar o Evangelho, para interpretar o Credo à luz do Evangelho. O símbolo apostólico, que é uma espécie de síntese do Evangelho, nos ajuda a compreender o que quer dizer, a maneira como temos que ler o próprio Evangelho”.
O Santo Padre evidenciou que, segundo Irineu, “o verdadeiro ensinamento não é o inventado pelos intelectuais, superando a fé simples da Igreja. O verdadeiro Evangelho é o ministrado pelos bispos que o receberam graças a uma corrente ininterrupta da revelação de Deus. Deste modo, diz Irineu, não há uma doutrina secreta por detrás do Credo comum da Igreja. Não há um cristianismo superior para intelectuais. A fé confessada publicamente pela Igreja é a fé comum de todos. Só é apostólica esta fé, procede dos apóstolos, ou seja, de Jesus e de Deus. Ao aderir a esta fé transmitida publicamente pelos apóstolos a seus sucessores, os cristãos têm de observar o que dizem os bispos, têm de considerar especificamente o ensinamento da Igreja de Roma, preeminente e antiqüíssimo. Esta Igreja, por causa de sua antigüidade, tem a maior apostolicidade: de fato, tem sua origem nas colunas do colégio apostólico, Pedro e Paulo. Todas as Igrejas têm de estar em harmonia com a igreja de Roma, reconhecendo nela a medida da verdadeira tradição apostólica, da única fé comum da Igreja.”
Segundo Irineu, o genuíno conceito da Tradição apostólica pode ser resumido em três pontos: a) A Tradição apostólica é "pública", não privada ou secreta. “Para Irineu, não há dúvida alguma de que o conteúdo da fé transmitida pela Igreja é o recebido dos apóstolos e de Jesus, o Filho de Deus. Não há outro ensinamento”. b) A Tradição apostólica é "única" nos seus conteúdos fundamentais, e porque é única, “cria unidade através dos povos, através das diferentes culturas, através de povos diferentes; é um conteúdo comum como a verdade, apesar das diferentes línguas e culturas”. c) A Tradição apostólica é "pneumática", ou seja espiritual, guiada pelo Espírito Santo. “Não se trata de uma transmissão confiada à capacidade dos homens mais ou menos instruídos, mas ao Espírito de Deus, que garante a fidelidade da transmissão da fé. Esta é a «vida» da Igreja, que a torna sempre jovem, ou seja, fecunda de muitos carismas”.
O Papa concluiu recordando que, para Irineu, “a fé da Igreja deve ser transmitida de maneira que apareça como tem de ser, ou seja, «pública», «única», «pneumática», «espiritual»… A doutrina de Irineu é como uma «senda mestra» para esclarecer a todas as pessoas de boa vontade o objetivo e os confins do diálogo sobre os valores, e para dar um impulso sempre novo à ação missionária da Igreja, à força da verdade que é a fonte de todos os autênticos valores do mundo.” (S.L.) (Agência Fides 29/3/2007)
O texto integral da catequese do Santo Padre
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29 de março de 2007 – Encontro com os jovens da Diocese de Roma em preparação ao XXII Dia mundial da Juventude
VATICANO - Papa Bento XVI aos jovens da Diocese de Roma: “Saindo dessa celebração, com os corações repletos da experiência do amor de Deus, estejais preparados a "ousar" o amor nas vossas famílias, nas relações com os vossos amigos e também com que vos ofendeu”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Em preparação ao XXII Dia mundial da Juventude, que será celebrado em todas as Dioceses em 1° de abril, Domingo de Ramos, o Santo Padre Bento XVI encontrou os jovens da Diocese de Roma na tarde de quinta-feira, 29 de março, para a Celebração da Penitência na Basílica Vaticana. “É um encontro em torno da Cruz, uma celebração da misericórdia de Deus, que no Sacramento da confissão cada um de vós poderá experimentar pessoalmente – disse o Santo Padre na homilia -. No coração de cada homem, mendicante de amor, há sede de amor... Sobretudo o cristão não pode viver sem amor. Ou melhor, se não encontra o amor verdadeiro, não pode dizer-se nem mesmo plenamente cristão... O amor de Deus por nós, iniciado com a criação, se fez visível no mistério da Cruz... Sim, a Cruz revela a plenitude do amor de Deus por nós. Um amor crucifixo, que não se detém no escândalo da Sexta-feira Santa, mas culmina na alegria da Ressurreição e Ascensão ao céu e no dom do Espírito Santo, Espírito de amor por meio do qual, inclusive esta noite, serão perdoados os pecados e concedidos o perdão e a paz.”
O Santo Padre recordou que o amor de Deus pelo homem “se expressa em plenitude sobre a Cruz… no sacrifício da Cruz, Deus continua a repropor o seu amor, a sua paixão pelo homem”. Então, dirigindo-se aos jovens, prosseguiu: “Com o Batismo, vós já nasceis para a vida nova em virtude da graça de Deus. Porém, porque esta vida nova não suprimiu a fraqueza da natureza humana nem a inclinação ao pecado, nos é dada a oportunidade de nos aproximar ao Sacramento da confissão. Toda vez que o fizerdes com fé e devoção, o amor e a misericórdia de Deus moverão o vosso coração, depois de um atento exame de consciência, em direção ao ministro de Cristo. A Ele, e assim ao próprio Cristo, vós exprimais a dor pelos pecados cometidos, com o firme propósito de não pecar mais no futuro e com a disponibilidade de acolher com alegria os atos de penitência que ele vos indicar para reparar o dano causado pelo pecado... Com o banho penitencial deste Sacramento, somos readmitidos à plena comunhão com Deus e com a Igreja, companhia confiável porque ‘sacramento universal de salvação’.”
Retomando o versículo evangélico que constitui o tema do XXII Dia Mundial da Juventude - "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei" (Jo 13,34) -, o Papa Bento XVI prosseguiu: “Cristo nos chama a si para unir-se a cada um de nós, para que nós aprendamos a amar os irmãos com o seu mesmo amor, como Ele nos amou. Hoje, como sempre, necessita-se muito de uma renovada capacidade de amar os irmãos. Saindo dessa celebração, com os corações repletos da experiência do amor de Deus, estejais preparados a "ousar" o amor nas vossas famílias, nas relações com os vossos amigos e também com que vos ofendeu. Estejais preparados a incidir com um testemunho autenticamente cristão nos ambientes de estudo e de trabalho, a comprometer-vos nas comunidades paroquiais, nos grupos, nos movimentos, nas associações e em todo âmbito da sociedade”.
Aos jovens noivos, o Papa dirigiu um convite a viver o noivado “no amor verdadeiro, que comporta sempre o recíproco respeito, casto e responsável”, e às pessoas que o Senhor chama a uma vida de particular consagração, a estarem prontos “a responder com um ‘sim’ generoso e sem comprometimentos”. Por fim, concluiu a homilia com esta exortação: “Caros jovens, o mundo aguarda esta vossa contribuição para a edificação da ‘civilização do amor’. O horizonte do amor é realmente sem fronteiras: é o mundo inteiro!... Não vos desencorajais e tenhais sempre confiança em Cristo e na sua Igreja!” (S.L.) (Agência Fides 30/3/2007)
O texto integral da homilia do Santo Padre, em italiano
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31 de março de 2007 - Mensagem ao IX Fórum internacional dos Jovens
VATICANO - Mensagem do Papa Bento XVI aos participantes do IX Fórum internacional dos Jovens: “Hoje, mais do que nunca, é necessário e urgente proclamar ‘o Evangelho do trabalho’, viver como cristãos no mundo do trabalho e se tornar apóstolos entre os trabalhadores”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – A necessidade de “valorizar a dimensão humana do trabalho e de tutelar a dignidade da pessoa”, enquanto “a referência última de toda atividade humana só pode ser o homem, criado à imagem e semelhança de Deus”, foi sublinhada pelo Santo Padre Bento XVI na sua Mensagem enviada ao Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, Dom Stanisław Ryłko, aos participantes do IX Fórum internacional dos Jovens sobre o tema "Testemunhas de Cristo no mundo do trabalho”, que se realiza em Rocca di Papa (veja Fides 21/3/2007).
Destacando a particular atualidade do tema escolhido, o Santo Padre evidencia as inúmeras transformações dos últimos tempos, “que modificaram radicalmente a fisionomia e as condições do mercado de trabalho. Se, de um lado, os progressos realizados suscitaram novas esperanças nos jovens; de outro, criaram frequentemente neles formas preocupantes de marginalização e de exploração, com crescentes situações de dificuldade pessoal”. Aumentam as dificuldades para se obter um emprego que responda às atitudes pessoais e aos estudos realizados, com o agravante da incerteza de poder manter no tempo um emprego mesmo que modesto. “O processo de globalização em ato no mundo provocou uma exigência de mobilidade que obriga inúmeros jovens a emigrar e a viver longe do país de origem e da própria família. E isso provoca em muitos um inquietante sentido de insegurança, com indubitáveis repercussões sobre a capacidade não somente de imaginar e de colocar em ato um projeto para o futuro, mas até mesmo de se comprometer concretamente no matrimônio e na formação de uma família”.
A Igreja sempre teve uma atenção constante em relação à questão social e, em particular, ao mundo do trabalho, como testemunham em especial as três Encíclicas: “Rerum novarum” (1891), “Quadragesimo anno” (1931) e “Laborem exercens” (1981). “Esses documentos pontifícios – disse o Papa Bento XVI – evocam com força a necessidade de valorizar a dimensão humana do trabalho e de tutelar a dignidade da pessoa: com efeito, a referência última de toda atividade humana só pode ser o homem, criado à imagem e semelhança de Deus. Uma análise aprofundada da situação, de fato, conduz a constatar que o trabalho faz parte do projeto de Deus sobre o homem e que este é participação à sua obra criadora e redentora. E, portanto, toda atividade humana deveria ser ocasião e local de crescimento dos indivíduos e da sociedade, desenvolvimento dos ‘talentos’ pessoais a serem valorizados e colocados a serviço ordenado do bem comum, em espírito de justiça e de solidariedade. Para os fiéis, pois, a finalidade última do trabalho é a construção do Reino de Deus.”
Depois de convidar os jovens participantes do Fórum “a fazer tesouro do diálogo e da reflexão desses dias”, o Papa Bento XVI destaca: “Hoje, mais do que nunca, é necessário e urgente proclamar ‘o Evangelho do trabalho’, viver como cristãos no mundo do trabalho e se tornar apóstolos entre os trabalhadores. Mas para realizar esta missão, é preciso permanecer unidos a Cristo com a oração e com uma intensa vida sacramental, valorizando a tal fim, de maneira especial, o Domingo, que é Dia dedicado ao Senhor”. Por fim, o Santo Padre encoraja os jovens “a não perder a coragem diante das dificuldades” e recorda-lhes o evento na praça S. Pedro para a solene celebração do Domingo de Ramos e do XXII Dia Mundial da Juventude. Recordando a Mensagem por ele enviada para esta ocasião, Bento XVI conclui: “Não basta somente se tornar mais ‘competitivos’ e ‘produtivos’, é preciso ser ‘testemunhas da caridade’. Somente assim, com efeito, com o suporte também das respectivas paróquias, movimentos e comunidades, em que é possível fazer experiência da grandeza e da vitalidade da Igreja, os jovens de hoje serão capazes de viver o trabalho como uma vocação e uma verdadeira missão.” (S.L.) (Agência Fides 31/3/2007)
O texto integral da Mensagem do Santo Padre, em italiano
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VERBA PONTIFICIS

Confissão
O mundo contemporâneo continua a apresentar as contradições oportunamente evidenciadas pelos Padres do Concílio Vaticano II (cf. Constituição Pastoral Gaudium et spes, 4-10): vemos uma humanidade que gostaria de ser auto-suficiente, onde não poucos se julgam capazes de poder renunciar a Deus para viver bem; no entanto, quantos parecem tristemente condenados a enfrentar dramáticas situações de vazio existencial, quanta violência ainda existe na terra, quanta solidão pesa na alma do homem da era da comunicação! Em síntese, hoje parece ter-se perdido o "sentido do pecado", mas em compensação aumentaram os "complexos de culpa". Quem poderá libertar o coração dos homens deste jugo de morte, senão Aquele que, morrendo, derrotou para sempre o poder do mal com a omnipotência do amor divino? Como recordava São Paulo aos cristãos de Éfeso, "Deus é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, estando nós mortos pelos nossos delitos, deu-nos a vida juntamente com Cristo" (Ef 2, 4). No sacramento da Confissão, o sacerdote é instrumento deste amor misericordioso de Deus, que na fórmula da absolvição dos pecados invoca: "Deus, Pai de misericórdia, que reconciliou em si o mundo na morte e ressurreição do seu Filho, e infundiu o Espírito Santo para a remissão dos pecados, te conceda mediante o ministério da Igreja o perdão e a paz". (16 de março de 2007 – Audiência aos participantes do Curso organizado pela Penitenciaria Apostólica)

Conversão
“Eis, portanto, o ponto ao qual Jesus deseja guiar os seus ouvintes: a necessidade da conversão. Não a propõe em termos moralistas, mas realistas, como a única resposta adequada a acontecimentos que põem em crise as certezas humanas. Perante certas desgraças adverte Ele não serve descarregar a culpa sobre as vítimas. A verdadeira sabedoria é antes deixar-se interpelar pela precariedade da existência e assumir uma atitude de responsabilidade: fazer penitência e melhorar a nossa vida. É esta a sabedoria, é esta a resposta mais eficaz ao mal, de qualquer tipo, interpessoal, social e internacional. Cristo convida a responder ao mal antes de tudo com um sério exame de consciência e com o compromisso de purificar a própria vida. Caso contrário diz morreremos, todos morreremos do mesmo modo. De facto, as pessoas e as sociedades que vivem sem nunca se questionarem têm como único destino final a ruína. A conversão, ao contrário, mesmo se não preserva dos problemas e das desventuras, permite enfrentá-los de "modo" diferente. Antes de tudo ajuda a prevenir o mal, cortando certas ameaças. E, contudo, permite vencer o mal com o bem, se nem sempre no plano dos factos que por vezes são independentes da nossa vontade certamente no plano espiritual. Em síntese: a conversão vence o mal na sua raiz que é o pecado, mesmo se nem sempre pode evitar as suas consequências”. (11 de março de 2007 – Angelus)

Eucaristia
“Na passada terça-feira foi apresentada a Exortação Apostólica pós-sinodal Sacramentum Caritatis, que tem como tema precisamente a Eucaristia, fonte e ápice da vida e da missão da Igreja. Elaborei-a recolhendo os frutos da XI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, realizada no Vaticano em Outubro de 2005. Espero voltar sobre este importante texto, mas desde agora desejo ressaltar que ele é expressão da fé da Igreja universal no Mistério eucarístico, e coloca-se em continuidade com o Concílio Vaticano II e com o magistério dos meus venerados predecessores Paulo VI e João Paulo II. Neste Documento eu quis, entre outras coisas, ressaltar o seu vínculo com a Encíclica Deus caritas est: eis por que escolhi como título Sacramentum Caritatis, retomando uma bonita definição da Eucaristia de São Tomás de Aquino (cf. Summa Th., III, q. 73, a. 3, ad 3), "Sacramento da caridade". Sim, na Eucaristia Cristo quis doar-nos o seu amor, que o levou a oferecer na cruz a vida por nós. Na última Ceia, lavando os pés dos discípulos, Jesus deixou-nos o mandamento do amor: "Assim como Eu vos amei, vós também vos deveis amar uns aos outros" (Jo 13, 34). Mas isto só é possível se permanecermos unidos a Ele, como os ramos à videira (cf. Jo 15, 1-8), ele mesmo escolheu permanecer entre nós na Eucaristia para que pudéssemos permanecer com Ele. Portanto, quando nos alimentamos com fé do seu Corpo e do seu Sangue, o seu amor vem a nós e torna-nos capazes por nossa vez de dar a vida pelos fiéis (cf. 1 Jo 3, 16) e não de a termos para nós mesmos. Daqui brota a alegria cristã, a alegria de amar e de ser amados.” (18 de março de 2007 – Angelus)

Europa
“De tudo isto sobressai com clareza o facto de que não se pode pensar em edificar uma autêntica "casa comum" europeia, descuidando a própria identidade dos povos deste nosso continente. Com efeito, trata-se mais de uma identidade histórica, cultural e moral, do que geográfica, económica ou política; uma identidade constituída por um conjunto de valores universais, que o Cristianismo contribuiu para forjar, adquindo assim um papel não somente histórico, mas instituinte em relação à Europa. Tais valores, que constituem a alma do continente, devem permanecer na Europa do terceiro milénio como "fermento" de civilização. Efectivamente, sem eles como poderia o "velho" continente continuar a desempenhar a função de "fermento" para o mundo inteiro? Se, por ocasião do 50º aniversário dos Tratados de Roma, os governos da União desejam "aproximar-se" dos seus cidadãos, como poderiam excluir um elemento essencial da identidade europeia, como o Cristianismo, no qual uma vasta maioria deles ainda continua a identificar-se? Não é motivo de surpresa que a Europa contemporânea, enquanto aspira a apresentar-se como uma comunidade de valores, parece cada vez mais frequentemente contestar o facto de que existem valores universais e absolutos? Esta singular forma de "apostasia" de si mesma, antes ainda que de Deus, não a induz porventura a duvidar da sua própria identidade? Deste modo, termina-se por difundir a convicção de que a "ponderação dos bens" é o único caminho para o discernimento moral, e que o bem comum é sinónimo de compromisso. Na realidade, se o compromisso pode constituir um equilíbrio legítimo de diferentes interesses particulares, transforma-se em mal comum todas as vezes que comporta acordos prejudiciais à natureza humana. Uma comunidade que se constrói sem respeitar a autêntica dignidade do ser humano, esquecendo-se que cada pessoa é criada à imagem de Deus, termina por não fazer o bem a ninguém. Eis por que motivo parece cada vez mais indispensável que a Europa evite aquela atitude pragmática, hoje amplamente difundida, que justifica de maneira sistemática o compromisso a respeito dos valores humanos essenciais, como se fosse a aceitação inevitável de um presumível mal menor. Este pragmatismo, apresentado como equilíbrio realista, em última análise não é assim, precisamente porque nega a dimensão de valor e de ideal, inerente à natureza humana. Além disso, quando em tal pragmatismo se inserem tendências e correntes laicistas e relativistas, termina-se por negar aos cristãos o próprio direito de intervir como tais no debate público ou, pelo menos, desqualifica-se a sua contribuição com a acusação de desejar salvaguardar privilégios injustificados. No actual momento histórico, e diante dos numerosos desafios que o caracterizam, para ser uma válida garante do estado de direito e uma promotora eficaz dos valores universais, a União Europeia não pode deixar de reconhecer claramente a existência segura de uma natureza humana estável e permanente, manancial de direitos comuns de todos os indivíduos, inclusive daquelas mesmas pessoas que os negam. Neste contexto, há que salvaguardar o direito à objecção de consciência, todas as vezes que forem violados os direitos humanos fundamentais”. (24 de março de 2007 - Audiência aos participantes do Congresso "Os 50 anos dos Tratados de Roma – Valores e perspectivas para a Europa do amanhã", promovido pela Comissão dos Episcopados da Comunidade Européia (COMECE))

Enfermos
“Esta vossa reunião não se propõe aprofundar um tema específico, mas sim, verificar o estado de realização do programa que definistes precedentemente e, portanto, determinar as finalidades futuras. Por isso, encontrar-me convosco numa circunstância como esta proporciona-me a alegria, por assim dizer, de fazer com que cada um de vós sinta a proximidade concreta do Sucessor de Pedro e, através dele, de todo o Colégio episcopal no vosso serviço eclesial. De facto, a pastoral da saúde constitui um âmbito particularmente evangélico, que evoca de modo imediato a obra de Jesus, bom Samaritano da humanidade. Quando passava através dos povoados da Palestina, anunciando a boa nova do Reino de Deus, Ele acompanhava sempre a pregação com os sinais que realizava sobre os doentes, curando quantos eram prisioneiros de todos os tipos de doença e de enfermidade. A saúde do homem, do homem todo, foi o sinal que Cristo escolheu previamente para manifestar a proximidade de Deus, o seu amor misericordioso que purifica o espírito, a alma e o corpo. Caros amigos, seja sempre esta a referência fundamental de cada uma das vossas iniciativas: o seguimento de Cristo, que os Evangelhos nos apresentam como "Médico" divino. É esta perspectiva bíblica que valoriza o princípio ético natural do dever do cuidado pelo doente, com base no qual cada existência humana deve ser defendida em conformidade com as particulares dificuldades em que se encontra e segundo as nossas possibilidades concretas de ajuda. Socorrer o ser humano é um dever, quer em resposta a um direito fundamental da pessoa, quer porque o cuidado pelos indivíduos redunda em benefício da colectividade. A ciência médica progride, enquanto aceita repôr sempre em discussão o diagnóstico e o método de cura, no pressuposto de que os dados precedentemente adquiridos e os limites presumíveis podem ser ultrapassados. De resto, a estima e a confiança em relação aos agentes de saúde são proporcionados à certeza de que estes defensores profissionais da vida jamais desprezarão uma só existência humana, por mais diminuída que seja, saberão encorajar sempre as tentativas de cura. Portanto, o compromisso em prol da cura deve ser ampliado a cada ser humano, com a intenção de tutelar toda a sua existência. Com efeito, o conceito moderno do cuidado pela saúde é a promoção humana: da cura do doente aos cuidados de prevenção, com a busca do maior desenvolvimento humano, favorecendo um adequado ambiente familiar e social”. (22 de março de 2007 – Audiência aos participantes da Sessão Plenária do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde)

Missionários mártires
“"Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra". A resposta de Maria ao Anjo prolonga-se na Igreja, chamada a tornar presente Cristo na história, oferecendo a própria disponibilidade para que Deus possa continuar a visitar a humanidade com a sua misericórdia. O "sim" de Jesus e de Maria renova-se assim no "sim" dos santos, especialmente dos mártires, que são mortos por causa do Evangelho. Ressalto-o recordando que ontem, 24 de Março, aniversário do assassínio de Mons. Oscar Romero, Arcebispo de São Salvador, foi celebrado o Dia de oração e jejum pelos missionários mártires: bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos que perderam a vida no cumprimento da sua missão de evangelização e promoção humana. Eles, os missionários mártires, como diz o tema deste ano, são "esperança para o mundo", porque testemunham que o amor de Cristo é mais forte que a violência e que o ódio. Não procuraram o martírio, mas estiveram prontos a dar a vida para permanecer fiéis ao Evangelho. O martírio cristão justifica-se apenas como acto supremo de amor a Deus e aos irmãos”. (25 de março de 2007 – Angelus)

Óbolo di de São Pedro
“A antiga prática do Óbolo de São Pedro, de certa forma já em vigor nas primeiras Comunidades cristãs, brota da consciência de que cada fiel está chamado a sustentar também materialmente a obra de evangelização e, ao mesmo tempo, a socorrer com generosidade os pobres e os necessitados, recordando-se das palavras de Jesus: "Sempre que fizerdes isto a um destes Meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes" (Mt 25, 39). Graças à comparticipação de recursos materiais, lemos nos Actos dos Apóstolos que "entre eles não havia ninguém necessitado, pois todos os que possuíam terras ou casas vendiam-nas, traziam o produto da venda e depositavam-no aos pés dos Apóstolos" (Act 4, 34s); e ainda: "os discípulos cada qual segundo as suas posses, resolveram, então, enviar socorros aos irmãos da Judeia" (At 11,29)”. (8 de março de 2007 – Audiência aos sócios do Círculo de São Pedro)
“Esta prática eclesial foi-se desenvolvendo com o passar dos séculos, adaptando-se às diversas exigências dos tempos e prossegue ainda hoje. Em cada diocese, em cada paróquia e comunidade religiosa de facto é recolhido anualmente o Óbolo de São Pedro, que depois é enviado ao centro da Igreja para ser distribuído segundo as necessidades e os pedidos que chegam ao Papa de todas as partes da terra. Na história da Igreja houveram momentos nos quais o apoio económico dos cristãos ao Sucessor de Pedro se manifestou particularmente significativo, como podemos facilmente compreender de quanto, por exemplo, escrevia o beato Papa Pio IX na Encíclica Saepe venerabilis de 5 de Agosto de 1871: "Recebemos, mais abundante que de costume, o óbolo, com o qual pobres e ricos se esforçaram por socorrer a pobreza que nos foi causada; vários e nobres dons, e um maravilhoso tributo das artes cristãs e dos engenhos, particularmente adequado para aumentar a dupla potestade, espiritual e real, a nós concedida por Deus" (Ench. Enc., 2, n. 452, p. 609). (8 de março de 2007 – Audiência aos sócios do Círculo de São Pedro)

Quaresma
“Desejo agradecer a quantos me acompanharam com a oração, nos dias passados, durante os Exercícios Espirituais. Encorajo todos, neste tempo de Quaresma, a procurar o silêncio e o recolhimento, para dar espaço à oração e à meditação da Palavra de Deus”. (4 de março de 2007 – Angelus)
“Prezados amigos, estamos no tempo da Quaresma, dos quarenta dias antes da Páscoa. Neste tempo de Quaresma a Igreja ajuda-nos a percorrer este caminho interior e convida-nos à conversão que, antes de ser um esforço sempre importante para mudar os nossos comportamentos, é uma oportunidade para decidir levantar-nos e recomeçar, ou seja, abandonando o pecado e escolhendo voltar para Deus. Percorramos este é o imperativo da Quaresma juntos este caminho de libertação interior. Cada vez que, como hoje, participamos na Eucaristia, fonte e escola do amor, tornamo-nos capazes de viver este amor, de anunciá-lo e de testemunhá-lo com a nossa vida. Porém, é preciso que decidamos caminhar rumo a Jesus, como fez o filho pródigo, voltando interior e exteriormente ao pai. Ao mesmo tempo, devemos abandonar a atitude egoísta do filho mais velho, seguro de si, que condena facilmente os outros, fecha o coração à compreensão, ao acolhimento e ao perdão dos irmãos, e esquece que também ele tem necessidade do perdão. Obtenham-nos este dom Maria Virgem e São José, meu padroeiro, cuja festa será amanhã, e que agora invoco de modo particular sobre cada um de vós e sobre as pessoas que vos são queridas”. (18 de março de 2007 – Homilia por ocasião da visita ao Instituto Penal Juvenil "Casal del Marmo" de Roma)

Santo Inácio
“Como se vê, Inácio é verdadeiramente o "doutor da unidade": unidade de Deus e unidade de Cristo (não obstante as várias heresias que começavam a circular e dividiam o homem e Deus em Cristo), unidade da Igreja, unidade dos fiéis "na fé e na caridade, das quais nada há de mais excelente" (Aos Esmirnenses 6, 1). Para concluir, o "realismo" de Inácio convida os fiéis de ontem e de hoje, convida todos nós a uma síntese progressiva entre configuração com Cristo (união com Ele, vida n'Ele) e dedicação à sua Igreja (unidade com o Bispo, serviço generoso à comunidade e ao mundo). Em resumo, é necessário alcançar uma síntese entre comunhão da Igreja no seu interior e missão proclamação do Evangelho para os outros, até quando, através de uma dimensão se manifeste a outra, e os crentes "possuam" cada vez mais "aquele espírito indiviso, que é o próprio Jesus Cristo" (Aos Magnésios 15). Implorando do Senhor esta "graça de unidade", e na convicção de presidir à caridade de toda a Igreja (cf. Aos Romanos, Prólogo), dirijo a vós os mesmos votos que concluem a carta de Inácio aos cristãos de Trali: "Amai-vos uns aos outros com um coração indiviso. O meu espírito oferece-se em sacrifício por vós, não só agora, mas também quando tiver alcançado Deus... Que possais ser encontrados em Cristo sem mancha" (13). E rezemos para que o Senhor nos ajude a alcançar esta unidade e a sermos encontrados finalmente sem mancha, porque é o amor que purifica as almas”. (14 de março de 2007 – Audiência Geral)


INTERVENTUS SUPER QUAESTIONES

Mulher
Pequim - “Obrigado irmãs, mães e obrigado a todas as mulheres presentes e ausentes. Obrigado pelo papel e a extraordinária contribuição que deram para a vida da Igreja e da sociedade. Hoje, vocês são sempre mais protagonistas na diocese, nas paróquias, nas comunidades eclesiais de base, sobretudo aquelas que se encontram em situações muito difíceis. A minha primeira catequista foi uma mulher, minha mãe.” O sacerdote que celebrou a Santa Missa esta manhã, 8 de março, na paróquia de S. Salvador em Pequim, dirigiu essas calorosas palavras às mulheres que festejam seu Dia. Falando do papel das mulheres, um sacerdote de Pequim disse à Fides: “Eu, pessoalmente, não poderia imaginar a nossa comunidade sem a presença das irmãs, como poderia colher os frutos da evangelização? A imagem da mulher penetrou a vida da Igreja. Normalmente, são sempre elas a responder por primeiro a qualquer necessidade da Igreja, a mobilizar todos os conhecidos a contribuir…. ”.
No final, o sacerdote concluiu: “Na longa história do martírio na China, existem também tantas mulheres que pagaram com a própria vida sua fé. Somente no século XX, houve dezenas de mulheres mártires. Hoje, as católicas chinesas continuam caminhando nas pegadas dessas mártires, continuando a ser as protagonistas da vida da Igreja”. (NZ)(Agência Fides 08/03/2007)

Família
Guayaquil - Abriu-se ontem, 21 de março, o Primeiro Congresso nacional “Pró-Vida e Família”, que se está realizando na cidade de Guayaquil (Equador) sobre o tema “A Verdade integral sobre a Vida e a Família”, organizado pela Conferência Episcopal Equatoriana, pela Arquidiocese de Guayaquil e o Conselho Equatoriano dos Leigos Católicos. O encontro conta com a presença de mais de 3.500 pessoas entre oradores e especialistas, pais, líderes, profissionais, representantes de todas as Igrejas particulares do Equador.
O objetivo geral do encontro é convidar todas as pessoas de boa-vontade do Equador a evidenciar e denunciar a cultura de morte, proclamar a verdade integral sobre a vida e a família à luz do Evangelho, da Doutrina da Igreja e do conhecimento científico. Entre os objetivos específicos, emergem: analisar, evidenciar, e denunciar a partir de fatos concretos o ataque permanente à vida, à família e à Igreja; basear a cultura da vida e da família como santuário da vida, à luz do Evangelho, da Doutrina da Igreja e dos conhecimentos científicos; empenhar todas as pessoas de boa-vontade a promover ações evangelizadoras a favor da vida e da família; elaborar propostas que levem a assumir a defesa e a promoção integral da vida e da família em todas as Igrejas particulares do país; reforçar a Rede Pró-Vida em todos os níveis; celebrar o Dia Nacional da Criança Não-Nascida, que coincide com o aniversário da Consagração do Equador ao sagrado Coração de Jesus e Maria; elaborar pronunciamentos e declarações como frutos do Congresso e difundi-los em nível nacional.
O Congresso foi aberto quarta-feira 21 de março à tarde, com a Santa Missa na Catedral de Guayaquil, presidida por Dom Antonio Arregui Yarza, Arcebispo de Guayaquil, e concelebrada pelos Bispos da Conferência Episcopal Equatoriana. As conferências magistrais serão oferecidas pelo Card. Juan Luis Cipriani, Arcebispo de Lima (Peru), sobre o tema “A Vida Humana é Sagrada” no dia 22 de março, e pelo Card. Pedro Rubiano, Arcebispo de Bogotá, (Colômbia), que falará sobre “A família é o santuário da Vida”, no dia 23 de março. Enfim, o Card. Antonio González Zumárraga, Arcebispo emérito de Quito (Equador), em 24 de março, exporá o tema “As leis devem proteger a vida e a família”.
Entre os outros temas abordados simultaneamente em diferentes locais no Congresso, figuram: Atentados contra a vida na família; Educação ao amor: afetividade e sexualidade; Contracepção e aborto; Educação sexual; Atentados contra a vida na sociedade; Dignidade das pessoas (síndrome pós-aborto); A Globalização e seu impacto na família; Realidade familiar e seu impacto nos jovens; Novas ameaças para a família; Co-responsabilidade na educação dos filhos; a Vida e a Família na Legislação atual; Os católicos diante de leis injustas.
O encerramento do Congresso será domingo, 25 de março, que coincide com a celebração do Dia da Criança não-nascida: serão lidas as resoluções finais e em seguida, será celebrada uma Santa Missa de encerramento do evento. Durante o Congresso, permanecerá aberta a “Expo-feira Pró Vida e Família”. Sexta-feira, 23 de março, está previsto um festival para a Vida e a Família, enquanto sábado, 24, haverá uma peregrinação. (RG) (Agência Fides 22/3/2007)
Madri - “Como Pastores do ‘Povo da Vida’ devemos denunciar o estender-se na nossa sociedade de uma verdadeira "cultura" da morte, uma visão do homem que deixa sem fundamento os seus direitos fundamentais e dilui na consciência social o valor da vida e da dignidade da pessoa”: assim se pronunciam os Bispos espanhóis em uma Mensagem da Subcomissão Episcopal para a Família e a Vida, por ocasião da celebração no domingo, 25 de março, do Dia da Vida. Os Bispos afirmam que, neste momento, "as recentes mudanças legislativas fizeram de modo que a Espanha tenha uma das legislações que menos protegem a vida humana em todo o mundo” e, de outra parte, “tem instituições que promovem a promiscuidade sexual”, além disso, “diversos grupos de pressão e muitos meios de comunicação promovem a regulação legal do aborto livre e da eutanásia". Encontramo-nos diante de um verdadeiro “desafio cultural" - continua a Mensagem -, uma mudança sem precedentes no coração e na consciência de nossas famílias e da sociedade. “Este desafio requer uma resposta em diversos níveis."
Entre as respostas que podem ser dadas para a situação atual, em primeiro lugar os Bispos sinalizam a ajuda eficaz às mães, recordando que "não basta encorajar uma mulher a superar as pressões que a impulsionam ao aborto se não se oferecem os meios para fazê-lo". Em muitas ocasiões, o aborto acontece “porque a mulher se sente sozinha”, por isso, “a sociedade tem a responsabilidade de oferecer a essas mulheres a possibilidade de escolher que seu filho nasça”. Mas primeiramente, segundo os Bispos, é necessária uma verdadeira conversão que gere uma cultura da vida. “Todos contribuímos à cultura da morte quando nos submetemos à mentalidade consumista, quando fazemos do poder, do dinheiro, do status ou do sucesso social os critérios que regulam a valor da vida humana”, por isso, a conversão é a primeira responsabilidade dos católicos. Depois, se requer também a presença de “pessoas públicas que se comprometam pela causa da vida. Instituições acadêmicas, universitárias e culturais que promovam na nossa sociedade o valor da vida”. É importante também incidir sobre leis e políticas sociais, por isso, os Bispos lançam um apelo “à sociedade e aos políticos sobre a abolição das hipóteses nas quais o aborto é descriminalizado, porque é uma lei gravemente injusta" e, contemporaneamente, "às instituições de saúde para que deixem de perseguir esses abusos”.
Preocupados com “a campanha que, de diversos âmbitos, se realiza para promover a aceitação social da eutanásia", os Bispos evidenciam que “se apresentam casos dramáticos para que o sentimento, aparentemente "bom" e "pio" de "ajudar" o doente que sofre, se imponha ao reto juízo. É, portanto, uma manipulação”. Os Bispos concluem recordando a responsabilidade comum na promoção da vida, “cada um na medida de suas possibilidades, para evitar a extensão na nossa sociedade da cultura da morte e de leis contra a vida". (RG) (Agência Fides 23/3/2007)


Missão
Lima - “Estamos diante de uma nova etapa no caminho da aplicação do vaticano II na Igreja da América Latina. Em direção da continuidade, e não da ruptura. Um caminho orientado pelo Sínodo da Igreja na América, para manter vivo e firme o dom da fé no continente latino-americano”: é o que afirmou o Cardeal Luis Cipriani Thorne, Arcebispo de Lima, ao inaugurar o Congresso-seminário com o tema “Diagnose e Perspectivas para a Nova Evangelização na América Latina”, que se realiza no Auditório dos Padres Passionistas em Lima, de 5 a 8 de março. Estão participando Cardeais, Arcebispos, Bispos, sacerdotes e leigos, além de dirigentes de atividades pastorais e sociais da América Latina, em preparação para a V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano. O encontro foi aberto com a Santa Missa, presidida pelo Cardeal Francisco Javier Errázuriz Ossa, Presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM) e um dos Presidentes da V Conferência Geral do CELAM.
O Cardeal Cipriani destacou em seu discurso alguns desafios e situações difíceis atuais da Igreja na América Latina, como o assédio das ideologias, a insuficiência de sacerdotes e religiosos, a presença agressiva das seitas, o relativismo e o utilitarismo, as ideologias que excluem qualquer princípio moral, os ataques contra a vida, contra a instituição do matrimônio e da sociedade, e de uma mulher para toda a vida, e contra a família como célula fundamental da sociedade, os ataques contra a mulher, em nome do feminismo ideológico. Diante desta situação, continua o Cardeal, “devemos nos questionar sobre as bases e os campos em que devemos realizar o nosso dever de modo prioritário”.
Em primeiro lugar, o Card. Cipriani propõe melhorar significativamente “a formação e a educação das pessoas, em todos os níveis, no âmbito da catequese sacramental, do ensinamento nas escolas e universidades, na preparação do matrimônio e em outras dimensões da formação doutrinal”. Nesta tarefa, é também importante “proclamar integralmente a Mensagem da salvação, que chega a impregnar raízes da cultura e se encarnar, no momento histórico latino-americano atual”. Outro ponto importante são os meios de comunicação, que reclamam atualmente “uma cruzada de promoção de valores cristãos” e a “participação dos fiéis leigos, devidamente preparados, que trabalhem profissionalmente com estes meios, com responsabilidade”.
O Cardeal propõe também “fazer nascer, ou fortalecer onde está frágil, o profundo sentimento de pertença à Igreja católica”, missão que deve se apoiar na difusão do Catecismo da Igreja católica e do Compendio. Recorda, porém, que o “testemunho e a coerência de vida são basilares, a fim de que esta grande missão tenha resultados transcendentes e estáveis na América Latina”.
Enfim, destaca a importância e o papel dos leigos em todas as realidades sociais: “Chegou a hora dos fiéis leigos, que, chamados à santidade no próprio trabalho e na própria condição, devem considerar urgente a necessidade de sua participação nos ambientes político, econômico, social, cultural, e artístico, entre outros”. O Cardeal concluiu sua palestra assinalando que “o sinal inequívoco desta Nova Evangelização é a profunda piedade mariana... e a arma continua a serr a oração do Terço”. (RG) (Agência Fides 7/3/2007)

Pontifícias Obras Missionárias
Durham - De 16 a 20 de março se realizou o Encontro Europeu anual dos Diretores Nacionais das Pontifícias Obras Missionárias (POM) no St Cuthbert's College em Ushaw (Durham), no norte da Inglaterra. O tema do Encontro foi "O desafio da missão universal em uma Europa que se transforma". Dom Henryk Hoser, Secretário Adjunto da Congregação para a Evangelização dos Povos e Presidente das POM, esteve presente durante os quatro dias do Encontro. Domingo, 18 de março, Dom Hoser concelebrou a Santa Missa com o Cardeal Keith O'Brien, Arcebispo de Edimburgo e St Andrews, que afirmou que “a espiritualidade deve ser a prioridade dos agentes da missão hoje”, as necessidades espirituais, com efeito, devem ter a prioridade dos agentes da missão hoje”; as necessidade espirituais, com efeito, devem ter a precedência sobre as necessidades materiais nas atividades missionárias. Neste sentido, recordou uma experiência pessoal do seu trabalho de missionário: depois de uma longa viagem, ao chegar a uma cidade de El Salvador, os habitantes, antes de se sentar à mesa para comer, pediram-lhe primeiramente que celebrasse a Santa Missa. "A lição que aprendi - continuou o Cardeal - é colocar sempre as coisas espirituais antes daquelas materiais".
O Pe. John Dale, Diretor nacional das POM da Inglaterra e Gales, falando aos 23 Diretores europeus das POM presentes recordou que o conceito de Igreja como família global é o conceito na base da missão. “A missão não é somente desenvolvimento humanitário de projetos. No coração da missão está o espírito da Igreja como família. Por isso, nos ajudamos uns aos outros. A Igreja no Sul traz vitalidade, entusiasmo, juventude. A Igreja no Norte oferece tradição, estabilidade e experiência".
Entre os palestrantes que tomaram a palavra estavam o Prof. James Dunn, especialista em Novo Testamento, professor da Universidade de Durham; Chris Bain, diretor da Agência Católica Inglesa para o Desenvolvimento (CAFOD), que trabalha em colaboração com a Caritas Internacional, que apresentou objetivos e finalidades desta Agência. A sua palestra suscitou o desejo de buscar vias de encontro e de complementariedade entre esses organismos e as POM. As professoras da Universidade de Leeds, Maggie Roux, professora de meios de comunicação no Trinity and All Saint's College, e Clare Openshaw ajudaram os Diretores nacionais a refletir sobre a necessidade do uso dos meios de comunicação para a transmissão do Evangelho. O Encontro se concluiu com a Concelebração Eucarística presidida por Dom Hoser. O próximo encontro terá lugar de 3 a 8 de abril de 2008 em Varsóvia (Polônia). (RG) (Agência Fides 22/3/2007)

Quaresma
Dili - Na Quaresma 2007, todos os fiéis são chamados a redescobrir o perdão e a experimentar a solidariedade com quem sofre: é o que pedem os Bispos de Timor Leste em uma mensagem divulgada a toda a nação. Dom Ricardo Da Silva, Bispo da capital Dili, e Dom Basilio Do Nascimento, Bispo de Baucau, recordam a Mensagem quaresmal de Bento XVI, que convida a “reconhecer as feridas infligidas à dignidade da pessoa humana” e afirmam: “Em nome de Deus, que durante o tempo da Quaresma nos chama a realizar a viagem de uma autêntica conversão ao amor de Cristo, nós fazemos um apelo especial para que triunfe a não-violência”.
A mensagem convida “os filhos e as filhas de Timor Leste a promover o perdão e a reconciliação em todos os níveis”, nas famílias, nos locais públicos, na sociedade. “Deste modo, toda a nação evitará toda forma de violação da vida e da dignidade humana e poderá construir uma cultura da vida e da paz”, afirma o texto, encorajando toda a nação a perseguir o bem comum do povo timorense.
“Que a Quaresma seja para cada cristão uma renovada experiência do amor de Deus dado-nos em Cristo: um amor que todos os dias nós somos chamados a restituir aos nossos próximos, especialmente àqueles que sofrem ou estão em extrema necessidade”, exortam os Bispos. “Que Nossa Senhora da Imaculada Conceição - conclui o apelo - possa amparar-nos nesta viagem em direção à desejada pacificação de Timor Leste”.
A mensagem foi divulgada na conclusão da primeira visita pastoral do novo Núncio Apostólico na Indonésia e Timor Leste, Dom Leopoldo Girelli. O pequeno Estado asiático se aproxima de um momento decisivo da sua jovem história: as eleições presidenciais que se realizarão em abril próximo.
No entanto, ainda permanece aberta a ferida dos massacres após a proclamação de independência de Timor Leste da Indonésia em 1999. Os dois governos recentemente promoveram uma iniciativa comum: a criação da Comissão “Verdade e Amizade”, para indagar sobre as violências de 1999, buscar uma verdade definitiva e promover boas relações entre os dois Estados. O governo, a Igreja, as forças sociais de Timor Leste estão trabalhando para instaurar na sociedade uma cultura da reconciliação e da paz, para garantir o desenvolvimento social, econômico e cultural da nação. (PA) (Agência Fides 5/3/2007)
Pretória - A “missão global” de Cristo está no centro da Mensagem para a Quaresma deste ano dos Bispos sul-africanos. Evocando o Evangelho de Lucas (“Ele me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me para proclamar a remissão aos presos e aos cegos a recuperação da vista”), os responsáveis da Igreja católica sul-africana destacam que continuar a missão salvífica de Cristo significa, em primeiro lugar, proclamar a Boa Nova de modo mais eficaz. Isso implica formar os futuros sacerdotes nos seminários locais, preparar as pessoas a assumir um papel de guia na Igreja, fornecer material educativo aos catequistas, melhorar o serviço litúrgico, fazer frente ao desafio da justiça e estar em contato com outras denominações religiosas e comunidades de fé.
As ofertas dos fiéis recolhidas durante a Quaresma são endereçadas às dioceses para promover a missão da Igreja que se põe à seqüela de Cristo. Em uma ampla reportagem realizada pela revista católica nacional “The Southern Cross”, o Diretor Nacional da Campanha para a mensagem quaresmal, Pe. Michael Slattery SMA, declarou que, apesar das difíceis condições econômicas em diversas comunidades, todos os anos a coleta das ofertas dos fiéis é generosa. A maior parte dos fundos recebidos é utilizado para as pessoas mais necessitadas, o restante é empregado em programas educativos, para pagar as bolsas de estudo e os salários dos professores, para a formação dos sacerdotes, para a tradução da Bíblia e sua distribuição, para projetos ecumênicos, entre outros. Um dos programas financiados pela campanha quaresmal é o “Rural Education Access Programme”, que permite a estudantes promissores de famílias pobres prosseguir os estudos superiores.
Cada diocese tem um diretor da Campanha, que todos os anos se reúne com o Diretor Nacional para preparar a Mensagem quaresmal. O Pe. Slattery destaca que a coleta de fundos se insere na tradição eclesial do sacrifício quaresmal: oferecer uma parte dos próprios recursos em benefício de outros. No que diz respeito à Igreja africana, destaca o Diretor Nacional da Campanha quaresmal, as doações dos fiéis servem para promover a auto-suficiência das comunidades eclesiais locais em relação às Igrejas-irmãs dos países mais prósperos. Trata-se de um dos objetivos que a Igreja africana fixou há anos. A propósito, a África do Sul vive em uma posição particular, porque a economia sul-africana é decididamente mais desenvolvida do que a de outras nações africanas, apesar de existir notáveis discrepâncias sociais, com pessoas extremamente pobres e outras, ao invés, riquíssimas. (L.M.) (Agência Fides 16/3/2007)


QUAESTIONES

VATICANO - Publicada a Exortação apostólica pós-sinodal do Papa Bento XVI “Sacramentum Caritatis” sobre a Eucaristia fonte e ápice da vida e da missão da Igreja
Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “Com a Exortação Apostólica pós-sinodal de Sua Santidade Bento XVI sobre a Eucaristia como fonte e ápice da vida e da missão Igreja, “Sacramentum Caritatis”, o longo e articulado itinerário da XI Assembléia Ordinária do Sínodo dos Bispos encontra o seu fruto mais maduro”, disse esta manhã o Card. Angelo Scola, Patriarca de Veneza, que foi o Relator-geral da XI Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos (2 - 23 de outubro de 2005), apresentando a Exortação apostólica pós-sinodal. Estava presente também Dom Nikola Eterović, Secretário-geral do Sínodo dos Bispos.
“Se, de um lado, a Exortação Apostólica constitui o fruto maduro de um caminho percorrido – disse ainda o Cardeal -, de outro, se propõe explicitamente o objetivo de abrir a estrada e ulteriores aprofundamentos. Esta mira, com efeito, a “explicitar algumas fundamentais linhas de empenho, dirigidas a provocar na Igreja novo impulso e fervor eucarístico». Uma contribuição preciosa neste sentido será dada também pela publicação do Compêndio eucarístico proposto pelos Padres sinodais.”
A Exortação é estruturada em três partes, cada uma das quais aprofunda uma das três dimensões da Eucaristia: Eucaristia, mistério a ser crido; Eucaristia, mistério a ser celebrado: Eucaristia, mistério a ser vivido. Tais partes “estão a tal ponto relacionadas que seus conteúdos se iluminam reciprocamente. Além do mais, uma significativa contribuição do trabalho sinodal é justamente a superação de tais dualismos – por exemplo, aqueles entre fé eucarística e rito, entre celebração e adoração, entre doutrina e pastoral – às vezes ainda presentes na vida da comunidade eclesial e na reflexão teológica.”
O Card. Scola evidenciou depois a importância da ars celebrandi (arte de celebrar) para uma sempre mais actuosa participatio (participação ativa, plena e frutífera). “Com efeito, particularmente inovadora aparece, em referência à celebração, a insistência do documento sobre a dependência da actuosa participatio da ars celebrandi”. O Papa Bento XVI afirma que “a ars celebrandi é a melhor condição para a actuosa participatio. A ars celebrandi procede da obediência fiel às normas litúrgicas em sua completeza, porque é justamente este o modo de celebrar que garante há dois mil anos a vida de fé de todos os fiéis, os quais são chamados a viver a celebração enquanto Povo de Deus, sacerdócio real, nação santa.”
Sobre a estrutura e sobre os conteúdos da Exortação, o Card. Scola evidenciou para cada uma das três partes toca alguns temas doutrinais e indicações pastorais. Na primeira parte, o Santo Padre ilustra o mistério da Eucaristia a partir da sua origem trinitária, que garante o seu permanente caráter de dom, evoca a instituição da Eucaristia em relação com a Ceia pascal hebraica e indica com força o critério da autêntica criatividade litúrgica. A origem eucarística da Igreja explica ainda o seu ser “communio” e garante a natureza sacramental da própria Igreja. A Exortação, portanto, aprofunda a centralidade da Eucaristia no setenário sacramental.
A segunda parte da Exortação ilustra a realização da ação litúrgica na celebração, indicando os elementos que merecem maior aprofundamento e oferecendo algumas sugestões pastorais de grande relevo. Em particular, se evidencia a importância da reforma litúrgica promovida pelo Concílio Vaticano II: algumas dificuldades e abusos “não podem obscurecer a bondade e a validez da renovação litúrgica, que contém ainda riquezas não plenamente exploradas”. À descrição da “beleza litúrgica”, seguem as indicações práticas sobre o nexo “ars celebrandi – actuosa participatio”.
Na terceira e última parte, a Exortação apostólica “mostra a capacidade do mistério crido e celebrado de constituir o horizonte último e definitivo da existência”. “Bento XVI reafirma, desde as primeiras linhas da Exortação, que o dom da Eucaristia é para o homem, responde às expectativas do homem. Obviamente, de todos os homens de todos os tempos, mas especificamente do homem nosso contemporâneo... O Mistério eucarístico representa o fator dinâmico que transfigura a existência. Regenerado pelo batismo e incorporado eucaristicamente à Igreja, o homem pode finalmente realizar-se plenamente, aprendendo a oferecer o ‘próprio corpo’ – ou seja, todo si mesmo – como sacrifício vivente santo e satisfatório a Deus”. (S.L.) (Agência Fides 13/3/2007)
O texto integral da apresentação do Card. Scola e de Dom Nikola Eterović
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/2007/sc01_130307.html

VATICANO - In Solemnitate Sancti Joseph «Protector Sanctae Ecclesiae», Eum deprecemur pro Beatissimo Papa Nostro Benedicto XVI, olim Cardinalis Josephus Ratzinger
Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Por ocasião da próxima solenidade de São José, “Protetor da Santa Igreja”, que se celebra em 19 de março, a Agência Fides publica a oração ao Santo composta pelo Papa Leão XIII, convidando a pedir a intercessão de São José pelo nosso Santo Padre, o Papa Bento XVI, Joseph Ratzinger.

AD TE BEÁTE JOSEPH (A Leone XIII scripta)
Ad te beáte Joseph, in tribulatióne nostra confúgimus, atque, imploráto Sponsæ tuæ sanctíssimæ auxílio, patrocínium quoque tuum fidenter expóscimus. Per eam, quæsumus, quæ te cum immaculáta Vírgine Dei Genitríce coniúnxit, caritátem, perque patérnum, quo Púerum Iesum ampléxus es, amórem, súpplices deprecámur, ut ad hereditátem, quam Iesus Christus acquisívit Sánguine suo, benígnus respícias, ac necessitátibus nostris tua virtúte et ope succúrras. Tuére, o Custos providentíssime divínæ Famíliæ, Iesu Christi sóbolem eléctam; próhibe a nobis, amantíssime Pater, omnem errórum ac corruptelárum luem; propítius nobis, sospítator noster fortíssime, in hoc cum potestáte tenebrárum certámine e cælo adésto; et sicut olim Púerum Iesum e summo eripuísti vitre discrímine, ita nunc Ecclesiam sanctam Dei ab hostílibus insídiis atque ab omni adversitáte défende: nosque síngulos perpétuo tege patrocínio, ut ad tui exémplar et ope tua suffúlti, sancte vívere, pie émori, sempiternámque in cælis beatitúdinem ássequi possímus. Amen

A vós, S. José, recorremos em nossa tribulação, e, depois de ter implorado o auxílio de vossa Santíssima Esposa, cheios de confiança solicitamos o vosso patrocínio.
Por esse laço sagrado de Caridade, que vos uniu à Virgem Imaculada, Mãe de Deus e Mãe Nossa, pelo Amor paternal que tivestes ao Menino Jesus, ardentemente vos suplicamos que lanceis um olhar benigno para a herança que Jesus conquistou com Seu Sangue, e nos socorrais em nossas necessidades com o vosso poder e auxílio.
Protegei, ó Guarda providente da Sagrada Família, o povo eleito de Jesus Cristo.
Afastai para longe de nós, ó Pai amantíssimo, a peste do erro e do vício.
Assisti-nos do alto do Céu, ó nosso fortíssimo sustentáculo, na luta contra o poder das trevas; e assim como outrora salvastes da morte o Menino Jesus, assim também defendei agora a Santa Igreja de Deus contra as ciladas dos seus inimigos e contra todas as adversidades.
Amparai a cada um de nós com o vosso constante patrocínio, a fim de que, a vosso exemplo, e sustentados com vosso auxílio, possamos viver virtuosamente, morrer piedosamente e obter no Céu a eterna Bem-aventurança. Assim seja.
(J.M.) (Agência Fides 16/3/2007)
A oração de São José em diversas línguas
http://www.fides.org/ita/approfondire/preghiere/altre/san_joseph.doc

Anônimo disse...

O mês de março teve, entre outras, duas intervenções particularmente importantes do Santo Padre Bento XVI: a publicação da Exortação apostolica pós-sinodal “Sacramentum Caritatis” sobre a Eucaristia, fonte e ápica da vida e da missão da Igreja, e o discurso aos participantes do Congresso "Os 50 anos dos Tratados de Roma – Valores e perspectivas para a Europa do amanhã", promovido pela Comissão dos Episcopados da Comunidade Européia (COMECE).
Com a Exortação Apostólica pós-sinodal, o longo e articulado itinerário da XI Assembléia Ordinária do Sínodo dos Bispos (2 - 23 de outubro de 2005) “encontra o seu fruto mais maduro”, disse o Card. Angelo Scola, Patriarca de Veneza, que foi o Relator-geral do Sínodo dos Bispos, apresentando o documento. “Se, de um lado, a Exortação Apostólica constitui o fruto maduro de um caminho percorrido – disse ainda o Cardeal -, de outro, se propõe explicitamente o objetivo de abrir a estrada e ulteriores aprofundamentos. Esta mira, com efeito, a “explicitar algumas fundamentais linhas de empenho, dirigidas a provocar na Igreja novo impulso e fervor eucarístico”.
A Exortação é estruturada em três partes, cada uma das quais aprofunda uma das três dimensões da Eucaristia: Eucaristia, mistério a ser crido; Eucaristia, mistério a ser celebrado: Eucaristia, mistério a ser vivido. Tais partes “estão a tal ponto relacionadas que seus conteúdos se iluminam reciprocamente. Além do mais, uma significativa contribuição do trabalho sinodal é justamente a superação de tais dualismos – por exemplo, aqueles entre fé eucarística e rito, entre celebração e adoração, entre doutrina e pastoral – às vezes ainda presentes na vida da comunidade eclesial e na reflexão teológica”.
De grande densidade foi também o discurso dirigido pelo Papa Bento XVI à Comissão dos Episcopados da Comunidade Européia. O Santo Padre, além de recordar as raízes cristãs que formaram o continente europeu, explicou também como “uma comunidade que se constrói sem respeitar a autêntica dignidade do ser humano, esquecendo que cada pessoa está criada à imagem de Deus, acaba por não fazer o bem de ninguém – prosseguiu o Pontífice -. Por este motivo, cada vez é mais indispensável que a Europa evite essa atitude pragmática, hoje amplamente difundida, que justifica sistematicamente o compromisso sobre os valores humanos essenciais, como se tratasse da inevitável aceitação de um suposto mal menor… Quando neste pragmatismo se introduzem tendências laicistas ou relativistas, acaba-se por negar aos cristãos o direito próprio de intervir como cristãos no debate público ou, ao menos, desqualifica-se sua contribuição com a acusação de que buscam defender injustificados privilégios. No momento histórico atual e ante os muitos desafios, a União Européia, se quiser garantir adequadamente o estado de direito e promover eficazmente os valores humanos, tem de reconhecer com clareza a existência certa de uma natureza humana estável e permanente, fonte de direitos comuns para todos os indivíduos, inclusive os daqueles que os negam. Neste contexto, há que salvaguardar o direito à objeção de consciência, cada vez que os direitos humanos fundamentais sejam violados”.



• SYNTHESIS INTERVENTUUM

3 de março de 2007 - Discurso no encerramento dos Exercícios Espirituais da Cúria Romana
4 de março de 2007 - Angelus
7 de março de 2007 - Audiência Geral
8 de março de 2007 – Audiência aos Sócios do Círculo de São Pedro
9 de março de 2007 – Audiência à Assembléia Plenária do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais
10 de março de 2007 – Vigília de oração por ocasião do V Dia Europeu dos Universitários
11 de março de 2007 – Angelus
13 de março de 2007 – Audiência ao Presidente da Federação Russa
14 de março de 2007 – Audiência Geral
16 de março de 2007 – Audiência aos participantes do Curso organizado pela Penitenciaria Apostólica
18 de março de 2007 – Homilia por ocasião da visita ao Instituto Penal Juvenil "Casal del Marmo"
18 de março de 2007 - Angelus
21 de março de 2007 – Audiência Geral
22 de março de 2007 – Audiência à Sessão Plenária do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Agentes de Saúde
24 de março de 2007 – Audiência aos participantes do Congresso promovido pela COMECE
24 de março de 2007 – Audiência à Fraternidade de Comunhão e Libertação
25 de março de 2007 – Homilia durante a visita pastoral à Paróquia de Santa Felicita e Filhos mártires
25 de março de 2007 - Angelus
28 de março de 2007 – Audiência Geral
29 de março de 2007 – Encontro com os jovens da Diocese de Roma para o Dia Mundial da Juventude
31 de março de 2007 – Mensagem ao IX Fórum internacional dos Jovens


• VERBA PONTIFICIS

Confissão
Conversão
Eucaristia
Europa
Enfermos
Missionários mártires
Óbolo de São Pedro
Quaresma
Santo Inácio


• INTERVENTUS SUPER QUAESTIONES

Mulher – (Pequim) As mulheres são sempre mais protagonistas da vida da Igreja e, sobretudo, da Evangelização

Família – (Guayaquil) Iniciado o Primeiro Congresso “Pró-Vida e Família”: denunciar a cultura de morte e proclamar a verdade integral sobre a vida e a família, à luz do Evangelho e da doutrina da Igreja
Família – (Madri) Os Bispos denunciam o estender-se de uma “cultura” da morte que deixa sem fundamento os direitos do homem e dilui na consciência social o valor da vida e da dignidade da pessoa: Mensagem para o Dia da Vida

Missão – (Lima) “Chegou a hora dos leigos, que devem considerar a urgente necessidade de sua participação nos ambientes político, econômico, social, cultural e artístico”: o Cardeal Cipriani analisa os desafios da Nova Evangelização na América Latina

Pontifícias Obras Missionárias – (Durham) “A espiritualidade deve ser a prioridade dos agentes da missão hoje”: concluído o Encontro Europeu anual dos Diretores Nacionais das Pontifícias Obras Missionárias

Quaresma – (Dili) “Que a Quaresma seja para cada cristão uma renovada experiência do amor de Deus, a compartilhar com o próximo”, exortam os Bispos de Timor Leste
Quaresma – (Pretória) A coleta quaresmal a favor dos mais pobres e dos projetos educacionais da Igreja: continuar a missão salvífica de Cristo significa, em primeiro lugar, proclamar a Boa Nova de modo mais eficaz


• QUAESTIONES

VATICANO - Publicada a Exortação apostólica pós-sinodal do Papa Bento XVI “Sacramentum Caritatis” sobre a Eucaristia fonte e ápice da vida e da missão da Igreja
VATICANO - In Solemnitate Sancti Joseph «Protector Sanctae Ecclesiae», Eum deprecemur pro Beatissimo Papa Nostro Benedicto XVI, olim Cardinalis Josephus Ratzinger





SYNTHESIS INTERVENTUUM

3 de março de 2007 – Discurso no encerramento dos Exercícios Espirituais da Cúria Romana
VATICANO - Concluem-se os Exercícios Espirituais da Cúria Romana: “Por detrás de tantos fenômenos do nosso tempo, aparentemente muito distantes da religião e de Cristo, há uma pergunta, uma expectativa, um desejo... a única verdadeira resposta a este desejo, onipresente justamente no nosso tempo, é Cristo”, afirma o Santo Padre Bento XVI

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Com o canto das Laudes e a Meditação final, concluíram-se esta manhã, 3 de março, os Exercícios Espirituais na presença do Santo Padre Bento XVI. As meditações foram propostas pelo Card. Giacomo Biffi, Arcebispo emérito de Bolonha, ao qual o Santo Padre se dirigiu com palavras de gratidão ao final dos Exercícios
“Na Santa Missa, antes da oração eucarística, todos os dias respondemos ao convite «corações ao alto» com as palavras: «o nosso coração está em Deus» - disse o Papa Bento XVI - . E temo que esta resposta seja frequentemente mais ritual do que existencial. Mas sua Eminência nos ensinou nesta semana, realmente, a alçar, a elevar o nosso coração, a subir ao alto rumo ao invisível, rumo à verdadeira realidade. E nos doou também a chave para responder todos os dias aos desafios desta realidade… sua Eminência, realmente, nos ajudou a sair desta gravitação das coisas de todos os dias e a entrar nesta outra gravitação do Ressuscitado e, assim, a subir ao alto.”
Gostaria de dizer-lhe obrigado – prosseguiu o Pontífice –, também porque nos doou diagnoses muito acuradas e precisas sobre a nossa situação de hoje e, sobretudo, nos mostrou como por detrás de tantos fenômenos do nosso tempo, aparentemente muito distantes da religião e de Cristo, há uma pergunta, uma expectativa, um desejo; e que a única verdadeira resposta a este desejo, onipresente justamente no nosso tempo, é Cristo. Assim, sua Eminência nos ajudou a seguir com maior coragem Cristo e a amar mais a Igreja, a «Immaculata ex maculatis», como sua Eminência nos ensinou com Santo Ambrósio.” O Papa concluiu agradecendo ao Card. Biffi também “pelo seu realismo, pelo seu humorismo e pela sua concretude”. (S.L.) (Agência Fides 3/3/2007)

4 de março de 2007 - Angelus
VATICANO - Bento XVI recorda no Angelus que “a oração não é algo acessório ou opcional, mas uma questão de vida ou morte. Somente quem reza, isto é, quem se confia a Deus com amor filial, pode entrar na vida eterna, que é o próprio Deus”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – O Evangelho do segundo domingo de Quaresma nos apresenta o episodio da Transfiguração do Senhor (Lc 9,28-36): Jesus subiu o monte para rezar junto aos apóstolos Pedro, Tiago e João e, enquanto rezava, verificou-se o mistério da sua transfiguração. Comentando este trecho evangélico antes da oração do Angelus no domingo, 4 de março, o Papa Bento XVI evidenciou alguns aspectos: subir a montanha para os três Apóstolos quer dizer “envolver-se na oração de Jesus, que se retirava com freqüência para orar… somente nessa ocasião, no monte, Ele quis manifestar aos seus amigos a luz interior que o invadia quando rezava”.
Um outro aspecto salientado pelo Papa: Moisés e Elias aparecem ao lado de Jesus transfigurado e "falavam de sua partida, que se cumpriria em Jerusalém" (9,31). “Portanto, Jesus escutava a Lei e os profetas que falam de sua morte e ressurreição – explicou Bento XVI -. Em seu diálogo íntimo com o Pai, Ele não sai da história, não foge da missão para a qual veio ao mundo, apesar de saber que, para chegar à glória, terá de passar através da cruz. Mais ainda, Cristo entra mais profundamente nesta missão, aderindo, com todo o seu ser, à vontade do Pai, e nos demonstra que a verdadeira oração consiste precisamente em unir nossa vontade à vontade de Deus”.
Em seguida, o Pontífice destacou que, para um cristão, “rezar não é evadir-se da realidade e das responsabilidades que esta comporta, mas assumi-las até o fundo, confiando no amor fiel e inesgotável do Senhor”. Antes de rezar o Angelus, o Papa recordou ainda que “a oração não é algo acessório ou opcional, mas uma questão de vida ou morte. Somente quem reza, isto é, quem se confia a Deus com amor filial, pode entrar na vida eterna, que é o próprio Deus”. Em particular, Bento XVI pediu à Virgem Maria, especialmente neste tempo litúrgico, “que nos ensine a rezar como seu Filho o fazia, para que nossa existência se transforme pela luz de sua presença”.
Após o Angelus, o Papa agradeceu àqueles que o acompanharam com a oração durante os Exercícios Espirituais, encorajando todos, neste tempo de Quaresma, “a buscar o silêncio e o retiro, para deixar mais espaço à oração e à meditação da Palavra de Deus”. E recordou a Vigília mariana de sábado, 10 de março, com os jovens universitários de Roma, da qual participarão, em conexão via satélite, também inúmeros estudantes de outros países da Europa e da Ásia, durante a qual “invocaremos a intercessão de Maria, Sedes Sapientiae, para que o Senhor envie testemunhas da verdade evangélica, para construir a civilização do amor nesses dois continentes e no mundo inteiro”. (S.L.) (Agência Fides 5/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=739

7 de março de 2007 – Audiência Geral
VATICANO - Papa Bento XVI inicia um novo ciclo de catequeses dedicado aos Padres Apostólicos: na carta aos Coríntios de São Clemente, uma atual análise sobre a identidade e a missão da Igreja

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Também nesta semana, a Audiência Geral de quarta-feira, 7 de março, se realizou em dois momentos: o Santo Padre Bento XVI encontrou primeiramente, na Basílica Vaticana, os Bispos da Conferência Episcopal da região italiana do Piemonte, por ocasião da Visita "ad Limina Apostolorum", com os fiéis das dioceses piemonteses e grupos de estudantes e jovens italianos e, depois, na Sala Paulo VI, o Papa saudou peregrinos e fiéis provenientes da Itália e de todas as partes do mundo. “A fé cristã se confronta, também no Piemonte e em Valle d’Aosta, com muitos desafios devidos, no atual contexto sociocultural, às tendências agnósticas presentes em campo doutrinal, como também às pretensões de plena autonomia ética e moral. Não é certo fácil anunciar e testemunhar hoje o Evangelho”, disse Bento XVI na Basílica Vaticana. Todavia, o Papa destacou que “permanece no povo um sólido substrato espiritual… Além disso, sente-se, por parte dos fiéis leigos e de grupos de engajamento apostólico, uma mais sentida exigência de tensão à santidade, medida alta da vida cristã”. O Papa exortou os Bispos a ajudar as comunidades eclesiais “a seguir fielmente o Senhor, valorizando suas potencialidades espirituais e os carismas de cada um”. Aos jovens estudantes, o Papa fez votos de que a Quaresma seja “ocasião propícia para redescobrir o dom da seqüela de Cristo e aprender a aderir sempre, com a sua ajuda, à vontade do Pai”.
Na Sala Paulo VI, o Santo Padre iniciou com São Clemente um novo clico de catequeses dedicado aos Padres apostólicos, ou seja, à primeira e à segunda gerações na Igreja depois dos Apóstolos. “São Clemente, bispo de Roma nos últimos anos do século I, é o terceiro sucessor de Pedro, depois de Lino e Anacleto – recordou Bento XVI - . O testemunho mais importante sobre sua vida é o de Santo Irineu, bispo de Lyon até o ano 202. Ele testifica que Clemente «havia visto os apóstolos», «havia se encontrado com eles» e «ainda ressoava em seus ouvidos sua pregação, e tinha ante os olhos sua tradição». Testemunhos tardios, entre os séculos IV e VI, atribuem a Clemente o título de mártir.”
A única obra certa atribuída a ele é a “Carta aos Coríntios”, escrita à Igreja de Coríntio, em nome da Igreja de Roma, depois da morte do imperador Domiciano e no final da sua perseguição, portanto, imediatamente depois de 96. Esta carta enfrenta inúmeros temas de perene atualidade e representa, desde o primeiro século, “a solicitude da Igreja de Roma, que precede na caridade a todas as outras Igrejas”. “A intervenção de Clemente – continuou Bento XVI - era solicitada pelos graves problemas que a Igreja de Corinto atravessava: os presbíteros da comunidade, de fato, haviam sido depostos por alguns jovens contestadores”. Retomando temas importantes para São Paulo, que escreveu duas cartas aos Coríntios, Clemente destaca que o Senhor “nos doa o perdão, nos dá seu amor, a graça de ser cristãos, seus irmãos e irmãs. É um anúncio que enche de alegria nossa vida e que dá segurança ao nosso atuar: o Senhor nos previne sempre com sua bondade, e a bondade é sempre maior que todos os nossos pecados. É necessário, contudo, que nos comprometamos de maneira coerente com o dom recebido e que respondamos ao anúncio da salvação com um caminho generoso e valente de conversão”.
O motivo na base dos abusos que se verificaram em Coríntio, observava Clemente, “deve ser buscado no enfraquecimento da caridade e de outras virtudes cristãs indispensáveis. Por este motivo, convida os fiéis à humildade e ao amor fraterno, duas virtudes que fazem parte verdadeiramente do ser na Igreja”. Clemente ilustra aqui o seu ideal de Igreja: “congregada pelo ‘único Espírito de graça infundido sobre nós’, que sopra nos diversos membros do Corpo de Cristo, no qual todos, unidos sem nenhuma separação, são ‘membros uns dos outros’”. O Papa Bento XVI reiterou, a este ponto, que a distinção do conceito “entre ‘leigo’ e a hierarquia não significa uma contraposição, mas somente essa relação orgânica de um corpo, de um organismo, com as diferentes funções. A Igreja, de fato, não é um lugar de confusão e de anarquia, onde cada um pode fazer o que quer em todo momento: cada um, nesse organismo, com uma estrutura articulada, exerce seu ministério segundo a vocação recebida. No que se refere aos chefes das comunidades, Clemente explicita claramente a doutrina da sucessão apostólica. As normas que a regulam derivam, em última instância, do próprio Deus”.
A carta de Clemente se conclui com a "grande oração" na qual “louva e dá graças a Deus por sua maravilhosa providência de amor, que criou o mundo e que continua salvando-o e santificando-o”. O Santo Padre evidenciou o relevo particular da invocação para os governantes: “Ao rezar pelas autoridades, Clemente reconhece a legitimidade das instituições políticas na ordem estabelecida por Deus; ao mesmo tempo, manifesta a preocupação de que as autoridades sejam dóceis a Deus e «exerçam o poder que Deus lhes deu com paz, mansidão e piedade». César não é tudo. Emerge outra soberania, cuja origem e essência não são deste mundo, mas «do alto»: é a da Verdade, que tem o direito ante o Estado de ser ouvida”. (S.L.) (Agência Fides 8/3/2007)
O texto integral da catequese do Santo Padre
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=740

8 de março de 2007 – Audiência aos Sócios do Círculo de São Pedro
VATICANO - “A antiga prática do Óbolo de São Pedro surge da consciência de que cada fiel é chamado a sustentar inclusive materialmente a obra de evangelização e, ao mesmo tempo, a socorrer com generosidade os pobres e os necessitados”: o Papa ao Círculo São Pedro

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “A antiga prática do Óbolo de São Pedro, em um certo modo já em vigor nas primeiras comunidades cristãs, surge da consciência de que cada fiel é chamado a sustentar inclusive materialmente a obra de evangelização e, ao mesmo tempo, a socorrer com generosidade os pobres e os necessitados”: foi o que recordou o Santo Padre Bento XVI aos Sócios do Círculo de São Pedro, recebidos em audiência em 8 de março, no final da manhã.
Este encontro anual, que se realiza próximo da festa da Cátedra de São Pedro, destaca a peculiar fidelidade à Santa Sé que caracteriza o Círculo, e é ocasião para entregar ao Papa a coleta do tradicional Óbolo efetuada nas paróquias e nos institutos de Roma, apesar de hoje já estar presente em todo o mundo. “Em cada diocese, em cada paróquia e comunidade religiosa coleta-se anualmente o Óbolo de São Pedro – recordou o Pontífice -, que depois é enviado ao centro da Igreja para ser redistribuído segundo as necessidades e os pedidos que chegam ao Papa de todas as partes da terra. Na história da Igreja, houve momentos nos quais o auxílio econômico dos cristãos ao Sucessor de Pedro resultou particularmente significativo”, recordou Bento XVI, citando um passo da Encíclica Saepe venerabilis do bem-aventurado Papa Pio IX.
Ao agradecer aos Sócios do Círculo pelo seu empenho na coleta das ofertas, o Papa destacou que, “também neste nosso tempo, a Igreja continua difundindo o Evangelho e cooperando para a construção de uma humanidade mais fraterna e solidária. E justamente graças ao Óbolo de São Pedro, lhe é possível realizar esta sua missão de evangelização e de promoção humana”. Entre as iniciativas promovidas pelo Círculo, Bento XVI citou com particular satisfação o serviço de amparo aos doentes e a seus familiares por meio do “Hospice Sacro Cuore”, e concluiu lembrando que, no tempo quaresmal, “a liturgia nos recorda que, no compromisso da oração e do jejum, devemos unir nossa atenção pelos irmãos, especialmente por aqueles que se encontram em dificuldade, indo a seu encontro com gestos e obras de sustento material e espiritual”. (S.L.) (Agência Fides 9/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre, em italiano
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=741

9 de março de 2007 – Audiência aos participantes da Plenária do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais
VATICANO - “Boa parte daquilo que se transmite de várias formas nos lares de milhões de famílias no mundo inteiro é nocivo. A Igreja gera esperança, orientando a luz da verdade de Cristo para tais sombras”: Papa Bento XVI à Plenária do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “Indubitavelmente, os vários sectores dos mass media têm oferecido um grande benefício para a civilização… no que diz respeito à internet, é necessário reconhecer oportunamente que ela abriu um mundo de conhecimento e de aprendizado ao qual, precedentemente, na melhor das hipóteses só alguns tinham acesso. Estas contribuições para o bem comum devem ser reconhecidas e encorajadas. Por outro lado, é também evidente que uma boa parte daquilo que se transmite de várias formas nos lares de milhões de famílias no mundo inteiro é nocivo. A Igreja gera esperança, orientando a luz da verdade de Cristo para tais sombras. Incrementemos os nossos esforços em vista de encorajar todos a colocar a lâmpada no candeeiro, a fim de que a sua luz ilumine todos em casa, na escola e na sociedade em geral!” Foi o que recordou o Papa Bento XVI aos participantes da Plenária do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, recebidos em audiência na sexta-feira, 9 de março.
Depois de expressar a sua gratidão pelo compromisso no apostolado das comunicações sociais, “cuja importância não pode ser subestimada no nosso mundo cada vez mais tecnológico”, o Papa Bento XVI evidenciou que “o campo das comunicações sociais está a transformar-se rapidamente. Enquanto a comunicação de imprensa tem dificuldade de conservar a sua circulação, outras formas de comunicação como a rádio, a televisão e a internet estão a desenvolver-se a um nível extraordinário. Contra o cenário da globalização, este aumento dos meios de comunicação electrónicos coincide com a sua crescente concentração nas mãos de algumas multinacionais, cuja influência ultrapassa todos os confins sociais e culturais”.
Avaliando os resultados e efeitos deste incremento dos meios de comunicação social, análise que requer grande atenção, o Papa destacou “o papel invasivo dos meios de comunicação na formação da cultura” e evidenciou os grandes benefícios oferecidos à civilização, mas também os aspectos negativos. “As minhas preocupações não são diferentes das de qualquer mãe ou pai, professor ou cidadão responsável”, disse Bento XVI, recordando a sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações deste ano dedicada ao relacionamento entre os meios de comunicação e os jovens. “Portanto, é grave a responsabilidade de introduzir e educar as crianças e os jovens pelos caminhos da beleza, da verdade e da bondade. Ela somente pode ser promovida pelas multinacionais da comunicação, na medida em que estes fomentarem a dignidade humana fundamental, o valor genuíno do matrimónio e da vida familiar, e as conquistas e metas positivas da humanidade.” Por fim, o Santo Padre se dirigiu aos responsáveis da indústria dos meios de comunicação social, “a fim de que aconselhem os produtores a salvaguardar o bem comum, a promover a verdade e a proteger a dignidade humana de cada indivíduo, fomentando também o respeito pelas necessidades da família. (S.L.) (Agência Fides 10/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre, em inglês
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=742

10 de março de 2007 - Vigília de oração por ocasião do V Dia Europeu dos Universitários, sobre o tema: "A caridade intelectual: via para uma nova cooperação Europa-Ásia"
VATICANO - Bento XVI no Dia Europeu dos Universitários: “A caridade intelectual pode unir o caminho existencial de jovens que, mesmo vivendo muito distante uns dos outros, conseguem se sentir em contato em nível da busca interior e do testemunho”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “É sugestivo pensar na caridade intelectual como força do espírito humano, capaz de aproximar os itinerários formativos das novas gerações. Mais globalmente, a caridade intelectual pode unir o caminho existencial de jovens que, mesmo vivendo muito distante uns dos outros, conseguem se sentir em contato em nível da busca interior e do testemunho. Esta tarde realizamos uma ponte ideal entre a Europa e a Ásia, continente de riquíssimas tradições espirituais, onde evoluíram algumas entre as mais antigas e nobres tradições culturais da humanidade.” Foi o que disse o Santo Padre Bento XVI na tarde de sábado, 10 de março, na Sala Paulo VI, no Vaticano, durante a Vigília de oração por ocasião do V Dia Europeu dos Universitários, sobre o tema: "A caridade intelectual: via para uma nova cooperação Europa-Ásia".
Da iniciativa, promovida pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa e pelo Departamento para a pastoral universitária do Vicariato de Roma, participaram os estudantes das universidades romanas e, em conexão via satélite, os universitários de Turim, Bolonha, Manchester, Coimbra, Cracóvia, Praga, Tirana, Hong Kong, Calcutá, Manila e Islamabad. O Santo Padre guiou a reza do Terço e, no final, dirigiu uma saudação aos universitário antes de entregar a alguns de seus representantes cópias da Exortação apostólica “Ecclesia in Europa” e “Ecclesia in Asia”.
“Os jovens universitários de Roma se fazem promotores da irmandade no marco do amor intelectual – disse Bento XVI na sua saudação -, perseguem uma solidariedade que não surge do plano dos interesses econômicos ou políticos, mas do estudo e da busca da verdade. Em suma, estamos na verdadeira perspectiva "universitária", ou seja, daquela comunidade do saber que foi um dos elementos constitutivos da Europa.” Depois de se dirigir, nas respectivas línguas, aos estudantes conectados de diversas cidades e nações, o Santo Padre concluiu com esta exortação: “O mistério da Cruz não está desvinculado do tema da caridade intelectual, pelo contrário, o ilumina. A sabedoria cristã é sabedoria da Cruz: os estudantes e, em maior razão, os docentes cristãos interpretam toda realidade à luz do mistério do amor de Deus, que tem na Cruz a sua mais alta e completa revelação. Mais uma vez, caros jovens, vos confio a cruz de Cristo: acolhei-a, abraçai-a, segui-a. É a árvore da vida! Aos seus pés encontrareis sempre Maria, a Mãe de Jesus. Com Ela, Sé da Sabedoria, dirigi o olhar Àquele que por nós foi traspassado (cfr Jo 19,37), contemplai a fonte inesgotável do amor e da verdade, e podereis vos tornar também vós discípulos e testemunhas repletos de alegria.” (S.L.) (Agência Fides 12/3/2007)
O texto integral da homilia do Santo Padre, em italiano
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11 de março de 2007 – Angelus
VATICANO - “Cristo convida a responder ao mal antes de tudo com um sério exame de consciência e com o compromisso de purificar a própria vida… De fato, as pessoas e as sociedades que vivem sem nunca pôr-se em discussão têm como único destino final a ruína”: Bento XVI no Angelus

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – O tema da conversão esteve no centro do discurso pronunciado pelo Papa Bento XVI antes de rezar o Angelus com os fiéis reunidos na praça S. Pedro, no domingo, 11 de março. Inspirado no Evangelho de Lucas proclamado no terceiro Domingo de Quaresma, e recordando o convite de Jesus: "Não, vos asseguro; e se não vos converterdes, todos perecereis do mesmo modo" (13,3.5), o Santo Padre evidenciou que o ponto ao qual Jesus quer levar seus ouvintes é “a necessidade da conversão”.
“Não a apresenta em termos moralistas, mas realistas, como única resposta adequada para os acontecimentos que põem em crise as certezas humanas”, prosseguiu Bento XVI, recordando que diante de certas desgraças, como aquelas narradas no Evangelho, “a verdadeira sabedoria consiste mais em deixar-se interpelar pela precariedade da existência e assumir uma atitude de responsabilidade: fazer penitência e melhorar nossa vida. Esta é a sabedoria, esta é a resposta mais eficaz ao mal, em todos os âmbitos, interpessoal, social e internacional”. Cristo convida, portanto, a responder ao mal com um sério exame de consciência e com o compromisso de purificar a própria vida. “De fato, as pessoas e as sociedades que vivem sem nunca pôr-se em discussão têm como único destino final a ruína. A conversão, pelo contrário, apesar de não preservar dos problemas e adversidades, permite enfrentá-los de «maneira» diferente... Em síntese: a conversão vence o mal em sua raiz, que é o pecado, ainda que nem sempre se possa evitar suas conseqüências.”
Por fim, o Papa pediu a intercessão de Maria Santissima, para que, no itinerario quaresmal, “ajude cada cristão a redescobrir a grandeza, diria inclusive a beleza da conversão. Que nos ajude a compreender que fazer penitência e corrigir a própria conduta não é simples moralismo, mas o caminho mais eficaz para melhorar tanto a nós mesmos como a sociedade”. (S.L.) (Agência Fides 12/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre
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13 de março de 2007 – Audiência ao Presidente da Federação Russa
VATICANO - Audiência do Santo Padre Bento XVI ao Presidente da Federação Russa
Cidade do Vaticano (Agência Fides) – A Sala de Imprensa da Santa Sé publicou na tarde de 13 de março o seguinte comunicado relativo à audiência concedida ao Presidente da Federação Russa. “Na tarde de hoje, 13 de março de 2007, o Santo Padre Bento XVI recebeu em audiência Sua Excelência o Senhor Vladimir Putin, Presidente da Federação Russa. Contemporaneamente, ocorreu o encontro do cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado de Sua Santidade, e do arcebispo Dominique Mamberti, secretário das Relações com os Estados, com o senhor Sergei Lavrov, ministro dos Assuntos Exteriores da Federação Russa, e outros membros da delegação que acompanha o Presidente.
Os colóquios, que se realizaram em um clima positivo, permitiram constatar as cordiais relações que se dão entre a Santa Sé e a Federação Russa, assim como a vontade recíproca de desenvolvê-las ulteriormente, inclusive com iniciativas específicas de caráter cultural. Neste contexto, foram examinados alguns temas bilaterais de comum interesse, que afetam também as relações entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa, e foram analisadas as questões internacionais de atualidade, em particular o Oriente Médio. Por último, prestou-se atenção aos problemas do extremismo e da intolerância, que constituem graves ameaças à convivência civil entre as nações, sublinhando a necessidade de preservar a paz e de favorecer uma resolução negociada e pacífica dos conflitos. (S.L.) (Agência Fides 14/3/2007)

14 de março de 2007 – Audiência Geral
VATICANO - Santo Inácio de Antioquia convida todos nós “a uma síntese progressiva entre configuração a Cristo e dedicação à sua Igreja”: a catequese do Papa Bento XVI na Audiência Geral

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Santo Inácio, terceiro Bispo de Antioquia, atual Turquia, de 70 a 107, data do seu martírio, foi o segundo dos Padres Apostólicos, depois de São Clemente, sobre os quais o Papa Bento XVI falou na sua catequese durante a Audiência Geral de 14 de março. Como nos relatam os Atos dos Apóstolos, em Antioquia surgiu uma florescente comunidade cristã, da qual foi primeiro Bispo o apóstolo Pedro. O Santo Padre recordou o testemunho de Eusébio de Cesaréia, um historiador do século IV que, falando da vida e da obra literária de Inácio, recorda que foi enviado a Roma “para ser pasto de feras, por causa do testemunho que deu de Cristo”. Durante a sua viagem em direção ao local do martírio, Inácio encorajava e reforçava as comunidades que encontrava, exortando-as a não cair nas heresias e a manter-se fiéis à Tradição Apostólica. A sua primeira etapa foi em Smirne, onde escreveu quatro cartas; e, depois, em Troade, onde enviou novas cartas às Igrejas de Filadélfia e de Smirne, e uma ao Bispo Policarpo. “Ao ler esses textos – notou o Papa - sente-se o frescor da fé da geração que ainda havia conhecido os apóstolos. Sente-se também nestas cartas o amor ardente de um santo”. Ao chegar a Roma, Inácio foi dado como alimento às feras no Anfiteatro Flávio.
“Nenhum Padre da Igreja expressou com a intensidade de Inácio o anseio pela «união» com Cristo e pela «vida» n’Ele”, destacou Bento XVI, recordando que Inácio suplicou aos cristãos de Roma para não impedissem o seu martírio, porque era impaciente para “se reunir com Jesus Cristo". “Para Inácio, a unidade é antes de tudo uma prerrogativa de Deus, que, existindo em três Pessoas, é Um em uma absoluta unidade. Repete com freqüência que Deus é unidade e que só em Deus esta se encontra no estado puro e originário. A unidade que os cristãos têm que realizar sobre esta terra nada mais é que uma imitação, a mais conforme possível, ao modelo divino”. Inácio insistiu em dois aspectos característicos da vida cristã: a estrutura hierárquica da comunidade eclesial e a unidade fundamental que une entre si todos os fiéis em Cristo. “A insistência da comunhão dos fiéis entre si e com seus pastores se reforça constantemente mediante imagens eloqüentes e analogias: a cítara, os instrumentos de corda, a entonação, o concerto, a sinfonia. É evidente a peculiar responsabilidade dos bispos, dos presbíteros e dos diáconos na edificação da comunidade. A eles se dirige antes de tudo o chamado ao amor e à unidade… Inácio é o primeiro que na literatura cristã atribui à Igreja o adjetivo «católica», ou seja, «universal»… Precisamente no serviço de unidade à Igreja Católica, a comunidade cristã de Roma exerce uma espécie de primado no amor”.
O Papa Bento XVI prosseguiu a sua catequese destacando que Inácio “é verdadeiramente o «doutor da unidade»: unidade de Deus e unidade de Cristo (em oposição às diferentes heresias que começavam a circular e que dividiam o homem e Deus em Cristo), unidade da Igreja, unidade dos fiéis, «na fé e na caridade, pois não há nada mais excelente que ela»… O «realismo» de Inácio é um convite para os fiéis de ontem e de hoje, é um convite para todos nós a alcançar uma síntese progressiva entre «configuração com Cristo» (união com Ele, vida n’Ele) e «entrega à sua Igreja» (unidade com o bispo, serviço generoso à comunidade e ao mundo). Em definitivo, é necessário conseguir uma síntese entre «comunhão» da Igreja em seu interior e «missão», proclamação do Evangelho aos outros, até que uma dimensão fale através da outra, e os fiéis tenham cada vez mais «esse espírito sem divisões, que é o próprio Jesus Cristo". Por fim, o Santo Padre convidou a rezar “para que o Senhor nos ajude a alcançar esta unidade e vivamos sem manchas, pois o amor purifica as almas”. (S.L.) (Agência Fides 15/3/2007)
O texto integral da catequese do Santo Padre
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16 de março de 2007 – Audiência aos participantes do curso promovido pela Penitenciaria Apostólica
VATICANO - Papa Bento XVI aos participantes do curso promovido pela Penitenciaria Apostólica: “O compromisso do sacerdote e do confessor é principalmente este: fazer com que cada pessoa experimente o amor de Cristo por ela, encontrando-O na estrada da própria vida, como Paulo o encontrou no caminho para Damasco”
Cidade do Vaticano (Agência Fides) - “O encontro de hoje oferece-me a oportunidade para refletir junto a vós sobre a importância do sacramento da Penitência também neste nosso tempo e para reiterar a necessidade de que os sacerdotes se preparem a ministrá-lo com devoção e fidelidade para louvar a Deus e pela santificação do povo cristão, como prometem ao Bispo no dia de sua Ordenação presbiteral.” Com essas palavras, o Santo Padre Bento XVI se dirigiu aos participantes do Curso sobre o Foro interno organizado pela Penitenciaria Apostólica, recebidos em audiência em 16 de março, no final da manhã. “Com os gestos e as palavras sacramentais, os sacerdotes tornam visível sobretudo o amor de Deus, que em Cristo se revelou de modo pleno – prosseguiu o Santo Padre -… Aquilo que acontece neste sacramento é, portanto, primeiramente o mistério do amor, obra do amor misericordioso do Senhor… Todos necessitamos ir à fonte inesgotável do amor divino, que se manifesta a nós totalmente no mistério da Cruz, para encontrar a autêntica paz com Deus, com nós mesmos e com o próximo. Somente desta fonte espiritual é possível extrair aquela energia interior indispensável para derrotar o mal e o pecado, na luta sem fim que marca a nossa peregrinação terrena rumo à pátria celeste.”
O Papa então recordou como no mundo contemporâneo ainda estejam presentes as contradições relevadas pelo Concílio Vaticano II: “Vemos uma humanidade que gostaria de ser auto-suficiente, onde não poucas pessoas consideram quase de poder prescindir de Deus para viver bem; e mesmo assim, quantas pessoas parecem tristemente condenadas a enfrentar dramáticas situações de vazio existencial, quanta violência existe ainda sobre a terra, quanta solidão pesa sobre a alma do homem da era da comunicação! Em uma palavra, hoje parece que se perdeu o “sentido do pecado", mas em compensação, aumentaram os “complexos de culpa”. Quem poderá libertar o coração dos homens desta opressão de morte senão Aquele que, morrendo, derrotou para sempre a potência do mal com a onipotência do amor divino?”
O sacerdote, no sacramento da Confissão, é instrumento do amor misericordioso de Deus, e o seu compromisso é principalmente “fazer com que cada pessoa experimente o amor de Cristo por ela, encontrando-O na estrada da própria vida, como Paulo o encontrou no caminho para Damasco”. Para realizar esta importante missão e alcançar o objetivo pré-fixado, o sacerdote comprometido no ministério do sacramento da Penitência deve ser animado “por uma constante tensão à santidade”, interiormente sempre unido ao Senhor, fiel ao Magistério da Igreja no que concerne à doutrina moral, “consciente de que a lei do bem e do mal não é determinada pelas situações, mas por Deus”. Por fim, o Papa pediu a intercessão da Virgem Maria para que ampare o ministério dos sacerdotes confessores e ajude toda comunidade cristã “a compreender sempre mais o valor e a importância do sacramento da Penitência para o crescimento espiritual de todo fiel”. (S.L.) (Agência Fides 17/3/2007)
Links:
O texto integral do discurso do Santo Padre, em italiano
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18 de março de 2007 – Homilia por ocasião da visita ao Instituto Penal para Menores "Casal del Marmo" de Roma
VATICANO - O Papa ao Instituto Penal para Menores: “Poderia-se ser privado de tudo, até mesmo da liberdade ou da saúde, e estar em paz e na alegria se dentro do coração estiver Deus. O segredo, portanto, está aqui: é preciso que Deus ocupe sempre o primeiro lugar na nossa vida”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Domingo, 18 de março, IV da Quaresma, o Santo Padre Bento XVI visitou o Instituto Penal para Menores "Casal del Marmo" de Roma. Acolhido pelo Cardeal Camillo Ruini, Vigário-geral para a Diocese de Roma, e pelas autoridades civis, o Papa presidiu a Concelebração eucarística na Capela do Instituto, dedicada ao "Pai Misericordioso".
Na homilia, o Papa Bento XVI explicou o Evangelho da liturgia dominical, a parábola do pai misericordioso, na qual aparecem três pessoas: o pai e os dois filhos. “Ambos os filhos vivem em paz, são agricultores muito abastados, têm, portanto, do que viver, vendem bem seus produtos, a vida parece ser boa. E, todavia, o filho mais jovem, aos poucos, começa a achar esta vida sem graça, insatisfatória.” Com o desejo de experimentar uma outra vida, na qual possa ser realmente livre de fazer o que gosta, “uma vida livre desta disciplina e dessas normas dos mandamentos de Deus, das ordens do pai”, toma o seu patrimônio e vai embora. “O pai é muito respeitoso e generoso e respeita a liberdade do filho: é ele que deve encontrar o seu projeto de vida.” O filho vai a uma cidade muito distante, provavelmente não somente do ponto de vista geográfico, “porque quer uma vida totalmente diferente”.
Em um primeiro momento tudo corre bem, mas depois, com o tempo, tudo se torna vazio: “Também agora se repropõe a escravidão de fazer as mesmas coisas. E, por fim, também o dinheiro acaba e o jovem acha que o seu nível de vida está abaixo do nível dos porcos. Então começa a refletir e se pergunta se aquela era realmente a estrada da vida: uma liberdade interpretada como fazer o que eu quiser, viver, ter a vida somente para mim ou se, ao invés, não seria talvez mais vida viver para os outros, contribuir para a construção do mundo, para o crescimento da comunidade humana”. O jovem reflete e começa a ver que era muito mais livre em casa, “sendo proprietário também ele, contribuindo para a construção da casa e da sociedade em comunhão com o Criador, conhecendo o objetivo da sua vida, adivinhando o projeto que Deus tinha para ele”. O filho mais jovem, portanto, coloca-se em caminho para retornar a casa, para retomar a sua vida de um tempo.
O pai que tinha deixado a sua liberdade “para dar-lhe a possibilidade de entender interiormente o que é viver e o que é não viver”, o abraça e lhe prepara uma festa. “O filho entende que justamente o trabalho, a humildade e a disciplina de todos os dias cria a verdadeira festa e a verdadeira liberdade… Certamente, também no futuro a sua vida não será fácil, as tentações retornarão, mas ele está plenamente consciente de que uma vida sem Deus não funciona: falta o essencial, falta a luz, falta o porquê, falta o grande sentido do ser homem… O jovem entende que os mandamentos de Deus não são obstáculos para a liberdade e para uma bela vida, mas são os indicadores da estrada sobre a qual caminhar para encontrar a vida. Entende que também o trabalho, a disciplina, o empenhar-se não para si, mas para os outros, alarga a vida”. A reação de inveja do outro filho que ficou em casa nos faz entender que “também ele, no seu íntimo, deve ‘retornar a casa’ e entender novamente o que é a vida, entender que se vive realmente somente com Deus, com a sua Palavra, na comunhão da própria família, do trabalho; na comunhão da grande Família de Deus”.
Bento XVI completou a sua explicação da parábola com algumas observações: “O Evangelho nos ajuda a entender quem é realmente Deus: Ele é o Pai misericordioso que em Jesus nos ama além de qualquer medida. Os erros que cometemos, apesar de grandes, não investem a fidelidade do seu amor. No sacramento da confissão, podemos sempre partir novamente com a vida: Ele nos acolhe, nos restitui a dignidade de filhos seus… Além disso, esta parábola nos ajuda a entender quem é o homem: não é uma "monade", uma entidade isolada que vive somente para si e deve ter a vida somente para si. Pelo contrário, nós vivemos com os outros, somos criados junto aos outros e somente no estar com os outros, no doar-nos aos outros encontramos a vida... E, finalmente, o homem é uma pessoa livre. Devemos entender o que é a liberdade e o que é somente a aparência da liberdade. A liberdade, poderíamos dizer, é um trampolim para saltar no mar infinito da bondade divina, mas pode se tornar também um plano inclinado sobre o qual escorregar rumo ao abismo do pecado e do mal e perder, assim, também a liberdade e a nossa dignidade.”
Por fim, o Santo Padre recordou que neste tempo de Quaresma a Igreja “nos convida à conversão que, antes de ser um esforço sempre importante para mudar os nossos comportamentos, é uma oportunidade para decidir levantar-nos e partir novamente, ou seja, abandonar o pecado e escolher o retorno a Deus. Façamos – este é o imperativo da Quaresma – façamos juntos este caminho de libertação interior”.
No final da Santa Missa, Bento XVI visitou no ginásio do Instituto Penal para encontrar os jovens e os agentes da Polícia Penitenciaria. “Primeiramente, gostaria de dizer-vos obrigado pela nossa alegria, obrigado por esta preparação. Para mim, é uma grande alegria ter-vos dado um pouco de luz com esta minha visita”, disse o Papa, garantindo: “Sabei que o Papa vos quer bem e vos segue com afeto”. E prosseguiu: “Hoje para vós é um dia de festa, um dia de alegria. A própria liturgia deste domingo inicia com um convite a estar na alegria... Durante a Missa, recordamos que Deus nos ama: eis a fonte da verdadeira alegria. Mesmo tendo tudo aquilo que se deseja se é, às vezes, infeliz; poderia-se ser privado de tudo, até mesmo da liberdade ou da saúde, e estar em paz e na alegria se dentro do coração estiver Deus. O segredo, portanto, está aqui: é preciso que Deus ocupe sempre o primeiro lugar na nossa vida”. (S.L.) (Agência Fides 21/3/2007)
O texto integral da homilia e do discurso do Santo Padre, em italiano
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18 de março de 2007 - Angelus
VATICANO - No Angelus, o Papa recorda que a Eucaristia é “Sacramento da caridade”: “Na Eucaristia, Cristo quis nos dar o seu amor, que o impulsionou a oferecer na cruz a sua vida por nós”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – A fonte da alegria cristã se encontra na Eucaristia, “que Cristo nos deixou como Alimento espiritual, enquanto somos peregrinos nesta terra… A Eucaristia alimenta nos fiéis de todas as épocas essa alegria profunda, que forma um todo com o amor e com a paz, e que tem origem na comunhão com Deus e com os irmãos”. Domingo, 18 de março, o Papa Bento XVI dedicou o seu discurso antes do Angelus ao tema da Eucaristia, “fonte e ápice da vida e da missão da Igreja”, e à recente publicação da Exortação apostólica “Sacramentum caritatis”, que reúne os frutos da XI Assembléia Geral do Sínodo dos Bispos, realizada em outubro de 2005.
“Quero voltar a este importante texto – prosseguiu o Papa -, mas desde já desejo sublinhar que ele é expressão da fé da Igreja universal no Mistério eucarístico, e que se situa em continuidade com o Concílio Vaticano II e com o magistério de meus venerados predecessores Paulo VI e João Paulo II”. No Documento, é realçado o laço da Eucaristia com a Encíclica “Deus caritas est”, por isso o Santo Padre escolheu como título “Sacramentum caritatis”, retomando uma definição de São Tomás de Aquino. “Sim, na Eucaristia Cristo quis nos dar o seu amor, que o impulsionou a oferecer na cruz a sua vida por nós – afirmou Bento XVI -. Na Última Ceia, lavando os pés dos seus discípulos, Jesus nos deixou o mandamento do amor… Mas já que isso é possível somente permanecendo unidos a Ele, como ramos à videira, Ele escolheu permanecer entre nós na Eucaristia, para que nós possamos permanecer n’Ele. Quando, portanto, nos alimentamos com fé do seu Corpo e do seu Sangue, seu amor é transmitido a nós e nos torna capazes, assim, de dar a vida pelos irmãos. Daqui brota a alegria cristã, a alegria do amor.”
O Papa, portanto, invocou a intercessão de Maria, a “Mulher eucaristica" por excelência, “obra-prima da graça divina” enquanto o amor de Deus a tornou imaculada "em sua presença, no amor", e de S. José: “Invoco especialmente esse grande santo para que, crendo, celebrando e vivendo com fé o Mistério Eucarístico, o Povo de Deus seja invadido pelo amor de Cristo e difunda seus frutos de alegria e paz a toda a humanidade.”
Depois da oração mariana, saudando os peregrinos de língua italiana, o Santo Padre dirigiu uma particular saudação ao Comitê de Conexão dos Católicos por uma Civilização do Amor que, “por ocasião da festa de S. José, relança a campanha ‘Adote um pai’, em colaboração com os Institutos missionários, em benefício das famílias pobres nos países em desenvolvimento”. (S.L.) (Agência Fides 21/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre
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21 de março de 2007 – Audiência Geral
VATICANO - “A figura e a obra de Justino marcam a decidida opção da Igreja antiga pela filosofia, pela razão, ao invés da religião dos pagãos”: a catequese do Papa sobre São Justino, o mais importante dos apologistas do século II

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Continuando o ciclo de catequeses sobre os Padres Apostólicos, durante a Audiência Geral de quarta-feira, 21 de março, o Papa Bento XVI falou sobre a figura de São Justino, filosofo e mártir, “o mais importante dos apologistas do século II”. Primeiramente, o Papa explicou o significado da palavra “apologistas”, que “designa esses antigos escritores cristãos que se propunham defender a nossa religião das graves acusações dos pagãos e dos judeus, e difundir a doutrina cristã de uma maneira adaptada à cultura de seu tempo”.
Nascido por volta do ano 100 em Samaria, na Terra Santa, Justino buscou profundamente a verdade, freqüentando as várias escolas da tradição filosófica grega, até quando “um misterioso personagem, um ancião com o qual se encontrou na praia do mar” o fez conhecer a fé cristã. “Fundou uma escola em Roma, onde iniciava gratuitamente os alunos na nova religião, considerada como a verdadeira filosofia – recordou o Papa no seu discurso -. Nela, de fato, havia encontrado a verdade e, portanto, a arte de viver de maneira reta. Por este motivo, foi denunciado e foi decapitado por volta do ano 165.”
As únicas obras que nos sobraram dele são as duas Apologias e o Diálogo com o Hebreu Trifone, no qual “Justino pretende ilustrar antes de tudo o projeto divino da criação e da salvação que se realiza em Jesus Cristo, o «Logos», ou seja, o Verbo eterno, a Razão eterna, a Razão criadora. Cada homem, como criatura racional, participa do «Logos», leva em si uma «semente» e pode vislumbrar a verdade. Desta maneira, o próprio «Logos», que se revelou como figura profética aos judeus na Lei antiga, também se manifestou parcialmente como «sementes de verdade» na filosofia grega. Pois bem, conclui Justino, dado que o cristianismo é a manifestação histórica e pessoal do «Logos» em sua totalidade, «todo o belo que foi expresso por qualquer pessoa pertence a nós, os cristãos»’.”
O Papa Bento XVI recordou que “a figura e a obra de Justino marcam a decidida opção da Igreja antiga pela filosofia, pela razão, ao invés da religião dos pagãos... A filosofia representou, contudo, a área privilegiada do encontro entre paganismo, judaísmo e cristianismo, precisamente no âmbito da crítica à religião pagã e a seus falsos mitos … Justino, e com ele outros apologistas, firmaram a tomada de posição clara da fé cristã pelo Deus dos filósofos contra os falsos deuses da religião pagã. Era a opção pela verdade do ser contra o mito do costume”. Por fim, o Papa lembrou que o termo comum, empregado também por Tertuliano em referência à religião pagã, “pode ser traduzido nos idiomas modernos com as expressões «moda cultural», «moda do momento” e concluiu: “Em uma época como a nossa, caracterizada pelo relativismo no debate sobre os valores e sobre a religião – assim como no diálogo inter-religioso -, esta é uma lição que não se deve esquecer”.
No final da catequese, dirigindo-se aos peregrinos de língua italiana, Bento XVI saudou os fiéis das Dioceses da Sardenha, que vieram a Roma com seus Bispos por ocasião da Visita "ad Limina Apostolorum", com essas palavras: “Caros amigos, na recente Exortação Apostólica evoquei o valor da Eucaristia para a vida da Igreja e de cada cristão. Encorajo também vós a extrair desta admirável fonte a força espiritual necessária para manter-vos fiéis ao Evangelho e testemunhar sempre e em todos os lugares o amor de Deus. E vós, caros Irmãos no Episcopado, "fazendo-vos modelos do Rebanho" (IPt 5,3) não vos cansai de conduzir os fiéis confiados aos vossos cuidados pastorais a uma adesão pessoal e comunitária sempre mais generosa a Cristo.”
Por fim, o Papa lançou um apelo por ocasião do Dia de Luta à Tuberculose: “Em 24 de março será celebrado o Dia Mundial de Luta à Tuberculose. Que esta data favoreça uma maior responsabilidade no tratamento dessa doença e uma solidariedade cada vez mais intensa para com quem sofre por sua causa. Sobre eles e suas famílias, invoco o conforto do Senhor, enquanto encorajo as múltiplas iniciativas de assistência que a Igreja promove neste âmbito.” (S.L.) (Agência Fides 22/3/2007)
O texto integral da catequese do Santo Padre
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=750

22 de março de 2007 – Audiência aos participantes da Sessão Plenária do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde
VATICANO - “Os agentes de saúde cristãos bem sabem que se dá um laço íntimo e indissolúvel entre a qualidade de seu serviço profissional e a virtude da caridade à qual Cristo os chama”: Bento XVI à Plenária do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “A pastoral da saúde é um âmbito evangélico por excelência que recorda a obra de Jesus, bom samaritano da humanidade. Quando passava pelos povos da Palestina anunciando a boa nova do Reino de Deus, acompanhava sempre a pregação com os sinais que realizava sobre os enfermos, curando todos os que eram prisioneiros de todo tipo de enfermidade e doença.” Foi o que recordou o Santo Padre Bento XVI, recebendo em audiência, em 22 de março, os participantes da Sessão Plenária do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde. O Santo Padre destacou que “a saúde do ser humano, de todo o ser humano, foi o sinal que Cristo escolheu para manifestar a proximidade de Deus, seu amor misericordioso que cura o espírito, a alma e o corpo” e isso deve ser sempre a referência fundamental de toda iniciativa neste campo.
“O ser humano tem um dever tanto em resposta a um direito fundamental da pessoa, como porque o tratamento dos indivíduos redunda em benefício da coletividade”, prosseguiu o Papa, que evidencia que “a estima e a confiança dos funcionários da saúde são proporcionais à certeza de que estes defensores da vida por profissão não desprezarão jamais uma existência humana, ainda que seja deficiente, e saberão alentar sempre toda tentativa de cura. O compromisso para oferecer tratamentos deve estender-se, portanto, a todos os seres humanos, com o objetivo de cobrir toda sua existência”.
“Os agentes de saúde cristãos, portanto, bem sabem que se dá um laço íntimo e indissolúvel entre a qualidade de seu serviço profissional e a virtude da caridade à qual Cristo os chama: com o bom cumprimento de seu trabalho, levam precisamente às pessoas o testemunho do amor de Deus. A caridade, como tarefa da Igreja, objeto de reflexão em minha encíclica «Deus caritas est», aplica-se de maneira particularmente significativa na atenção aos enfermos.A história da Igreja testemunha isso, com inumeráveis testemunhos de homens e mulheres que, de forma tanto individual como associada, atuaram neste campo.”
O Santo Padre, portanto, idealmente ofereceu aos presentes as reflexões contidas na Encíclica “Deus caritas est”, com as relativas orientações pastorais sobre o serviço caritativo da Igreja como "comunidade de amor", e acrescentou a esta a Exortação apostólica pós-sinodal, que trata da Eucaristia como "Sacramento da caridade", enquanto “a pastoral da saúde pode extrair continuamente força precisamente da Eucaristia para socorrer eficazmente o ser humano e promovê-lo, segundo a dignidade que lhe é própria. Nos hospitais e nas clínicas, a capela é o coração palpitante em que Jesus se oferece intensamente ao Pai celeste pela vida da humanidade. A Eucaristia, distribuída com dignidade e com espírito de oração aos enfermos, é seiva vital que os consola e infunde em seu espírito luz interior para viver com fé e com esperança a condição da enfermidade e do sofrimento”. (S.L.) (Agência Fides 23/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre, em italiano
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/pontefici/pontefice.php?id=751

24 de março de 2007 – Audiência aos participantes do Congresso "Os 50 anos dos Tratados de Roma – Valores e perspectivas para a Europa do amanhã", promovido pela Comissão dos Episcopados da Comunidade Européia (COMECE)
VATICANO - “Não se pode pensar em edificar uma autêntica «casa comum», descuidando da identidade própria dos povos … constituída por um conjunto de valores universais, que o cristianismo contribuiu a forjar”: o Papa aos participantes do Congresso promovido pela COMECE

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “Não se pode pensar em edificar uma autêntica «casa comum», descuidando da identidade própria dos povos de nosso continente. Trata-se, de fato, de uma identidade histórica, cultural e moral, antes que geográfica, econômica ou política; uma identidade constituída por um conjunto de valores universais, que o cristianismo contribuiu a forjar, desempenhando deste modo um papel não só histórico, mas de fundamento para a Europa. Estes valores, que constituem a alma do continente, têm de permanecer na Europa do terceiro milênio como «fermento» de civilização.” Foi o que reiterou o Santo Padre Bento XVI aos participantes do Congresso "Os 50 anos dos Tratados de Roma – Valores e perspectivas para a Europa do amanhã", promovido pela Comissão dos Episcopados da Comunidade Européia (COMECE), recebidos em audiência no sábado, 24 de março. “Se, por ocasião do qüinquagésimo aniversário dos Tratados de Roma, os governos da União desejam «aproximar-se» de seus cidadãos – prosseguiu o Papa -, como poderiam excluir um elemento essencial da identidade européia, como é o cristianismo, no qual uma ampla maioria deles segue identificando-se? Não é motivo de surpresa que a Europa de hoje, enquanto quer apresentar-se como uma comunidade de valores, conteste cada vez mais o fato de que tenha valores universais absolutos? Esta singular forma de «apostasia» de si mesma, antes ainda que de Deus, não a leva talvez a duvidar de sua própria identidade?”
Percorrendo o longo caminho do Continente nos últimos 50 anos, o Papa Bento XVI recordou em particular “a reconciliação dos dois «pulmões», oriente e ocidente, unidos por uma história comum” e “a exigência de estabelecer um sadio equilíbrio entre dimensão econômica e social”. “Do ponto de vista demográfico, há que constatar infelizmente que a Europa parece que empreendeu um caminho que poderia levá-la ao fim de sua história. Além de pôr em perigo seu crescimento econômico, pode causar também enormes dificuldades à coesão social e, sobretudo, favorecer um perigoso individualismo, que não tem em conta as conseqüências para o futuro”. Além disso, o Papa evidenciou que “a solidariedade encontra dificuldades, não só no âmbito internacional mas também no propriamente nacional”.
“Uma comunidade que se constrói sem respeitar a autêntica dignidade do ser humano, esquecendo que cada pessoa está criada à imagem de Deus, acaba por não fazer o bem de ninguém – prosseguiu o Pontífice -. Por este motivo, cada vez é mais indispensável que a Europa evite essa atitude pragmática, hoje amplamente difundida, que justifica sistematicamente o compromisso sobre os valores humanos essenciais, como se tratasse da inevitável aceitação de um suposto mal menor… Quando neste pragmatismo se introduzem tendências laicistas ou relativistas, acaba-se por negar aos cristãos o direito próprio de intervir como cristãos no debate público ou, ao menos, desqualifica-se sua contribuição com a acusação de que buscam defender injustificados privilégios. No momento histórico atual e ante os muitos desafios, a União Européia, se quiser garantir adequadamente o estado de direito e promover eficazmente os valores humanos, tem de reconhecer com clareza a existência certa de uma natureza humana estável e permanente, fonte de direitos comuns para todos os indivíduos, inclusive os daqueles que os negam. Neste contexto, há que salvaguardar o direito à objeção de consciência, cada vez que os direitos humanos fundamentais sejam violados.”
Bento XVI declarou-se consciente do quanto seja difícil para os cristãos “defender valentemente esta verdade sobre o homem” e exortou: “Não vos cansai nem vos desencorajai! Sabeis que tendes a tarefa de contribuir na construção, com a ajuda de Deus, de uma nova Europa, realista mas não cínica, rica de ideais e livre de ilusões ingênuas, inspirada na perene e vivificante verdade do Evangelho… Estou seguro de que Deus não deixará de abençoar o esforço generoso de quem, com espírito de serviço, trabalha por construir uma casa comum européia, na qual toda contribuição cultural, social e política esteja orientada ao bem comum”. (S.L.) (Agência Fides 26/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre, em italiano
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24 de março de 2007 – Audiência aos participantes da Peregrinação promovida pela Fraternidade de Comunhão e Libertação, por ocasião dos 25 anos do reconhecimento pontifício da Fraternidade
VATICANO - “Eu vos convido a continuar sobre esta estrada, com uma fé profunda, personalizada e fortemente radicada no vivo Corpo de Cristo, a Igreja”: o Papa aos participantes da Peregrinação promovida pela Fraternidade de Comunhão e Libertação nos 25 anos de reconhecimento pontifício

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “O saudoso João Paulo II… nos confiou esta tarefa: «Ide a todo o mundo para levar a verdade, a beleza e a paz, que se encontram em Cristo Redentor». O pe. Giussani fez daquelas palavras o programa de todo o Movimento, e para Comunhão e Libertação foi o início de uma estação missionária que o levou a 80 países. Hoje, eu vos convido a continuar sobre esta estrada, com uma fé profunda, personalizada, e fortemente radicada no vivo Corpo de Cristo, a Igreja, que garante a contemporaneidade de Jesus conosco.” Este é o convite de Bento XVI aos mais de 80.000 participantes da Peregrinação promovida pela Fraternidade de Comunhão e Libertação, por ocasião dos 25 anos do reconhecimento pontifício da Fraternidade, encontrados na praça S. Pedro ao meio-dia de sábado, 24 de março.
Recordando primeiramente o fundador, Mons. Luigi Giussani, “ao qual me unem tantas recordações e que se tornou um verdadeiro amigo meu”, o Papa destacou que “o Espírito Santo suscitou na Igreja, por meio dele, um Movimento… que testemunhasse a beleza de ser cristãos em uma época em que se difundia a opinião de que o cristianismo fosse algo cansativo e opressor de se viver. O pe. Giussani se empenhou então a despertar nos jovens o amor por Cristo "Caminho, Verdade e Vida", repetindo que somente Ele é a estrada rumo à realização dos desejos mais profundos do coração do homem, e que Cristo não nos salva apesar da nossa humanidade, mas por meio dela”.
Este corajoso sacerdote “buscou a própria Beleza, a Beleza infinita que encontrou em Cristo” e, como afirmou João Paulo II, “a original intuição pedagógica de Comunhão e Libertação está no repropor de modo fascinante e em sintonia com a cultura contemporânea o acontecimento cristão, percebido como fonte de novos valores e capaz de orientar toda a existência.” A vasta e articulada Família espiritual de Comunhão e Libertação foi originada “por um encontro renovado com Cristo” e ainda hoje se oferece “como uma possibilidade de viver de modo profundo e atualizado a fé cristã; de um lado, com uma total fidelidade e comunhão com o Sucessor de Pedro e com os Pastores que garantem o governo da Igreja; de outro, com uma espontaneidade e uma liberdade que permitem novas e proféticas realizações apostólicas e missionárias”.
A Fraternidade de Comunhão e Libertação se insere no vasto florescimento de associações, movimentos e novas realidades eclesiais suscitados pelo Espírito Santo na igreja após o Concílio Vaticano II, como “sinal da fecundidade do Espírito do Senhor, para que se manifeste no mundo a vitória de Cristo ressuscitado e se realize o mandato missionário confiado a toda a Igreja”. O Papa Bento XVI então recordou que, no recente encontro com o clero e os párocos de Roma, convidou a “não apagar os carismas.... se o Senhor nos dá novos dons devemos ser gratos, apesar de, às vezes, serem incômodos. Ao mesmo tempo, já que a Igreja é una, os Movimentos são realmente dons do Espírito Santo, devem naturalmente inserir-se na Comunidade eclesial e servi-la de modo que, no diálogo paciente com os Pastores, possam constituir elementos edificantes para a Igreja de hoje e de amanhã.” (S.L.) (Agência Fides 26/3/2007)
O texto integral do discurso do Santo Padre, em italiano
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25 de março de 2007 – Homilia por ocasião da visita pastoral à Paróquia de Santa Felicita e Filhos mártires no bairro Fidene, no setor norte da Diocese de Roma
VATICANO - O Papa em visita pastoral à Paróquia de Santa Felicita e Filhos mártires: “Que no caminho quaresmal… nos acompanhe a certeza de que Deus nunca nos abandona e que o seu amor é fonte de alegria e de paz; é força que nos impulsiona potentemente na estrada da santidade, se necessário, também até o martírio”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – No V Domingo de Quaresma, 25 de março, o Santo Padre Bento XVI realizou uma visita pastoral à Paróquia de Santa Felicita e Filhos mártires no bairro Fidene, no setor norte da Diocese de Roma. Na homilia durante a Santa Missa celebrada na igreja paroquial, o Papa destacou “a missão de toda comunidade paroquial, chamada a anunciar o Evangelho e a ser local de acolhimento e de escuta, de formação e de compartilha fraterna, de diálogo e de perdão”. Realizar esta tarefa não é certamente fácil, e evocando a palavra de Deus proclamada na Santa Missa, Bento XVI recordou que “a nossa peregrinação terrena é cheia de dificuldades e de provas, como o caminho do povo eleito no deserto antes de alcançar a terra prometida. Mas a intervenção divina pode torná-lo fácil”. Com efeito, o Senhor deu a cada comunidade cristã “abundantes reservas espirituais para atravessar o deserto deste mundo e transformá-lo em um fértil jardim. Essas reservas são a escuta dócil da sua Palavra, os Sacramentos e todo outro recurso espiritual da liturgia e da oração pessoal. Em definitiva, a verdadeira reserva é o seu amor. O amor que leva Jesus a imolar-se por nós, nos transforma e nos torna capazes de segui-lo fielmente”.
Refletindo sobre o trecho evangélico que narra o episodio da mulher adúltera, o Papa evidenciou algumas indicações concretas: “Jesus não entretém com os seus interlocutores uma discussão teórica: não lhe interessa vencer uma disputa a propósito de uma interpretação da lei mosaica, mas o seu objetivo é salvar uma alma e revelar que a salvação se encontra somente no amor de Deus. Por isso veio sobre a terra, por isso morrerá na cruz e o Pai o ressuscitará no terceiro dia. Jesus veio para nos dizer que nos quer a todos no Paraíso e que o inferno, do qual pouco se fala neste nosso tempo, existe e é eterno para aqueles que fecham o coração ao seu amor. Também neste episódio, portanto, compreendamos que nosso verdadeiro inimigo é a afetividade ao pecado, que pode nos conduzir à falência da nossa existência. Jesus se despede de mulher adúltera com este conselho: "Vai e não peca mais a partir de agora". Ele lhe concede o perdão para que "a partir de agora" não peque mais. Em uma narração análoga, a da pecadora arrependida que encontramos no Evangelho de Lucas, Ele acolhe e manda em paz uma mulher que se arrependeu. Aqui, ao invés, a adúltera recebe o perdão em um mundo incondicionado. Em ambos os casos – para a pecadora arrependida e para a adúltera – a mensagem é única. Em um caso se destaca que não existe perdão sem arrependimento; aqui se evidencia que somente o perdão divino e o seu amor recebido com coração aberto e sincero nos dão a força para resistir ao mal e para "não pecar mais". O comportamento de Jesus se torna, deste modo, um modelo a ser seguido por cada comunidade, chamada a fazer do amor e do perdão o coração pulsante de sua vida.”
Por fim, o Santo Padre concluiu a homilia com esses votos: “No caminho quaresmal que estamos percorrendo e que se aproxima rapidamente ao final, que nos acompanhe a certeza de que Deus nunca nos abbandona e que o seu amor é fonte de alegria e de paz; é força que nos impulsiona potentemente sobre a estrada da santidade, se necessário até o martírio. Assim acontece para os filhos e depois para a corajosa mãe Felicita, padroeiros de vossa Paróquia... Que o exemplo e a intercessão dessas santos sejam para vós um constante encorajamento a seguir a senda do Evangelho sem hesitações e sem comprometimentos”.
(S.L.) (Agência Fides 26/3/2007)
O texto integral da homilia do Santo Padre, em italiano
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25 de março de 2007 - Angelus
VATICANO - Bento XVI no Angelus: “A resposta de Maria ao anjo continua na Igreja, chamada a fazer presente a Cristo na história... os missionários mártires testemunham que o amor de Cristo é mais forte que a violência e o ódio”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “A Anunciação, narrada ao início do Evangelho de São Lucas, é um acontecimento humilde, escondido -- ninguém o viu, só o presenciou Maria --, mas ao mesmo tempo decisivo para a história da humanidade. Quando a Virgem pronunciou seu «sim» ao anúncio do anjo, Jesus foi concebido e com Ele começou a nova era da história, que depois seria sancionada na Páscoa como «nova e eterna Aliança.” Antes de rezar o Angelus com os fiéis reunidos na praça S. Pedro no domingo, 25 de março, o Santo Padre Bento XVI falou sobre a solenidade da Anunciação da Bem-aventurada Virgem Maria, que coincidindo este ano com um Domingo de Quaresma, é celebrada no dia seguinte. “a Anunciação é também uma festa cristológica, pois celebra um mistério central de Cristo: sua Encarnação”, evidenciou o Papa, recordando que o ‘sim’ de Maria é o reflexo perfeito do ‘sim’ do próprio Cristo quando entrou no mundo. A obediência do Filho se reflete na obediência da Mãe e, assim, para o encontro desses dois ‘sim’, Deus pôde assumir uma face humana.”
O Santo Padre recordou o XV Dia de oração e jejum pelos missionários mártires, celebrado no dia precedente, com essas palavras: “A resposta de Maria ao anjo continua na Igreja, chamada a fazer presente a Cristo na história, oferecendo sua própria disponibilidade para que Deus siga visitando a humanidade com sua misericórdia. O «sim» de Jesus e de Maria se renova deste modo no «sim» dos santos, especialmente dos mártires, que são assassinados por causa do Evangelho. Sublinho isso recordando que ontem, 24 de março, aniversário do assassinato de Dom Oscar Romero, arcebispo de de São Salvador, celebrou-se a Jornada de Oração e de Jejum pelos Missionários Mártires: bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos, assassinados no cumprimento de sua missão de evangelização e de promoção humana. Eles, os missionários mártires, como diz o tema deste ano, são «esperança para o mundo», pois testemunham que o amor de Cristo é mais forte que a violência e o ódio. Não buscaram o martírio, mas estiveram dispostos a dar a vida para serem fiéis ao Evangelho. O martírio cristão só se justifica como supremo ato de amor a Deus e aos irmãos.”
Depois da oração do Angelus, Bento XVI recordou que no Domingo de Ramos, com a qual tem início a Semana Santa, se celebrará o XXII Dia Mundial da Juventude, sobre o tema: "Como eu vos amei, amai também vós uns aos outros" (Jo 13,34). “Para nos preparar a este evento e à celebração da Páscoa – disse o Papa -, convido os jovens da Diocese de Roma a uma Liturgia penitencial, que presidirei na tarde de quinta-feira, 29 de março, na Basílica de São Pedro. Aqueles que o desejam terão a possibilidade de se aproximar ao Sacramento da Confissão, verdadeiro encontro com o amor de Deus, do qual todo homem necessita para viver na alegria e na paz.” (S.L.) (Agência Fides 26/3/2007)
Il testo integrale del discorso del Santo Padre
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28 de março de 2007 – Audiência Geral
VATICANO - Bento XVI dedica a sua catequese ao ensinamento de Santo Irineu de Lyon: “Todas as Igrejas têm de estar em harmonia com a igreja de Roma, reconhecendo nela a medida da verdadeira tradição apostólica, da única fé comum da Igreja”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Sobre a figura de Santo Irineu, Bispo de Lyon, “personalidade eminente… primeiramente homem de fé e Pastor”, o Papa Bento XVI dedicou a sua catequese durante a Audiência Geral de quarta-feira, 28 de março. Nascido com muita probabilidade em Smirne (hoje Izmir, na Turquia) por volta de 135-140, se transferiu para a Gália no período de formação da comunidade cristã de Lyon, e Irineu foi enviado a Roma com uma carta de sua comunidade ao Papa Eleutério. Deste modo, Irineu escapou da perseguição de Marco Aurélio, na qual morreram ao menos 48 mártires, entre os quais o próprio Bispo de Lyon, Potino. Ao seu retorno, Irineu foi eleito Bispo de Lyon, cargo que concluiu com o martírio em torno de 202-203.
Do bom Pastor Irineu “tem a prudência, a riqueza de doutrina e o ardor missionário – destacou o Santo Padre -. Como escritor, busca um duplo objetivo: defender a verdadeira doutrina dos assaltos dos hereges e expor com clareza a verdade da fé… Arraigando-se firmemente na doutrina bíblica da criação, Irineu refuta o dualismo e o pensamento gnóstico, que desvalorizam as realidades corporais. Reivindica com decisão a originária santidade da matéria, do corpo e da carne, em igualdade com a do espírito. Mas sua obra vai muito mais além da refutação da heresia: pode-se dizer, de fato, que se apresenta como o primeiro grande teólogo da Igreja, que criou a teologia sistemática; ele mesmo fala do sistema da teologia, ou seja, da coerência interna de toda a fé. No centro de sua doutrina está a questão da «regra da fé» e de sua transmissão. Para Irineu, a «regra da fé» coincide na prática com o «Credo» dos apóstolos e nos dá a chave para interpretar o Evangelho, para interpretar o Credo à luz do Evangelho. O símbolo apostólico, que é uma espécie de síntese do Evangelho, nos ajuda a compreender o que quer dizer, a maneira como temos que ler o próprio Evangelho”.
O Santo Padre evidenciou que, segundo Irineu, “o verdadeiro ensinamento não é o inventado pelos intelectuais, superando a fé simples da Igreja. O verdadeiro Evangelho é o ministrado pelos bispos que o receberam graças a uma corrente ininterrupta da revelação de Deus. Deste modo, diz Irineu, não há uma doutrina secreta por detrás do Credo comum da Igreja. Não há um cristianismo superior para intelectuais. A fé confessada publicamente pela Igreja é a fé comum de todos. Só é apostólica esta fé, procede dos apóstolos, ou seja, de Jesus e de Deus. Ao aderir a esta fé transmitida publicamente pelos apóstolos a seus sucessores, os cristãos têm de observar o que dizem os bispos, têm de considerar especificamente o ensinamento da Igreja de Roma, preeminente e antiqüíssimo. Esta Igreja, por causa de sua antigüidade, tem a maior apostolicidade: de fato, tem sua origem nas colunas do colégio apostólico, Pedro e Paulo. Todas as Igrejas têm de estar em harmonia com a igreja de Roma, reconhecendo nela a medida da verdadeira tradição apostólica, da única fé comum da Igreja.”
Segundo Irineu, o genuíno conceito da Tradição apostólica pode ser resumido em três pontos: a) A Tradição apostólica é "pública", não privada ou secreta. “Para Irineu, não há dúvida alguma de que o conteúdo da fé transmitida pela Igreja é o recebido dos apóstolos e de Jesus, o Filho de Deus. Não há outro ensinamento”. b) A Tradição apostólica é "única" nos seus conteúdos fundamentais, e porque é única, “cria unidade através dos povos, através das diferentes culturas, através de povos diferentes; é um conteúdo comum como a verdade, apesar das diferentes línguas e culturas”. c) A Tradição apostólica é "pneumática", ou seja espiritual, guiada pelo Espírito Santo. “Não se trata de uma transmissão confiada à capacidade dos homens mais ou menos instruídos, mas ao Espírito de Deus, que garante a fidelidade da transmissão da fé. Esta é a «vida» da Igreja, que a torna sempre jovem, ou seja, fecunda de muitos carismas”.
O Papa concluiu recordando que, para Irineu, “a fé da Igreja deve ser transmitida de maneira que apareça como tem de ser, ou seja, «pública», «única», «pneumática», «espiritual»… A doutrina de Irineu é como uma «senda mestra» para esclarecer a todas as pessoas de boa vontade o objetivo e os confins do diálogo sobre os valores, e para dar um impulso sempre novo à ação missionária da Igreja, à força da verdade que é a fonte de todos os autênticos valores do mundo.” (S.L.) (Agência Fides 29/3/2007)
O texto integral da catequese do Santo Padre
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29 de março de 2007 – Encontro com os jovens da Diocese de Roma em preparação ao XXII Dia mundial da Juventude
VATICANO - Papa Bento XVI aos jovens da Diocese de Roma: “Saindo dessa celebração, com os corações repletos da experiência do amor de Deus, estejais preparados a "ousar" o amor nas vossas famílias, nas relações com os vossos amigos e também com que vos ofendeu”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Em preparação ao XXII Dia mundial da Juventude, que será celebrado em todas as Dioceses em 1° de abril, Domingo de Ramos, o Santo Padre Bento XVI encontrou os jovens da Diocese de Roma na tarde de quinta-feira, 29 de março, para a Celebração da Penitência na Basílica Vaticana. “É um encontro em torno da Cruz, uma celebração da misericórdia de Deus, que no Sacramento da confissão cada um de vós poderá experimentar pessoalmente – disse o Santo Padre na homilia -. No coração de cada homem, mendicante de amor, há sede de amor... Sobretudo o cristão não pode viver sem amor. Ou melhor, se não encontra o amor verdadeiro, não pode dizer-se nem mesmo plenamente cristão... O amor de Deus por nós, iniciado com a criação, se fez visível no mistério da Cruz... Sim, a Cruz revela a plenitude do amor de Deus por nós. Um amor crucifixo, que não se detém no escândalo da Sexta-feira Santa, mas culmina na alegria da Ressurreição e Ascensão ao céu e no dom do Espírito Santo, Espírito de amor por meio do qual, inclusive esta noite, serão perdoados os pecados e concedidos o perdão e a paz.”
O Santo Padre recordou que o amor de Deus pelo homem “se expressa em plenitude sobre a Cruz… no sacrifício da Cruz, Deus continua a repropor o seu amor, a sua paixão pelo homem”. Então, dirigindo-se aos jovens, prosseguiu: “Com o Batismo, vós já nasceis para a vida nova em virtude da graça de Deus. Porém, porque esta vida nova não suprimiu a fraqueza da natureza humana nem a inclinação ao pecado, nos é dada a oportunidade de nos aproximar ao Sacramento da confissão. Toda vez que o fizerdes com fé e devoção, o amor e a misericórdia de Deus moverão o vosso coração, depois de um atento exame de consciência, em direção ao ministro de Cristo. A Ele, e assim ao próprio Cristo, vós exprimais a dor pelos pecados cometidos, com o firme propósito de não pecar mais no futuro e com a disponibilidade de acolher com alegria os atos de penitência que ele vos indicar para reparar o dano causado pelo pecado... Com o banho penitencial deste Sacramento, somos readmitidos à plena comunhão com Deus e com a Igreja, companhia confiável porque ‘sacramento universal de salvação’.”
Retomando o versículo evangélico que constitui o tema do XXII Dia Mundial da Juventude - "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei" (Jo 13,34) -, o Papa Bento XVI prosseguiu: “Cristo nos chama a si para unir-se a cada um de nós, para que nós aprendamos a amar os irmãos com o seu mesmo amor, como Ele nos amou. Hoje, como sempre, necessita-se muito de uma renovada capacidade de amar os irmãos. Saindo dessa celebração, com os corações repletos da experiência do amor de Deus, estejais preparados a "ousar" o amor nas vossas famílias, nas relações com os vossos amigos e também com que vos ofendeu. Estejais preparados a incidir com um testemunho autenticamente cristão nos ambientes de estudo e de trabalho, a comprometer-vos nas comunidades paroquiais, nos grupos, nos movimentos, nas associações e em todo âmbito da sociedade”.
Aos jovens noivos, o Papa dirigiu um convite a viver o noivado “no amor verdadeiro, que comporta sempre o recíproco respeito, casto e responsável”, e às pessoas que o Senhor chama a uma vida de particular consagração, a estarem prontos “a responder com um ‘sim’ generoso e sem comprometimentos”. Por fim, concluiu a homilia com esta exortação: “Caros jovens, o mundo aguarda esta vossa contribuição para a edificação da ‘civilização do amor’. O horizonte do amor é realmente sem fronteiras: é o mundo inteiro!... Não vos desencorajais e tenhais sempre confiança em Cristo e na sua Igreja!” (S.L.) (Agência Fides 30/3/2007)
O texto integral da homilia do Santo Padre, em italiano
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31 de março de 2007 - Mensagem ao IX Fórum internacional dos Jovens
VATICANO - Mensagem do Papa Bento XVI aos participantes do IX Fórum internacional dos Jovens: “Hoje, mais do que nunca, é necessário e urgente proclamar ‘o Evangelho do trabalho’, viver como cristãos no mundo do trabalho e se tornar apóstolos entre os trabalhadores”

Cidade do Vaticano (Agência Fides) – A necessidade de “valorizar a dimensão humana do trabalho e de tutelar a dignidade da pessoa”, enquanto “a referência última de toda atividade humana só pode ser o homem, criado à imagem e semelhança de Deus”, foi sublinhada pelo Santo Padre Bento XVI na sua Mensagem enviada ao Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, Dom Stanisław Ryłko, aos participantes do IX Fórum internacional dos Jovens sobre o tema "Testemunhas de Cristo no mundo do trabalho”, que se realiza em Rocca di Papa (veja Fides 21/3/2007).
Destacando a particular atualidade do tema escolhido, o Santo Padre evidencia as inúmeras transformações dos últimos tempos, “que modificaram radicalmente a fisionomia e as condições do mercado de trabalho. Se, de um lado, os progressos realizados suscitaram novas esperanças nos jovens; de outro, criaram frequentemente neles formas preocupantes de marginalização e de exploração, com crescentes situações de dificuldade pessoal”. Aumentam as dificuldades para se obter um emprego que responda às atitudes pessoais e aos estudos realizados, com o agravante da incerteza de poder manter no tempo um emprego mesmo que modesto. “O processo de globalização em ato no mundo provocou uma exigência de mobilidade que obriga inúmeros jovens a emigrar e a viver longe do país de origem e da própria família. E isso provoca em muitos um inquietante sentido de insegurança, com indubitáveis repercussões sobre a capacidade não somente de imaginar e de colocar em ato um projeto para o futuro, mas até mesmo de se comprometer concretamente no matrimônio e na formação de uma família”.
A Igreja sempre teve uma atenção constante em relação à questão social e, em particular, ao mundo do trabalho, como testemunham em especial as três Encíclicas: “Rerum novarum” (1891), “Quadragesimo anno” (1931) e “Laborem exercens” (1981). “Esses documentos pontifícios – disse o Papa Bento XVI – evocam com força a necessidade de valorizar a dimensão humana do trabalho e de tutelar a dignidade da pessoa: com efeito, a referência última de toda atividade humana só pode ser o homem, criado à imagem e semelhança de Deus. Uma análise aprofundada da situação, de fato, conduz a constatar que o trabalho faz parte do projeto de Deus sobre o homem e que este é participação à sua obra criadora e redentora. E, portanto, toda atividade humana deveria ser ocasião e local de crescimento dos indivíduos e da sociedade, desenvolvimento dos ‘talentos’ pessoais a serem valorizados e colocados a serviço ordenado do bem comum, em espírito de justiça e de solidariedade. Para os fiéis, pois, a finalidade última do trabalho é a construção do Reino de Deus.”
Depois de convidar os jovens participantes do Fórum “a fazer tesouro do diálogo e da reflexão desses dias”, o Papa Bento XVI destaca: “Hoje, mais do que nunca, é necessário e urgente proclamar ‘o Evangelho do trabalho’, viver como cristãos no mundo do trabalho e se tornar apóstolos entre os trabalhadores. Mas para realizar esta missão, é preciso permanecer unidos a Cristo com a oração e com uma intensa vida sacramental, valorizando a tal fim, de maneira especial, o Domingo, que é Dia dedicado ao Senhor”. Por fim, o Santo Padre encoraja os jovens “a não perder a coragem diante das dificuldades” e recorda-lhes o evento na praça S. Pedro para a solene celebração do Domingo de Ramos e do XXII Dia Mundial da Juventude. Recordando a Mensagem por ele enviada para esta ocasião, Bento XVI conclui: “Não basta somente se tornar mais ‘competitivos’ e ‘produtivos’, é preciso ser ‘testemunhas da caridade’. Somente assim, com efeito, com o suporte também das respectivas paróquias, movimentos e comunidades, em que é possível fazer experiência da grandeza e da vitalidade da Igreja, os jovens de hoje serão capazes de viver o trabalho como uma vocação e uma verdadeira missão.” (S.L.) (Agência Fides 31/3/2007)
O texto integral da Mensagem do Santo Padre, em italiano
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VERBA PONTIFICIS

Confissão
O mundo contemporâneo continua a apresentar as contradições oportunamente evidenciadas pelos Padres do Concílio Vaticano II (cf. Constituição Pastoral Gaudium et spes, 4-10): vemos uma humanidade que gostaria de ser auto-suficiente, onde não poucos se julgam capazes de poder renunciar a Deus para viver bem; no entanto, quantos parecem tristemente condenados a enfrentar dramáticas situações de vazio existencial, quanta violência ainda existe na terra, quanta solidão pesa na alma do homem da era da comunicação! Em síntese, hoje parece ter-se perdido o "sentido do pecado", mas em compensação aumentaram os "complexos de culpa". Quem poderá libertar o coração dos homens deste jugo de morte, senão Aquele que, morrendo, derrotou para sempre o poder do mal com a omnipotência do amor divino? Como recordava São Paulo aos cristãos de Éfeso, "Deus é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, estando nós mortos pelos nossos delitos, deu-nos a vida juntamente com Cristo" (Ef 2, 4). No sacramento da Confissão, o sacerdote é instrumento deste amor misericordioso de Deus, que na fórmula da absolvição dos pecados invoca: "Deus, Pai de misericórdia, que reconciliou em si o mundo na morte e ressurreição do seu Filho, e infundiu o Espírito Santo para a remissão dos pecados, te conceda mediante o ministério da Igreja o perdão e a paz". (16 de março de 2007 – Audiência aos participantes do Curso organizado pela Penitenciaria Apostólica)

Conversão
“Eis, portanto, o ponto ao qual Jesus deseja guiar os seus ouvintes: a necessidade da conversão. Não a propõe em termos moralistas, mas realistas, como a única resposta adequada a acontecimentos que põem em crise as certezas humanas. Perante certas desgraças adverte Ele não serve descarregar a culpa sobre as vítimas. A verdadeira sabedoria é antes deixar-se interpelar pela precariedade da existência e assumir uma atitude de responsabilidade: fazer penitência e melhorar a nossa vida. É esta a sabedoria, é esta a resposta mais eficaz ao mal, de qualquer tipo, interpessoal, social e internacional. Cristo convida a responder ao mal antes de tudo com um sério exame de consciência e com o compromisso de purificar a própria vida. Caso contrário diz morreremos, todos morreremos do mesmo modo. De facto, as pessoas e as sociedades que vivem sem nunca se questionarem têm como único destino final a ruína. A conversão, ao contrário, mesmo se não preserva dos problemas e das desventuras, permite enfrentá-los de "modo" diferente. Antes de tudo ajuda a prevenir o mal, cortando certas ameaças. E, contudo, permite vencer o mal com o bem, se nem sempre no plano dos factos que por vezes são independentes da nossa vontade certamente no plano espiritual. Em síntese: a conversão vence o mal na sua raiz que é o pecado, mesmo se nem sempre pode evitar as suas consequências”. (11 de março de 2007 – Angelus)

Eucaristia
“Na passada terça-feira foi apresentada a Exortação Apostólica pós-sinodal Sacramentum Caritatis, que tem como tema precisamente a Eucaristia, fonte e ápice da vida e da missão da Igreja. Elaborei-a recolhendo os frutos da XI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, realizada no Vaticano em Outubro de 2005. Espero voltar sobre este importante texto, mas desde agora desejo ressaltar que ele é expressão da fé da Igreja universal no Mistério eucarístico, e coloca-se em continuidade com o Concílio Vaticano II e com o magistério dos meus venerados predecessores Paulo VI e João Paulo II. Neste Documento eu quis, entre outras coisas, ressaltar o seu vínculo com a Encíclica Deus caritas est: eis por que escolhi como título Sacramentum Caritatis, retomando uma bonita definição da Eucaristia de São Tomás de Aquino (cf. Summa Th., III, q. 73, a. 3, ad 3), "Sacramento da caridade". Sim, na Eucaristia Cristo quis doar-nos o seu amor, que o levou a oferecer na cruz a vida por nós. Na última Ceia, lavando os pés dos discípulos, Jesus deixou-nos o mandamento do amor: "Assim como Eu vos amei, vós também vos deveis amar uns aos outros" (Jo 13, 34). Mas isto só é possível se permanecermos unidos a Ele, como os ramos à videira (cf. Jo 15, 1-8), ele mesmo escolheu permanecer entre nós na Eucaristia para que pudéssemos permanecer com Ele. Portanto, quando nos alimentamos com fé do seu Corpo e do seu Sangue, o seu amor vem a nós e torna-nos capazes por nossa vez de dar a vida pelos fiéis (cf. 1 Jo 3, 16) e não de a termos para nós mesmos. Daqui brota a alegria cristã, a alegria de amar e de ser amados.” (18 de março de 2007 – Angelus)

Europa
“De tudo isto sobressai com clareza o facto de que não se pode pensar em edificar uma autêntica "casa comum" europeia, descuidando a própria identidade dos povos deste nosso continente. Com efeito, trata-se mais de uma identidade histórica, cultural e moral, do que geográfica, económica ou política; uma identidade constituída por um conjunto de valores universais, que o Cristianismo contribuiu para forjar, adquindo assim um papel não somente histórico, mas instituinte em relação à Europa. Tais valores, que constituem a alma do continente, devem permanecer na Europa do terceiro milénio como "fermento" de civilização. Efectivamente, sem eles como poderia o "velho" continente continuar a desempenhar a função de "fermento" para o mundo inteiro? Se, por ocasião do 50º aniversário dos Tratados de Roma, os governos da União desejam "aproximar-se" dos seus cidadãos, como poderiam excluir um elemento essencial da identidade europeia, como o Cristianismo, no qual uma vasta maioria deles ainda continua a identificar-se? Não é motivo de surpresa que a Europa contemporânea, enquanto aspira a apresentar-se como uma comunidade de valores, parece cada vez mais frequentemente contestar o facto de que existem valores universais e absolutos? Esta singular forma de "apostasia" de si mesma, antes ainda que de Deus, não a induz porventura a duvidar da sua própria identidade? Deste modo, termina-se por difundir a convicção de que a "ponderação dos bens" é o único caminho para o discernimento moral, e que o bem comum é sinónimo de compromisso. Na realidade, se o compromisso pode constituir um equilíbrio legítimo de diferentes interesses particulares, transforma-se em mal comum todas as vezes que comporta acordos prejudiciais à natureza humana. Uma comunidade que se constrói sem respeitar a autêntica dignidade do ser humano, esquecendo-se que cada pessoa é criada à imagem de Deus, termina por não fazer o bem a ninguém. Eis por que motivo parece cada vez mais indispensável que a Europa evite aquela atitude pragmática, hoje amplamente difundida, que justifica de maneira sistemática o compromisso a respeito dos valores humanos essenciais, como se fosse a aceitação inevitável de um presumível mal menor. Este pragmatismo, apresentado como equilíbrio realista, em última análise não é assim, precisamente porque nega a dimensão de valor e de ideal, inerente à natureza humana. Além disso, quando em tal pragmatismo se inserem tendências e correntes laicistas e relativistas, termina-se por negar aos cristãos o próprio direito de intervir como tais no debate público ou, pelo menos, desqualifica-se a sua contribuição com a acusação de desejar salvaguardar privilégios injustificados. No actual momento histórico, e diante dos numerosos desafios que o caracterizam, para ser uma válida garante do estado de direito e uma promotora eficaz dos valores universais, a União Europeia não pode deixar de reconhecer claramente a existência segura de uma natureza humana estável e permanente, manancial de direitos comuns de todos os indivíduos, inclusive daquelas mesmas pessoas que os negam. Neste contexto, há que salvaguardar o direito à objecção de consciência, todas as vezes que forem violados os direitos humanos fundamentais”. (24 de março de 2007 - Audiência aos participantes do Congresso "Os 50 anos dos Tratados de Roma – Valores e perspectivas para a Europa do amanhã", promovido pela Comissão dos Episcopados da Comunidade Européia (COMECE))

Enfermos
“Esta vossa reunião não se propõe aprofundar um tema específico, mas sim, verificar o estado de realização do programa que definistes precedentemente e, portanto, determinar as finalidades futuras. Por isso, encontrar-me convosco numa circunstância como esta proporciona-me a alegria, por assim dizer, de fazer com que cada um de vós sinta a proximidade concreta do Sucessor de Pedro e, através dele, de todo o Colégio episcopal no vosso serviço eclesial. De facto, a pastoral da saúde constitui um âmbito particularmente evangélico, que evoca de modo imediato a obra de Jesus, bom Samaritano da humanidade. Quando passava através dos povoados da Palestina, anunciando a boa nova do Reino de Deus, Ele acompanhava sempre a pregação com os sinais que realizava sobre os doentes, curando quantos eram prisioneiros de todos os tipos de doença e de enfermidade. A saúde do homem, do homem todo, foi o sinal que Cristo escolheu previamente para manifestar a proximidade de Deus, o seu amor misericordioso que purifica o espírito, a alma e o corpo. Caros amigos, seja sempre esta a referência fundamental de cada uma das vossas iniciativas: o seguimento de Cristo, que os Evangelhos nos apresentam como "Médico" divino. É esta perspectiva bíblica que valoriza o princípio ético natural do dever do cuidado pelo doente, com base no qual cada existência humana deve ser defendida em conformidade com as particulares dificuldades em que se encontra e segundo as nossas possibilidades concretas de ajuda. Socorrer o ser humano é um dever, quer em resposta a um direito fundamental da pessoa, quer porque o cuidado pelos indivíduos redunda em benefício da colectividade. A ciência médica progride, enquanto aceita repôr sempre em discussão o diagnóstico e o método de cura, no pressuposto de que os dados precedentemente adquiridos e os limites presumíveis podem ser ultrapassados. De resto, a estima e a confiança em relação aos agentes de saúde são proporcionados à certeza de que estes defensores profissionais da vida jamais desprezarão uma só existência humana, por mais diminuída que seja, saberão encorajar sempre as tentativas de cura. Portanto, o compromisso em prol da cura deve ser ampliado a cada ser humano, com a intenção de tutelar toda a sua existência. Com efeito, o conceito moderno do cuidado pela saúde é a promoção humana: da cura do doente aos cuidados de prevenção, com a busca do maior desenvolvimento humano, favorecendo um adequado ambiente familiar e social”. (22 de março de 2007 – Audiência aos participantes da Sessão Plenária do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde)

Missionários mártires
“"Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra". A resposta de Maria ao Anjo prolonga-se na Igreja, chamada a tornar presente Cristo na história, oferecendo a própria disponibilidade para que Deus possa continuar a visitar a humanidade com a sua misericórdia. O "sim" de Jesus e de Maria renova-se assim no "sim" dos santos, especialmente dos mártires, que são mortos por causa do Evangelho. Ressalto-o recordando que ontem, 24 de Março, aniversário do assassínio de Mons. Oscar Romero, Arcebispo de São Salvador, foi celebrado o Dia de oração e jejum pelos missionários mártires: bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos que perderam a vida no cumprimento da sua missão de evangelização e promoção humana. Eles, os missionários mártires, como diz o tema deste ano, são "esperança para o mundo", porque testemunham que o amor de Cristo é mais forte que a violência e que o ódio. Não procuraram o martírio, mas estiveram prontos a dar a vida para permanecer fiéis ao Evangelho. O martírio cristão justifica-se apenas como acto supremo de amor a Deus e aos irmãos”. (25 de março de 2007 – Angelus)

Óbolo di de São Pedro
“A antiga prática do Óbolo de São Pedro, de certa forma já em vigor nas primeiras Comunidades cristãs, brota da consciência de que cada fiel está chamado a sustentar também materialmente a obra de evangelização e, ao mesmo tempo, a socorrer com generosidade os pobres e os necessitados, recordando-se das palavras de Jesus: "Sempre que fizerdes isto a um destes Meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes" (Mt 25, 39). Graças à comparticipação de recursos materiais, lemos nos Actos dos Apóstolos que "entre eles não havia ninguém necessitado, pois todos os que possuíam terras ou casas vendiam-nas, traziam o produto da venda e depositavam-no aos pés dos Apóstolos" (Act 4, 34s); e ainda: "os discípulos cada qual segundo as suas posses, resolveram, então, enviar socorros aos irmãos da Judeia" (At 11,29)”. (8 de março de 2007 – Audiência aos sócios do Círculo de São Pedro)
“Esta prática eclesial foi-se desenvolvendo com o passar dos séculos, adaptando-se às diversas exigências dos tempos e prossegue ainda hoje. Em cada diocese, em cada paróquia e comunidade religiosa de facto é recolhido anualmente o Óbolo de São Pedro, que depois é enviado ao centro da Igreja para ser distribuído segundo as necessidades e os pedidos que chegam ao Papa de todas as partes da terra. Na história da Igreja houveram momentos nos quais o apoio económico dos cristãos ao Sucessor de Pedro se manifestou particularmente significativo, como podemos facilmente compreender de quanto, por exemplo, escrevia o beato Papa Pio IX na Encíclica Saepe venerabilis de 5 de Agosto de 1871: "Recebemos, mais abundante que de costume, o óbolo, com o qual pobres e ricos se esforçaram por socorrer a pobreza que nos foi causada; vários e nobres dons, e um maravilhoso tributo das artes cristãs e dos engenhos, particularmente adequado para aumentar a dupla potestade, espiritual e real, a nós concedida por Deus" (Ench. Enc., 2, n. 452, p. 609). (8 de março de 2007 – Audiência aos sócios do Círculo de São Pedro)

Quaresma
“Desejo agradecer a quantos me acompanharam com a oração, nos dias passados, durante os Exercícios Espirituais. Encorajo todos, neste tempo de Quaresma, a procurar o silêncio e o recolhimento, para dar espaço à oração e à meditação da Palavra de Deus”. (4 de março de 2007 – Angelus)
“Prezados amigos, estamos no tempo da Quaresma, dos quarenta dias antes da Páscoa. Neste tempo de Quaresma a Igreja ajuda-nos a percorrer este caminho interior e convida-nos à conversão que, antes de ser um esforço sempre importante para mudar os nossos comportamentos, é uma oportunidade para decidir levantar-nos e recomeçar, ou seja, abandonando o pecado e escolhendo voltar para Deus. Percorramos este é o imperativo da Quaresma juntos este caminho de libertação interior. Cada vez que, como hoje, participamos na Eucaristia, fonte e escola do amor, tornamo-nos capazes de viver este amor, de anunciá-lo e de testemunhá-lo com a nossa vida. Porém, é preciso que decidamos caminhar rumo a Jesus, como fez o filho pródigo, voltando interior e exteriormente ao pai. Ao mesmo tempo, devemos abandonar a atitude egoísta do filho mais velho, seguro de si, que condena facilmente os outros, fecha o coração à compreensão, ao acolhimento e ao perdão dos irmãos, e esquece que também ele tem necessidade do perdão. Obtenham-nos este dom Maria Virgem e São José, meu padroeiro, cuja festa será amanhã, e que agora invoco de modo particular sobre cada um de vós e sobre as pessoas que vos são queridas”. (18 de março de 2007 – Homilia por ocasião da visita ao Instituto Penal Juvenil "Casal del Marmo" de Roma)

Santo Inácio
“Como se vê, Inácio é verdadeiramente o "doutor da unidade": unidade de Deus e unidade de Cristo (não obstante as várias heresias que começavam a circular e dividiam o homem e Deus em Cristo), unidade da Igreja, unidade dos fiéis "na fé e na caridade, das quais nada há de mais excelente" (Aos Esmirnenses 6, 1). Para concluir, o "realismo" de Inácio convida os fiéis de ontem e de hoje, convida todos nós a uma síntese progressiva entre configuração com Cristo (união com Ele, vida n'Ele) e dedicação à sua Igreja (unidade com o Bispo, serviço generoso à comunidade e ao mundo). Em resumo, é necessário alcançar uma síntese entre comunhão da Igreja no seu interior e missão proclamação do Evangelho para os outros, até quando, através de uma dimensão se manifeste a outra, e os crentes "possuam" cada vez mais "aquele espírito indiviso, que é o próprio Jesus Cristo" (Aos Magnésios 15). Implorando do Senhor esta "graça de unidade", e na convicção de presidir à caridade de toda a Igreja (cf. Aos Romanos, Prólogo), dirijo a vós os mesmos votos que concluem a carta de Inácio aos cristãos de Trali: "Amai-vos uns aos outros com um coração indiviso. O meu espírito oferece-se em sacrifício por vós, não só agora, mas também quando tiver alcançado Deus... Que possais ser encontrados em Cristo sem mancha" (13). E rezemos para que o Senhor nos ajude a alcançar esta unidade e a sermos encontrados finalmente sem mancha, porque é o amor que purifica as almas”. (14 de março de 2007 – Audiência Geral)


INTERVENTUS SUPER QUAESTIONES

Mulher
Pequim - “Obrigado irmãs, mães e obrigado a todas as mulheres presentes e ausentes. Obrigado pelo papel e a extraordinária contribuição que deram para a vida da Igreja e da sociedade. Hoje, vocês são sempre mais protagonistas na diocese, nas paróquias, nas comunidades eclesiais de base, sobretudo aquelas que se encontram em situações muito difíceis. A minha primeira catequista foi uma mulher, minha mãe.” O sacerdote que celebrou a Santa Missa esta manhã, 8 de março, na paróquia de S. Salvador em Pequim, dirigiu essas calorosas palavras às mulheres que festejam seu Dia. Falando do papel das mulheres, um sacerdote de Pequim disse à Fides: “Eu, pessoalmente, não poderia imaginar a nossa comunidade sem a presença das irmãs, como poderia colher os frutos da evangelização? A imagem da mulher penetrou a vida da Igreja. Normalmente, são sempre elas a responder por primeiro a qualquer necessidade da Igreja, a mobilizar todos os conhecidos a contribuir…. ”.
No final, o sacerdote concluiu: “Na longa história do martírio na China, existem também tantas mulheres que pagaram com a própria vida sua fé. Somente no século XX, houve dezenas de mulheres mártires. Hoje, as católicas chinesas continuam caminhando nas pegadas dessas mártires, continuando a ser as protagonistas da vida da Igreja”. (NZ)(Agência Fides 08/03/2007)

Família
Guayaquil - Abriu-se ontem, 21 de março, o Primeiro Congresso nacional “Pró-Vida e Família”, que se está realizando na cidade de Guayaquil (Equador) sobre o tema “A Verdade integral sobre a Vida e a Família”, organizado pela Conferência Episcopal Equatoriana, pela Arquidiocese de Guayaquil e o Conselho Equatoriano dos Leigos Católicos. O encontro conta com a presença de mais de 3.500 pessoas entre oradores e especialistas, pais, líderes, profissionais, representantes de todas as Igrejas particulares do Equador.
O objetivo geral do encontro é convidar todas as pessoas de boa-vontade do Equador a evidenciar e denunciar a cultura de morte, proclamar a verdade integral sobre a vida e a família à luz do Evangelho, da Doutrina da Igreja e do conhecimento científico. Entre os objetivos específicos, emergem: analisar, evidenciar, e denunciar a partir de fatos concretos o ataque permanente à vida, à família e à Igreja; basear a cultura da vida e da família como santuário da vida, à luz do Evangelho, da Doutrina da Igreja e dos conhecimentos científicos; empenhar todas as pessoas de boa-vontade a promover ações evangelizadoras a favor da vida e da família; elaborar propostas que levem a assumir a defesa e a promoção integral da vida e da família em todas as Igrejas particulares do país; reforçar a Rede Pró-Vida em todos os níveis; celebrar o Dia Nacional da Criança Não-Nascida, que coincide com o aniversário da Consagração do Equador ao sagrado Coração de Jesus e Maria; elaborar pronunciamentos e declarações como frutos do Congresso e difundi-los em nível nacional.
O Congresso foi aberto quarta-feira 21 de março à tarde, com a Santa Missa na Catedral de Guayaquil, presidida por Dom Antonio Arregui Yarza, Arcebispo de Guayaquil, e concelebrada pelos Bispos da Conferência Episcopal Equatoriana. As conferências magistrais serão oferecidas pelo Card. Juan Luis Cipriani, Arcebispo de Lima (Peru), sobre o tema “A Vida Humana é Sagrada” no dia 22 de março, e pelo Card. Pedro Rubiano, Arcebispo de Bogotá, (Colômbia), que falará sobre “A família é o santuário da Vida”, no dia 23 de março. Enfim, o Card. Antonio González Zumárraga, Arcebispo emérito de Quito (Equador), em 24 de março, exporá o tema “As leis devem proteger a vida e a família”.
Entre os outros temas abordados simultaneamente em diferentes locais no Congresso, figuram: Atentados contra a vida na família; Educação ao amor: afetividade e sexualidade; Contracepção e aborto; Educação sexual; Atentados contra a vida na sociedade; Dignidade das pessoas (síndrome pós-aborto); A Globalização e seu impacto na família; Realidade familiar e seu impacto nos jovens; Novas ameaças para a família; Co-responsabilidade na educação dos filhos; a Vida e a Família na Legislação atual; Os católicos diante de leis injustas.
O encerramento do Congresso será domingo, 25 de março, que coincide com a celebração do Dia da Criança não-nascida: serão lidas as resoluções finais e em seguida, será celebrada uma Santa Missa de encerramento do evento. Durante o Congresso, permanecerá aberta a “Expo-feira Pró Vida e Família”. Sexta-feira, 23 de março, está previsto um festival para a Vida e a Família, enquanto sábado, 24, haverá uma peregrinação. (RG) (Agência Fides 22/3/2007)
Madri - “Como Pastores do ‘Povo da Vida’ devemos denunciar o estender-se na nossa sociedade de uma verdadeira "cultura" da morte, uma visão do homem que deixa sem fundamento os seus direitos fundamentais e dilui na consciência social o valor da vida e da dignidade da pessoa”: assim se pronunciam os Bispos espanhóis em uma Mensagem da Subcomissão Episcopal para a Família e a Vida, por ocasião da celebração no domingo, 25 de março, do Dia da Vida. Os Bispos afirmam que, neste momento, "as recentes mudanças legislativas fizeram de modo que a Espanha tenha uma das legislações que menos protegem a vida humana em todo o mundo” e, de outra parte, “tem instituições que promovem a promiscuidade sexual”, além disso, “diversos grupos de pressão e muitos meios de comunicação promovem a regulação legal do aborto livre e da eutanásia". Encontramo-nos diante de um verdadeiro “desafio cultural" - continua a Mensagem -, uma mudança sem precedentes no coração e na consciência de nossas famílias e da sociedade. “Este desafio requer uma resposta em diversos níveis."
Entre as respostas que podem ser dadas para a situação atual, em primeiro lugar os Bispos sinalizam a ajuda eficaz às mães, recordando que "não basta encorajar uma mulher a superar as pressões que a impulsionam ao aborto se não se oferecem os meios para fazê-lo". Em muitas ocasiões, o aborto acontece “porque a mulher se sente sozinha”, por isso, “a sociedade tem a responsabilidade de oferecer a essas mulheres a possibilidade de escolher que seu filho nasça”. Mas primeiramente, segundo os Bispos, é necessária uma verdadeira conversão que gere uma cultura da vida. “Todos contribuímos à cultura da morte quando nos submetemos à mentalidade consumista, quando fazemos do poder, do dinheiro, do status ou do sucesso social os critérios que regulam a valor da vida humana”, por isso, a conversão é a primeira responsabilidade dos católicos. Depois, se requer também a presença de “pessoas públicas que se comprometam pela causa da vida. Instituições acadêmicas, universitárias e culturais que promovam na nossa sociedade o valor da vida”. É importante também incidir sobre leis e políticas sociais, por isso, os Bispos lançam um apelo “à sociedade e aos políticos sobre a abolição das hipóteses nas quais o aborto é descriminalizado, porque é uma lei gravemente injusta" e, contemporaneamente, "às instituições de saúde para que deixem de perseguir esses abusos”.
Preocupados com “a campanha que, de diversos âmbitos, se realiza para promover a aceitação social da eutanásia", os Bispos evidenciam que “se apresentam casos dramáticos para que o sentimento, aparentemente "bom" e "pio" de "ajudar" o doente que sofre, se imponha ao reto juízo. É, portanto, uma manipulação”. Os Bispos concluem recordando a responsabilidade comum na promoção da vida, “cada um na medida de suas possibilidades, para evitar a extensão na nossa sociedade da cultura da morte e de leis contra a vida". (RG) (Agência Fides 23/3/2007)


Missão
Lima - “Estamos diante de uma nova etapa no caminho da aplicação do vaticano II na Igreja da América Latina. Em direção da continuidade, e não da ruptura. Um caminho orientado pelo Sínodo da Igreja na América, para manter vivo e firme o dom da fé no continente latino-americano”: é o que afirmou o Cardeal Luis Cipriani Thorne, Arcebispo de Lima, ao inaugurar o Congresso-seminário com o tema “Diagnose e Perspectivas para a Nova Evangelização na América Latina”, que se realiza no Auditório dos Padres Passionistas em Lima, de 5 a 8 de março. Estão participando Cardeais, Arcebispos, Bispos, sacerdotes e leigos, além de dirigentes de atividades pastorais e sociais da América Latina, em preparação para a V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano. O encontro foi aberto com a Santa Missa, presidida pelo Cardeal Francisco Javier Errázuriz Ossa, Presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM) e um dos Presidentes da V Conferência Geral do CELAM.
O Cardeal Cipriani destacou em seu discurso alguns desafios e situações difíceis atuais da Igreja na América Latina, como o assédio das ideologias, a insuficiência de sacerdotes e religiosos, a presença agressiva das seitas, o relativismo e o utilitarismo, as ideologias que excluem qualquer princípio moral, os ataques contra a vida, contra a instituição do matrimônio e da sociedade, e de uma mulher para toda a vida, e contra a família como célula fundamental da sociedade, os ataques contra a mulher, em nome do feminismo ideológico. Diante desta situação, continua o Cardeal, “devemos nos questionar sobre as bases e os campos em que devemos realizar o nosso dever de modo prioritário”.
Em primeiro lugar, o Card. Cipriani propõe melhorar significativamente “a formação e a educação das pessoas, em todos os níveis, no âmbito da catequese sacramental, do ensinamento nas escolas e universidades, na preparação do matrimônio e em outras dimensões da formação doutrinal”. Nesta tarefa, é também importante “proclamar integralmente a Mensagem da salvação, que chega a impregnar raízes da cultura e se encarnar, no momento histórico latino-americano atual”. Outro ponto importante são os meios de comunicação, que reclamam atualmente “uma cruzada de promoção de valores cristãos” e a “participação dos fiéis leigos, devidamente preparados, que trabalhem profissionalmente com estes meios, com responsabilidade”.
O Cardeal propõe também “fazer nascer, ou fortalecer onde está frágil, o profundo sentimento de pertença à Igreja católica”, missão que deve se apoiar na difusão do Catecismo da Igreja católica e do Compendio. Recorda, porém, que o “testemunho e a coerência de vida são basilares, a fim de que esta grande missão tenha resultados transcendentes e estáveis na América Latina”.
Enfim, destaca a importância e o papel dos leigos em todas as realidades sociais: “Chegou a hora dos fiéis leigos, que, chamados à santidade no próprio trabalho e na própria condição, devem considerar urgente a necessidade de sua participação nos ambientes político, econômico, social, cultural, e artístico, entre outros”. O Cardeal concluiu sua palestra assinalando que “o sinal inequívoco desta Nova Evangelização é a profunda piedade mariana... e a arma continua a serr a oração do Terço”. (RG) (Agência Fides 7/3/2007)

Pontifícias Obras Missionárias
Durham - De 16 a 20 de março se realizou o Encontro Europeu anual dos Diretores Nacionais das Pontifícias Obras Missionárias (POM) no St Cuthbert's College em Ushaw (Durham), no norte da Inglaterra. O tema do Encontro foi "O desafio da missão universal em uma Europa que se transforma". Dom Henryk Hoser, Secretário Adjunto da Congregação para a Evangelização dos Povos e Presidente das POM, esteve presente durante os quatro dias do Encontro. Domingo, 18 de março, Dom Hoser concelebrou a Santa Missa com o Cardeal Keith O'Brien, Arcebispo de Edimburgo e St Andrews, que afirmou que “a espiritualidade deve ser a prioridade dos agentes da missão hoje”, as necessidades espirituais, com efeito, devem ter a prioridade dos agentes da missão hoje”; as necessidade espirituais, com efeito, devem ter a precedência sobre as necessidades materiais nas atividades missionárias. Neste sentido, recordou uma experiência pessoal do seu trabalho de missionário: depois de uma longa viagem, ao chegar a uma cidade de El Salvador, os habitantes, antes de se sentar à mesa para comer, pediram-lhe primeiramente que celebrasse a Santa Missa. "A lição que aprendi - continuou o Cardeal - é colocar sempre as coisas espirituais antes daquelas materiais".
O Pe. John Dale, Diretor nacional das POM da Inglaterra e Gales, falando aos 23 Diretores europeus das POM presentes recordou que o conceito de Igreja como família global é o conceito na base da missão. “A missão não é somente desenvolvimento humanitário de projetos. No coração da missão está o espírito da Igreja como família. Por isso, nos ajudamos uns aos outros. A Igreja no Sul traz vitalidade, entusiasmo, juventude. A Igreja no Norte oferece tradição, estabilidade e experiência".
Entre os palestrantes que tomaram a palavra estavam o Prof. James Dunn, especialista em Novo Testamento, professor da Universidade de Durham; Chris Bain, diretor da Agência Católica Inglesa para o Desenvolvimento (CAFOD), que trabalha em colaboração com a Caritas Internacional, que apresentou objetivos e finalidades desta Agência. A sua palestra suscitou o desejo de buscar vias de encontro e de complementariedade entre esses organismos e as POM. As professoras da Universidade de Leeds, Maggie Roux, professora de meios de comunicação no Trinity and All Saint's College, e Clare Openshaw ajudaram os Diretores nacionais a refletir sobre a necessidade do uso dos meios de comunicação para a transmissão do Evangelho. O Encontro se concluiu com a Concelebração Eucarística presidida por Dom Hoser. O próximo encontro terá lugar de 3 a 8 de abril de 2008 em Varsóvia (Polônia). (RG) (Agência Fides 22/3/2007)

Quaresma
Dili - Na Quaresma 2007, todos os fiéis são chamados a redescobrir o perdão e a experimentar a solidariedade com quem sofre: é o que pedem os Bispos de Timor Leste em uma mensagem divulgada a toda a nação. Dom Ricardo Da Silva, Bispo da capital Dili, e Dom Basilio Do Nascimento, Bispo de Baucau, recordam a Mensagem quaresmal de Bento XVI, que convida a “reconhecer as feridas infligidas à dignidade da pessoa humana” e afirmam: “Em nome de Deus, que durante o tempo da Quaresma nos chama a realizar a viagem de uma autêntica conversão ao amor de Cristo, nós fazemos um apelo especial para que triunfe a não-violência”.
A mensagem convida “os filhos e as filhas de Timor Leste a promover o perdão e a reconciliação em todos os níveis”, nas famílias, nos locais públicos, na sociedade. “Deste modo, toda a nação evitará toda forma de violação da vida e da dignidade humana e poderá construir uma cultura da vida e da paz”, afirma o texto, encorajando toda a nação a perseguir o bem comum do povo timorense.
“Que a Quaresma seja para cada cristão uma renovada experiência do amor de Deus dado-nos em Cristo: um amor que todos os dias nós somos chamados a restituir aos nossos próximos, especialmente àqueles que sofrem ou estão em extrema necessidade”, exortam os Bispos. “Que Nossa Senhora da Imaculada Conceição - conclui o apelo - possa amparar-nos nesta viagem em direção à desejada pacificação de Timor Leste”.
A mensagem foi divulgada na conclusão da primeira visita pastoral do novo Núncio Apostólico na Indonésia e Timor Leste, Dom Leopoldo Girelli. O pequeno Estado asiático se aproxima de um momento decisivo da sua jovem história: as eleições presidenciais que se realizarão em abril próximo.
No entanto, ainda permanece aberta a ferida dos massacres após a proclamação de independência de Timor Leste da Indonésia em 1999. Os dois governos recentemente promoveram uma iniciativa comum: a criação da Comissão “Verdade e Amizade”, para indagar sobre as violências de 1999, buscar uma verdade definitiva e promover boas relações entre os dois Estados. O governo, a Igreja, as forças sociais de Timor Leste estão trabalhando para instaurar na sociedade uma cultura da reconciliação e da paz, para garantir o desenvolvimento social, econômico e cultural da nação. (PA) (Agência Fides 5/3/2007)
Pretória - A “missão global” de Cristo está no centro da Mensagem para a Quaresma deste ano dos Bispos sul-africanos. Evocando o Evangelho de Lucas (“Ele me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me para proclamar a remissão aos presos e aos cegos a recuperação da vista”), os responsáveis da Igreja católica sul-africana destacam que continuar a missão salvífica de Cristo significa, em primeiro lugar, proclamar a Boa Nova de modo mais eficaz. Isso implica formar os futuros sacerdotes nos seminários locais, preparar as pessoas a assumir um papel de guia na Igreja, fornecer material educativo aos catequistas, melhorar o serviço litúrgico, fazer frente ao desafio da justiça e estar em contato com outras denominações religiosas e comunidades de fé.
As ofertas dos fiéis recolhidas durante a Quaresma são endereçadas às dioceses para promover a missão da Igreja que se põe à seqüela de Cristo. Em uma ampla reportagem realizada pela revista católica nacional “The Southern Cross”, o Diretor Nacional da Campanha para a mensagem quaresmal, Pe. Michael Slattery SMA, declarou que, apesar das difíceis condições econômicas em diversas comunidades, todos os anos a coleta das ofertas dos fiéis é generosa. A maior parte dos fundos recebidos é utilizado para as pessoas mais necessitadas, o restante é empregado em programas educativos, para pagar as bolsas de estudo e os salários dos professores, para a formação dos sacerdotes, para a tradução da Bíblia e sua distribuição, para projetos ecumênicos, entre outros. Um dos programas financiados pela campanha quaresmal é o “Rural Education Access Programme”, que permite a estudantes promissores de famílias pobres prosseguir os estudos superiores.
Cada diocese tem um diretor da Campanha, que todos os anos se reúne com o Diretor Nacional para preparar a Mensagem quaresmal. O Pe. Slattery destaca que a coleta de fundos se insere na tradição eclesial do sacrifício quaresmal: oferecer uma parte dos próprios recursos em benefício de outros. No que diz respeito à Igreja africana, destaca o Diretor Nacional da Campanha quaresmal, as doações dos fiéis servem para promover a auto-suficiência das comunidades eclesiais locais em relação às Igrejas-irmãs dos países mais prósperos. Trata-se de um dos objetivos que a Igreja africana fixou há anos. A propósito, a África do Sul vive em uma posição particular, porque a economia sul-africana é decididamente mais desenvolvida do que a de outras nações africanas, apesar de existir notáveis discrepâncias sociais, com pessoas extremamente pobres e outras, ao invés, riquíssimas. (L.M.) (Agência Fides 16/3/2007)


QUAESTIONES

VATICANO - Publicada a Exortação apostólica pós-sinodal do Papa Bento XVI “Sacramentum Caritatis” sobre a Eucaristia fonte e ápice da vida e da missão da Igreja
Cidade do Vaticano (Agência Fides) – “Com a Exortação Apostólica pós-sinodal de Sua Santidade Bento XVI sobre a Eucaristia como fonte e ápice da vida e da missão Igreja, “Sacramentum Caritatis”, o longo e articulado itinerário da XI Assembléia Ordinária do Sínodo dos Bispos encontra o seu fruto mais maduro”, disse esta manhã o Card. Angelo Scola, Patriarca de Veneza, que foi o Relator-geral da XI Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos (2 - 23 de outubro de 2005), apresentando a Exortação apostólica pós-sinodal. Estava presente também Dom Nikola Eterović, Secretário-geral do Sínodo dos Bispos.
“Se, de um lado, a Exortação Apostólica constitui o fruto maduro de um caminho percorrido – disse ainda o Cardeal -, de outro, se propõe explicitamente o objetivo de abrir a estrada e ulteriores aprofundamentos. Esta mira, com efeito, a “explicitar algumas fundamentais linhas de empenho, dirigidas a provocar na Igreja novo impulso e fervor eucarístico». Uma contribuição preciosa neste sentido será dada também pela publicação do Compêndio eucarístico proposto pelos Padres sinodais.”
A Exortação é estruturada em três partes, cada uma das quais aprofunda uma das três dimensões da Eucaristia: Eucaristia, mistério a ser crido; Eucaristia, mistério a ser celebrado: Eucaristia, mistério a ser vivido. Tais partes “estão a tal ponto relacionadas que seus conteúdos se iluminam reciprocamente. Além do mais, uma significativa contribuição do trabalho sinodal é justamente a superação de tais dualismos – por exemplo, aqueles entre fé eucarística e rito, entre celebração e adoração, entre doutrina e pastoral – às vezes ainda presentes na vida da comunidade eclesial e na reflexão teológica.”
O Card. Scola evidenciou depois a importância da ars celebrandi (arte de celebrar) para uma sempre mais actuosa participatio (participação ativa, plena e frutífera). “Com efeito, particularmente inovadora aparece, em referência à celebração, a insistência do documento sobre a dependência da actuosa participatio da ars celebrandi”. O Papa Bento XVI afirma que “a ars celebrandi é a melhor condição para a actuosa participatio. A ars celebrandi procede da obediência fiel às normas litúrgicas em sua completeza, porque é justamente este o modo de celebrar que garante há dois mil anos a vida de fé de todos os fiéis, os quais são chamados a viver a celebração enquanto Povo de Deus, sacerdócio real, nação santa.”
Sobre a estrutura e sobre os conteúdos da Exortação, o Card. Scola evidenciou para cada uma das três partes toca alguns temas doutrinais e indicações pastorais. Na primeira parte, o Santo Padre ilustra o mistério da Eucaristia a partir da sua origem trinitária, que garante o seu permanente caráter de dom, evoca a instituição da Eucaristia em relação com a Ceia pascal hebraica e indica com força o critério da autêntica criatividade litúrgica. A origem eucarística da Igreja explica ainda o seu ser “communio” e garante a natureza sacramental da própria Igreja. A Exortação, portanto, aprofunda a centralidade da Eucaristia no setenário sacramental.
A segunda parte da Exortação ilustra a realização da ação litúrgica na celebração, indicando os elementos que merecem maior aprofundamento e oferecendo algumas sugestões pastorais de grande relevo. Em particular, se evidencia a importância da reforma litúrgica promovida pelo Concílio Vaticano II: algumas dificuldades e abusos “não podem obscurecer a bondade e a validez da renovação litúrgica, que contém ainda riquezas não plenamente exploradas”. À descrição da “beleza litúrgica”, seguem as indicações práticas sobre o nexo “ars celebrandi – actuosa participatio”.
Na terceira e última parte, a Exortação apostólica “mostra a capacidade do mistério crido e celebrado de constituir o horizonte último e definitivo da existência”. “Bento XVI reafirma, desde as primeiras linhas da Exortação, que o dom da Eucaristia é para o homem, responde às expectativas do homem. Obviamente, de todos os homens de todos os tempos, mas especificamente do homem nosso contemporâneo... O Mistério eucarístico representa o fator dinâmico que transfigura a existência. Regenerado pelo batismo e incorporado eucaristicamente à Igreja, o homem pode finalmente realizar-se plenamente, aprendendo a oferecer o ‘próprio corpo’ – ou seja, todo si mesmo – como sacrifício vivente santo e satisfatório a Deus”. (S.L.) (Agência Fides 13/3/2007)
O texto integral da apresentação do Card. Scola e de Dom Nikola Eterović
http://www.evangelizatio.org/portale/adgentes/2007/sc01_130307.html

VATICANO - In Solemnitate Sancti Joseph «Protector Sanctae Ecclesiae», Eum deprecemur pro Beatissimo Papa Nostro Benedicto XVI, olim Cardinalis Josephus Ratzinger
Cidade do Vaticano (Agência Fides) – Por ocasião da próxima solenidade de São José, “Protetor da Santa Igreja”, que se celebra em 19 de março, a Agência Fides publica a oração ao Santo composta pelo Papa Leão XIII, convidando a pedir a intercessão de São José pelo nosso Santo Padre, o Papa Bento XVI, Joseph Ratzinger.

AD TE BEÁTE JOSEPH (A Leone XIII scripta)
Ad te beáte Joseph, in tribulatióne nostra confúgimus, atque, imploráto Sponsæ tuæ sanctíssimæ auxílio, patrocínium quoque tuum fidenter expóscimus. Per eam, quæsumus, quæ te cum immaculáta Vírgine Dei Genitríce coniúnxit, caritátem, perque patérnum, quo Púerum Iesum ampléxus es, amórem, súpplices deprecámur, ut ad hereditátem, quam Iesus Christus acquisívit Sánguine suo, benígnus respícias, ac necessitátibus nostris tua virtúte et ope succúrras. Tuére, o Custos providentíssime divínæ Famíliæ, Iesu Christi sóbolem eléctam; próhibe a nobis, amantíssime Pater, omnem errórum ac corruptelárum luem; propítius nobis, sospítator noster fortíssime, in hoc cum potestáte tenebrárum certámine e cælo adésto; et sicut olim Púerum Iesum e summo eripuísti vitre discrímine, ita nunc Ecclesiam sanctam Dei ab hostílibus insídiis atque ab omni adversitáte défende: nosque síngulos perpétuo tege patrocínio, ut ad tui exémplar et ope tua suffúlti, sancte vívere, pie émori, sempiternámque in cælis beatitúdinem ássequi possímus. Amen

A vós, S. José, recorremos em nossa tribulação, e, depois de ter implorado o auxílio de vossa Santíssima Esposa, cheios de confiança solicitamos o vosso patrocínio.
Por esse laço sagrado de Caridade, que vos uniu à Virgem Imaculada, Mãe de Deus e Mãe Nossa, pelo Amor paternal que tivestes ao Menino Jesus, ardentemente vos suplicamos que lanceis um olhar benigno para a herança que Jesus conquistou com Seu Sangue, e nos socorrais em nossas necessidades com o vosso poder e auxílio.
Protegei, ó Guarda providente da Sagrada Família, o povo eleito de Jesus Cristo.
Afastai para longe de nós, ó Pai amantíssimo, a peste do erro e do vício.
Assisti-nos do alto do Céu, ó nosso fortíssimo sustentáculo, na luta contra o poder das trevas; e assim como outrora salvastes da morte o Menino Jesus, assim também defendei agora a Santa Igreja de Deus contra as ciladas dos seus inimigos e contra todas as adversidades.
Amparai a cada um de nós com o vosso constante patrocínio, a fim de que, a vosso exemplo, e sustentados com vosso auxílio, possamos viver virtuosamente, morrer piedosamente e obter no Céu a eterna Bem-aventurança. Assim seja.
(J.M.) (Agência Fides 16/3/2007)
A oração de São José em diversas línguas
http://www.fides.org/ita/approfondire/preghiere/altre/san_joseph.doc

Anônimo disse...
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